Because Of You escrita por Firefly Anne


Capítulo 6
VI: Sentimento Exposto


Notas iniciais do capítulo

Hey! Sei que demorei um pouquinho para atualizar, mas é que as minhas aulas voltaram e eu estou realmente com tempo escasso para escrever. =(
Queria avisar que a fic terá um total de 10/15 capítulos, sendo assim a partir do próximo começaremos a ver as coisas entrarem em ação, além é claro do meu tão amado draminha básico, nada que vocês não possam sobreviver, eu garanto!
Para quem ficou curioso sobre quem seria o Liam, nesse capítulo vocês terão uma pequena amostra sobre quem é ele, mas há algo mais por trás desses dois, que será revelado mais para frente.
As reviews decaíram e eu queria perguntar o motivo... Não esqueçam que comentar faz bem a todo autor, e a falta de incentivo faz apenas com que surjam mais histórias abandonadas por aí!
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Boa leitura! :)



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CAPÍTULO VI,

Sentimento Exposto.

#

— Eu não quero ouvir — interrompeu antes que Edward formulasse a primeira frase.

Isabella estava medrosa que, sob o efeito da bebida, Edward fosse fazer alguma besteira. Ele estava alcoolizado e, apesar de não demonstrar embriaguez, ela se receava.

— Eu esperei dois anos por esse momento, Bella. — suplicaria se preciso fosse. Levou a palma até o rosto da menina, acariciando a bochecha rubra da Swan. — Linda. — balbuciou quase inaudivelmente, sentindo a maciez de Isabella sob o seu toque.

A garota tentou outra vez se afastar do contato de Edward, mas ele a mantinha praticamente imprensada contra a parede, com o corpo grudado ao dela impossibilitando qualquer tipo de fuga.

— Eu tenho que ir para casa, Edward — tentou mais uma vez. — Está ficando tarde.

Silenciou novamente a Swan, pondo o dedo indicador sobre os lábios rubros da adolescente.

— Ao menos uma vez, Bella. Uma única vez será que você poderia ouvir o que eu tenho a dizer?

— Você está falando coisas sem sentido, é melhor para nós dois se eu for embora.

— Eu não vou perder essa oportunidade — Edward se descontrolou, desferindo um golpe na parede. Sua palma estava dolorida com o impacto, mas ele havia furtivamente ignorado. — Talvez seja a única que eu tenha para dizer que eu... — relutou mais uma vez. — Caralho Bella! Olhe o que você faz comigo... — sorriu sardonicamente. — Eu não consigo colocar para fora essa merda que eu tenho guardado comigo por tanto tempo... Eu sinto como se fosse explodir a qualquer momento se eu guardar o que eu sinto dentro de mim por mais tempo. Como se eu fosse a porcaria de uma bomba cronometrada. Meu tempo está acabando, eu tenho poucos segundos para dizer, se eu não o fizer, explodirei — deu uma pausa para respirar. — Você entende o que eu quero dizer?

— Não, Cullen.

— Claro que você entende! Você se mantém cega para o que acontece ao seu redor. Enxerga apenas o que acha que é aceitável ver, mas aquilo que está bem na ponta do seu nariz, você rejeita como se fosse uma embalagem descartável.

— Eu realmente preciso ir embora, Edward. Amanhã, quando você estiver consciente dos seus atos, a gente conversa, pode ser? — Bella propôs.

— Não, eu não aceito esse seu acordo. Amanhã você irá fugir como sempre fez.

— Você está me deixando confusa.

— Confuso estou eu desde aquele dia em que eu a amparei no enterro do seu pai. Você lembra que aquele garoto que a acolheu era eu? Lembra-se como eu tentei protegê-la várias e varias vezes?

— Você me perseguia!

— Proteger virou perseguição? Posso ter sido um pouco, talvez muito, possessivo em minha tentativa de protegê-la, mas isso não muda o fato que eu apenas queria o seu bem.

— E agora, o que você quer?

Edward queria muitas coisas naquele momento.

Entre seus muitos desejos estavam a vontade da confissão, o desejo que beirava a insanidade em contar para Isabella os seus sentimentos, mas ele se sentia covarde em colocar em palavras, em dizer-lhe as três temidas palavras e ser rejeitado como a sua mente covarde lhe amedrontava.

