Because Of You escrita por Firefly Anne


Capítulo 5
V: Estupidez Adolescente


Notas iniciais do capítulo

Nesse capítulo, conheceremos um pouco sobre o passado de Isabella, e talvez vocês entendam o impacto que essa aposta terá em sua vida. Não a julguem precipitadamente. Tudo dará certo, eu prometo! Como todos, Isabella possui os seus demônios internos e isso entrará em foco nesse capítulo.
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Nessa primeira parte, o que estiver em itálico será sobre o passado, e esse aviso está sendo dado para passado e presente não se misturar, apesar de estarem mesclados no princípio.
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O capítulo está grande para compensar a demora. :)
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Queria agradecer a quem comentou o capítulo passado, vocês me fizeram imensamente feliz com tanto carinho. São elas: suzana_quintana, biafresnetica, Jamille Cullen, Isabella, thais_sixe, PrincessLautner, Annie Salvatore, moniquita, super batatinha, whatsername, Marcyafreyre, TPattz, mada_fer, Thamires eacs. Vocês são uns amores! Um agradecimento especial à Thamires por ter recomendado BoY! ♥ Obrigada, garota.
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Boa leitura! :)



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Capítulo V,

Estupidez Adolescente

#

— Bella, — Renée estava hesitante, não sabia como expor para a filha que o marido havia sido baleado e que nesse minuto estava em uma sala de cirurgia tentando salvar a vida. — Charlie... — vacilou nas palavras. Não sabia como introduzir o assunto que o pai da garota de dezesseis anos estava entre a vida e a morte.

Charlie e Isabella eram "um pedaço de um todo", e a ligação que os unia, às vezes, enciumava Renée.

— O que tem o meu pai? — Pediu, com urgência.

De uma forma assustadora, Bella sabia o que havia acontecido.

Todas as manhãs pedia chorosa para o pai largar o emprego como policial e tentar uma profissão comum, como os pais de suas amigas. Não entendia porque Charlie deveria ser o Chefe de Polícia se ele podia ter uma loja de esportes como o senhor Newton, ou quem sabe uma lanchonete como o velho senhor Ateara. Não havia nenhum risco e eles não precisavam trabalhar todo blindado e com armas em seus coldres, como Charlie.

— Charlie — Renée despencou no sofá, levou as mãos até a face molhada tentando controlar as lágrimas que chegavam.

Tinha que estar controlada emocionalmente. Precisava de forças para dá-las à Isabella, a menina de dezesseis anos que sofreria com a perda paterna. Mas antes que ela pudesse começar a narrar os fatos da madrugada, mãe e filha ouviram um toque na porta.

Bella tentou levantar para abrir, pensando que nada de mal havia acontecido e Charlie regressava para casa com todos os membros de seu corpo incólumes, contudo, quando Renée abriu receosa a porta, quem estava do outro lado era Billy Black, o companheiro de Charlie na pesca de trutas aos domingos.

Na realidade, Billy também era policial, mas havia ficado inválido para o serviço desde que foi baleado na perna. A expressão em seu rosto não estava diferente de Renée, e Isabella gostaria de gritar, para chamar a atenção de todos para si, e lhe contarem o que havia acontecido com o pai.

Estava começando a ficar desesperada, sem receber nenhuma notícia, mas, talvez, o que Bella tão somente ansiava ouvir, mudaria a sua vida completamente.

— Ele não resistiu — essas três palavras vindas da boca de Billy Black fizeram com que todas as peças do quebra-cabeça se encaixassem e ela compreendesse o motivo da aflição de Renée.

O pequeno castelo de areia da garota desmoronou ao saber que o pai estava morto, e como ficaria sem Charlie?

Gostaria de ter sido levada com ele, e ela tentou, tentou de todas as formas seguir os mesmos caminhos que Charlie, mas, nenhuma de suas tentativas deu certo, e ela tão somente aceitou viver a "vida de merda" ao qual estava destinada.

Como a mãe zelosa que aprendeu a ser, Renée despertava diariamente antes de Isabella para lhe acordar como de costume. Antigamente o encarregado a essa tarefa era Charlie, mas o patriarca da família já não se encontrava presente no mundo dos vivos, ele estava "adormecido" em um sono eterno.

Após colocar um quimono preto sobre o corpo, a mulher com cabelos cor de semente de damasco, dirigiu-se até o aposento que ficava logo ao lado do seu para despertar Isabella — para se arrumar a mais um dia de aula na escola da cidade. Assoviando uma música qualquer, Renée caminhava pelo estreito corredor, a caminhada não duraria cerca de um minuto e ao chegar até a porta de Isabella ela a abriu sem se dar ao trabalho de bater.

Encontrou Isabella deitada, completamente coberta da cabeça aos pés em um edredom azul, com vários desenhos de cachorro. O leão, um presente de Charlie antes de sua fatídica morte, estava sendo fortemente abraçado por Isabella.

Andou a passos longos até a cama da menina, sentando-se na beirado do colchão, Renée ergueu as mãos para acariciar a pele suada da testa de Isabella; um vinco estava em formação e Renée gostaria de saber o que estava atormentando a filha, apensar de ter uma leve desconfiança do que fosse.

— Hora de acordar, meu anjo — balbuciou próximo à orelha de Isabella.

A menina como resposta apenas balançou o corpo, mas seus olhos permaneceram fechados.

