Because Of You escrita por Firefly Anne


Capítulo 4
IV: Perseguição Infundada


Notas iniciais do capítulo

Olá galerinha! Devo dizer que ando muito contente com a aceitação que essa fanfic está tendo. Sério, vocês ultrapassaram as minhas expectativas e isso é muito, muito bom! Capítulo leve, solto, e com altos papos entre a gangue do Edward. Não reparem no linguajar chulo, pois eles são adolescentes!
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Enfim, curtam o capítulo! Obrigada pelos comentários Isabella, whatsername, paulag, MissLonely, super batatinha e moniquita. ♥
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Boa leitura! :D



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Capítulo IV,

Perseguição Infundada.

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Não era exatamente um fim de semana, mas os quatro jovens que estavam dentro do Volvo seguindo em direção à Port Angeles há muito já haviam ficado acomodados com a pouca assiduidade na escola.

Edward, por ter dezenove anos era o condutor do veículo. Ao seu lado estava James e no banco traseiro Mike e Jessica.

Emmett e Ben estavam no último ano do colegial e não gostariam de perder assuntos importantes.

— Coloca uma música que presta, Eddie! — Jessica gritou. A música que tocava estava em volume alto.

— Cala a boca! — exclamou, estressado. O assunto acabou e os quatro adolescentes se contentaram em ouvir a música escolhida por Edward.

Ao chegarem ao bar em Port Angeles, o mesmo boteco em que eles frequentavam desde os quinze anos — James de alguma forma havia conseguido identidades falsas para o grupo — eles se sentaram em uma mesa mais ao fundo. A música que tocava era desconhecida pelos quatro, e a princípio conversaram apenas trivialidades, até que o assunto da aposta surgiu.

— Ele aceitou pequena Jess — James declarou em falsa comemoração, enquanto levava ao alto seu copo com cerveja, em um falso brinde. — Edward aceitou romper o lacre da Swan.

Se é que existe um — Mike murmurou baixo demais, mas por sorte ninguém conseguiu ouvir o que havia sido dito pelo jovem.

— Eu. Não. Acredito! — Jessica disse pausadamente, pontuando cada palavra. — Isso não é uma brincadeira, certo? — pediu.

— Claro que não, Jess! — James exclamou, em falso ultraje. — O próprio Edward me ligou garantindo que irá comer a virgenzinha da Swan.

— Contenha suas palavras, James! — brandiu entre dentes, o Cullen.

— Ah, qual é, Eddie. Vai se fazer de rogado, agora? — olhou acusatoriamente para o amigo.

— Não é mentira, Jessica — não havia emoção em sua voz.

Quando fez a ligação para James contando que cumpriria o acordo e iria comer — usou a palavra anterior de James —, Isabella, Edward pensou seriamente em ligar para o amigo em seguida, e informar que era para escolherem outra pessoa.

Qualquer uma.

Não se importaria se a escolhida fosse Magda, a jardineira idosa da escola, ou se por acaso escolhessem um homem. Qualquer dita-cuja seria mais fácil, mas sabia muito bem que não havia como voltar atrás quando se tratava de James. O amigo não era muito compreensivo e ele não suportava quando mudavam de ideia.

— E quando será isso? — Jessica perguntou curiosa.

— Próximo fim de semana — informou, bebendo mais um gole da cerveja. — Na festa da Alice.

— Você sabe... Tem que haver uma prova da consumação — Jessica disse, e Edward engasgou cuspindo a bebida em cima da mesa.

— Claro! — exclamou surpresa que Edward tinha se esquecido da “comprovação do cumprimento da aposta”. — Esqueceu-se do vídeo de Angela Young? Da calcinha de ursinhos da Renata Eveerson? — contou em seus dedos todas às provas que os amigos já haviam feito. — Com a Swan o que será? — perguntou, mordendo os lábios apenas com o pensamento da humilhação que a Swan passaria se Edward escolhesse por um vídeo.

Mais humilhada que Angela Young, Jessica não poderia ficar mais exultante!