Queria também sentir os lábios de Isabella entre os seus, queria ser correspondido. Por mais insano que parecesse, Edward desejava no fundo de seu âmago que Isabella confidenciasse que igualmente era apaixonada por ele. Mas ele também sabia que as probabilidades de isso acontecer eram quase nulas.

Todavia, antes que ele pudesse começar o seu discurso tolo-apaixonado, eles ouviram passos não muito distantes.

— Bella? — ouviram a voz de Alice soar a poucos metros de distância. Alice estava estranhando a demora de Isabella em sua ida ao banheiro e havia cambaleado até o cômodo para verificar o que havia acontecido. — Você está aqui? — Sentia-se zonza com a grande quantidade de álcool que havia ingerido em apenas um dia.

— Alice está me chamando. Eu preciso ir — sem que percebesse pousou a mão no ombro de Edward, que interpretou erroneamente o ato da adolescente. Era confortador para o jovem apaixonado ter Isabella tocando-lhe, mesmo que inconscientemente.

— Fique quieta — sussurrou na orelha de Isabella; que automaticamente se arrepiou com a voz do rapaz. — Peço apenas que não faça nenhum barulho.

Isabella não era tão imune a Edward, o rapaz constatou embevecido em felicidade.

Guiou Isabella novamente para dentro do banheiro, trancando a porta logo em seguida.

— Bella? — Alice estava muito perto.

Bella abriu a boca para pronunciar algo e delatar a sua presença do outro lado do cômodo, mas Edward foi mais rápido que a garota, tapando a boca dela com a própria mão, impedindo que qualquer som saísse de seus lábios.

— Conseguiu encontrá-la, Alice? — a segunda voz pertencia à Jasper.

— Acho que a Bella errou o caminho, e veja, — Alice andou até a maçaneta rodando-a, mostrando a Jasper que o cômodo estava trancado.

— Esse banheiro é sempre trancado, Alice? Não há nenhuma possibilidade que haja alguém preso aí dentro? — havia certa desconfiança no tom sempre brando de Jasper. O namorado de Alice era muito perspicaz – mesmo para a tenra idade.

— Claro que não, Jazz! — a gargalhada de Alice foi alta o suficiente para penetrar a madeira da porta e fazer com que Edward e Bella conseguissem ouvir o ruído. — Estão todos na sala de jogos. A Bella foi a única que precisou vir ao banheiro.

— Não vi James quando saímos...

— James não seria capaz de atacar Isabella — defendeu o amigo do irmão, apesar de ter grande aversão ao loiro.

— Melhor irmos procurá-la em outro lugar então. Já está ficando tarde e a mãe de Isabella pode ficar preocupada.

Os passos pelo corredor indicaram que os dois já haviam se distanciado o suficiente para Edward se sentir mais seguro em libertar Isabella do seu jugo.

— O que você quer, Edward? Trancar-me no banheiro parece interessante para você?

— Seria tentador, mas não.

— E o que você quer, afinal? — estava ficando repetitiva em sua pergunta.

— Eu quero conversar. Apenas conversar.

Cruzou os braços em torno do peito, desafiando claramente o rapaz.

— Você já disse isso pela — fingiu pensar, — terceira vez, se não estou enganada. Vamos lá, comece.

Bella estava nitidamente provocando Edward.

O rapaz sentia-se zonzo com a cobrança tão explícita.

Afastou-se de Isabella porque tinha certeza que ela não iria fugir — não naquele momento.

Caminhou por todo o recinto do banheiro, buscando em algum lugar muito distante uma coragem inexistente para começar seu falatório.

— Bella... — ela não lhe respondeu, porém. — Você... Você sabe que eu gosto de você, não sabe?

— Não, eu não sei. Sei que você gosta de muitas garotas da escola, Lauren Mallory está dentro dessa sua esplêndida lista, mas não me consta que o meu nome esteja incluído — Bella ficou assustada com a sua mordacidade.

— Nenhuma delas significou nada para mim.

— Claro que não. Elas são objetos para você. Que são valiosas enquanto tem utilidade, mas quando você se cansa delas é simplesmente descartar.

— Você está interpretando mal às minhas palavras.

— Deixe as coisas de forma clara, então.