— Bella... — tentou mais uma vez. — Você irá se atrasar, meu bem — disse novamente. — Bella! — De todas as tentativas de acordar Isabella nenhuma havia dado certo.

Renée já estava começando a pensar que o pior havia acontecido e sua única filha havia tido êxito em sua tentativa de flagelação.

Balançou mais uma vez o corpo de Isabella, mas ela não acordava. Grudou a orelha no coração da adolescente e ficou aliviada ao perceber que havia batimentos.

Ela estava viva.

Não era fácil para Renée viver com a perspectiva que poderia acordar em uma manhã qualquer e descobrir que Isabella estava falecida. Mesmo tendo se passado dois anos desde a última tentativa de suicídio, Renée não conseguia conter o cuidado que tinha em acordar Isabella todo o nascer do sol.

Ainda perdida em suas próprias recordações fantasiadas de sonhos noturnos, Isabella continuou a sua jornada em recordar os fatos do passado.

No dia seguinte à morte de Charlie, um cortejo havia sido enviado até Forks para celebrar a partida do Chefe de Polícia que, por mais de vinte anos havia sido fiel à sua profissão.

Alguns policiais de Seattle e Port Angeles também estavam presentes, mas o que chamava a atenção de todos era uma garota debruçada sobre o caixão de Charlie.

Isabella não acreditava que haviam retirado um pai tão amoroso como Charlie, do Mundo. Ela pedia, entre sussurros, como se ele pudesse ouvir, para voltar. Pedia calidamente para ele abrir seus olhos e declarar que estava vivo e forte como um cavalo, e fazer todos rirem por sua brincadeira estúpida. Porque era assim com Charlie; ele era capaz de transformar um choro em sorriso em questão de segundos com seu humor inabalável.

— Papai, acorda! — pedia, entre soluços.

Alguns passos adiante, Renée estava sendo confortada pelos braços acolhedores de Billy — o amigo de Charlie que estava a poucos meses se recuperando de um tiro em sua perna.

Billy havia ficado sem os movimentos das duas pernas durante uma década, e não conseguiu aproveitar à sua volta a andar com seu fiel amigo.

— Está na hora, Renée — Billy falou, apontando para Isabella.

Havia chegado o momento de descer o caixão, mas para isso Isabella precisaria ser afastada.

— Ela não está lidando muito bem com isso, amigo — limpou as lágrimas com uma toalha de bolso, o rosto da mulher estava desnorteado, cansado.

Não dormia por duas noites, mesmo assim não se sentia desgastada fisicamente. Seu cansaço deveras era emocional. Desde que soube da morte de Charlie ficou como a única encarregada em liberar o corpo para seguir à Forks onde seria o funeral. Bella havia ficado na casa de Billy, na companhia da filha mais nova do ex-policial, Rachel.

— Bella é uma menina forte — Billy declarou, mas ele não sabia como a verdade era o que menos beirava a sua constatação.

Isabella não conseguiu ser forte, como todos disseram que ela seria, e a dor da perda não se evaporou em uma semana.

A dor continuava presente a cada vez que o calendário marcava o início de um novo mês.

Antes que Renée avançasse um passo para chamar a filha, que se mantinha alheia a tudo ao seu redor, a mulher de cabelos encaracolados presos em um coque observou quando um garoto, ele aparentava ser mais velho que a menina, aproximou-se da garota, tocando o seu ombro.

Bella se assustou ao sentir um toque macio em sua pele, mesmo assim não desviou o rosto do ataúde em que o pai estava escondido.

— Bella — assustou-se com a voz próxima ao seu ouvido. — Tudo ficará bem — ele prometeu, mesmo não acreditando em suas promessas.

A menina ousou encarar o garoto pela primeira vez, ele era muito mais alto que ela, tinha o físico magro, mas era evidente que seu corpo ainda estava entrando na puberdade, sendo assim em mudanças. Os cabelos dele era de uma cor clara — assemelhando-se ao ruivo e os olhos um profundo verde brilhante.

Querendo abrigar-se em alguém, Isabella virou-se abruptamente, agarrando o corpo do rapaz contra o seu em um abraço confortador. Edward, irrequieto com o ato de Isabella, apenas devolveu o abraço que mudaria para sempre o seu destino.

Não acreditava em amor à primeira vista, mas o aceleramento em seu peito devia significar algo.

Apertou Isabella fortemente contra si, murmurando coisas boas em sua orelha, tentando fazê-la superar a perda.

Quando sentiu a respiração de Isabella se normalizar, Renée soube que muito em breve ela despertaria.

— Hora de despertar, meu amor — falou carinhosamente, acariciando a bochecha de Isabella. A menina grudou-se mais à Kenzy, e pouco a pouco abriu seus olhos, assustando-se com a falsa claridade que estava entrando pela janela aberta. — Bom dia, anjinho — sorriu.

— Bom dia, mamãe — espreguiçou-se. — Que horas são? — perguntou, debilmente por conta do sono.

— Sete horas — avisou, levantando-se. — Já estou saindo, se você quiser uma carona tem de se apressar! — verificou a cômoda de Isabella e sem que a filha percebesse guardou uma das tesouras que Isabella havia se esquecido de devolver à Rosalie depois da aula de Geometria, dentro do bolso do casaco.

Sabia que ela estava mudando, se esforçava para mudar, mas compreendia que tinha que aniquilar qualquer coisa ao qual impelisse a menina a uma recaída.

