Marcas Da Morte escrita por Cavaleiro Branco


Capítulo 16
Desaparecido


Notas iniciais do capítulo

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Boa Leitura



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19 de Fevereiro, por volta de 14 horas

–Era só o que faltava. Não é hora de vingança agora, Kevin! Foi só uma brincadeira!

–Uma brincadeira de muito mal gosto. Isso sim...

Mesmo que Heloísa tentasse consolar, não havia modos de conter esse rancor interno. Ela não podia fazer muita coisa para o seu colega de cócoras na ponta de um mastro de um prédio, fitando um garoto que ele já fizera contato.

–E daí que ele fez piadinha com você na sala? Vai se deixar abater por isso?

–Não é da sua conta.

Isso foi um choque entanto para Heloísa. Ela estava no teto do prédio, a vários metros abaixo do mastro onde Kevin se apoiava. Mas isso a abateu, mesmo dali.

–Esse não é o Kevin que eu conheço! Onde está a Boa Conduta que nos ensinaram, hein?

Kevin a encarou. Aqueles olhos negros e mortais por trás da sombra do capuz eram ameaçadores, mas escondiam uma razão por trás. Heloísa estava certa. Não era assim que um digno Assassino deveria agir. Não era essa a conduta que os ensinaram na Irmandade.

–O.K.... está certa...

Heloísa olhava satisfeita enquanto o amigo descia deslizando pelo mastro, até tocar o solo do telhado.

–Você já tava me assustando encarando aquele garoto!

–Tudo bem. Estamos aqui para uma coisa, não?

A conversa silenciou na hora. Na verdade não faziam a mínima ideia de onde ele poderia estar. Felipe sumiu sem deixar rastros. Eles mal saiam da escola, então não havia um lugar especifico pra qual Felipe poderia ir. Mas o pior não é isso...

–A gente nem sabe porque ele se meteu nisso – reflete Kevin – vai ser difícil ter ao menos um palpite por aqui...

–Mas... será que... aquele cara de preto da ponte...

–Não pense negativo, Heloísa – disse Kevin – existe a possibilidade, claro. Mas ficar pensando nisso agora não vai ajudar. Temos que pensar positivo. Entendido?

–Uhum... – Heloísa acenava com a cabeça, mas ainda com seu humor abaixo da média.

–Mas por onde podemos começar...

–Boa pergunta – Heloísa parecia pensativa – O Vale do Silício e a Baía são muito grandes. Ele pode estar em qualquer lugar...

–Pois é... – afirma Kevin, encarando a paisagem – daqui dá pra se ver 4 cidades diferentes.

–Hum... eu sei que pode parecer muita, muita estupidez... mas eu tenho uma ideia.

–Diga

–Porque nós não sentamos, respiramos fundo, fechamos os olhos e tentamos nos concentrar em nosso espírito interior?

Parecia que tinham jogado um tijolo na cabeça de Kevin.

–Você não tá falando sério, está?

–Melhor do que sair por aí olhando em cada esquina.

–Eu sei... mas me parece tão... idiota.

–Pra você, que está acostumado a ação, sim. Mas eu aprendi uma coisa assim antes com uma de minhas Mestras particulares. Disse que libera nosso espírito astral e nos diz pra onde devemos seguir.

–Parece mais as aulas de relaxamento da professora de educação física.

–Kevin... Você quer achar o Felipe?

–Claro!

–ENTÃO SENTA LOGO E RELAXA!

No final, Kevin não podia evitar. Não fazia seu estilo sentar e meditar, muito menos tentar tirar algum resultado disso. Mas acabou por se ajoelhar na borda do telhado do edifício e meditar.


Não demorou muito, até que Kevin acordou bruscamente da meditação, como se tivesse acabado de acordar de um pesadelo sombrio.

–Isso é Impossível!

–O que foi? – Heloísa tinha acabado de voltar do transe meditativo.

–É impossível... mas juro que senti uma coisa.

Heloísa ficou mais surpresa do que animada.

–Funcionou?

–Acho que sim!

–UAU! Por essa eu não esperava! Mas o que sentiu, mais ou menos?

–Eu senti uma pulsação de energia, ou algo assim... Não sei bem... Foi confuso...

–Conseguiu ver de onde vinha?

Kevin encarou a paisagem. O capuz o ocultava, mas ele encarava seriamente e concentrado o horizonte da região.

Até que seu dedo leva Heloísa a mirar em um ponto bem distante no Horizonte, mas também bem visível.

–Ali, eu acho – dizia Kevin – veio daquela montanha.

Ambos encararam o horizonte aflitos, animados e ansiosos. Se aquilo tinha dado certo, estavam na direção certa.

–Vamos – diz Heloísa – não quero chegar lá às cinco da tarde.


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–Tem certeza de que foi aqui?

–Não muita. Mas agora eu consigo sentir isso...

–Sentir o que?

–Como se uma energia varasse o ar... uma energia diferente...