— Bella... Caramba, Bella, você poderia facilitar as coisas, não?

O rapaz estava entrando em uma fase que certamente ficaria sem metade dos fios acobreados no couro cabeludo. Tão forte ele estava repuxando as madeixas com o nervosismo. Bella estava parecidíssima com um investigador comandando o interrogatório de um culpado.

Pegando Isabella completamente de surpresa, Edward caminhou até a adolescente, pairando a centímetros de distância dela. Acariciou a bochecha rubra de Isabella, descendo a carícia até o queixo e subindo para os lábios macios da garota.

Inconscientemente os lábios de Isabella se entreabriram, e aquela era uma tentação grande demais para Edward ter forças para resistir.

Bella estava bamba com o contato, gostaria muito de repelir a aproximação de Edward.

A adolescente até conjecturou planos para fazê-lo, contudo, estava se sentindo presa às íris esverdeadas do rapaz à sua frente.

— Eu sempre gostei de você, Bella. Posso até não ter lhe mostrado isso da forma correta, ou até mesmo criado uma imagem tão errada de mim para você. A verdade é que eu sou louco por você.

Os olhos de Isabella se alargaram como dois discos.

Edward estava dizendo que gostava dela; que era louco por ela. O que aquilo significaria?

— Não é hora para brincadeiras, Cullen.

— Eu não estou brincando. Caramba, Bella, essa é uma das poucas verdades que consta em meu histórico tão sujo.

— Você está bêbado, é normal que fique tão confuso. Vou fingir que você nunca me disse nada, e amanhã tudo voltará ao normal, sim?

— Tem certeza que ouviu o que eu disse?

— Tenho. Assim como tenho convicção que você não diria tal absurdo se não estivesse bêbado.

— Eu não estou bêbado! — exclamou revoltado.

— Claro que está!

Edward estava começando a ficar irritado com a resistência da Swan em aceitar o seu sentimento.

O rapaz não tinha a ilusão que ela fosse fazer uma comemoração tão logo ele se declarasse, mas também não contava que ela fosse ficar não relutante em apenas aceitar os sentimentos dele.

Ela não precisava corresponder, seria ambicioso demais se o desejasse, apesar de querer muito.

Colou ainda mais os corpos. Bella estava sentindo-se sufocada com a aproximação repentina do Cullen.

Tão perto de Isabella, Edward facilmente conseguia sentir tudo o que provinha dela. O cheiro de seu perfume era algo como frésias misturada ao cheiro da bebida. Se antes o rapaz acreditava que não estava embriagado, naquele momento ele verdadeiramente cria que estava torpe, mas por estar completamente embebedado pelo perfume que provinha de Isabella Swan.

A garota permanecia com suas duas e enormes bolas castanhas encarando o rapaz, e não obtendo controle, ele avançou.

Avançou até seus lábios pairarem a centímetros dos lábios de Bella, e a menina estava assustada com a aproximação.

Ele claramente ia beijá-la e ela não sabia como agir nessa circunstância.

Não que nunca houvesse beijado.

FLASHBACK.

Lembrando-se de um tempo não muito distante, Bella permitiu-se rememorar os acontecimentos de dois anos atrás.

Liam — filho de uma amiga de Renée estava passando a temporada de férias em Forks e havia cabido a Isabella mostrar o pouco que havia de entretenimento ao rapaz. Eram pré-adolescentes. Em completo paradoxo de um para o outro; Bella era retraída e tímida, enquanto Liam era espontâneo e sedento por coisas radicais e proibidas à sua tenra idade.

— E aqui é a lanchonete de Sue. Ela costuma abrir aos finais de semana, em dias comuns, apenas um turno. — informou ao rapaz que estava ao seu lado.

Parados em frente a um prédio comum para o condado de Clallam, estavam os dois adolescentes.

— Certo. Eu pago um lanche para você — ofereceu, dando os primeiros passos para entrar na lanchonete. Percebendo que Isabella continuava estagnada em seu lugar, Liam resolveu intervir. — O que foi? Vai ficar aí fora? Entra, Bella!

— Hum. Eu acho melhor não, não pedi dinheiro à Renée.

— Eu posso pagar para você, sim?

— Não posso aceitar isso, Liam.

