Because Of You escrita por Firefly Anne


Capítulo 8
VIII: Enfeitiçado Por Morangos Silvestres


Notas iniciais do capítulo

Hey, amores da Annie! Quanto tempo, não é? Então, não vou me prolongar muito por aqui, acho que vocês estão ansiosas para ler o capítulo, não? Então, nos vemos lá embaixo! Enjoy! :)



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CAPÍTULO 8

Enfeitiçado por morangos silvestres.

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Havia uma pequena claridade penetrando a cortina cor de ametista do quarto de Isabella. A adolescente não sabia quando, como e em quais circunstâncias abandonaram o sofá da sala de estar para se dirigirem para o seu quarto. O fato era que estava depositada em sua cama, coberta parcialmente com um lençol fino — escondendo de Edward a maior parte do corpo que conseguiria. Estava muito envergonhada com o que havia acabado de acontecer, mas não seria hipócrita e dizer que não havia desfrutado o momento. Ultrapassando as suas expectativas, mesmo tendo sofrido incômodo com a invasão, ela gostou da forma carinhosa a qual Edward a tratou — dando espaço para que ela se sentisse bem e confortável durante todo o ato que tinha tudo para ser tenebroso, assustador, horripilante, entre outros adjetivos nada positivos.

Entretanto, existia algo que não escapava o pensamento de Isabella. Talvez estivesse sendo pessimista demais — por não acreditar que o rapaz ao seu lado realmente era dono de sentimentos tão primitivos quanto o amor. Ele declarou, no fogo da paixão, que a amava, todavia, o quanto de verdade existia por trás daquelas três palavrinhas proferidas pelo Cullen no momento de sua liberação?

Isabella direcionou seus olhos, sagazes quanto os orbes de uma coruja, ao teto em gesso branco logo acima de sua cabeça. Era tudo tão vazio, sem nenhum aspecto, sem nenhuma vida — um reflexo à sua existência. Então, apareceu Liam, um garoto aparentemente normal, que possuía seus segredos e que a guiou a um mundo onde não havia escapatórias. Desafiando as leis, ela escapou. Escapou mesmo querendo continuar a se definhar dia após dias após a morte do único que realmente amou: Charlie.

Ao seu lado, encarando-a como um bobo apaixonado estava Edward. O mesmo garoto que por diversas vezes — que seria uma tarefa impossível contar — afirmou nutrir sentimentos negativos. E continuava a alimentar tais anseios. O fato de ter se entregado a ele não dizia que estava irremediavelmente apaixonada por ele. Ao contrário, entregou-se como uma forma de dar o que ele tanto queria. Afinal, era esse o propósito de toda aquela perseguição, não? Convencê-la a transar com ele, e na sequência ele fingiria não mais a conhecer.

Desesperadamente, ela ansiava pelo momento que ele recolhesse suas roupas espalhadas pelo chão do quarto e fosse embora, sem direito a despedidas. Agindo friamente, de modo semelhante que seus amigos e o próprio Edward Cullen se portava perante as garotas as quais ele tirou a virgindade.

No dia seguinte, em seus pensamentos, ela seria apenas mais um "lacre rompido" estampando as gazetas da gangue do Cullen e James.

Notando a confusão no olhar da menina, Edward gentilmente toca os ombros de Isabella, fazendo-a se assustar com um gesto tão afável. E então, desafiando os propósitos que criou em mente, ele não avisou a sua partida. Não agradeceu por ela ter oferecido o corpo em "sacrifício"; ele apenas a puxou para mais perto, de modo que agora ela estava totalmente sobre ele, seus cabelos fazendo uma cortina lateral com o rosto satisfeito do adolescente. E então, deixando Bella ainda mais confusa com os acontecimentos anteriores, ele a beijou.

Com carinho. Com ternura. Um beijo realmente apaixonado. Pelo contato de lábios e línguas, Bella poderia embarcar na ilusão de que ele a amava. Quais as chances de isso ser verdade? Provavelmente bem pequenas se comparadas à tese que ela mantinha sustentada.

Edward roçou o nariz por toda a pele da bochecha da menina, seguindo com os afagos para o pescoço e colo. Bella sentiu algo tocar em seu estômago.

Ele a queria novamente.

