Colstcant escrita por Kuroi Namida


Capítulo 2
Sighdown


Notas iniciais do capítulo

quero reviews!! por favor *o*



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A Cidade estava pronta para a reinauguração do ponto A. ponto A era uma espécie de praia artificial, construída para diversão dos habitantes de Sighdow. Eu estava encarregada da organização dos primeiros visitantes. As apresentações começariam com Alian Storm, uma atriz de grande renome, admirada por todos em Sighdow, por ser uma das mais brilhantes atrizes e tambem cantoras do lugar. Ela faria uma bela apresentação ao lado de Deax Call, seu marido e tambem, quem fazia a segurança dela. Sighdow, tambem era conhecida pelos casamentos perfeitos, já que no decorrer de trinta e cinco anos desde a reconstrução da cidade, nenhum casamento feito aqui, havia tido um final. Alan e Deax eram um dos casais mais belos e admirados de Sighdow.

Podia se dizer que Sighdow era um paraíso artificial. Nada aqui saia do controle. Níveis de violência, de qualquer tipo, nunca passaram de 2%, e eram punidos com severidade. O que motivava as pessoas a serem bons cidadãos. Mas dessa vez algo estava saindo do controle, por debaixo dos panos da bela cidade, havia muito a ser escondido. Mas artificialmente tudo parecia perfeito. Ate hoje.

Após a apresentação do belo casal no ponto A. toda a cidade estava em festa. Uma multidão festejava o mais novo patrimônio do paraíso Sighdow. Porem, algo monstruoso aconteceria, e mudaria essa historia pra sempre.

Eu caminhei ate a ala sul próximo ao ponto A. verifiquei se tudo estava em ordem, junto a Cannedy, e Noel meus companheiros de sessão. Em seguida voltamos aos nossos postos. Avistei de longe Call sem senhorita Storm. Fui ate ele ver se estava tudo bem. Ele me respondera rispidamente, e caminhada em direção uma pequena ponte situada no meio das águas. Achei estranho seu comportamento, e resolvi segui-lo. O que não foi uma boa idéia. Ao me aproximar da beirada da ponte, olhei pra baixo e vi um corpo de mulher atirado no chão sendo arrastado. Pude ver apenas as pernas, e os adornos amarrados a ela. Com certeza eram os mesmo adornos usados por Alan Storm, mau podia acreditar. Um assassinato. Em Sighdow, bem debaixo dos olhos de todos. Quando pensei em chamar alguém, vejo Call me olhando. Não podia acreditar, mas havia sangue em suas mãos. Sim, ele era o assassino da própria mulher. E eu era testemunha de seu crime. Agora eu era um alvo a ser eliminado assim, como a esposa caída morta no chão. Call corre atrás de mim, na intenção de me impedir de chamar por ajuda. Acabo caindo em uma fissura no meio da ponte. Neste momento virei o rosto pra vê-lo, e notei uma expressão extremamente cruel em seus olhos. Era como se fosse outra pessoa. Pude me soltar a tempo de correr, gritei por socorro, mas ninguém podia ouvir, o son dos alto-falantes da cidade “perfeita”, estavam ligados a toda altura, ninguém poderia me ouvir. Corri ate o outro lado da ponte passando pelos postes com os cabos de força, que mantinham equilibrados a gravidade do ar que passava pela cidade, ate o nível abaixo de Salt-Lake. Call, corria atrás de mim, com intuito de me assassinar assim como fez com sua esposa. Passando pelo ultimo cabo de força, próximo a parede do nível A400, ouvi um barulho de um cano batendo em alguma coisa. Olhei para trás e vi Call caído totalmente desacordado no chão. Quando ergui os olhos avistei Nate parado de costas segurando a barra de ferro com a qual havia acertado Call. Surpresa em vê-lo ali, mas assustada de mais pra lhe fazer perguntas corri ate ele, e o abracei. Olhei por cima de seus ombros Call ali atirado no chão, provavelmente a pancada o havia matado, mas eu so conseguia pensar que Nate havia salvado minha vida. Logo avistei três homens, vindo em direção a ponte. Olhei para Nate, ainda muito assustada sem entender. Ele estava tão diferente desde a ultima vez que nos vimos, que foi estranho vê-lo. Realmente não parecia a mesma pessoa.