— Deixe de ser rabugenta, Bella! Eu estou "hospedado" na sua casa, eu não seria tão sovino ao ponto de deixá-la com fome, não quando Renée está sendo tão legal comigo.

— Sério Liam. Podemos vir aqui outro dia...

— Não! Eu quero experimentar hoje essa torta de frango que você tanto comentou!

— Liam... — seu tom era quase implorativo.

— Por favor, Bellinha... — Liam usou a melhor expressão para convencer Bella a aceitar o "convite", e o resultado foi o esperado; Bella viu-se incapaz de recusar ao pedido de Liam.

— Tudo bem — cedeu. — Mas nunca mais me chame de Bellinha! Soa como se eu fosse um felino.

Entraram rapidamente na lanchonete de Sue, e aproveitaram de uma tarde produtiva para ambos. Bella, aos poucos, conseguiu ficar mais à vontade na presença de Liam. Conseguiram conversar sobre vários assuntos, contudo, como os outros garotos da idade de Liam, o rapaz era fissurado por futebol e para o descontentamento de Liam, Bella não possuía nenhum conhecimento sobre esse esporte. Sobre esporte nenhum, aliás.

Era totalmente adversa às atividades físicas, sendo orientada pelos próprios professores a não comparecer às aulas, visto que as chances de uma tragédia ocorrer triplicavam quando a Swan estava na quadra.

Sem querer, ela quebrou o nariz de Nora Rowland quando fez uma tentativa frustrada de saque nas aulas de voleibol, sem contar os ferimentos leves com os demais alunos, e as idas da própria adolescente à enfermaria por diversos motivos.

— Estava deliciosa a torta, Sue! — parabenizou Liam.

O garoto tinha dezessete anos de idade, era loiro e com os singulares olhos azuis como às águas de um oceano límpido. No nariz possuía algumas sardas — que eram semelhantes às de Isabella — e era magricelo, devido às mudanças presentes em seu corpo.

— Isso me deixa muito alegre, rapaz. Aliás, não sabia que você tinha um namoradinho, Bella!

Bella corou com a observação de Sue.

— Nós não somos namorados. — a Swan tratou de negar o mal-entendido.

— Yep, nós não somos namorados — confirmou. — Ainda — acrescentou por último.

— Liam! — Bella censurou, mas o rapaz apenas jogou os braços sobre os ombros dela, caminhando para fora da lanchonete.

Sue apenas riu com as travessuras da juventude.

— Você não devia ter feito aquilo — começou o sermão logo que estavam longe da lanchonete. — Ela pode pensar coisas sobre nós, pior ainda, ela pode inventar coisas sobre nós dois para nossas mães!

— E quem liga para a opinião delas? Eu que não ligo!

— Eu me importo!

— Você é muito inocente, querida Bella. Nós temos que trabalhar nisso.

— Nisso o quê, Liam?

— Breve, querida, muito em breve você irá entender.

Bella não gostava quando Liam começava com os atos misteriosos, ela tinha uma leve desconfiança que daquele emaranhado de segredos algo bom não sairia. Na volta para casa, Bella estava dirigindo, quando teve a primeira surpresa a respeito de Liam: ele fumava. Desconfortável com o odor do cigarro, Bella ficou em silêncio mesmo condenando o ato do rapaz. Não eram amigos, estavam convivendo em harmonia apenas por conveniência e também porque não queria ser repreendida por Renée ao deixar Liam, um garoto novo em Forks, sozinho.

— Quer um? — Liam quebrou o silêncio.

Bella não desviou seus olhos da estrada à sua frente, dessa forma ela não via o que Liam estava lhe oferecendo.

— O quê? — perguntou.

— Um cigarro. Você está tensa. Vai te deixar relaxada baby — tocou os joelhos de Isabella.

— Não, obrigada. Eu não fumo.

— Eu também não, baby, mas o cigarro ajuda a combater o estresse.

— E com o quê você está estressado? Não trabalha, está de férias, não vejo motivos para tensão.

Férias? Katherina não contou o motivo de eu estar em Forks? — perguntou pegando Isabella de surpresa.