— Estava fazendo algum trabalho da escola? — perguntou, ainda sem se virar para filha.

Bella estava arrumando os pelos de Kenzy.

— Não. — respondeu.

— Não? — replicou. — Recortando figuras, então? — Interrogou outra vez.

— Ah, sim. Isso — murmurou a menina. — Apenas um trabalho estúpido de Geometria.

— Recortar figuras geométricas? — indagou outra vez. Desconfiada com o bombardeio de perguntas, Bella se afastou de Kenzy e apoiou-se nos cotovelos para fitar melhor a progenitora.

— Não recortei nada essa noite — informou.

Renée suspirou pesadamente.

Não queria julgar Isabella, apenas se preocupava com os atos de sua única filha. Virou-se lentamente para a menina, e antes que pudesse evitar, sua mão direita buscava no bolso do quimono a tesoura e a levantava em direção à Isabella, com um olhar acusatório.

— O que isso faz aqui? — perguntou, cheia de decepção.

Bella juntou seus olhos em fendas, e estava pronta para negar que aquela tesoura não lhe pertencia, quando se lembrou de que dividiu uma aula de Geometria com Rosalie, e acabou se esquecendo de devolver a tesoura da garota.

— Isso não é meu — antes de Bella pudesse concluir, Renée interrompeu.

— Acabei de encontrar isso em sua mesa de estudos e você diz que não é seu? — tentou o máximo que pôde abrandar o tom de sua voz, mas falhou.

— É de Rosalie Hale. — Abaixou a cabeça ao responder. Não era fácil para Renée viver com a incerteza a respeito da vida da filha, mas também era complicado para Isabella conviver com as suspeitas da mãe. Ela havia jurado nunca mais se maltratar e estava cumprindo. Havia falhado em sua tentativa apenas uma vez, mas o culpado disso nem nos Estados Unidos morava mais. — Esqueci-me de devolver — argumentou, enfiando-se de volta em baixo das cobertas.

— Desculpe-me, Bella — Renée falou, antes de sair.

Bella permaneceu deitada por mais dez minutos, contudo o tempo estava passando e ela precisaria ir para a escola.

Como se não bastasse a maldita festa seria à noite do dia seguinte, e Bella não estava nem um pouco animada para isso.

Lembrou-se vagamente do garoto que sempre atormentava os seus pesadelos, e ela sabia quem aquele rapaz era.

Edward.

O mesmo que havia a consolado em seu momento de dor, havia se tornado aquele que vivia a perseguindo sem nenhum fundamento.

Quando chegou à Forks High School na manhã daquele dia, Bella seguia o mesmo procedimento de sempre: enfiar a cabeça debaixo do capuz do casaco e encarar seus pés para não ter que fitar os demais estudantes.

Ao chegar à turma, tinha pouca sorte de se sentar com conhecidos, mas por uma imensa sorte aquela aula de Política tinha na companhia de Alice – a irmã do seu perseguidor.

Sentou-se em sua mesa de costume na segunda fileira.

A sala ainda estava vazia e Bella agradecia por ter um minuto para pensar.

Não tinha mais aqueles pesadelos há mais de oito meses, e temia que a sua volta trouxesse em sua bagagem outras coisas.

Bella já havia superado à morte de Charlie, apesar de sentir um aperto em seu peito sempre que se lembrava do chefe.

— Ei, Bella! — Alice ralhou, sentando-se em sua carteira ao lado de Isabella. Durante os dias da semana não conseguiu nenhuma oportunidade para conversar com a amiga. Bella simulou um sorriso, mas acabou parecendo uma careta. — Como está?

— Bem — disse apenas.

— Ficou sabendo da minha festa? — perguntou Alice.

— Só uns comentários... — mentiu.

— Você sabe que está convidada, não sabe? — Alice colocou os dois braços em cima da mesa, virando a cabeça para encarar Isabella.

— Talvez eu vá... — balbuciou corando.

— Isso é sério? — Alice perguntou alarmada.

— Sim — Bella estava mais uma vez ruborizando.

— Oh! — engasgou. — Isso é bom... muito bom — Alice refletiu.

Desde que conheceu Isabella sempre convidava a garota para as festas que tinha em casa, no entanto ela jamais compareceu a nenhuma delas. Nem com os pedidos incessantes de Alice, Isabella nunca cedeu.

E, agora, que ela estava aceitando tudo passivamente, Alice sabia que algo estava errado. Entretanto, não expôs sua desconfiança para a garota. O professor havia acabado de entrar na sala.

— Acreditei que, como em todas as vezes que lhe fiz o convite, você fosse recusar.

— Achei que você ficaria feliz? — entortou os lábios.

— Não! Eu estou feliz; apenas estou surpresa. Isso, você aceitar tão rapidamente um convite meu, é uma novidade, Bella!

— Não tenho nada importante para fazer amanhã à noite. Talvez não seja tão ruim... — Disse.

Será o inferno na Terra!, pensou amargamente.

— Você quer que eu vá buscá-la? — ofereceu.

— Não precisa se incomodar, Alice. Eu sei onde você mora. Aliás, quem não sabe? — não queria ser rude, mas acabou o sendo sem perceber.

Alice nada respondeu em seguida.