— Nada! — exclamou irritado. — Não irei expor Isabella, Jessica.

— Qual o problema? — Ela não desistiria tão fácil.

— Você se esqueceu de que Isabella só tem dezoito anos, Jessica? Dezoito anos! — bateu fortemente o punho na mesa, chamando à atenção dos amigos que se mantinham alheios à discussão que acontecia entre Jessica e Edward.

— E daí que ela tem dezoito? Ela é maior de idade, querido. Na idade dela eu já sabia muitas coisas! — defendeu-se.

— Vocês são pessoas totalmente diferentes, você não percebe? — elucidou seu ponto de vista.

Não havia comparações entre a Swan e Stanley.

Enquanto uma era tímida a outra se misturava no meio de garotos, não prezando por uma reputação que há muito já estava denegrida.

— Até parece que a Swan é tão pura assim! — instigou.

— O que você quer dizer? — pediu, com uma curiosidade surpreendente em sua voz.

— Se você parasse de idolatrar àquela criatura, saberia muito bem que ela não é tão inocente quanto aparenta ser. Sonsa, Edward! Isso é o que Isabella é e você saberia se não fosse esse seu maldito amor por ela! Aliás, James me contou o que ela fez na aula de Biologia. — Provocou.

Edward encarou mortalmente o amigo, que assim como Mike apenas assistia de camarote os companheiros brigarem.

James apostava que havia um tesão reprimido para haverem tantas discussões entre Edward e Jessica — isso se todos não soubessem da obsessão do ruivo — mas, em relação a Jessica essa dúvida ainda poderia ter um “quê” de verdade.

— Ela que me forçou a contar — defendeu-se, erguendo ambas as mãos em um claro sinal de rendição.

Irritada, Jessica apenas encheu o copo com mais cerveja, e em seguida derramando o conteúdo na face de James.

Se James não fosse controlado por Mike, algo de grande magnitude estava sujeito a acontecer.

— Você não tinha nada que contar para ela! Parece até uma velha fofoqueira! — Edward censurou James.

— De qualquer forma ela iria saber — finalizou o assunto, limpando com um guardanapo o líquido que escorria por seu rosto, pescoço e abdômen. — Vou buscar mais bebidas, vocês querem?

— Não — Edward respondeu mal-humorado.

— Vem comigo, Jess? — Mike perguntou ao se afastar da mesa em que estavam. Jessica bufou com o convite do namorado, mas não queria ficar no mesmo ambiente que Edward depois do desentendimento, ainda por cima sozinhos.

Seria capaz de encontrá-los atracados, trocando farpa, ou então se matando simultaneamente.

Quando os amigos saíram, deixando-o sozinho na mesa, Edward ficou a pensar sobre o que Jessica havia dito a respeito de Isabella.

Seria toda a timidez uma máscara para embuçar algo?

E o que seria esse algo?

Não devia ser nada grave, seja o que for que ela aprontou e Jessica teve conhecimento.

Isabella não andava em más companhias, sua lista de amigos se resumia em sua irmã, Alice e outra garota que ele não sabia o nome. As notas de Isabella nunca passaram do A, enquanto as suas eram sempre um D ou F; em casos de sorte ele conseguia arrematar um C ou B. Não existia a possibilidade de uma garota como Bella ter um passado momentaneamente obscuro.

Quando os amigos voltaram, Jessica se sentou ao lado do namorado, e Edward agradecia por não ter que encarar a Stanley por mais algumas horas.

Passaram-se alguns minutos em silêncio.

— Camisinha! — James decretou em tom de deboche.

Edward, acreditando que o amigo estava à procura de uma, catou em seu bolso um pacote de preservativos e colocou em cima da mesa.

— Eu não preciso de uma — disse, e em seguida completou: — Não agora. Minha ruivinha está viajando — sorriu. A nova conquista de James era Victória, mas ele não estava apaixonado por ela. — No bar, eu e Mike discutimos o que seria a sua comprovação.