Haviam sido avisados que o garoto estava em Forks para passar uma temporada de férias, ele havia conseguido concluir o ano letivo antes dos demais alunos, por isso estava impedido de permanecer em Nova Iorque porque Katherina, sua mãe, estava ocupada demais resolvendo problemas burocráticos da empresa que ela era sócia. Logo não poderia deixar o filho de problemático sozinho em casa, sem a presença de um adulto.

— Você não está de férias?

— Definitivamente não. — jogou o que sobrou do cigarro pela janela do automóvel.

— Você... Você por acaso matou alguém?

Liam gargalhou audivelmente, e Bella ficou ainda mais amedrontada com a possibilidade de estar interagindo com um louco, psicopata e desequilibrado.

— Nunca matei ninguém, baby. Só de amores, é claro.

A Swan liberou a respiração que prendia. Alívio.

— Fico mais tranquila por isso.

Depois de cinco minutos Bella estacionou o carro em frente à residência que morava.

— Hum... Bella? — Liam chamou antes que Isabella destravasse a sua porta.

— Sim? — virou-se para encará-lo.

— Será que você poderia manter em segredo... Que me viu fumando? Katherina não ficaria contente em saber da minha "distração".

— Eu não me sinto confortável com mentiras, Liam — avisou.

O loiro tocou as mãos de Isabella.

— Você não precisa mentir, baby. Mas também não precisa sair espalhando que eu estava fumando em nosso passeio, sim? — piscou.

— Certo — concordou apesar de estar com peso na consciência.

No dia seguinte, um sábado, os adolescentes foram até Port Angeles em um cinema que havia inaugurado na cidade. Era uma cabine pequena, discreta que se não fosse uma placa na entrada ninguém jamais saberia que alí se tratava de um cinema. Nomeado como "No Escurinho do Cinema", a sala completamente negra exibia alguns filmes que há muito haviam validado o seu lançamento, mas para uma cidade pequena como Port Angeles seria uma novidade ter em exibição aquelas películas.

— O Massacre dos Inocentes me parece muito violento — Bella apontou para uma pequena lista que continham os filmes em exibição. — Além de ter classificação para maiores de dezesseis, e nós não temos nem quinze!

— Você acha que eles perdem tempo verificando as identidades?

— Não sei, talvez...

— Claro que não, Bella! Esses seguranças, que mais parecem dois mosquitos, estão alí apenas para intimidar, eles estão é querendo que nós entremos na sala de exibição para que possam voltar a ver vídeos pornográficos no Redtube.

— Liam! — repreendeu.

— E por acaso estou falando alguma mentira?

— Não sei. Então iremos assistir O Massacre dos Inocentes? Devo avisar que não tenho estômago forte para filmes de terror, é muito provável que eu vomite logo na primeira cena envolvendo sangue.

— Pense que é ketchup.

— Argh! Nunca mais vou comer ketchup e a culpa é sua!

— Quando sentir medo é só segurar na minha mão, prometo protegê-la dos caras malvados do filme.

Quando entraram na "bilheteria" para comprar os ingressos, Liam segurou uma das mãos de Isabella entre as suas, e contrariando o que imaginou Bella não recuou. Até mesmo apertou um pouco a sua palma, um claro sinal de nervosismo e ansiedade.

O cinema estava vazio, para um sábado. Havia apenas eles e mais um grupo de adolescentes logo à frente. Eles pagaram pelos ingressos, tendo uma breve discussão sobre quem arcaria com os gastos, depois de muita insistência por parte de Isabella, Liam aceitou a proposta dela em repartirem os gastos.

Sentaram lado a lado nas cadeiras, e eles esperaram o filme começar. Em nenhum momento desgrudaram as mãos, nem mesmo para degustarem da pipoca que compraram. Bella não sentia fome, e se colocasse algo dentro do estômago, certamente poria para fora nos primeiros trinta minutos de filme.

Quando as cenas mais violentas começaram, Bella viu-se impossibilitada de permanecer encarando a tela de projeção. Apoiou o rosto no ombro de Liam, que acariciava os cabelos de Isabella, ora ou outra aspirando o cheiro de morangos que provinha da cabeleira castanha da adolescente.

Foi naquele mesmo dia e momento que Bella teve o seu primeiro beijo. Não foi apaixonado, foi impulsionada mais por curiosidade.