Isabella Swan havia aceitado ir à sua festa. Ao mesmo tempo em que estava feliz, estava desconfiada. Aquela não era a primeira vez que oferecia um convite de uma festa para a garota e, em todas as oportunidades ela recusou antes mesmo que Alice começasse um discurso de adulação por sua presença.

Bella mirou a atenção na aula que estava sendo oferecida, apesar de não realmente estar entendendo nada do que era dito pela oradora. Estava com seus pensamentos vagueando em outro lugar que nada tinha a ver com assuntos de política.

O dia seguinte seria um dia prolixo. E, Bella mal podia esperar para que ele findasse tão logo chegasse.

#

No dia seguinte, Isabella passou a maior parte do tempo ocupada fazendo lições de Cálculos tentando desligar a mente da tortura que sofreria logo mais. Não gostaria de ir a essa maldita festa, mas não queria ter o seu segredo exposto ao olhar crítico dos habitantes da pequena cidade de Forks.

Sabia sobre a infestação de velhas fofoqueiras no condado e o assunto que ela guardava a sete chaves seria um banquete para elas; e tudo o que a garota menos queria no momento era fartar a barriga sedenta daquelas infames que viviam a sua velhice procurando fuxicos sobre a vida alheia.

Quando o relógio marcou sete horas da noite, Bella finalmente decidiu que estava na hora de se arrumar e ir até a festa.

Estava mais despreocupada por ter sido convidada também por Alice, ficaria menos infeliz em saber que não estava como intrusa na casa dos Cullen.

Alice, além de uma amiga era legal; Edward poderia até o ser, mas o fato de persegui-la o fazia tremendamente assustador; Emmett com toda aquela montanha de músculos fazia seus pelos se arrepiarem.

Ele era muito assustador, até mais do que o próprio Edward.

Nunca teve um contato muito próximo com Esme Cullen, apenas que ela sempre oferecia um banquete em sua residência todo final do mês de Novembro, no dia de Ação de Graças.

Escolheu aleatoriamente as roupas em seu guarda-roupa, realmente sem se importar se algo estava fora de combinação ou moda. Nunca ligou para isso e não seria justamente aquele dia que ela se preocuparia.

Renée, em contrapartida, fitou a filha desacreditada com tamanho desmazelo de Isabella em procurar roupas bonitas para vestir.

— Você irá sair... assim? — esnobou, apontando a adolescente de cima a baixo.

— Sim — limitou-se a responder, procurando dentro do jarro as chaves da caminhonete.

— Você está horrível, Bella!

— Agradeço o elogio, mãe. — Replicou cheia de ironia.

— Troque-se, Isabella! — demandou com autoridade.

— Estou muito confortável com as minhas roupas.

— Bella...

— Hum?

— Não queria se matar de vergonha chegando à festa de Alice com essas roupas propícias apenas para o uso do dia a dia.

— Não é como se o meu armário fosse infestados de roupas de grife, mãe — rebateu.

— Mas há roupas mais bonitas do que essa! — não desistiria tão fácil.

— Tudo bem. — Cedeu. Não queria gerar controvérsias com Renée. Sua noite já estava péssima demais, que não precisava de mais nenhum complemento.

Meia hora depois, Isabella estacionava a velha Chevy laranja em frente à mansão da família Cullen.

Pelo alto barulho da música que tocava, Isabella gemeu frustrada ao perceber que haveria muita gente por lá; todas desconhecidas por ela.

Permaneceu dentro do carro por breves instantes, criando coragem de descer e enfrentar aquela balbúrdia. Respirou fundo, duas vezes, tentando controlar o nervosismo.

Os cabelos, que estavam soltos, Isabella colocou-os na lateral do pescoço para formar uma trança. Estava com aparência ainda mais pueril, constatou em seus pensamentos.

Quando, por fim, sentiu-se segura para descer da caminhonete, ela sentiu que estava pisando em cacos de vidro em cada passada que dava em direção à porta da mansão.

Não sabia se estava autorizada a apenas abrir a porta, ou se teria que apertar a campainha e esperar que alguém, que estivesse próximo à porta viesse abri-la. Ou talvez ela ambicionasse que ninguém escutasse o seu chamado e ela estaria livre para ir embora sem sofrer nenhuma consequência póstuma.

A sorte não estava ao seu favor, porém. A própria Alice lhe abriu a porta. A baixinha estava com um copo de cerveja em suas mãos. Alice ficou surpresa e contente — tudo ao mesmo tempo —, ao avistar Isabella Swan.

— Você veio! — gritou Alice, correndo para abraçar a garota.

Isabella desviou do contato, estava preocupada que Alice estivesse bêbada o suficiente para derramar o conteúdo do copo em suas roupas e, chegar em casa fedendo a bebidas, era que o Isabella menos queria.

— Eu disse que viria — rebateu, forçando os lábios a formarem um sorriso oblíquo.

— Eu ainda não acredito que você está aqui, Bella! — disse Alice, estupefata.

Havia uma escada que direcionava ao andar superior propositalmente colocada próximo à entrada da casa.

Edward, encostado na madeira do corrimão observou o momento em que a porta foi aberta e uma tímida e resistente Isabella Swan passava por ela.

Seus olhos verdes ficaram ainda mais brilhantes com a chegada da adolescente, assim como um arrepio estranho que, inesperadamente assolou o seu corpo desde a ponta do seu dedão até o último fio bronze da sua cabeleira.

Ela realmente veio, ele pensou.