— Eu não quero saber — Edward respondeu, cansado. Acreditava que o assunto já não existisse mais, mas James sempre era o que trazia o assunto à tona.

— Deixa de frescura, Cullen! — James estava começando a se irritar com resistência de Edward em aceitar qualquer comprovação. — Se o Emmett foder a vadia loira da Rosalie ele irá provar isso de alguma forma. Nesse caso, como o Emmett gosta de exibição eu acredito que ele escolha um vídeo — sorveu uma grande quantidade de ar, e em seguida limpou o inexistente suor da testa. — Ninguém o obrigou a topar a aposta com a Swan — lembrou. — Você teve a oportunidade de escolher qualquer garota, mas você preferiu que nós escolhêssemos. E, além do mais, não obrigamos você a aceitar — bebeu mais um gole da cerveja antes de continuar. — Você, com o livre arbítrio que possui, ligou para mim ontem à tarde dizendo que aceitaria pagar a porra da aposta — advertiu mais uma vez, e Edward não podia estar mais arrependido de ter feito aquela ligação.

Mas naquele momento ele não estava pensando corretamente e se deixou guiar pela raiva e pelo impulso.

E, por mais que não quisesse admitir, ele sabia que, se antes Isabella não queria trocar um “oi” com ele, depois da aposta cumprida seria nula a possibilidade de ela querer ter algo a mais.

Mas Edward precisava arriscar. Depois, depois da consumação dessa maldita aposta ele arrumaria uma forma de se aproximar da Swan. Da forma mais estranha possível, afinal.

—Tudo bem — murmurou vencido.

— Só não vale trapacear e, para termos certeza de que foi com a Swan que você fodeu, é necessário trazer uma peça íntima. Decida entre a calcinha ou sutiã.

#

Dia seguinte...

— Ei, Swan! — Jessica gritou, correndo para alcançar Isabella. — Espere-me, vadia! — gritou mais alto, e não querendo chamar a atenção dos alunos que estavam no estacionamento para si, Bella parou. Cruzou os braços, tentando controlar a raiva que estava sentindo em ser mais uma vez atormentada pela Stanley.

— O que você quer Jessica? — perguntou, quando ela estava próxima o bastante para ouvir.

Jessica estava arfante com a corrida, e ela se lembrou de socar James por ter a ideia estúpida de ser ela a intermediadora para fazer a Swan ir à festa.

Não seria mais fácil convencer a nanica da Alice a chamá-la? Isabella era muito mais afeiçoada a Alice do que a ela, mesmo o sentimento sendo recíproco.

Jessica colocou a mão no peito, enquanto aspirava uma enorme quantidade de oxigênio para reestabelecer a sua respiração. Quando estava mais calma, disse:

— Convidá-la para uma festa — respondeu à pergunta anterior de Isabella.

— Perdeu o seu tempo — virou às costas, voltando a caminhar.

Preciso de paciência!, Jessica pensou, correndo para acompanhar Isabella.

Sabia que a tarefa não seria fácil, mas tinha que persuadir a Swan de qualquer forma para ir à casa de Alice no sábado.

— Será legal, Bella — tentou convencer.

— Eu não gosto de festas — usou o melhor argumento que encontrou.

— Você costumava gostar... Eu sempre a via nos bailes da escola! — acusou.

— Isso tem mais de oito anos! — defendeu-se.

— E o que isso importa?

— Eu não quero ir — afirmou outra vez.

— Alice que está dando essa festa — informou.

Quem sabe assim Isabella fosse menos relutante a aceitar.

— Se ela desejasse a minha presença, ela mesma teria vindo me convidar.

— Não seja rabugenta, Swan! O Cullen estará lá — Edward arrancaria seus cabelos se soubesse que ela havia dito o seu nome.

— Mais um motivo para eu não ir — rolou os olhos.

— Eu ainda tenho conhecimento do seu segredinho sujo. Você sabe... — acusou. Jessica parou a caminhada com um sorriso zombeteiro nos lábios. — Acho que àquilo daria uma ótima capa para o meu jornal, você não acha? — ameaçou. Jessica enrolava as pontas do cabelo e quem a via a distância nem saberia da cobra que ela alimentava por dentro.

