Ours Blood escrita por The Fallen Angel


Capítulo 20
Capítulo XIX - Chorar é bom, ás vezes.


Notas iniciais do capítulo

Okay, o capítulo que eu prometi. Ele não está completo, mas como eu estava com muitas ideias, decidi fazer "Parte 1" e "Parte 2".
Mil desculpas por não postar ontem, e hoje só ter tempo para postar agora. Eu estou tendo trabalhos, tarefas, futsal e blá blá blá. E uma última coisa: MUITA GENTE vai falar que a Nora está com crise da 'Bella louca'(eu falo assim, ok? -q), mas pensem só: Se vocês tivessem uma chance de virar imortais e viver para sempre com o seu amado, vocês não fariam esse sacrifício? Reflitam. q
Enfim, boa leitura. :)



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  A água quente escorria por meu corpo, minha pele já estava vermelha em certos pontos, mas minha cabeça estava em outro lugar.

  Minha vida tinha virado completamente de cabeça para baixo nos últimos meses. Eu estava namorando um anjo, tinha sido idiota o bastante para querer conhecer um vampiro, minha mãe estava morta e eu estava completamente ferrada.

  Joguei mais um pouco de água em meu rosto para tentar desviar esses pensamentos de minha cabeça. Mas a verdade era que eu estava com medo. Não medo de acabar morta, mas medo de que mais alguém próximo á mim se machucasse. Eu não podia deixar isso acontecer, já tinha perdido gente demais.

  E por mais que fosse idiota remoer isso em minha mente, eu pensava no que faria com Eric. Quero dizer, eu sentia alguma coisa por ele, não sentia? Não que isso importasse, eu amava Patch e era egoísmo querer ter os dois. Era egoísmo se apaixonar pelos dois. Era egoísmo sequer pensar em machucar os sentimentos de um dos dois.

  Patch não estava sendo verdadeiro comigo – não naquele momento -, aquela reação estranhamente carinhosa depois de ter me ligado mais de vinte vezes a noite toda? Isso não era dele. Alguma coisa estava acontecendo, alguma coisa séria. Rixon tinha pedido para participar da tal “briga”, não existia briga nenhuma ali. Eu não queria que ninguém se metesse, nem Rixon, nem Eric e muito menos Patch. Os vampiros me queriam? Eu não tentaria impedi-los, me renderia, desde que não machucassem mais ninguém.

  Estava cansada disso. Cansada de perder pessoas.

  Eu faria o possível e o impossível para proteger Patch, daria minha vida por ele, sem pensar duas vezes.

  Mas uma única coisa insistia em permanecer ali num cantinho do meu cérebro, e se eu me tornasse vampira? Eric faria se eu pedisse, não faria? Ia ser tão mais fácil, poderia me defender sozinha, poderia proteger quem eu amo e viver com Patch para sempre, literalmente.

  Uma batida na porta me fez acordar de meus devaneios. Sai do Box e me enxuguei, eu sentia falta de um momento de paz e tranqüilidade.

   - Já estou saindo. – Disse um pouco áspera demais quando Patch tornou a bater na porta.

  Coloquei uma calça jeans clara e um moletom cinza, peguei o tênis mais confortável que encontrei por ali e os calcei. Meus cachos caiam delicadamente em meus ombros, passei um gloss e assim que terminei me olhei no espelho de corpo inteiro atrás da porta. Senti uma pontinha de esperança nascendo em mim.

  Eu ainda poderia ser a antiga Nora Grey. Mesmo sendo caçada por vampiros. Completei rapidamente.

   - Já arrumei sua mochila. – Informou Patch quando eu saí do banheiro seguida pelo vapor do banho.

   - Você não sabe o que eu quero levar.

  Patch me lançou um olhar de desafio, como um “Ah, é?”.

   - Não entendo porque não posso ficar aqui, os vampiros só entram quando são convidados, não é?

   - Quero que você fique comigo, Anjo. Estar nessa casa... Não vai ajudar em nada. – Ele disse a última parte quase como um sussurro.

   Abaixei a cabeça. Estava tentando não pensar naquilo enquanto estivesse dentro da casa, tentando ao máximo fingir que é uma simples visita e que tudo está normal.

   Patch pareceu ver que o que disse me afetou porque veio ao meu encontro e deu um beijo molhado em minha testa, e eles não penderam tempo para avançar em minha boca. Há semanas eu não sentia aquele beijo – rude, selvagem e cheio de fome -, os lábios dele praticamente violentavam os meus, mas eu não me importava. Queria tê-lo ali comigo, o máximo que pudesse. Afinal, não sabia quanto tempo tudo isso ia durar.

   Quando finalmente nos separamos em busca de ar, eu mordi o lábio, tinha uma coisa entalada em minha garganta.

    - Patch, eu estive pensando... – Hesitei, sabia que aquilo provavelmente acabaria com todo o clima, mas eu tinha que falar. Era o que eu queria.

   Ele passou os braços por minha cintura me mantendo perto dele, eu sentia sua respiração ofegante e seu hálito se menta inconfundível.

    - Eu quero você, para sempre. – Disse me voz alta. Eu já tinha começado, agora eu terminaria.

   Não estava ligando para arcanjos, vampiros ou o que mais que existisse.

    - Você já me tem, Anjo. – Patch sussurrou em meu ouvido e passou a beijar meu pescoço, dando chupões lentos e demorados.

    - E eu não quero brigar com você nem nada disso. – Ele parou de fazer as caricias e olhou sério para mim, estudou meus olhos, mas continuou em silêncio. Continuei:

    - Mas estive levando á sério a questão de eu me tornar uma vampira. – Falei quase me engasgando com as palavras.