Tinha duvidado de Jessica quando a jovem lhe garantiu com toda firmeza que Isabella Swan estaria presente na festividade que seria oferecida por Alice, sua irmã.

Bella estava com uma calça jeans simples, mas que, grudadas em sua pele — tão macia quanto uma boneca — estava maravilhosa. Inspecionou a menina de cima a baixo — não se sentindo nem um pouco constrangido em analisá-la tão abertamente. Usava um suéter de cashmere azul, cor esta que Edward percebeu que casava muito bem com a pele clara da mulher que rondava periodicamente os seus sonhos.

Por um breve instante — que não houve tempo para Edward identificar como realidade ou ilusão — seus olhares se encontraram, e Edward sentiu suas pernas quase fraquejarem por um breve segundo.

Os penetrantes olhos de Isabella, assim como a própria, era a sua Kryptonita.

— Babando, Edward? — o rapaz se assustou com a chegada repentina de Jessica Stanley.

— O quê? — desviou os olhos de Isabella que havia acabado de receber um abraço de Alice.

O abraço que ele sentiu apenas uma vez e, mesmo assim, suas memórias não eram capazes de delinear com pujança.

— Você estava secando a Swan. Seja um pouco mais discreto, Edward. — riu, mordendo o lábio inferior.

— Você está louca.

— Eu? — Fingiu falso ultraje. — Quase pude ver as roupas fugindo do corpo da Swan depois do seu olhar para ela. Cuidado, bonitão.

Jessica foi embora antes que Edward fosse capaz de criar uma frase em sua defesa.

Levou os dedos até os fios cor de bronze, colocando várias mechas sob o seu jugo, sentido o casco arder com a força que ele implicava em suas digitais.

— Antes que eu esqueça — regressou apenas para alertar o ruivo. — Estamos de olho em você, bonitão. Não tente nos enganar!

Alice conduziu Isabella pelo ombro até o centro da sala, onde havia um círculo formado por pessoas desconhecidas e conhecidas; alguns ela conhecia brevemente, como por exemplo, Mike Newton, Jessica Stanley, James Marshall, Ben Cheney, Angela Weber, Tyler Crowley, Lauren Mallory, Jasper Whitlock e outros cinco que ela desconhecia seus respectivos nomes; eram eles Alec, Jane, Peter, Maria e Renata.

— Pessoal, essa é Isabella Swan. — Apresentou Isabella aos demais que apenas acenaram com a cabeça.

Bella forçou um sorriso ao mesmo tempo em que sentia as bochechas atingirem o cume do carmesim.

— Bella também irá participar do jogo? — Lauren perguntou à Alice.

— Não sei. — respondeu. — Você irá, Bella? — perguntou seus olhos ligeiramente brilhantes em busca de uma resposta positiva da Swan.

— Não sei — relutou. — O que vocês pretendem jogar? — devolveu a pergunta para Lauren.

Beer pong. É um jogo para adultos, Swan. Crianças choronas não são permitidas; nem a jogar muito menos a beber.

— Não sabia que você já tinha alcançado os vinte e um anos, Mallory — contrapôs com um alçar de sobrancelhas.

Lauren não contestou. Todos alí presentes eram menor de vinte e um anos, sendo assim, nenhum deles eram permitidos a beber.

— O jogo é legal, Bella. E, se você quiser não a forçaremos a beber. Você decide. — Disse Alice com um sorriso em seus lábios pintados de rosa.

— Tudo bem, eu participo.

Praticamente todos ali ficaram surpresos com a resposta de Isabella.

Acreditavam que a garota iria se acovardar e recusar participar de um jogo envolvendo bebidas.

Bella andou até o círculo formado sentando em um espaço vazio. Cruzando as pernas no estilo indiano, esperando que o jogo estúpido começasse.

Talvez fosse divertido interagir com essas pessoas; talvez fosse bom ser uma adolescente normal outra vez.

— Formem suas duplas. — James orientou. — Jessica, vá buscar as cervejas.

Jessica formou uma careta com os lábios, e antes que ela pudesse relutar, James lhe direcionou um olhar enigmático e a garota obedeceu.

— Para quem não sabe como esse jogo funciona, como a nossa doce Isabella — olhou zombeteiro para Isabella, que desviou o olhar. — O objetivo central é acertar os copos de bebida da dupla oposta. Se acertarmos o copo, essa dupla deverá decidir qual dos dois irá beber e assim sucessivamente. O jogo acaba quando não houver mais copos pertencentes a uma das duplas.

— Isso não funcionará no chão, James. — Edward se manifestou pela primeira vez. — É melhor irmos para a sala de jogos, lá há uma mesa que servirá para o jogo. Além do mais, Esme não ficaria feliz em ter o seu tapete fedendo a cerveja. — Enfiou as mãos dentro do bolso da calça jeans.

— Certo — levantou-se. — Vamos para a sala de jogos. Onde é o caminho, Eddie?

O pessoal, a muito contragosto, levantou-se do chão para seguir Edward em direção à famosa sala de jogos da mansão. Isabella foi à última a se levantar — não querendo estar presente na multidão que seguia o rapaz de olhos verdes.

Edward ficou prostrado em frente à porta, observando os amigos passarem, enquanto esperava por uma única garota.

Mike ao passar por ele desferiu um soco fraco no ombro do amigo murmurando um quase inaudível: "boa sorte".

