Because Of You escrita por Firefly Anne


Capítulo 10
X: Colecionador de Corações


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiiiie!! Não é uma miragem! Estou, sim, atualizando Because of You. O tempo de espera nem foi tão longo, mas agora estou com um tempinho para postar com mais frequência. Confesso que estou quase ficando maluca com tanta coisa para escrever, mas Janeiro trouxe inspiração para mim e eu não posso desperdiçar.
Aos meus amados leitores do Nyah, obrigada pelas lindas palavras em suas reviews. Estou procurando um tempinho para respondê-las! Comentem bastante, ok? Uma autora feliz quando recebe muito comentários, é uma autora mega inspirada! ;)
Tenham uma divertida leitura!



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Capítulo X: Colecionador de Corações.

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FLASHBACK.

Para uma garota da idade de Isabella, era comum ter sonhos acordados com um príncipe encantado. Apesar de não gostar muito da Literatura Infantil, algumas vezes pegara em suas mãos histórias como as da Cinderela, Branca de Neve e outras princesas. No final sempre havia um felizes para sempre e, apesar das turbulências no caminho, o príncipe e a sua princesa terminavam bem. Enquanto estava sentada em um banco da Praça de Forks, Isabella tinha o pistilo da margarida entre os dedos. As pétalas estavam todas ao chão depois de fazer o comum “bem-me-quer, mal-me-quer”.

– Ele me quer – Isabella tinha o seu cotovelo sobre a mesa de granito.

– Um dólar por seus pensamentos – assustou-se com a chegada de Liam. O adolescente estava mais arrumado que o comum. Até mesmo os seus cabelos loiros estavam alinhados.

– Não seria um centavo? – replicou, oferecendo-lhe um sorriso enviesado.

– Seria. Mas seus pensamentos valem mais do que um Penny.

– Eu estava pensando em... Nada – guiou seus olhos para um ponto distante. Seus pés balançavam no vento, os solados do sapato flutuavam por não alcançarem a superfície. Seus lábios eram constantemente cativos pelos dentes. Estava nervosa. Depois de tirar todas as pétalas da margarida, o que sobrara fora justamente o “bem-me-quer”.

Margaridas não costumam mentir, pensou a inocente Isabella.

Liam observou as pétalas caídas ao pé de Isabella. Encarou com confusão a adolescente e ao que sobrara da flor em sua mão.

– Você estava...? – deixou a pergunta no ar. Isabella ruborizou.

– Não é o que você acha – não olhava em seus olhos.

– E qual o resultado? Eu te quero ou eu não te quero?

– Liam! – Isabella escondeu os lábios com o dorso da mão. – Eu não estava... Certo, eu estava. Você já pode dizer que eu sou uma idiota, iludida, uma criança e que ainda acredita em contos de fadas. Vamos lá, você pode gritar comigo eu...

A adolescente foi silenciada quando lábios gelados chocaram-se aos seus. Seus olhos de Blythe estavam quase pulando para fora das órbitas. Não cerrou as pálpebras, muito menos lhe correspondeu o beijo. A finalidade do contato de lábios era apenas silenciá-la. Com um sorriso gigante nos lábios, ele se afastou.

– Quer namorar comigo?

(...)

– Não. – A resposta de Isabella foi firme, decidida e categórica. A moça balançou a cabeça, tomada em incredulidade com o pedido repentino partindo de Edward Cullen. Edward Cullen! Frisou, para que a menina curiosa dentro de si se aquietasse ao lembrar-se sobre quem era o “cara” que lhe fez o insano pedido de namoro.

Ajustou-se ao banco de carona para que pudesse pensar com mais clareza, sem ter as suas narinas assaltadas com o odor proveniente da pele do rapaz que estava a poucos centímetros de distância. Se ela se aproximasse apenas um pouco, seus lábios seriam capazes de tocar o ombro coberto por uma jaqueta de couro e os músculos que estavam evidentes por trás do tecido pesado.

Tomado em fracasso, a primeira ação de Edward foi imiscuir seus dedos por dentro dos cabelos para repuxar os fios e tentar canalizar a sua frustração em ser – mais uma vez – negado por Isabella.

– Não? – ele repetiu apenas para confirmar. Bateu algumas vezes no volante à sua frente, mas parou ao ser acometido por uma dor em seu punho.

– Não. – aquiesceu Bella, sem a sua voz denunciar nenhum traço de relutância ou indecisão. Havia a mais absoluta certeza acerca de sua obstinação em negar o pedido de Edward.