   Os olhos de Patch estavam ligeiramente arregalados, ele bufou.

    - Não tem que levar isso em consideração. Não vai acontecer.

   Sem perceber, bati o pé no chão como uma criança idiota.

    - Mas se eu não fosse, não ia ser mais fácil? Eu poderia me defender e...

    - Eu vou te proteger, Anjo. – Ele me cortou.

  - E eu seria imortal. – Continuei como se Patch não tivesse me interrompido.

  - Para você, tudo isso é uma questão de se tornar imortal, não é? Não pensou nas consequências?

 Abri a boca, mas voltei a fechá-la devagar. Não, eu nunca tinha pensado nisso. Ele tinha achado o ponto chave.

  - Mataria humanos só pela sua sede de sangue.

  - Eu nunca faria isso!

  - Você pode pensar que não, mas depois que se transforma, é um instinto. – Patch soltou minha cintura e foi se sentar na ponta da cama. Apoiou os antebraços nos joelhos e me encarou.

  - Eu só não acho... Justo. – Fui em direção à janela e abri as cortinas roxas de meu quarto. Lá fora ainda restava um pouquinho do sol, o suficiente para esquentar o vidro da janela. Meu carro estava estacionado em frente ao portão da garagem, e o carro de Patch em cima da grama.  

  - Se não tem mais alguma bobagem para dizer... – Virei-me para ele na hora.

  Então Patch achava aquilo uma bobagem? Eu não achava nem um pouco. Nosso amor não era uma bobagem, não que uma vida humana não me contentasse – me sentia grata só por tê-lo conhecido -, mas não era justo o fato de eu ter que envelhecer enquanto ele continuava jovem e belo. Quando eu estivesse com sessenta anos, enrugada, cabelo branco e com pantufas nos pés, ele já não ia me querer mais.

  Toda aquela atração entre nós estaria acabada. Uma coisa que eu jamais ia querer que acabasse, aquela fome um do outro que nós sentíamos.

  - Não quer que eu fique com você para sempre?

  - Não é isso. – Patch apertou a ponte do nariz, num gesto que mostrava que ele já estava se cansando da conversa. – Só não quero que estrague sua vida.

  - Se eu fizesse, seria para ficar com você. – Senti meus olhos arderem, e eu tive um pouco de vergonha de começar a chorar ali no meio. – E não me arrependeria disso.

  Pela primeira vez, consegui deixa Patch sem resposta. Ele olhou para mim um pouco distante, e passou a mão em seu cabelo.

  - Não estava falando disso, Nora. Eu quero você ao meu lado também.

  - Então qual é o problema?! Enfrentamos tantas coisas juntos, porque não podemos enfrentar mais essa?!

  - Porque eu não quero que você vire vampira! – Patch disse um pouco alto demais e sua voz ecoou pela casa vazia. – Se for para ser assim, não quero que você vire imortal.

  - Não me quer mais ao seu lado porque vamos ter que fazer esse esforço? – Conclui, não precisava de resposta. Eu já estava quase chorando, mas não podia ser fraca.

  Ia ser assim? Só porque tínhamos que enfrentar alguma coisa um pouco mais difícil ele jogava tudo para cima? Era o que eu tinha entendido disso tudo. Eu não tinha medo de me tornar uma vampira, poderíamos dar um jeito, como fazíamos com tudo. Demos um jeito de driblar os arcanjos, estávamos num fogo cruzado de vampiros, á essa altura eu não tinha medo de coisas como aquela.

  Para piorar a situação, ele infelizmente respondeu.

  - Não, eu não quero que você seja imortal.

  Aos olhos de outros eu poderia ser uma criança fazendo birra, mas eu queria tanto aquilo para mim. Não queria perdê-lo, eu faria de tudo para tê-lo e tudo o que ele faz é desistir de ficar para sempre comigo pelo fato de que não me queria como vampira?

  Sem dizer nada, eu andei em direção á porta. Minha vontade era de sair dali, ir para um algum outro lugar, um canto vazio e escuro, ou talvez enfiasse minha cabeça dentro de um buraco.

  No meio do caminho Patchs segurou meu pulso com força fazendo-me virar para ele.

  - Nora, você não entendeu... – Eu lutei contra sua mão o que só o fez me puxar mais.

  - Me solta, Patch. – Falei tentando manter á calma. Eu mordia com força meu lábio inferior na melhor tentativa de tentar conter o choro. Ele soltou meu pulso e eu sai correndo porta á fora. Sabia que ele poderia me alcançar e me arrastar de volta para o quarto quando quisesse, mas ele não o fez. Patch tinha entendido que eu queria pensar um pouco, chorar um pouco.

  E mesmo sem saber para onde eu ia, peguei a chave de meu carro de cima da mesa de centro da sala e fui em direção ao meu carro. Outro motivo para ele não ter me puxado para dentro de novo: Ainda restava um pouquinho de luz, quando os fracos raios de sol que já sumiam no horizonte desaparecessem de vez, ele me procuraria, onde quer que eu estivesse.

  Mas eu estava tentando decidir para onde ia. Acelerei o carro e fui em direção ao centro da cidade. Não poderia contar com Vee nesse momento. O que eu diria a ela? Que eu insisto eu ser idiota e me tornar imortal e que meu namorado quer fugir de dificuldades e deixar tudo como está? Não. Precisava desabafar com alguém e a única pessoa que também estava metida nisso, que entenderia se eu contasse tudo para ele, era Eric. E ele não parecia um vampiro apropriado para uma conversa sobre romances.


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Notas finais do capítulo

Reviews? E também estou aceitando recomendações. -q Puxões de orelha? Opiniões? Sugestões?



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