Edward sentiu-se despertar quando inconscientemente a tinha, posicionada sobre o seu membro. Seria tão fácil. Rápido. Prático. Apenas afastar os lençóis que cobria a nudez de ambos, e novamente estaria dentro dela. Entretanto, ele não conhecia como funcionava, para uma garota, a perda da virgindade. Sabia que havia a dor, o desconforto, a ardência; em síntese, algo que certamente ela não queria repetir. Usou todo o autocontrole para impedir que a tomasse novamente — pela segunda vez aquela tarde.

Isabella provavelmente estava dolorida. Então, restringiu-se a apenas saborear os doces lábios da menina que estava em cima dele, e a pincelar suas mãos pela lateral do corpo dela. Às vezes pousava a palma sobre as nádegas delgadas. Apertou minimamente, e ele sentiu a menina retesar. Voltou às carícias, não tentando mais nada com conotação sexual — apesar de, por trás da camada fina do lençol, ambos estarem pelados. Ao lembrar-se do lençol que os cobria, uma lâmpada acendeu-se na cabeça de Edward, lembrando-o de que precisariam descartar o que estava cobrindo o colchão. Apesar de não haver nenhuma lagoa de sangue ao redor deles, um filete de sangue estava manchando o pano cor de púrpura. Ao lembrar-se desse detalhe, Edward não conseguiu evitar que um sorriso mínimo penetrasse entre o contato de línguas: Bella agora pertencia a ele. Ele foi o seu primeiro, e, pela vontade do Cullen, o último.

Era totalmente dele.

— Está se sentindo bem? — inquiriu em seu ouvido. Estava tão cristalina, quanto às águas de um oceano, a preocupação com seu bem-estar, na voz de veludo de Edward.

Bella ainda não estava confiante que poderia usar a sua voz sem nenhum problema póstumo. Talvez gaguejasse no percurso, por isso, optou por simplesmente oferecer um aceno positivo com a cabeça.

— Sente algo doer? — percorreu suas mãos pela lateral do corpo de Isabella. O rapaz sentia-se regozijado com a aceitação da garota. Aproveitaria por tempo indeterminado, enquanto pudesse tê-la tão rendida e passional ao seu toque, correspondendo os seus afagos. Sendo uma participante ativa nas caricias.

— Estou bem — respondeu simplesmente.

— Olhe para mim, Bella — Edward pediu. Queria ver os seus olhos mais uma vez. E ela insistia em mantê-los escondidos.

Bella não obedeceu ao pedido do rapaz. Sentia-se envergonhada pelo que fizeram há menos de duas horas. A forma com que ele a tocou... Os carinhos... Os beijos... A doçura em amar o seu corpo. Em seu âmago, Bella pensava que eles haviam feito sexo, no entanto, tudo não passou do mais distorcido "amor".

— Bella... — tocou-a no maxilar.

Edward arrastou-se para cima, fazendo um impulso para que se sentasse. Levou Isabella, e no momento em que ela se assentou sobre as suas pernas, ele não evitou o gemido que escapou de seus lábios ao sentir a ponta de seu pênis bater diretamente na entrada de Isabella. O calor da pequena fenda recém-descoberta quase o fez esquecer-se do assunto da conversa que gostaria de ter com a adolescente. Seu instinto selvagem o aconselhava a deixar o diálogo para outra oportunidade, e beber de seu corpo tudo o que ela ainda estivesse disposta a oferecer.

Queria poder lhe dizer muitas coisas. Esclarecer primeiramente sobre a maldita aposta, sobre a forma que ele se sentia pressionado a cumprir, a forma que ela o deixava confuso, no entanto, tudo o que ele conseguiu verbalizar, foi:

Nós precisamos de um banho — frisou o "nós" deixando subentendido que ele a acompanharia à ducha.

Ainda sem fitá-lo, Bella cobriu os seios com o fino lençol, colocando o cabelo na lateral do pescoço e fazendo um malabarismo para conseguir se levantar sem que Edward notasse muito de seu corpo desnudo.

O objetivo de Edward era compartilhar o banho com Isabella, no entanto, era de seu conhecimento a timidez da garota. E então, dando a privacidade que Isabella pedia inconscientemente, deixou que ela tomasse o seu banho — mesmo tendo uma noção prévia de que desejaria — muito compartilhar a ducha com a garota.