Ela estava por último, Edward constatou ao vê-la caminhar em direção à porta.

— Ei, Bella — disse com um sorriso bobo em sua face.

— Cullen. — limitou-se a cumprimentá-lo com o uso do seu sobrenome.

— Você está muito bonita.

Bella ruborizou com o galanteio de Edward.

— Obrigada — murmurou apenas.

— Não esperava vê-la aqui — mentiu.

A culpa era dele por ela se encontrar exatamente ali, mas isso não era algo que ele precisava verbalizar.

— Nem eu — sussurrou baixo demais.

— Anda logo Swan e Cullen! — alguém gritou, e pela voz insuportavelmente infantil, essa pessoa era Jessica.

Saindo da inércia que se encontravam, os dois seguiram em direção à pequena mesa retangular que havia na sala imensa de jogos.

— Certo. Onde estão as bebidas? — Tyler perguntou para Jessica.

— Aqui — apontou para as sacolas que havia depositado no chão.

— E os copos? — Crowley mais uma vez perguntou.

— Ninguém exigiu que eu trouxesse nenhum copo — cruzou os braços em torno do peito, deixando claro que não voltaria para pescar os copos.

— Aqueles copos coloridos ainda estão aqui, Edward? — Alice perguntou para Edward.

— Acho que sim. Não usamos da última vez.

Depois que Edward voltou com os copos, Alice e o irmão se empenharam em organizá-los em cada ponta da mesa — que representaria os grupos.

Os copos eram de uma tonalidade azul e a outra em vermelho. O alinhamento havia sido em formato de um triângulo. Eram no total de vinte, e dois copos, divididos igualmente para cada "equipe".

Além de um específico para lavar as bolinhas, que eram duas de ping pong.

— Traga-me as cervejas, Jess — Alice pediu quando terminou de arrumar os copos.

Alice encheu todos os copos até a metade com o líquido, de forma de todas as garrafas foram esvaziadas. Tanto nos copos que estavam sob a sua jurisdição, quanto os de Edward.

— Escolham as duplas! — James informou.

— Jess — Mike escolheu, e a garota sorriu.

— Peter e Jane, Alice e Jasper, Maria e Renata, eu e meu parceiro Alec, quem mais? — James disse, contando as duplas.

— Eu escolho o... — Lauren começou, mas foi interrompida.

— Você escolhe o Tyler, Lauren. — James decidiu antes que ela formulasse o nome de Edward.

Edward tinha que ficar com Isabella, e não seria Lauren a atrapalhar os seus planos.

— Tanto faz — deu de ombros, caminhando para ficar ao lado do parceiro.

— Mais alguém? — James inquiriu com falsa polidez.

Timidamente Isabella ergueu sua mão direita.

— Eu fiquei sem dupla — corou ao pronunciar em voz alta.

— Esse não é o problema — James sorriu maliciosamente, mostrando seus dentes perfeitos. — Edward também parece que está sozinho. Vá consolar o rapaz, Swan. — Ele não se importou em nublar o duplo sentido em sua frase.

— Se você não quiser fazer com o Edward, eu posso ser a sua parceira, Bella. — Alice tentou ajudar.

— Não, Alice. — James censurou. — Você irá com o seu namorado, não é justo separá-los, não é Swan? — içou as sobrancelhas para Bella.

— Claro — disse por fim, encerrando a discussão.

O beer pong finalmente começou. Bella estava completamente nervosa para quando chegasse a sua vez. Não era muito fã de bebidas alcoólicas apesar de tê-la experimentado apenas uma vez, escondido de Charlie.

Aos onze anos de idade, Isabella queria compreender o gosto do líquido que o pai parecia sentir tanto prazer em bebericar aos domingos. Não gostou nada do sabor que a bebida tinha.

Jessica e Mike seriam os primeiros na "partida" e eles enfrentariam James e Alec.

Mike e James estavam frente a frente para decidir através de um "cara ou coroa" com uma moeda quem seria o primeiro a arremessar a bolinha de ping pong nos copos e iniciar aquela primeira rodada.

— Cara — James escolheu.

— Coroa — respondeu o loiro com a face angelical.

Lançaram a moeda no ar, deixando-a pousar no chão anunciando que James havia ganhado.

Ele era um ótimo jogador.

Alec lavou a bolinha que seria usada em um copo com água, entregando-a para James, que se posicionou na mesa para mirar o copo do oponente. James arremessou, mas a mesma desviou seu caminho indo parar em um pequeno espaço entre os copos.

James socou o ar com a perda.

— Sua vez, Alec. — comandou para o parceiro de jogo, entregando a bolinha já limpa.

Alec teve uma boa miragem e a bola acertou em cheio o segundo copo da segunda fileira.

— Qual dos dois? — Alec perguntou para Jessica e Mike.

— Eu — Mike se ofereceu.

James desencaixou um dos copos do triângulo do rapaz, entregando-o logo em seguida para o loiro beber o conteúdo.

O jogo seguiu normalmente, com os demais observando a partida em que os vencedores foram James e Alec.

Mike já estava mais animado com os copos de cerveja que havia bebido, logo atacando famintamente a boca da namorada sem se importar com a plateia que os observava.

Lauren e Tyler contra Alice e Jasper foram os próximos a jogar, e graças a Jasper que acertou todas as bolinhas do grupo oponente venceram a partida. Tyler, como o brioso que era o rapaz se prontificou a beber todos os onze copos de bebida. Logo em seguida foi à vez de Ben e Angela contra Maria e Renata. Por serem péssimos de mira os vencedores foram Ben e Angela.