– Por que não? – quis saber fitando o teto do carro. Seus olhos verdes estavam fechados, provavelmente se os abrisse a encararia com a mais pura acusação em suas íris verdosas.

– Aquele lance de sermos heterogêneos ainda está válido – ela apontou para si, e em seguida o seu dedo foi em direção a Edward, que o amparou entre os seus, levando-o ate seus lábios para morder. Bella tentou puxar o médio que agora estava cativo entre os lábios de Edward, mas ele era muito mais forte do que ela.

Sentia-se estranha por estar apreciando a sensação de ter a língua macia e quente dele em contato com os seus dedos – mesmo que por dentro desejasse-as em outro lugar; muito provavelmente a sua boca.

– Você é tão complicada, Bella – disparou Cullen, arriscando fitá-la pela primeira vez desde que teve o seu pedido negado.

– A questão não é ser complicada ou não, – esclareceu, tentando novamente puxar os dedos do domínio do Cullen. Ele não consentiu, contudo. – Isso... O que você quer é simplesmente um absurdo!

– Defina absurdo – ele pediu em um tom de voz brando.

– É simplesmente absurdo! Nós somos diferentes e incompatíveis, Edward – deu de ombros. – Sem nenhuma definição.

– Não é questão de idade – refletiu. – Afinal sou apenas um ano mais velho que você. Não sou tão bom aluno, como você. Jogo às vezes no time de basquete, mas é apenas isso. Sim, há também a diferença de que eu sou um garoto e você, uma garota! Fora isso, somos iguais. Temos dois olhos, um nariz, uma boca, duas orelhas, duas sobrancelhas, 32 dentes, 5 dedos em cada mão, totalizando 20 contando com as mãos e os pés. Eu acho que depois dessa lista você compreende que somos iguais.

Bella não pôde impedir que uma risada escandalosa rompesse de sua garganta, principalmente com o último comentário do garoto.

– Você não me conhece, Edward. Não de verdade – argumentou.

– Tenho certeza que você é mais interessante do que eu – afirmou. – Mas está enganada. Eu a conheço mais do que você mesma.

– Eu não teria tanta certeza – rolou os olhos.

– Não? – acariciou o queixo com o polegar e indicador. – Você é Isabella Marie Swan, filha de Renée e Charlie Swan, uma costureira e um policial. Sempre foi mais apegada ao pai. Na escola, é tímida. Sempre está nervosa quando precisa ir à frente da turma apresentar algum seminário. É boa aluna em todas as matérias, embora tenha dificuldades em trigonometria. Está proibida de entrar na quadra esportiva, em favor da segurança dos demais estudantes. Já quebrou o nariz de uma aluna na quadra e já enviou sem querer a bola em direção ao “saco” do professor. É amiga de Rosalie Hale. Tem uma afinidade com a minha irmã Alice. Odeia ser o centro das atenções, por isso sempre caminha com a cabeça baixa pelos corredores. Mesmo no verão você não abandona os suéteres. A sua cor predileta é preto. Seu sapato é tamanho 7, sua blusa é tamanho 6, e short tamanho 10. Eu só não sei o tamanho do seu sutiã, mas descobrirei em breve. Você odeia margaridas. Esqueci alguma coisa?

A fisionomia de Isabella estava cômica. Ela encarava Edward sem acreditar que ele sabia tantas coisas sobre a sua vida. Quando pensara que ele era um perseguidor, aquilo era um eufemismo. Parecia que havia um dossiê sobre a sua vida gravada em sua memória. Seus olhos escandalizados e os lábios descerrados daria uma ótima pintura surrealista.

– Isso é... Loucura, Edward! Você é insano! – acusou, levantando o austero dedo em acusação.

– Eu gostar de saber sobre você torna-me um louco?

– O que há de interessante em odiar as margaridas ou ter vergonha de apresentar um seminário? Isso apenas faz parte da merda que eu sou.

– Por que você tem que fazer isso? Sempre se colocando para baixo, não aceitando um elogio, ou achando que estou mentindo?

– O fato de eu não ser uma narcisista faz de mim uma pessoa... Preciso escolher uma palavra certa... – pôs a mão no queixo fingindo que estava pensando. Para completar o cenário, franziu a testa e deixou o olhar vagar perdido. – Uma pessoa apática?

– Não precisa ser narcisista Bella, mas também não precisa fazer deboche sempre que alguém ressalta as suas qualidades.

– Nós vamos ficar realmente discutindo sobre as “minhas qualidades”?

– Não. Sua mãe já deve estar se preocupando com a sua demora.