A garota levantou o rosto para fitar a face de Liam no mesmo momento em que ele se virava para observá-la. O ato inesperado resultou em se colidirem e ficarem a milímetros de distância. As respirações ricocheteavam a face um do outro, e encarando os olhos de Isabella, Liam teve uma confirmação não verbalizada. Uniu seus lábios aos de Isabella, oferecendo à garota o seu primeiro beijo.

Voltando rapidamente à sua realidade, Isabella desviou a face bem a tempo de interromper a colisão entre os seus lábios com os de Edward.

O adolescente sentia-se frustrado com a pungente rejeição de Isabella.

— Abra a porta, por favor, Edward — pediu depois de alguns segundos em silêncio.

Edward mantinha seus olhos fechados.

— Não.

— Eu estou pedindo com educação, Edward. Você não ficaria satisfeito se eu gritasse, ficaria?

— Você não seria capaz de fazer um escândalo dessa magnitude.

— Ah, eu faria sim. Você não me conhece, Cullen.

— Abro a porta se... — Edward certamente ficaria semelhante a um estúpido, mas ele não conseguiu conter que as palavras que saíram a seguir. — Você me der um beijo.

— Você está louco! — Isabella gritou se afastando de Edward.

— Não me oponho à ideia de ficar com você, sozinhos, nesse banheiro por tempo indeterminado — pôs as mãos dentro do bolso da calça jeans.

— Não tenho pressa — ofereceu um sorriso sem humor ou felicidade.

Bella sentou-se no chão do banheiro, em posição indiana, enquanto esperava a boa vontade de Edward e o bom senso do rapaz retornar para que ele assim destrancasse a porta.

Os dois permaneceram naquele silêncio imperturbável durante muitos minutos, talvez horas, estavam perdidos no tempo. Bella sentia as pernas dormentes por estar em uma mesma posição, mas também não daria o braço a torcer. Não seria tão facilmente manipulada pelo Cullen. Ela não iria participar de um dos jogos do rapaz, por isso estava sentada no chão úmido, apenas para desafiá-lo.

Contendo a raiva, Edward finalmente compreendeu o objetivo de Isabella e ao fazê-lo, sentiu-se estúpido.

Dois podem jogar, minha cara e belíssima Isabella.

Edward acomodou-se ao lado de Isabella, pegando a morena de surpresa com o seu ato.

— Cansado de ficar em pé, Cullen?

— Não me rendo tão fácil, Bella. Aliás, não entendo a sua mania de me alcunhar de Cullen.

— Esse é o seu nome, não?

— Sim, mas...

— Nós não temos intimidade para que eu o chame por seu primeiro nome.

— Deixe de ser hipócrita, Bella! Você estava me chamando de "Edward" há poucos instantes.

Bella corou com a observação.

— Às vezes eu esqueço.

— Faça isso sempre — comentou. — Não gosto quando você me chama pelo sobrenome, parece algo muito sério, e nós não somos desconhecidos Bella.

— Mas também não somos amigos — rebateu.

— Porque você não quer. Se você fosse menos fechada, se permitisse uma aproximação...

— Estou satisfeita com o meu modo de agir — devolveu ácida.

Estava sendo uma das poucas vezes que Isabella e Edward interagiam sem nenhuma farpa trocada, era uma situação inédita para ambos.

— Fiquei surpreso em você ter vindo a essa festa da Alice — comentou despreocupado. Não estava surpreso, afinal ele que havia inquirido Jessica a convencer a Swan a comparecer.

— Fui convidada — respondeu apenas.

— Você é convidada para todas as festas, mas nunca comparece. Todos ficaram surpresos com a sua chegada.

— Eu não gostei nada da sua brincadeira com Jessica.

Edward travou.

Suas mãos inesperadamente ficaram gélidas com o assunto abordado pela Swan.

— Brincadeira?

— Stanley me parou essa semana, alegando que você queria ter um encontro comigo.

Edward riu.

— Apesar de eu não ter dado essa ordem a ela, eu gostaria de ter um encontro com você.

— Quando você bebe fica falando besteiras, sempre?

— Eu não estou brincando, Bella. Por que você insiste em acreditar que é uma brincadeira? — Edward tocou gentilmente o queixo de Isabella, fazendo a Swan virar-se para encará-lo. Todavia, Isabella não encarava diretamente para o rapaz, tinha os seus olhos fixos nos dedos que estavam brincando nervosamente com o canto de sua unha. Estava nervosa.