E os últimos a jogar foram Edward Cullen e Isabella Swan.

— Se você quiser eu posso beber por você — Edward ofereceu.

— Não precisa. Eu sei me cuidar sozinha, Cullen. — rebateu.

— Você que sabe — o ruivo deu de ombros.

— O que eu tenho que fazer? — Bella perguntou a Edward.

— Primeiro, deixe-me lavar sua bolinha — pegou a bola branca do tamanho de uma bolinha de gude que estava entre os dedos de Isabella.

Edward não pôde conter o desejo de acariciar a pele da palma da garota, recebendo apenas um olhar acusatório dela, mas ele não se importou. Ela não retirou a palma do seu jugo e ele agradeceu por isso.

Era macia.

Tão macia quanto uma boneca.

— Depois, seu objetivo é mirar essa bola em direção a um dos copos do adversário. Se você acertar o copo eles devem beber a cerveja.

— E se eu errar?

— Aí será a minha vez de tentar.

— E se elas acertarem o... nosso copo...

— Teremos que beber. E como eu disse, eu posso beber por você. Já estou mais acostumado.

— Posso me virar sozinha, Edward.

Edward não conseguiu evitar que um sorriso dançasse por seus lábios. Isabella Swan era acostumada a lhe chamar pelo sobrenome deixando tudo mais impessoal ao chamá-lo constantemente de "Cullen". Ver o seu nome sair dos lábios da morena lhe deu uma satisfação inominável.

O jogo começou. Bella estava suando em bicas; brincando com a manga do casaco. De repente o ambiente ficou quente demais, tamanha era a sua aflição em errar todas as bolinhas e ser humilhada perante todas aquelas pessoas desconhecidas e conhecidas, mas que não tinha nenhuma interação — tirando é claro, Alice Cullen, que era de certa forma sua "amiga".

Quem começou a partida foi a dupla adversária e Bella agradeceu por isso mentalmente. Dessa forma ela iria conseguir mais alguns minutos para se controlar e não explodir, como ela acreditou que faria com tanta pressão depositada em seus ombros.

— Acalme-se, querida. — Isabella se sobressaltou com uma respiração próxima à sua orelha e uma voz rouca sussurrar algo acalentador.

Os pelos do seu corpo se arrepiaram imediatamente, e Edward logo percebeu a reação da garota.

Ela não era tão imune à sua presença, como ele acreditou que fosse.

— Você irá conseguir. — Tornou a repetir.

— Certo, certo. Comecem! — Jessica disse impaciente com a demora.

Ignorando o chiado da garota, Edward perguntou a Isabella:

— Posso ser o primeiro?

Ela limitou-se a assentir com a cabeça.

Edward sorriu com a aceitação.

Talvez ainda houvesse uma migalha de esperanças para eles dois.

Usando a bolinha que havia lavado no copo com água, ele se posicionou em seu lugar, semicerrando os olhos para fazer uma mira correta. Com a bolinha presa entre o polegar e o indicador, Edward lançou em direção aos copos, fazendo com que um som estranho fosse ouvido quando a bola mergulhou dentro do recipiente do adversário.

— Isso! — vangloriou-se com a vitória.

— O copo é todo seu, Jane. — Peter pescou o copo vermelho, entregando-o para a pequena loira.

— Idiota. — Jane murmurou, pegando o copo com uma força não necessária, bebendo a cerveja com uma careta na face.

— Sua vez, Bella. — Disse Edward, entregando para a Swan uma bolinha de ping pong já lavada. — Você conseguirá. Eu confio em você.

Isabella aproximou-se mais da mesa, não sem antes capturar a bolinha que estava sendo ofertada na palma da mão de Edward. Lembrava-se muito bem do que foi feito pelo rapaz anteriormente, e faria o mesmo que ele fez. Fechou os olhos quando lançou a bola, cruzando os dedos para que a bola entrasse no copo.

E ela entrou.

Teimosamente, quase desviando, mas entrou.

— Consegui! — gritou, arrependendo-se em seguida ao notar os olhares em sua direção.

— Eu disse que você conseguiria. — Edward disse, capturando Isabella para um abraço.

Ela não repeliu o toque dele, deixando-se ser embalada pelos confortantes e grandes braços masculinos do rapaz.

Há muito contragosto, Peter bebeu a cerveja que lhe foi oferecida por Jane — o jovem estava relutante, pois havia prometido à namorada, Charlotte, que não ingeria nada alcoólico, mas já havia descumprido a promessa.

Querendo "pagar na mesma moeda", Jane e Peter deram o máximo de si para acertar as bolinhas e fazer aquele "casal" prepotente a também provar daquele "veneno".

Edward bebeu sem nenhum problema a sua parte da bebida, mas Isabella foi um caso à parte. A garota teve que controlar a ânsia de vômito que lhe atingiu ao terminar de beber. Era horrível. Pior ainda do que a que experimentou anos atrás.

Cinco copos de cerveja.

Cinco malditos copos de cerveja foi o total que a Swan ingeriu.

Com a inexperiência própria de quem não estava acostumado a beber, Isabella se sentia absurdamente tonta, sentindo a cabeça rodar e tudo ficar nublado.