Os seguranças encontram o corpo de Call caído entre a ponte, eles verificam seu pulso e os carregam para outro lugar, provavelmente para uma ala de emergência. Um dos seguranças avisa que ele estava vivo. E que seria levado ate o hospital, e encaminhado em seguida para a punição. Nate e eu ficamos ali, olhei pra ele e disse:

_Você voltou! A quanto tempo você esta de volta? Porque não me procurou, eu estava preocupada.

_Eu sinto muito. Eu não tive outra escolha.

_Perguntei ao Dr. Parkman o que aconteceu com você, ele não me disse nada relevante.

_Eu sei. É uma longa historia, e muito complicado pra explicar agora. É melhor agente sair daqui. Eu não devia ter vindo.

_E porque veio?

_Eu voltei por você Carry. Vem comigo, eu não posso explicar isso aqui. Preciso voltar ate o laboratório e falar com o Dr. Parkman.

_Tudo bem. Eu vou com você.

Saímos dali, e fomos sem que ninguém percebesse nossa retirada. Corremos ate o laboratório, onde encontramos o Dr. Fiquei de fora da conversa enquanto o Dr. E Nate falavam em voz baixa em um canto do laboratório. Em seguida eles se retiram para uma sala fechada para continuar a conversa. Pelo vidro podia vê-los mas não ouvi-los. Notei que por varias veses durante a conversa tanto Nate quanto o doutor, me olhavam. Fiquei cada vez mais preocupada com o conteúdo da conversa. Quando eles saíram, fui ate o encontro de ambos, pronta para  perguntar o que estava acontecendo:

_Então. Durante todo esse tempo, vocês me deixaram sem saber de nada do que estava acontecendo. Nate você foi embora, e você doutor, tenho a leve impressão de que me escondeu alguma coisa. Vocês pretendem me explicar o que ouve afinal ou vão continuar me deixando pensar o que eu quiser?

 _É mais complicado do que você pensa Jenn! –(Responde o doutor com ar preocupado).

_Então é melhor começarem a explicar logo. Assim quanto antes começar a esclarecer tudo, mais rápido eu posso entender.

_Nate não foi embora como eu disse a você. Começa por ai.

_Como assim? Você esteve esse tempo todo aqui? É isso? –(Perguntei indignada para Nate).

_Sim. Mas espera, isso tudo tem uma explicação. Continua doutor. –(Responde Nate, virando-se para o Dr.)

_Pois bem. Você soube das experiências que estávamos fazendo aqui. E na outra ala, a alguns meses?!

_Sim me lembro que você comentou sobre isso. Vocês dois me disseram que era melhor eu não me envolver pra não me comprometer. Mas o que tem isso?

_Bem. Nate me ajudou com isso desde que chegou aqui. Antes mesmo de vocês se conhecerem. A questão, é que o que estávamos fazendo não era autorizado pelo governo. Pelo menos não a parte do governo pra qual nos trabalhamos.

_Como assim? E existem dois governos por acaso?

_Mais ou menos... de inicio não entendemos o que estava acontecendo, mas parece que agora tudo esta ficando claro. Alguém esta querendo derrubar a cidade.

_Derrubar? Como assim?

_Mostrar que nem tudo é tão perfeito quanto aparenta. A cidade foi construída sobre ruínas. E parece que estão querendo mostrar que ela ainda continua sendo uma cidade, arruinada. Não me pergunte como, nem por que. Se eu soubesse mais do que estou te dizendo, provavelmente eu estaria preso, ou pior.

_Tudo bem. Uma conspiração contra Sighdow. Ate ai eu ate entendo. O que não entendi é o envolvimento do Nate com tudo isso...

_Quando eu cheguei aqui, depois do “acidente” fora de Sighdow, eu passei por uma porção de procedimentos ate ficar bem. Se não fosse pela insistência do doutor Parkman, eu não teria sobrevivido.  (Disse Nate)

_Isso eu já sei. Mas em partes. Nunca entendi bem o envolvimento tão próximo de vocês.

_só existia uma chance de mate-lo vivo. –(Continua o DR. Parkman). E eu decidi fazer o que tinha de ser feito...

_O que tinha de ser feito? –(Neste momento os dois se entreolham). Fala.. já esconderam isso tempo de  mais de mim. Eu mereço saber tudo, seja la o que for.