Após retirar o lençol imaculado do colchão, colocou-o sobre o cesto de roupa suja. E então, ele observou com cautela o ambiente em que estava. O quarto de Isabella. Não era cheio de "frescura" adolescente como ele imaginou. As paredes de marfim eram ocas, sem nenhuma foto, pôster de cantores, quadros. Nada. Só havia o vazio, e Edward ficou intrigado. Próximo à cama tinha uma mesa de estudos — cercada por cadernos e livros. Um computador velho, um porta-caneta e um único porta-retratos — com uma fotografia que ele rapidamente reconheceu ser de um homem vestido com uma farda militar preta, algumas insígnias em seu peito. O bigode inesquecível. Aquele era Charlie Swan. Ele segurava a mão de uma garotinha usando um vestido estampado, tinha um sorriso largo em seu rosto. Os cabelos estavam soltos e os olhos cerrados por conta do sol que provavelmente fazia aquele dia.

— Não sabia que você era tão curioso, Cullen — assustou-se com a voz de Isabella, próxima demais.

O cheiro de seu xampu de morangos adentrou em suas narinas como uma droga. Em um baque surdo, ele pousou o porta-retratos que segurava novamente em cima da mesa de estudos. Bella estava apenas com uma toalha de banho lilás escrito "Cinderela" na borda. Sentiu anseio em sorrir com a infantilidade exposta na toalha, sendo usada por uma garota, que não era apenas uma garota.

Embriagado com o aroma de morango, Edward enlaçou Isabella pela cintura, inclinando as narinas em direção à pele nua de seu pescoço. Como que para desmentir Newton e sua lei estúpida de que dois corpos não ocupam o mesmo lugar, ele grudou ainda mais seus corpos, fazendo-a arfar com tamanha aproximação.

Bebeu como um viciado o aroma que era proveniente da tez macia de Isabella. O cheiro natural de sua pele, mesclada ao sabonete líquido também com fragrância de morangos silvestres, estava sendo uma combinação lasciva demais para o rapaz ainda excitado.

— Eu sou louco por você, Bella — confidenciou com a voz abafada, porque tinha os lábios presos ao ombro da menina. — Você não desconfia do quanto eu estou me controlando para não libertar o nó dessa toalha idiota que me impede de ver o seu corpo — rumou com os lábios para o lóbulo da orelha dela.

Mesmo sabendo que era errado, que estava agindo de modo irracional, Bella apenas permitiu-se curtir o momento, enrolando as mãos por dentro dos cabelos emaranhados de Edward. O que ela não sabia era que aquele singelo ato o deixou ainda mais excitado. Ela puxando seus cabelos... sua mente pervertida caminhou por lugares em que havia apenas ele e Isabella, suados, nus, enquanto ela estava montada em cima dele, com os olhos anuviados pela luxúria; prazer.

— Eu ainda não estou completamente satisfeito de você — confidenciou em sua orelha. Mordeu-lhe o lábio e Bella não conseguiu prender por mais tempo o gemido que pedia passagem. — No entanto, você deve estar dolorida, e eu não pretendo causar mais nenhuma dor a você, bebê.

Afastou-se da curvatura em seu pescoço, para subjugá-la nos lábios. Atacou ferozmente os lábios da menina, chupando-os com volúpia. Inseriu a língua dentro da boca de Isabella, sendo rapidamente acariciado pela língua inexperiente da menina.

Edward a arrastou novamente em direção à cama, deitando-a delicadamente no colchão. Desfez o nó da toalha que cobria o corpo da adolescente. Naquele instante, agindo com mais minúcia, deixou-se observar com mais cautela o corpo de Isabella. Os seios pequenos, os mamilos róseos, a barriga delgada que subia e descia conforme a respiração errática da garota.

"Iriam fazer novamente", pensou Bella, ainda aturdida que ele fosse exigir por mais.

Afastou-se de Isabella apenas se despir novamente. Deitou sobre o corpo dela, espaçando as pernas da adolescente para que ele pudesse ficar entre elas. Antes de subjugá-la novamente, desviou os dedos em direção à umidade de Isabella para ver se ela estava preparada para a invasão. Vendo que ela estava perfeitamente untada, ele migrou a ponta do pênis para a quentura do sexo da menina. Inseriu apenas a "ponta", e Bella arqueou o corpo, incomodada com a segunda invasão.