— Alice... — chamou, tateando a parede para conseguir algum apoio.

— Estou aqui! — gritou com a voz embolada. Alice também estava entrando em um estado de embriaguez.

— Onde... Eu preciso... Onde fica o banheiro? — demorou algum tempo para formular uma frase coerente.

— Eu acho... Jazz! — gritou o namorado que estava praticamente ao seu lado. — Onde é o banheiro? A Bella quer usar.

— Segundo corredor à esquerda.

— Isso! Segundo corredor à esquerda — repetiu. — É o endereço do banheiro. Quer companhia? — Ofereceu.

— Não precisa. Obrigada, Alice.

Isabella seguiu as coordenadas indicadas por Alice. Precisava lavar o rosto para aliviar um pouco os efeitos da bebida. Havia feito a primeira estupidez adolescente que ela tanto repugnava. Mas não podia fazer nada contra isso.

Já estava feito.

Edward, completamente atento em Isabella, seguiu a garota, receoso que ela se perdesse ou, que por acaso, desmoronasse na escada. Iria apenas zelar pela segurança da adolescente e nada mais.

— Esperando a bêbada, Edward?

Assustou-se com a voz de James ao seu lado.

— Não. Fiquei com medo que ela caísse na escada, nada demais.

— Irá se aproveitar da menina, Edward? — zombou. — Isabella está sem condições de recusá-lo, do jeito que está trocando as pernas.

— Outro dia — determinou entre os dentes. — Impossível eu fazer algo hoje, e você sabe disso, James.

— Você tem uma semana, Edward, uma semana. — alertou.

Bella sentia como se houvessem inaugurado uma montanha-russa dentro de sua cabeça, tão rápido ela rodava. Sentiu alívio quando molhou a face e nuca com a água corrente.

Quando se sentiu mais controlada e com mais domínio de suas ações, ela saiu do banheiro se espantando ao ver Edward do outro lado, esperando-a.

— O que faz aqui? — acusou.

— Queria ter certeza que estava bem — defendeu-se.

— Espere... Você estava me seguindo?

Edward não respondeu.

— Me. Responda! — sibilou.

— Só queria saber se ficaria bem — repetiu o argumento anterior.

— Você é um babaca mesmo — rosnou.

Isabella iria escapar mais uma vez, concluiu Edward ao vê-la se afastar.

Tudo parecia correr em câmera lenta, que as lentes se, por acaso, desviasse o foco perderia todo o glamour da brincadeira.

Não seria a primeira vez que ele tentaria conversar com Isabella, mostrar o quanto gostava dela, e estava disposto a fazê-la feliz se assim ela lhe permitisse.

Entretanto, antes que pudesse sequer formular uma frase, ela se esquivava, como se ele fosse a porra de um Lobo Mau em busca de comer a sua Chapeuzinho Vermelho.


E, se Edward não tomasse qualquer atitude acerca disso, ela iria fugir novamente.


E mais uma vez ele jogaria pelo ralo o ensejo primoroso para deixá-la à parte dos seus anseios para com ela.

Não! Isso não irá acontecer, ele determinou.

Em questão de segundos, Edward agarrou o braço de Isabella, fazendo com que a adolescente regressasse para o jugo de seus braços acolhedores e sedentos por um contato dela.

Apenas dela.

Bella se surpreendeu com a ousadia de Edward, alargando os olhos como dois discos arranhados em um tocador qualquer. Sentiu uma força elétrica estilhaçar o seu corpo febril em cada local que sentia os dedos gelados — de nervosismo — de Edward em sua pele.

Permaneceu com os olhos abaixados, encarando docemente o regaço do rapaz que nem ao menos reparou que ele a conduzia em direção a algum local completamente desconhecido por ela.

Ela não se importou.

Estava entorpecida demais para sequer se atentar aos detalhes.

Sentiu uma parede atrás de si, apenas quando o corpo se chocou contra ela. Não brutalmente, mas lentamente, como se o rapaz que a mantinha aprisionada possuísse algum medo de quebrá-la; e Edward realmente tinha.

Ela constantemente parecia frágil demais; pura demais, que julgava que qualquer ato impensado fosse parti-la ao meio como se ela fosse produzida do mais inquebrável cristal.

— Edward... — tentou dizer.

— Shiiiii... — calou-a com o indicador em seus lábios. — Você teve muito tempo para falar, agora chegou a minha vez. E você, Isabella, irá ouvir tudo o que eu tenho a lhe dizer.

— Alice... — tentou mais uma vez, mas ele novamente tratou de calá-la.

— Fique quieta e... Apenas ouça.

Era o momento. O momento que ele sempre sonhou; aquele em que teria Isabella subjugada a si e lhe confidenciaria os seus sentimentos mais profundos.

Mas por que era tão difícil colocar em palavras?

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Notas finais do capítulo

Primeiramente eu queria pedir desculpas pela demora. Digamos que um terço desse capítulo estava pronto, mas esse final estava faltando concluir e eu entrei em uma fase de dar prioridade a uma outra fanfic que eu havia "pausado" para focar em BOY, bem, foi exatamente isso que aconteceu! Espero que vocês não tenham desistido, e que, continuem a ler "Because of You". Providenciarei para o que o próximo seja postado muito em breve, mas eu não posso prometer nada. =/
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Enfim, espero que tenham curtido esse capítulo. *-*
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E, não se esqueçam de comentar!