– Bom. Fico feliz que agora você se lembrou da minha pobre mãe!

– Bella, por favor, sem exagero. Sei muito bem que você ficou tão irritada quanto eu quando o celular começou a tocar. Aliás, lembre-se de desligá-lo quando estiver comigo. Não gosto de interrupções.

– Não é como se isso fosse se repetir.

– Sim, irá se repetir. Vamos ao cinema no próximo fim de semana.

– Você irá sozinho.

– Você irá comigo. Qual a graça de ir ao cinema, assistir um filme mulherzinha se a mulherzinha em questão não estará comigo?

– Chame uma de suas amigas.

– Tenho uma ao meu lado. Completamente birrenta, mas aposto que é apenas para camuflar o ciúme.

Bella riu.

– Ciúmes? Ciúmes? Por que eu teria ciúmes de você?

– Eu poderia listar mil razões. Você sabe, aquele lance de narcisismo pode não se aplicar a você, mas, em compensação, eu tenho esse mal em dobro!

– Você não cansa de ser idiota, Cullen? – bufou, exasperada. – Precisamos ir para casa.

Apenas para confirmar a afirmação anterior de Isabella, o aparelho telefônico de Edward vibrou no bolso da jaqueta. Quebrando a conexão visual, ele pega o celular na palma da mão, e corre seus olhos pela tela e para o símbolo de uma cartinha que está piscando. É uma mensagem. Ele encara Isabella por uma última vez, antes de deslizar seu dedo sobre o símbolo e o texto surgir na tela do móvel.

É melhor vocês virem, rápido. Renée está ligando de cinco em cinco minutos à procura de sua querida Bella. É bem capaz de ela acionar o serviço de busca achando que você a sequestrou! A propósito mande um beijo para minha futura cunhada!

Edward rolou os olhos após ler a mensagem. Desligou o celular e o colocou de volta ao bolso da jaqueta. Bella mantinha seus olhos fixos em Edward e o modo como ele prendia os lábios – inconscientemente – entre os dentes e às vezes o mordia.

– Temos que ir embora – anunciou.

– Agora que você percebeu isso? – replicou mordaz.

– Você é uma criatura bipolar, sabia? – disparou enquanto ligava o Volvo.

– Você é o primeiro a dizer isso. Mas eu queria entender o porquê.

– É. Acho melhor irmos embora. Não estou preparado para mais uma mudança de humor.

A viagem de volta ocorreu silenciosa. Algumas vezes Bella abria a boca para disparar algo, mas tão logo a fechava. Edward se sentia desconfortável com aquele silêncio palpável entre eles e, querendo findar o sossego que estava dentro do automóvel, ao chegarem a um sinal de trânsito, sem desviar os olhos da estrada ele vagou suas mãos sobre o vento, apalpando, até que encontrasse o guarda-luvas onde ele deixava alguns CDs guardados. Sem querer os dedos teimosos do adolescente foram de encontro às pernas da garota rabugenta, acariciando a sua pele coberta por uma calça jeans. Mesmo com aquela parte de si estando coberta, Bella sentiu que seus pelos ficaram eriçados com aquele simples contato. Edward não afastou as mãos – deixando-as percorrerem toda a perna da Swan, testando a sua aceitação. Quando tentou avançar para o meio das pernas da adolescente, recebeu um tapa em sua mão. Sorriu, e percorreu-as por toda a coxa. Novamente foi impedido, e sem nenhum aviso prévio, ele recolheu a palma, voltando-a sobre o volante.

– Idiota – murmurou sobre a respiração.

Edward estava atento a tudo o que saia dos lábios da garota que era apaixonado – e sua reação principal foi rir após o esgar exasperado de Isabella.

Bella estava tão compenetrada em sua tarefa de negar os “avanços” de Edward, que não percebeu que dormira. Não demorou muito até que chegassem aos limites de Forks, e mais alguns minutos ele parou o Volvo em frente à residência em que Isabella morava com a mãe. Destravou o seu cinto de segurança, e curvou-se para observar a morena que estava com uma expressão serena enquanto adormecida.

Escorregou para fora do Volvo, e abriu a porta de Isabella, fazendo um esforço hercúleo para colocá-la sobre os seus braços – como se ela fosse um neném. Bella aninhou-se ao peito de Edward, correndo seu nariz pelo pescoço dele e bebendo de seu perfume e essência natural que estava mesclada uma a outra. Subiu as escadas com Isabella ainda sobre os seus braços, e tocou a campainha que estava próximo a porta. Não se passaram nem sessenta segundos quando a porta é aberta e uma Renée – com trajes de dormir – surge do outro lado com uma expressão preocupada e um telefone em suas mãos. Ao ver Isabella sobre os braços de Edward, Renée permite-se respirar em alívio.