— Você precisa relaxar — avisou solenemente, desfazendo algumas rugas presentes na testa dela. — Dessa vez doerá menos que a primeira vez, eu acho. Você curtirá mais — contornou a língua no lábio inferior e superior da Swan. — Será gostoso, minha Bella.

Enfiou-se mais, ficando completamente abrigado na quentura da menina. Novamente havia o incômodo, mas o "incômodo" que sentia de longe era parecido com o momento da perda da virgindade. O desconforto era mais por ter um corpo estranho dentro de si. Fazendo lentos movimentos de vai-e-vem, fazendo-a ficar dividida em temer a dor e aproveitar as sensações.

Edward parecia ter descoberto uma nova fixação, vício, no corpo de Isabella: os seios. Os mamilos eriçados ele prendia entre os dentes, circundando a língua na aureola rosada e toda a pele rígida. Em determinado momento, Edward inverteu as posições, trazendo Isabella para ficar sobre ele e dominar o ritmo das estocadas. A princípio, Bella ficou tímida, e com as bochechas rubras — uma mistura de pudor e prazer —, ela confessou:

— Eu não sei como fazer.

As mãos apoiadas em cada lado do quadril dela ajudavam-na a subir e descer sobre a sua masculinidade.

— Apenas siga seu instinto — respondeu com a voz rouca.

As investidas de Edward dentro do corpo da Swan duraram alguns minutos, até que, mais uma vez, ele liberou a sua semente dentro do corpo de Isabella. Aninhou a menina em seu peito, e, mesmo sabendo que não poderiam ficar por muito tempo juntos, a sonolência imperou os domínios da Swan, embalando-a em um sono profundo.

Alguns minutos mais tarde, ambos despertaram. Os dois estavam cientes de que havia chegado o momento em que o rapaz iria embora. Em alguns instantes, Renée chegaria e Bella não queria ter que explicar à mãe que havia se entregado a Edward.

Novamente o rapaz se vestiu. Isabella continuava esparramada na cama, com o lençol cobrindo a sua nudez. Os cabelos cor de mogno estavam dispersos no travesseiro. Os olhos da menina estavam brilhantes e ela encarava o garoto à sua frente. Edward não parecia ter nenhum problema em expor a sua nudez. Com os olhos avaliativos, Bella monitorava todos os movimentos de Edward; desde a ele se inclinar para buscar a cueca boxer, até mesmo quando ele passou o jeans pelas pernas. Era a primeira vez que fitava tão milimetricamente o corpo nu do sexo oposto.

E, pela primeira vez, Bella atentou-se ao fato de que nunca parou para observar realmente o físico do Cullen.

— Gosta do que vê? — jocosamente, Edward perguntou. Era fácil para ele sentir que estava sendo observado por Isabella.

A adolescente, completamente corada, cobriu o rosto com o tecido fino do lençol de algodão, escondendo de Edward que estava completamente corada.

— Você está realmente com vergonha? — não conseguia vê-lo, mas podia apostar que ele estava sorrindo de sua tolice. — Aposto que você conseguiu ver muito mais do que a minha bunda branca — gracejou o rapaz.

Sim, Bella viu bem mais que a bunda pálida de Edward. Viu o seu membro ereto, o entrar e sair daquela protuberância em sua feminilidade...

— Você tem que ir embora — disse com a voz abafada.

— Já estou indo, Bella, não precisa me expulsar! — respondeu, vestindo a camisa.

— Renée já está chegando, se eu fosse você estaria correndo! — afastou o lençol do rosto, expondo apenas os olhos e nariz para fitar o garoto à sua frente.

— Em outra oportunidade eu converso com a sua mãe, tudo bem? — Bella o encarou, confusa, e com cenho franzido. — Vemo-nos amanhã?

— Para quê? — indagou ainda com as sobrancelhas içadas.

— Não sei. Para repetir, quem sabe — piscou os olhos para a menina. Bella sentiu-se corar novamente. — Conversar, eu não sei. Você decide.

Bella liberou um longo suspiro antes de responder.

— Não precisa fazer isso, Edward. Eu não sou tão inocente assim.

Agora, havia uma máscara de confusão permeando o semblante de Edward.

— Não estou entendendo...