— Você não ousaria... — apontou o dedo indicador para a rival.

— Tente não ir a essa festa e todos saberão da sua tentativa de... — deixou as palavras morrerem sem completá-la.

— Você está realmente me chantageando? — Isabella perguntou, cheia de incredulidade.

— Entenda como quiser — Jessica deu às costas, caminhando novamente para o estacionamento.

Ela iria buscar os materiais que haviam ficado dentro do carro. Sua primeira aula começaria em poucos minutos.

#

— Meu amor, você tem certeza que pretende ir a essa festa? — Renée amorosamente perguntou para a filha.

Isabella, quando criança sempre estava presente em todas as festas que aconteciam na vizinhança, mas, sem nenhum motivo aparente passou a ter aversão a qualquer tipo de festividade.

Não querendo aprofundar o assunto, apenas aceitou a recusa de Isabella em relação aos festejos. Mas então, anos depois, ali estava à mesma Isabella pedindo a sua autorização para comparecer em uma festa na casa de Alice Cullen.

— Quem está organizando é a Alice. Nós somos amigas — informou, colocando mais uma quantidade de suco de morango no copo.

Não queria contar que praticamente estava sendo chantageada para comparecer à maldita festa!

— Tudo bem. Só não volte muito tarde — acariciou os cabelos de Isabella. — Precisa de dinheiro para comprar roupas novas?

— Não! Usarei minhas roupas comuns.

— Mas... — Bella apressou-se em interromper a mãe.

— Eu não preciso de roupas novas, mãe. Não é como se eu estivesse indo para uma festa realmente, é apenas um grupo de estudantes da escola que foram convidados... — mentiu.

Não sabia exatamente como seria essa festa, de qualquer forma não iria se enfeitar, pois estava indo contra a sua vontade.

E pensar que tudo isso é culpa do maldito Liam!, gritou em pensamentos.

Ao chegar à escola, tentou evitar ao máximo qualquer contato com os demais estudantes. Não estava com humor para lidar com as gracinhas e indiretas que alguns populares direcionavam à sua pessoa.

Desde o começo da semana que ainda não tinha visto Alice, mas isso não a surpreendeu.

Na terceira aula, lembrou-se que dividiria a mesma turma com o irritante do Cullen.

Não sabia exatamente o motivo ao qual aquele garoto havia grudado em seu pé como se fosse um chiclete.

Para ela, Edward Cullen era como qualquer outro garoto da Forks High School: tremendamente repulsivo.

Principalmente depois que ele e seu bando fizeram à garota Angela. Achava um ato completamente desumano expor uma pessoa àquele tipo de humilhação perante toda a escola. Por sorte, depois de quase aniquilar sua mocidade, Angela conseguiu uma forma de libertação, e estava vivendo no Alasca.

Cullen era atraente, Bella seria uma tola se dissesse o contrário. Contudo, as companhias que ele andava o fazia ser tão horrendo quanto um animal morto e fedorento.

Quando chegou à turma de Biologia atrasada, achou um único lugar disponível ao lado do rapaz de olhos verdes.

Cogitou a possibilidade de sair da sala e pegar a matéria do dia com Rosalie — a garota que ela havia conhecido na aula anterior.

Porém, era covarde o suficiente para matar aulas. Respirou fundo, enquanto caminhava em direção à mesa de Edward. O rapaz em nenhum momento a encarou, e Bella achou estranho. Por mínimo que fosse Bella sempre percebia pares de orbes verdes a encarando em quase toda a aula.

Não querendo passar a imagem de mal-educada mais uma vez, ela murmurou:

— Bom dia, Cullen — sentou-se em sua carteira, ao lado de Edward, abrindo a bolsa e retirando o caderno, estojo e alguns livros. Edward ficou surpreso com o ato da Swan, e ele viu-se em uma bifurcação.