_Uma das experiências estava sendo aplicada a humanos. Ela deveria dar mais força, e ajudar com a restauração de alguns órgãos comprometidos por acidentes fatais, ou, que tivessem perda total. Decidimos que o melhor a fazer, seria colocá-lo como cobaia. Eu mesmo o escolhi, devido ao apego particular que criei por ele.

_Tudo bem, continue...

_Os cirurgiões que me ajudaram, garantiram que daria certo. Mas havia parte do procedimento ao qual eu não estava ciente. Uma experiência de nível 4, foi escolhida para pelo menos sete, dos habitantes que recebemos deste acidente. Dois deles morreram assim que foram transferidos. Dentre esses sete, apenas três tinham capacidade de suportar o novo DNA. Nate era um deles.

_Novo DNA? E o que isso significa exatamente?

_Talvez seja melhor mostrar... do que explicar! –(Interrompeu Nate).

_Tem certeza? –(pergunta o Dr.)

_Sim...

Nate então caminha ate uma mesa do laboratório. Ele se senta e aguarda por uma injeção dada pelo doutor. Alguns segundos depois, ele se levanta. Nada incomum ate então. Ele se aproxima de mim, e me olha firmemente nos olhos e diz:

_Não se assuste! Ainda sou eu...

_Não me assustar com o que?!

De repente ele começa a mudar, expressão do rosto fica mais leve, a pele, os olhos permanecem iguais, mas o resto mudando constantemente, ate que finalmente ele esta totalmente diferente. Agora, ele parecia um garoto de aproximadamente quatorze anos. Quase nada lembrava sua aparência verdadeira. Isso me assustou, de inicio. E assim ele permaneceu.

_Como? –(perguntei pasma). Como voce fez isso?

_Experiências de nível 4, são conhecidas como experiências de mutação. Começamos a fazer essas experiências, para um novo exercito. Soldados com capacidades especiais. Existe muito perigo fora dos muros da cidade. Estamos em uma área segura, mas la fora. É um inferno. Por isso precisavam de pessoas com habilidades capazes de suportar essas condições estremas. –(Explica o Dr.)

_Então manter voce aqui, sem o conhecimento de ninguém, era parte disso?

_É... Mas, eu não estive aqui o tempo todo. Quando eu disse a voce que ia embora. Eu realmente precisei ir. (Disse Nate, tentando me explicar tudo). Mas voltei a alguns dias. E estive procurando por voce. Mas não pude me aproximar, ou eles me levariam de volta.

_De volta pra onde?

_Nem eu sei. Eles me mantiveram desacordado enquanto estive com eles. Mas, eles tentaram me manter fora da cidade. Eles sabem tudo sobre as experiências. E acho que o que levou Call a matar a esposa, foi por culpa disso. Eles usaram ele pra começar.

_Começar? Então Isso foi so o começo?

_Provavelmente. A questão, é que o Nate não deveria ter voltado, e eles vão tentar acha-lo. Eu ainda devo diser que vocês não devem ficar juntos. Ou isso vai colocar voce em perigo tambem. (Complementa o dr.).

_Como assim? Não. Agora que ele voltou? Nate voce disse que voltou por minha causa. Não pode ir embora de novo...

_Ainda tem uma coisa que eu não te contei...

_Ah que droga... O que é que ainda falta dizer?

_A experiência não foi cem por cento bem sucedida... Cada vez que eu mudo... isso me afeta...

_Afeta como?

_Eu não sei quanto tempo posso viver com isso... Por isso precisava ver o doutor mais uma vez... essa injeção. É como um antídoto... quanto eu voltar ao normal, não poderei usar isso de novo. Ou isso pode ocasionar...

_O que?... Voce... quer dizer que isso pode matar voce?

_É... Eu não posso usar isso... O doutor Parkman me ajudou a fugir. Eu precisava ver voce de novo, antes de ir embora de vez... por isso disse que voltei por voce.

_Agora eu sei tudo que vocês sabem. E se eu entendi bem. Quando eles descobrirem isso, eu vou estar em perigo do mesmo jeito. Então seja la qual for o plano de vocês. Me incluam nele. Porque voce não vai a lugar nenhum sem mim Nate.

_Não posso ficar. Mas voce tambem não pode vir comigo.