Bella liberta o rosto da prisão do lençol, deixando o busto à mostra, enquanto o tecido fino cobria apenas os seios e a região baixa.

— Eu sei o que acontece em seguida. Como aconteceu com Angela e todas as outras garotas que seria difícil fazer uma listagem. Não era isso o que você queria? — apontou para o corpo nu. — Você já teve o que desejava Edward. Pode ir embora, fingir que nunca nos falamos. Não é porque fizemos am... Porque transamos que eu irei amarrá-lo em um compromisso — riu ao final de sua teoria.

— Bella... — Edward queria explicar que tudo o que Bella previu estava errado, no entanto, não tinha muito tempo para fazer todas as explicações.

A noite lá fora já havia caído há muito tempo. O relógio na cabeceira de Isabella marcava serem quase sete horas da noite, e muito em breve Renée chegaria.

O rapaz arrastou os pés até a cama de Isabella, pegando-a desprevenida.

— Você realmente tem algum problema para entender o que eu digo? — tocou-lhe o maxilar, fazendo-a encara-lo nos olhos. — Eu amo você, Bella.

Com a mão livre, Bella toca o ombro de Edward, fazendo com que ele se afastasse. A proximidade entre eles era grande demais, o que fazia com que seus pensamentos caminhassem em uma linha tênue entre a entrega e a defesa.

— Não precisa dizer isso para que eu me sinta bem — murmurou.

— Digo por que é verdade. Eu amo você — confessou novamente. — Você nunca percebeu isso?

Ela balançou a cabeça negativamente.

Sardonicamente, ele riu.

— Você precisa de um óculos — afagou a bochecha de Isabella. Anuviada com o carinho que recebia nas maçãs do rosto, Bella fechou os olhos para aproveitar ao máximo a sensação de tê-lo tocando a sua pele.

— E você precisa ir embora — murmurou ainda com os olhos fechados.

Edward inclinou-se para depositar nos lábios da adolescente um cálido beijo. Apenas um roçar de lábios com uma promessa não verbalizada.

— Sim, mas nós ainda temos que conversar sobre isso — beijou-a pela última vez, levantando-se.

— Não temos o que conversar, Cullen — tornou a deitar, colocando o travesseiro por cima da cabeça.

— Engano seu. Temos muito que conversar. Vemos-nos amanhã na escola.

Antes de sair do quarto de Isabella, contudo, Edward "tropeçou" em um pedaço de pano jogado no solo de madeira. Inclinou-se para pegar a peça entre os dedos, na sequência colocando a peça íntima dentro do bolso da calça jeans.

Deu um último olhar para Isabella, enquanto seguia para fora da residência da adolescente.

Edward seria capaz de explodir de tanta felicidade. Com a lembrança dos momentos passados ao lado da Swan correndo por sua memória, ele entrou no Volvo, dirigindo para casa.

#

— Bella? — ao longe, ela conseguiu ouvir a voz de Renée. Enrolou-se nas cobertas para ocultar da mãe que estava despida. — Você jantou? — perguntou ao abrir uma fresta da porta do quarto da filha única.

— Obrigada mãe, não estou com fome — respondeu ainda completamente coberta.

— Não está com fome, bebê?

— Não, — respondeu.

— Tudo bem. Preparei lasanha, se você quiser é só esquentar no microondas. Vou tomar um banho.

— Tudo bem, mamãe.

Assim que Renée fechou a porta do quarto, não demorou dois minutos quando Isabella levantou-se da cama, escorregando para o banheiro. Precisaria de outro banho. Olhando o corpo através do reflexo no cristal à sua frente, Bella enfim percebeu algumas marcas avermelhadas no colo.

— Merda! — praguejou baixinho, esfregando o local marcado por Edward. No entanto, as marcas continuavam exatamente iguais.

Ao prender o cabelo na lateral, também encontrou manchas avermelhadas. Estava com o corpo praticamente marcado e a culpa era de Edward. Lembrou-se então das lânguidas sugadas que ele dava em sua pele, no entanto não pareceram se importar com as consequências.

Suspirou, enquanto seguia para o box.

