As ruínas daquele lugar davam uma sensação de que algo terrível havia acontecido. E uma total falta de segurança. Era o desconhecido bem a nossa frente. Mesmo assim, era mais seguro do que a “Perfeita” Sighdow.

Nate e eu voltamos pelo corredor ate achar uma saída. Mas ao invés disso, encontramos três pessoas. Um homem com o braço ferido e enfaixado, uma mulher que devia ter mais ou menos a minha idade, e um garotinho.

Assustados eles tentara se esconder. Os seguimos ate encontrá-los em uma sala repleta de moveis queimados. Cheios de cinzas e parte do teto sobre eles.

_Hey! Precisamos de ajuda pra sair daqui, quem são vocês? –(Perguntei).

_Fiquem longe.. –(disse em voz alta o homem).

_Por favor, não vamos machucá-los, so precisamos saber como sair daqui. –(Nate responde se colocando na minha frente pra me proteger do homem que segurava um pedaço de madeira).

_Sair? Não há como sair? Há km/s de distancia la pra cima...

_Não... Nós viemos la de cima.. Queremos sair deste lugar...( respondi).

_Como vieram de la? Eles trouxeram vocês? –(Responde a mulher escondida ao lado do menino).

_Volta pra trás, não fale com eles, eles mentem, ninguém vem de la de cima a muito tempo. –(Continua o homem desnorteado ainda segurando a madeira pra se proteger).

_Quem são vocês? Como chegaram ate aqui? –(Pergunta Nate).

_Fomos mandados por eles. –(a mulher aponta o dedo indicador pra cima).

_Eles voce quer dizer, a cidade? A nova cidade?

_Sim.

_Espera, eles mandaram vocês pra Ca? Mas por que?

_Não sabemos. Disseram apenas que estávamos infectados e que precisavam nos manter fora da cidade.

_Então é verdade... –(disse me recordando de conversas que havia ouvido sem querer pelos corredores do escritório em Sighdow). Existia uma área de segurança logo abaixo do nível 3. Onde estão os outros?

_Não existem outros. Não mais. –(respondeu o homem agora com a madeira um pouco baixa).

_Como assim não mais?-(Nate)

_Significa que os outros foram mortos. E nos deixaram aqui pra morrer tambem.

_Os outros foram levados para experiências. –(Diz a garota). Aos poucos eles deixaram de descer aqui. E os que restaram, fugiram. Nos, tentamos. Mas... Ficamos presos... por algum motivos hoje as grades da outra ala foram abertas. E foi como conseguimos correr e chegar ate aqui. Mas não sabemos como sair... Estamos no terceiro andar... é não há escadas ou meios de sair daqui. Tudo foi bloqueado...

_Nunca foram la fora? –(Perguntei). Não existe perigo algum de contaminação existe?

_Isso é conversa pra manter os idiotas da nova cidade “perfeita” em segurança, e sem curiosidade de ver o que realmente acontece aqui em baixo... –(Continua o homem agora mais calmo).

_Então vamos encontrar um jeito de sair daqui. Antes que eles decidam nos procurar... –(me virei e chamei os outros). Vocês vem? (Parei na porta).

Eles pensaram por alguns instantes mas logo nos seguiram. Andamos por quase todo o lugar, mas não havia saída. O único jeito era descer pela janela. Voltamos ate a sala em que Nate e eu estivemos antes, pegamos corda e pedimos ajuda dos outros para amarrá-la firmemente pela janela. Tudo estava muito velho, e corria o risco de não agüentar. Do lado de fora ferros enferrujados eram o pior.

Mesmo assim, conseguimos amarrar a corda. Primeiro colocamos a garota e em seguida o menino. Pedi que Nate fosse o próximo a descer. Restando apenas eu e aquele estranho. Pedi que ele descesse primeiro, pois talvez a corda não agüentasse mais uma decida. Quando estava próximo do chão, a corda arrebentou. Não havia como eu descer. Nate ficou preocupado, pedi que ele segurasse a mochila que eu levava. Atirei-a para baixo, e subi pela janela.

_Não. Carry, voce vai cair. –(Gritou Nate la de baixo). Agente vai dar outro jeito de voce descer.

_Não tem outro jeito. E eu não vou arriscar que eles peguem a gente aqui. Eu consigo fazer isso Nate, so preciso saber se voce vai me segurar.

_Ta tudo caindo aqui, e tem ferros enferrujados por toda a parte. Se voce cair vai se ferir.. –(Disse a garota).

_Eu vou descer..

Passei as pernas para o lado de fora da  janela, e segurei-me nas grades externas. Estava tudo enferrujado e quase caindo aos pedaços, havia poucas partes seguras, mas eu tentaria descer em segurança. Já tinha feito isso antes, em Sighdow, em uma aula de alpinismo. Aos poucos fui descendo com muito cuidado pelos ferros ao longo do prédio. Quase la embaixo, não havia mais como descer daquele jeito, então gritei para Nate:

_Agora preciso de voce... Voce acha que pode me segurar?

_Ela ta pensando em pular? –(pergunta o homem) Isso é alto de mais.

_Voce vai se machucar. (Diz a garota).

_Carry, isso é loucura. (Nate)

_Nate! Preciso saber se posso confiar em voce? Eu vou pular...

_Tudo bem... Eu vou pegar voce...

Desci um pouco mais, e fiquei apenas pendurada pelas mãos em uma barra de ferro grande onde estavam antes os meus pés. Ao me soltar, para agarrar a barra, deixei minha mão passar por algo cortante, passei minha mão ate fazer um corte profundo ao longo da mesma. Mas não pude me soltar, pois ainda não era seguro. Gritei de dor.

_Carry, pula agora eu to pronto...

_Ta bom... Não me deixa cair Nate...

_Eu não vou.

Soltei as duas mãos deixando meu corpo despencar la de cima. Cai sobre ele, que conseguiu me apanhar. Ao me pegar no colo, nos dois caímos nos chão. Minha mão doía muito. Mas eu estava em segurança. Me sentei segurando o pulso. Nate pega a mochila pra ver se havia algum curativo la, mas eu o interrompo:

_Espera. Eu agüento ate agente chegar num lugar mais seguro.

_Mas isso pode infeccionar...

_Não. Agente tem que sair daqui, ou vamos colocar em risco tudo que já fizemos... me ajuda a levantar...

_Voce é muito teimosa sabia?

_Eu sei... eu sei... Agora vamos.