_Deixa que eu decido isso. Vocês dois já decidiram coisas de mais pelas minhas costas. Seja la pra onde voce for. Eu vou com voce. Alem do mais, eu tenho isso! –(Tirei meu cartão de acesso a todas as áreas de Sighdow do bolso e mostrei a eles). Se voce quiser ir a algum lugar, eu sou a chave de que voce precisa!

_Bem... Nesse caso! –(Interrompe o Dr). Voce talvez esteja certa. E so há um lugar seguro no qual vocês estarão longe dessa bagunça, e dos responsáveis por ela. Mas não é uma escolha muito fácil. Tem certeza de que quer fazer isso?

_Diga o que eu tenho que fazer, e O faremos.

_Bem. Se todos concordam...

_Se voce fizer isso, não tem mais volta Carry. –(Diz Nate me olhando bem nos olhos, e segurando-me pelos ombros, com aquele rosto estranho). Estará comigo ate o fim.

_O que nos temos que fazer doutor? –(Desviei o olhar dizendo com voz decidida).

_Pra começar o único jeito de passar pelos seguranças, é com o Nate assim. Lembre-se que quando voce voltar ao normal. Não poderá mais usar isso. Em hipótese alguma. Tudo bem?

_Ja entendi essa parte! –(Nate)

Depois de tudo explicado, Nate e eu saímos pelos fundos. No laboratório o doutor nos entregou uma mochila preta com algumas coisas que talvez precisaríamos pelo caminho. Corremos pelo corredor que nos levaria ao nível 6 da cidade. Conseguimos passar pelos seguranças sem sermos vistos. Ate chegarmos em uma prédio. Pegamos um elevador pequeno, e subimos ate o ultimo andar. Quando descemos entramos em uma sala longa quase vazia. Apenas computadores sincronizados ligados do chão ao topo. Usei o carregador do elevador para descarga de bateria do mesmo. Isso nos levaria ate o andar mais baixo do prédio mais rápido, e permitiria que passássemos despercebidos pelos níveis 4 e 3. Onde estava a ala da segurança principal da cidade. Pra isso precisaríamos desconectar um interruptor que ligava os cabos da praia artificial e inundar os andares inferiores. Assim que conseguimos soltar os cabos, corremos para o elevador, onde recoloquei a carga que precisávamos.

Em segundos os alarmes de inundação foram acionados. Ao entrar no elevador novamente Nate já havia voltado ao normal. Ele me entrega a mochila, e fica em pé na beira da porta.

_Você não vem? (Perguntei).

_Você vai desistir da sua vida, e tudo que conhece por minha causa. E voce nem sabe se eu vou sobreviver a tudo isso...

_Se isso significa que eu vou ter a chance de passar os últimos momentos com você... Sim... Eu vou correr o risco! –(Puxei-o pra dentro do elevador, e tranquei a porta acionando assim a decida).

Descemos rapidamente os níveis ate chegar aos andares inundados. Uma batida brusca me fez achar que não conseguiríamos chegar ate o final. Abracei-me a Nate como se algo muito ruim fosse acontecer. Mas conseguimos passar.  Ao chegar no ultimo nível não havia son algum, a água havia ficado nos níveis superiores. Isso era possível pela gravidade artificial estabelecida entre as duas cidades. Salt-lake e Sighdow. Quando abrimos a porta do elevador, não havia nada alem de um prédio vazio, sem claridade alguma e sem ninguém. Seguimos pelo corredor imenso, a procura de uma saída. Estávamos naquilo que deveria ser o segundo andar de um prédio das ruínas de Sawlake. Eu sabia muito sobre aquele lugar, pelas historias que já tinha ouvido em Sighdow, e tambem, pelas pesquisas que fiz nos computadores. Andamos ate chegar em uma sala, abrimos a porta e vimos uma grande janela aberta, como uma grande sala de escritório, sem vidros. Estava escuro, mau dava pra ver como era la embaixo. Me aproximei da janela e olhei para o lado de fora. Sem duvida aquilo era algo grotesco. Mas não era assustador. Não pra mim. Era como se eu já estivesse estado naquele lugar antes. A cidade antiga, totalmente destruída. Escondida embaixo de uma nova cidade. Eram km, de distancia desde aquele lugar ate o nova cidade. O elevador descia em velocidade extremamente ligeira. Provavelmente seria impossível chegar ate abaixo, sem ajuda de algo tão rápido.


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