No dia seguinte, Bella ficou aliviada ao olhar a programação de aulas para aquele dia; não possuía nenhuma na companhia de Edward Cullen. Ao colocar os pés na Forks High School, sentia todos os olhares vidrados em sua direção. Era como se soubessem que havia dormido com Edward, entretanto, não havia como as pessoas saberem daquele fato — a menos que ele contasse. Jogando esses pensamentos para um canto abandonado de seu subconsciente, Bella arrastou os pés até o corredor em que ficavam os armários. Buscou dentro da mochila a chave de sua pequena porta de ferro, abrindo e retirando o livro de história.

— Bella Swan! — o livro que estava em suas mãos caiu ao chão. Assustada, Bella virou-se em direção à voz tão familiar.

— Alice, você me assustou — repreendeu com uma expressão azeda em sua face. Abaixou-se para buscar o livro caído no chão.

— Ei, perdão! — levou as mãos ao alto. — Não sabia que você andava tão assustada.

— Não estou assustada, apenas fiquei surpresa com a sua chegada — trancou o armário.

— Sim, eu percebi — declarou. — Só que desde a festa em minha casa que não conversamos. Por falar na festa, eu não lembro o momento que você saiu — cerrou os olhos.

Bella sentiu as palavras ácidas pinicarem sua língua, querendo declarar: "seu irmão me prendeu no banheiro". No entanto, teria que explicar vários acontecimentos que se sucederam, e de alguma forma acabaria chegando à noite anterior. E, mesmo tenho uma animosidade com Alice Cullen, seria estranho para Isabella declarar à garota que ela havia transado com o seu irmão.

— Depois que saí do banheiro — não encarou Alice para não ser pega no ato da mentira.

— Você encontrou o Edward? — indagou.

— Hum... não. Eu deveria? — finalmente encarou Alice à sua frente.

— Não, claro que não, — riu, quebrando a tensão que pairava sobre elas. — Qual a sua próxima aula?

— História — caminharam lado a lado. Alice entortou os lábios após ouvir a declaração de Bella.

— Que pena. Agora eu tenho Política. Até mais, Bella — despediu-se, correndo em direção ao outro lado do prédio.

Bella suspirou.

Agradecia mentalmente que o tempo estava frio, então não precisava ficar envergonhada em estar usando casacos com a gola alta. Seria humilhante explicar que vestia roupas compostas para ocultar as marcas em seu pescoço e colo.

Não encontrou Edward nos dois primeiros períodos. Também não conseguiu visualizar o chamativo Volvo em meio a tantos carros elegantes.

"Talvez, ele cabulou a aula", pensou Bella com indiferença.

No intervalo entre as aulas, dirigiu-se solitária até o refeitório. Rosalie também estava sumida, e, inesperadamente sentiu-se sozinha. Após enfrentar uma longa fila, conseguiu pegar a sua bandeja com uma maçã, um pedaço de pizza, uma porção de salada e suco de laranja para o acompanhamento.

— Obrigada — murmurou em agradecimento à mulher do outro lado do balcão da cozinha do refeitório.

Havia um alto burburinho de conversas provindas dos estudantes da FHS, varreu com os olhos todo o refeitório, encontrando uma mesa vazia. Para o seu azar, era praticamente ao lado da mesa em que estavam sentados James, Mike, Jessica e Ben. Não conseguiu conter o espanto e surpresa ao notar a falta de dois Cullen: Edward e Emmett.

Respirou fundo, e seguiu em direção à mesa que estava vazia. Sentou-se na cadeira, de modo que não precisava encarar nenhum ocupante da mesa vizinha.

Enquanto mordia um pedaço da maçã, Bella estava com a cabeça baixa que não notou o momento em que Edward e Emmett entravam no refeitório.

— Você está lascado, Edward — comentou Emmett risonho, enquanto batia no ombro do irmão mais novo.

— Eu sei — riu em resposta.

Edward varreu todo o refeitório com o olhar à procura de uma única garota. Próximo à mesa em que os amigos estavam, se encontrava Bella Swan.

— Tenha cuidado com James — alertou. Apesar de fazer parte do grupo, Emmett, por ser mais velho que os demais, ele possuía maturidade para desconfiar das intenções negativas do loiro.

— James é inofensivo — Edward rolou os olhos.

— Se eu fosse você, não teria tanta certeza.

— Ficarei mais atento. Mas e você? Ainda disposto a "ficar" com Rosalie?