Responder a Swan... Ou, ignorá-la como ela fez na aula anterior?

Contudo, ele esperava por esse momento há muito tempo e, como um sedento próximo a uma fonte inesgotável de água, ele sorveria tudo o que a doce Isabella tinha para lhe oferecer. Por um mínimo que seja.

— Bom dia, Bella — era algo novo poder falar abertamente o nome da Swan, mas apesar disso parecia completamente certo. Como se os seus lábios fossem feitos apenas para adorá-la. — Eu realmente acreditei que você não fosse com a minha cara — quase mordeu a língua ao terminar de a sentença.

Quando tinha uma oportunidade para socializar com a sua cobiça ele sempre daria um jeito em ferrar com tudo.

— E eu não vou! — sorriu calidamente —, mas não sou sem modos.

— Não foi essa a imagem que passou ao não me responder naquele dia — lembrou.

A acusação presente nas palavras de Edward chegava a ser palpável.

— Eu apenas não entendo o motivo de toda essa perseguição comigo — realmente gostaria de entender.

— Achei que você soubesse... — abaixou os olhos, encarando os sapatos. Nunca havia ficado tímido na presença feminina.

Nunca.

Era sempre o contrário, mas com Isabella ele não era o mesmo Edward que aparentava ser na presença dos amigos.

— Eu realmente não sei. Se você pudesse me explicar... — pediu.

— Um dia, quem sabe... — sorriu, e voltou a prestar atenção à aula, antes que fossem repreendidos por Bethany.

#

Uma semana depois...


 

Em questão de festas, a melhor em toda a cidade de Forks era realizada por Alice Cullen. A baixinha, com cerca de um metro e cinquenta, extasiava qualquer profissional em Decoração com o seu distinto cuidado com os detalhes que uma festa iria requerer.

Não havia nenhuma celebração em especial, ela apenas sentiu essa vontade de festejar e, com o desmazelo do irmão, ela decidiu que faria uma festa, sim!

— Alice — Esme chamou, do outro lado da sala. — Nós usaremos o jardim ou a sala?

— Em questão de espaço, eu prefiro o jardim. As pessoas ficariam mais a vontade... Você não acha? — perguntou. Esme apenas meneou a cabeça, concordando com o que a filha decidisse.

—Tudo bem. Precisaremos de ajuda para carregarmos essas caixas para o jardim... — apontou para as dezenas de caixas que estavam no centro da ampla sala. — Edward ainda está dormindo?

— Dormindo ou venerando a deusa dele! — ironizou a paixão doentia que o irmão sentia pela filha única do falecido Chefe Swan.

Não possuía nada contra a garota de olhos marrons, apenas não aceitava o fato do irmão sofrer por uma situação que ele mesmo ocasionou.

Teve várias oportunidades para conversar com Isabella e revelar esse sentimento que ele dizia sentir.

Era de se esperar que ele a mantivesse à parte dos seus sentimentos e a deixasse decidir se iria aceitá-los ou não. Contudo, a insegurança de Edward o fazia apenas um cobiçador e Isabella o fruto de sua obsessão.

— Alice! — Esme repreendeu. — Não fale assim do seu irmão!

— Estou contando alguma mentira, mamãe? — Alice perguntou, com uma leve irritação em sua voz.

Esme nada pôde responder sobre o questionamento anterior da filha. Havia veracidade em suas palavras e, até para ela, era difícil ver o seu garoto submergir na solidão por conta de um amor juvenil. Não que Edward mantivesse resguardo à espera de Isabella. Sabia por intermédio de Alice a extensa quantidade de garotas que o filho se encontrava. Para não mencionar também às más amizades com quem ele estava envolvido.

Principalmente o tal de James, Esme pensou.

— Não, Alice. Você não contando nenhuma mentira — falou, enquanto arrumava alguns dos vasos de flores que estampava a sala. — Agora, ao invés de fofocas sobre a vida pessoal de Edward, vá chamá-lo para nos ajudar com essas caixas.