Heloísa estava relativamente surpresa com Kevin. No começo, ele havia reclamado do plano de meditação. Mas ela estava tão perplexa quanto o próprio Kevin agora. Eles tinham ido muito longe, e só com a intuição do colega.

–Acha que ele pode estar aqui? – pergunta Heloísa.

–Não sei. Não sei nem se o que eu senti vem de Felipe, ou de seja lá o que for. Mas acho que vale a pena investigar...

–Igualmente – responde Heloísa – Igualmente...

O parque era bem bonito, principalmente no meio de uma tarde como aquela. As regiões montanhosas do Monte Diablo carregavam vastas árvores altas e pinheiros carregados. Graças à época do ano, estava bem gelado ali. Mas não o suficiente para deter a dupla que se aventurava pelas trilhas. Os cantos dos pássaros que ali viviam era tranquilizador e hipnótico.

Heloísa e Kevin até se deixaram levar pelo som. A região estava sem sinais de vida humana. Então ficar com o Uniforme Assassino no meio de uma floresta não era problema nenhum. Não era todo mundo que gostava de caminhar em uma tarde gelada por ali. A única coisa que se ouvia por ali eram os sons dos pássaros.

Até que foi interrompido por uma explosão.

Uma onda de choque abalou as árvores da região, acompanhada por um intenso som. Uma luz azulada e sinistra tomou todo o local, assustando muito mais do que só os pássaros.

–O que foi isso?! – dizia Heloísa, assustada.

–Não me parece uma bomba comum... não vejo nenhuma bola de fogo ou de fumaça por aqui...

–De onde veio?

Na verdade Heloísa respondeu a própria pergunta. Uma fraca luz azulada era emitida de um ponto mais ao norte. E não parecia longe dali.

–Ali! – gritou ela – vamos!


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A surpresa foi tanta que quase fez os dois perderem o equilíbrio.

O que mais impressionava não era a beleza em que a clareira se encontrava. Nem mesmos as arvores altas e os belos pássaros conseguiam disfarçar a cena.

Uma cratera, do tamanho de um a grande cama-elástica redonda e da profundidade de mais ou menos um metro se estendia pelo centro da clareira. Dela minúsculos feixes de luzes azuis voavam fora da cratera, como se fossem vaga-lumes desesperados. Mas não só isso que deixava a cena chocante...

–FELIPE! – os dois gritaram juntos.

O amigo deles já teve dias melhores, ou piores. Estava logo atrás da cratera. Usava uma blusa branca e um jeans, que estavam com a parte da frente preta. Estava deitado no chão e com um sorriso impressionante no rosto, como se uma supernova tivesse estourado na cara dele.

Assim que ouviu seu nome, Felipe se levantou, alegre e um tanto surpreso com a presença deles.

–Oi Gente!

–Como assim “Oi”?! – Kevin estava perplexo – explodiu uma bomba por aqui?!

–Acho que foi...

Nem terminou a frase quando foi atingido por um míssil balístico, na forma de Heloísa.

–ONDE RAIOS VOCÊ ESTAVA, MOLEQUE?!! – ela estava prestes a dar um murro no amigo.

–Aqui, oras.

BOFT

–Aí! Porque fez isso?!

–Isso é por você sumir de repente e sem avisar! – Heloísa estava agachada e com o próximo soco já apontando pra Felipe.

–Calma aí! Porque estão tão nervosos?

–Acho que está na cara, Felipe – Kevin havia tirado o capuz, seus cabelos negros balançavam ao vento da clareira – você sumiu sem deixar rastros. Ficamos preocupados. Estamos procurando você a horas, cara.

–Ah! Isso! – Felipe estava estranhamente tranquilo e feliz.

–Cara, estou te estranhando – Kevin estava com suspeitas nada agradáveis – o que exatamente rolou aqui?

–Gente... vocês não vão acreditar no que eu descobri...

Felipe estava ansioso, animado e com um sorriso estranhamente maluco na face, o que assustou Kevin e Heloísa, que davam olhares preocupados uns para os outros. Nunca eles tinham visto o amigo tão...

Feliz?

–Não me diga que o cara da ponte... – Kevin até começou a dar uma suspeita.

–Muito pelo contrário, amigo! Olha isso!

Kevin e Heloísa não esperavam nada de mais. Mas assim que Felipe “fez”, eles se afastaram bruscamente.

A mão direita inteira de Felipe estava em chamas.

Uma estranha chama azul crepitava nas mãos de Felipe. Kevin e Heloísa ficaram desesperados na hora. Mas, por mais estranho que pareça, o fogo não parecia machucar Felipe. Alias, parecia revigora-lo...

–Felipe.... – Heloísa estava tremendo de medo – o que... raios... é isso...?

Com um simples estalar de dedos, as chamas desaparecem da mão de Felipe.

–Vamos... tenho muita coisa a lhes contar...


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Notas finais do capítulo

Darth Dorfo

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