— Você sabe que essa maldita aposta não tem nada a ver com o meu interesse na Hale. Rosalie é... especial; intrigante. Apesar de poder dominar todos os garotos da escola, ela se mantém no "anonimato" — disse. — Você poderia me ajudar, não?

— Não vejo como.

— Já notei que a sua Bella é amiga de Rosalie. Converse com ela.

— Tentarei, mas você sabe como Bella é arisca.

— Se você conseguiu transar com garota, Edward, a mesma que lhe ignorou durante todos esses anos, você é capaz de conseguir o que quiser dela.

— Eu não contaria com isso — enfiou os dedos no emaranhado de cabelos acobreados.

Terminaram o pequeno diálogo enquanto seguiam até à mesa dos companheiros. Por alguns segundos, os olhos de Edward e Bella se cruzaram. A contragosto, ele interrompeu a ligação para cumprimentar os amigos.

— Estamos pensando em ir à Port Angeles, Eddie! — comentou Jessica. — Parece que James encontrou um bar perfeito que vende Baileys! Baileys, Edward! Sabe onde encontramos essa belezura a última vez? Sim, em Seattle! Temos o paraíso na cidade vizinha e não sabíamos! — bateu palmas, ao contar.

— Muito interessante, Jess — entortou os lábios.

— Você não parece ansioso para ir — fez um bico. — Pensei que você adorasse Baileys!

— Não estou a fim — respondeu.

— Não? — içou as sobrancelhas douradas.

— Não, — confirmou.

— Que pena — lamentou.

— Edward, Edward, Edward, seu prazo está acabando — James olhou sobre os ombros para a figura solitária de Isabella. — Tão solitária, não acha? A donzela indefesa — gesticulou com as mãos, fazendo uma careta. — Quando será que você cumprirá a sua tarefa? Não temos todo o tempo do mundo, senhor Lentidão!

— Breve — trocou um olhar cúmplice com o irmão.

Por hora, James não precisava saber que já havia transado com Isabella.

— Eu preciso conquistá-la antes. Ganhar a sua confiança, não acha?

— Corretamente — balançou a cabeça, em concordância.

— E é exatamente isso o que eu farei — comunicou. — Até mais.

Levantou-se da cadeira que havia assentado, caminhando até a garota solitária na mesa ao lado. Por conta do barulho presente no refeitório eram poucas as chances de Isabella ter conseguido ouvir algo.

— Bebê — disse ao sentar-se.

Bella pulou no assento ao ouvir a voz familiar, em conjunto com a pessoa recém-chegada lhe assustar.

— Está na mesa errada, Cullen — disse mordaz.

— Ao contrário; estou exatamente na mesa certa.

— O que você quer? — assoviou.

— Acordou de mau-humor? — arrastou a bandeja de Isabella para mais perto, pegando o pedaço da pizza.

Bella encarou atônita para Edward. Piscou diversas vezes para ter a certeza de que ele havia, realmente, roubado a sua refeição.

— Isso não é algo que você precise saber! — reclamou, cruzando os braços.

— Era para você estar calminha, bebê. Principalmente depois de ontem — piscou os olhos. Bella automaticamente corou com o comentário de Edward.

— Esqueça o que aconteceu ontem — pediu em um fio de voz.

— Impossível, bebê — sorriu um riso malicioso. — Sempre que eu fecho os olhos, eu consigo nitidamente vê-la suada, gemendo o meu nome enquanto estávamos... conectados.

— Pervertido! — estapeou a mão que estava em cima da mesa.

— Não precisa se fazer de arisca, eu sei que você gostou.

— Você está enganado! — desviou os olhos. — E a propósito, esse lanche é meu! — frisou.

— Você não se importa em compartilhar, se importa?

— Sim, eu me importo.

— Mesmo assim, estou faminto. Não quero perder tempo enfrentando uma fila, se posso estar aqui com você.

— Seus amigos estão esperando por você — apontou com o queixo a mesa ao lado.

— Eles são capazes de sobreviver sem mim — garantiu.

— O que você está fazendo aqui, Edward? — questionou irritada.

— Conversando com você, aproveitando as sobras do seu almoço...

Bella interrompeu.

— Não era de praxe que você esquecesse a minha existência?

— Isso é algo humanamente impossível, bebê.

— Pare de me chamar de bebê! — sibilou. — O meu nome é Isabella.