— Mas... — Esme cerrou os olhos, enquanto encarava a filha intensamente.

Temendo uma repreensão, a baixinha jogou a sacola em que estavam algumas fitas desajeitadamente em cima do sofá, ao mesmo tempo em que corria para as escadas murmurando alguns palavrões baixos para a mãe não ouvir.

Era sempre ela a ter que chamar o irmão para fazer algo!

Quando chegou ao corredor do primeiro andar em que ficavam os quartos, pensou em mil e uma formas de acordar o vagabundo do irmão. Pouco queria saber se no dia anterior ele foi para alguma festa estúpida em Port Angeles, bebeu até desmaiar e chegou carregado por seus amigos mais vagabundos. Ainda foi afrontada de “baixinha gostosa” por um dos animais.

Balançou a cabeça, descrente que o depravado do James lhe disse algo desse nível.

Pensou em acordá-lo com água fumegante — seria engraçado despertá-lo dessa forma, sem contar as cicatrizes que ficariam em seu corpo.

Ao menos assim o irmão deixaria de ser esnobe ao exibir o físico.

Quase voltou para ir à cozinha ferver a água, mas pensou por um instante no sofrimento de Esme ao ver a desunião que havia entre irmãos.

Maldição! Praguejou baixinho, forçando a mente a pensar em algo bem maléfico para acordar o irmão.

Pensa Alice, pensa! Qual o método Edward odeia para ser acordado?

Vuvuzelas!

Esbugalhou os olhos ao pensar nas irritantes vuvuzelas. Não existia algo mais azucrinante que o som produzido por aquele... Troço. Havia várias e coloridas vuvuzelas guardadas dentro de um depósito de tralhas — como Carlisle nomeou o lugar em que Alice guardava os materiais usados nas festas, comemorações e jogos. E, para a sua surpresa, ao irem até um shopping em Seattle, cerca de dois meses atrás, ela comprou uns pacotes de vuvuzelas para usarem no jogo que teria no final de semana.

Com as vuvuzelas em mãos, Alice caminhou silenciosamente para o quarto de Edward, pregou os ouvidos na porta, tentando verificar se havia alguma mudança, mas tudo o que conseguiu ouvir foi a respiração do irmão.

Abriu a porta devagar, entrando em seguida sem fechar a porta. Edward estava deitado, todo esparramado na cama, um de seus braços estavam do lado de fora do colchão tocando o chão.

Sem nenhum remorso, Alice se abaixou, mirando a vuvuzela na direção da orelha de Edward, aproximando sua boca do apito, soprando uma grande quantidade de ar. O barulho produzido foi irritantemente assustador para despertar Edward, que pulou com o susto, mas como ainda estava desnorteado com o sono, não teve equilíbrio para se manter ereto, o que ocasionou o seu encontro com duro e frio piso de mármore.

— Acorda vagabundo! — a baixinha disse entre risadas com a cara hilária que Edward estava fazendo. — Mamãe precisa da sua ajuda para colocar as caixas no jardim para decorarmos o lugar para a minha festa — frisou.

— Vai se foder, Alice — levantou-se no ímpeto, arrastando Alice para fora do quarto, batendo a porta com força e trancando-a. Do outro lado ouviu Alice explodindo em gargalhadas, e ele irado gritou: — Filha da puta!

Esme que subia as escadas para verificar a demora de Alice em descer para a sala ficou assustada ao ouvir o palavrão dito pelo filho.

— Uma semana de castigo, Edward — gritou alto o bastante para ele ouvir, e Esme acompanhou o momento em que mais uma sessão de risos se iniciava com Alice.


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Notas finais do capítulo

Postei o capítulo antes do dia combinado! Sendo assim, mereço mais consideração da parte de vocês, certo? Não acho justo 18 pessoas terem a fic nos favoritos e menos da metade comentarem! Sejam boazinhas que o próximo capítulo será postado no domingo ou segunda!
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E lembre-se: comentários é o combustível para esse fusca continuar sua trajetória. :)