— Porque é isso que vocês, homens, sabem fazer. Brincar com os sentimentos das garotas. — murmurou quase inaudivelmente, que se não fosse a pouca distância que os separavam, Edward não seria capaz de ouvir.

— Eu não sou assim, Bella — garantiu.

Bella sorriu sem humor.

— Não? — rebateu. — É isso o que você faz com as garotas, Edward. Você, o seu bando e todos os garotos.

— Você não pode atribuir o erro de um homem, para todos. Bella...

— Eu realmente preciso ir embora, Edward — cortou a frase do garoto. — Se eu chegar muito tarde é capaz de Renée me deixar de castigo para o resto da minha vida. Amanhã. Amanhã eu prometo que ouvirei o que você tem para me dizer, mas hoje eu preciso ir embora.

— Você irá fugir.

— Não irei.

— Você está mentindo.

— Foram poucas às vezes que eu te ignorei, Cullen. E motivo da última tem um nome, e esse nome é Jessica.

— Tudo bem, mas amanhã você não me escapa Swan.

Edward levantou-se para abrir a porta do banheiro para que Isabella pudesse passar. Seguiram até a sala de jogos, e o recinto estava completamente vazio, as luzes apagadas e algumas garrafas de cervejas enfeitavam o chão.

O dia de amanhã seria longo para os irmãos Cullen.

Esme não iria ficar muito graciosa ao ver a bagunça que os filhos fizeram em sua ausência.

Bella parecia ter os mesmos pensamentos que Edward.

— Eu posso ajudar a arrumar... — ofereceu.

— Não, Bella, você tem que ir para casa. Já é quase meia-noite.

Quase uma hora depois, Isabella estacionou a velha picape em frente à residência que morava com a mãe. As luzes estavam acesas e Bella apenas teve a certeza que Renée estava de vigília esperando-a chegar. Bella se sentiu mal por saber que havia roubado algumas horas de sono da matriarca, sabendo que ela acordaria cedo no dia seguinte.

Em seguida recordou-se que era um sábado, sendo assim no domingo teria o dia livre. Logo, não precisaria ver Edward.

O rapaz, apesar de negar, estava bêbado, porque havia interpretado o dia seguinte como segunda-feira.

Conseguiu destrancar a porta, com muita dificuldade. Esse era um dos defeitos de estar sob o efeito de álcool, os reflexos ficavam péssimos.

— Bella! — cantarolou Renée, visivelmente preocupada. — Você demorou.

— Desculpe. — ofereceu apenas apologias para a mãe.

— Como foi a festa?

— Legal.

— Você se divertiu?

— Um pouco — desviou-se de questionamentos mais profundos.

— Bella, e você...

Impediu que a mãe continuasse seu interrogatório.

— Desculpe mãe, mas eu estou com sono.

— Tudo bem, anjo, também já estou indo. Boa noite.

#

Quando Isabella colocou seus pés no estacionamento da Forks High School, na segunda-feira, a adolescente sentiu todos os olhares dos alunos em sua direção. O falatório daquela manhã era como a tímida e inocente Isabella Swan se embebedou na festa oferecida por Alice Cullen, no sábado.

Por onde Bella passava, ela ouvia os burburinhos com o seu nome envolvido no meio, sentia vontade de oferecer àquelas rapinas seu dedo do meio, mas estava calma o suficiente para guardar seus ânimos para si.

Naquele dia já teria que suportar a presença de Edward Cullen ao seu lado. A garota não tinha nenhuma aversão ao garoto, mas também não era nenhuma tiete do rapaz.

Para ela, Edward Cullen era como qualquer outro garoto. Todavia, para as outras adolescentes, o Cullen era uma espécie de Zeus; o poderoso deus grego da Forks High School.

Ao adentrar a sala, encontrou o Cullen sorridente na mesa que pertencia à Isabella desde o início do ano letivo.

— Bom dia, Bella — cumprimentou logo que a Swan chegou em frente à carteira.