— Sim, Isabella, Bella, bebê, para mim tanto faz qual a alcunha você prefere — fez um gesto displicente com as mãos. — De qualquer forma, você é o meu bebê.

— Cullen — Bella absorveu uma grande quantidade de oxigênio, para se controlar e não voar em cima de Edward e distribuir socos por todo o peitoral dele. — Em primeiro lugar, eu não sou sua.

Edward interrompeu, com um sorriso banhando seus lábios.

— Sim, você é minha. Lembro perfeitamente o que fizemos ontem.

— Não me interrompa! — A face de Isabella estava completamente avermelhada com o nervosismo. — Você já teve o que queria, por favor, me esqueça.

— Engano seu. Eu não tive um terço do que eu quero de você, bebê.

Bella engasgou.

— Co-como?

— Bella, você está realmente acreditando que tudo o que eu queria de você, se resume a sexo? — as íris esverdeadas do rapaz estavam tristes com a constatação da menina à sua frente.

— E há mais alguma coisa?

— Não sei se você faz isso de propósito, ou se é realmente desatenta — balançou a cabeça negativamente.

— Você é confuso.

— Talvez eu realmente seja — olhou-a intensamente. Não suportando fitá-lo por mais de trinta segundos, Bella desviou o olhar.

— Preciso ir embora — anunciou, preparando-se para se levantar. — Daqui a pouco tenho aula, e eu preciso fazer uma atividade.

— Quero vê-la novamente.

— Isso não é certo, Edward.

— Para quem?

— Você é Edward Cullen. Eu sou Isabella Swan. Você joga no time da escola, é bonito, rico, inteligente, pode ter qualquer garota aos seus pés, por que escolheria justamente a mim? — apontou com asco para si. — Você não me conhece, Edward. Se soubesse, ao menos um terço do que eu sou certamente esqueceria essa sua obsessão.

— É tão difícil acreditar que eu goste de você? De verdade?

— O seu histórico não é imaculado, Edward.

O som irritante indicando o fim do almoço retumbou por todo o ambiente. Aos poucos, todos os estudantes se levantaram para descartar a bandeja e os restos dos alimentos na lixeira. Nenhum dos dois disse nada, e eles foram os últimos a sair do refeitório.

— Preciso ir — comunicou.

Bella se levantou, colocando a mochila novamente sobre os ombros. Edward acompanhou a ação da menina, segurando o antebraço para prendê-la.

— Essa conversa ainda não acabou — avisou.

— Para mim já está encerrada. Você teve o que tanto buscou esses anos todos, pronto, pode riscar o meu nome da sua lista, e esqueça-me.

Aproveitando que estavam sozinhos no amplo espaço, Edward puxou Isabella pela cintura, grudando seu corpo ao dela.

Tentou beijar a menina, mas ela conseguiu desviar o rosto antes que ele conseguisse roçar seus lábios aos dela.

— Mais tarde. No final da sua última aula, eu estarei esperando por você. Vou levá-la à Port Angeles e nós poderemos conversar em um lugar neutro.

— Edward... — tentou negar.

— E você irá. Nem que para isso eu tenha que colocá-la sobre os ombros — deixou explícita a ameaça.

— Você não seria capaz...

— Sim, eu seria.

Libertou Isabella do jugo, deixando que ela literalmente corresse para fora do refeitório.

Quando estava distante o suficiente de Edward, Bella murmurou:

"Maldito garoto petulante!"

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Notas finais do capítulo

Quantas saudades de postar em BOY ='( Passei por um momento difícil para escrever esse capítulo. Apesar de ter até o final da fic programado, escrever é uma questão à parte. Passei esses longos 30 e alguns dias sem pegar o capítulo (fiz várias versões para começos, mas nunca consegui chegar ao ponto que eu queria). Queria pedir sinceras desculpas pela demora.
Alguém continuará lendo BOY? Gente, eu não gosto de cobrar comentários, mas eu vejo tantas pessoas adicionarem a fic aos favoritos/alertas, mas nunca mandaram um comentário... =( A quem comentou no capítulo passado, meu sincero obrigada! Não abandonei e nem pretendo abandonar BOY, posso demorar um pouco para atualizar, mas eu sempre voltarei! o/
Beijos e até o próximo!
Annie.