Bella largou a mochila em cima da mesa, encarando o Cullen e testando todas as suas possibilidades. Edward estava com um sorriso presunçoso dançando por seus lábios rosados, encarando Isabella em expectativa. Bella estava conjecturando ignorar o Cullen e sentar-se em sua mesa, ou procurar outra carteira para assentar-se, contudo lembrou-se que a única carteira vazia era justamente ao lado da mesa que era ocupada por Jessica e seu namorado.

Ignorando todas as possibilidades de fuga, ela decidiu agir de forma madura, enfrentando Edward.

— Bom dia, Edward. — ofereceu até um sorriso.

Edward sentia-se mais aliviado com o ceder da Swan.

— Como foi o seu domingo? — perguntou pondo algum assunto entre eles.

— Normal.

— O meu também — ela não lhe devolveu a pergunta, mas ele o fez de qualquer forma. — Eu queria conversar com você, Bella.

— Nós já estamos conversando, você precisa de um dicionário? — Edward sorriu. Já tinha uma breve noção que os ânimos da Swan não seria um dos melhores, depois de todo o foco em sua pessoa.

— Não, não, eu não preciso. Mas o que eu queria conversar com você e é em particular.

Bella varreu a sala com os olhos, observando que havia vários pares de olhos observando a dupla com curiosidade e expectativa.

— Pode ser no ginásio, depois das aulas? — sugeriu a Swan.

— No ginásio está perfeito.

Jessica Stanley que havia acabado de entrar na sala de aula, também estacou ao ver Isabella e Edward conversando. James que estava logo atrás da garota, sem querer colidiu com a Stanley.

— Eu preciso passar, Jessica! — gritou o loiro.

Jessica estava paralisada em seu lugar.

— Olhe aquilo, James — apontou para o Cullen e a Swan.

— Oh! O casalsinho está trocando figurinhas!

— James... — a voz de Jessica se quebrou. — Que diabos eles fazem juntos? — rosnou para James ao seu lado.

— Sei bem menos que você — o loiro sorriu, apesar de compartilhar do mesmo sentimento de raiva com Jessica. — Talvez eles resolveram virar amiguinhos, de qualquer forma isso não irá ultrapassar disso.

— É bom mesmo! — grunhiu, enojada em ver Bella e Edward juntos. — Eles já transaram ao menos?

— Sim... Não. Não sei — encarou Jessica.

— Apresse as coisas, James! — brandiu para o loiro.

— Compartilho o mesmo sentimento que você, aprendiz de cobra.

— James! Quanto mais o tempo passa, mais as coisas complicarão para nós dois. Você não sabe como é difícil aturar aquela vespa do Newton! Eu preciso de Edward Cullen disponível, apenas para mim. E rápido!

— E você o terá Jessica. Swan não ira querer ver o nosso Eddie nem pintado de ouro, depois que souber que tudo não passava de uma aposta.

— Descubra se eles já transaram. E depressa!

James ficou mais alguns segundos a observar Edward e Isabella, antes de sentar-se em sua carteira. Os dois jovens conversavam como se fossem amigos há longas datas, e não como completos desconhecidos, como aparentemente eles eram.

O loiro, com semblante pensativo, estava pensando em todas as possibilidades em acabar com qualquer afeição que Isabella mantivesse com o ruivo.

Ele a queria apenas para si.

Pouco se importava se Edward Cullen iria rastejar aos pés de Jessica, o que estava em jogo para ele era apenas Isabella.

E daquela morena de olhos castanhos... James não desistiria tão fácil.

O jogo estava apenas começando, e ele costumava ser ótimo quando se tratava de jogos. Principalmente em um tão apelativo para ele.

Cujo prêmio seria Isabella Swan.

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Notas finais do capítulo

Olá mais uma vez! *-* Estão surpresos com esse final? Acho que dei dicas que havia mais coisas por trás do interesse de James e Jessica em querer que o Edward cumpra logo e tão desesperadamente essa aposta! Enfim, apostas sobre o que o Liam fez para a Bella? *-*
Não se esqueçam de comentar! Postarei o próximo o mais breve que eu conseguir, mas não garanto nada até o final de agosto, porque preciso entregar uma o/s no dia 1 de setembro. Então, a atualização deve ocorrer do dia 2 em diante. :)
Beeeeeeeeeeeeijos! :*