– Que bom que vocês chegaram! – disse Renée, abrindo caminho para que Edward entrasse.

– Onde é o quarto dela? – perguntou em um murmúrio para que a garota em seus braços não acordasse.

– Logo no primeiro andar, Edward – respondeu Renée com solicitude. – Faz muito tempo que ela dormiu?

– Acho que trinta minutos, no máximo – objetou o garoto enquanto subia os degraus com a menina nos braços e Renée ao seu lado.

– Oh!, Então ela não acordará tão cedo – explica Renée.

Logo após deitar o corpo magro de Isabella em sua cama de solteiro, Renée saíra para buscar algo para a menina adormecida, deixando-o sozinho com o “elemento” de sua paixão. Sentando-se ao seu lado na cama de solteiro, Edward permitiu-se tocar o rosto macio de Isabella, fazendo com que seus dedos raspassem pelos grossos lábios avermelhados que se separaram assim que as peles entraram em contato. Inclinou-se minimanete para que pudesse tocar seus lábios aos dela, em uma singela carícia. Levantou-se assim que ouviu passos no corredor, e despediu-se a beijando na testa. Assim que voltara à posição inicial, Renée apareceu por uma fresta na porta, chamando com a mão e com um telefone sem fio na outra.

Cautelosamente ele segue até onde Renée está – que lhe entrega o telefone. O portador da chamada é a mãe. Depois de cinco minutos de um diálogo em que a genitora com grandes recomendações sobre não ingerir bebidas alcoólicas quando estava dirigindo, finalmente Esme sente-se segura para findar a chamada.

– Você pode dormir aqui, se quiser – oferece Renée, assim que ele lhe entrega o telefone. – No quarto de hóspedes, eu quero dizer – completa rapidamente ao notar o olhar esperançoso do garoto. Desconfiava dos sentimentos do rapaz para com a sua menina, mas, supunha também que a filha não lhe retribuía os sentimentos. O que era uma pena. Edward Cullen era um bom rapaz.

– Não precisa se incomodar, Sra. Swan – recusa a oferta com um sorriso solícito. – Ainda não está tarde. Minha casa é logo aqui perto.

– Quase meia-noite, Edward – ela toca delicadamente em seu ombro. – É melhor você ficar. Sua mãe ficará mais calma sabendo que você não pegará a estrada a esse horário. E você deve estar cansado.

Renée o arrasta até a cozinha, onde lhe prepara um sanduíche natural acompanhado de suco de laranja. Depois do rápido lanche, bocejando, Renée informa a sua partida, deixando-o ciente sobre a direção do quarto de hóspedes, que já está arrumado à sua espera. Edward agradece a gentileza da senhora.

A cozinha está silenciosa, quando ele coloca os pratos sujos na máquina de lavar e, enquanto aguarda a limpeza, perambula pela sala de estar. Há poucas fotos em família dispostas na estante cor de mogno – apenas algumas da infância de Isabella, na companhia da mãe e de pessoas desconhecidas. Não há nada sobre o falecido Charlie Swan. E Edward compreende a razão da falta de lembranças.

– O que você está fazendo aqui? – Edward se assusta com a voz rouca de Isabella. Ele coloca o porta-retratos que está em sua mão, voltando-o ao seu lugar de origem, enquanto vira-se em direção à voz.

Bella está no último degrau da escada; seus cabelos estão presos em um coque, e está vestida num pijama amarelo. Pelo odor que preenche a sala de estar ela está tomada banho, e o seu sabonete é aromatizado por morangos silvestres.

– Sua mãe pediu para que eu ficasse – respondeu, encarando-a intensamente nos olhos. – Você estava dormindo quando eu a deixei em seu quarto.

– Mas eu acordei. Estava calor demais.

– É quase inverno, Isabella – replica com um riso abafado.

– O que você está fazendo aqui? – objetou novamente, esquecendo-se que já abordara a questão.

Edward senta-se em dos sofás disposto na sala. Seus braços estão jogados sobre a almofada, e sua fisionomia parece cansada. Isabella agindo por impulso, senta-se ao seu lado.

– Sua resposta continua sendo “não”?

A menina coloca uma mecha do cabelo atrás da orelha. Respira algumas vezes, criando forças para abrir-se com o Cullen e revelar porque não pode aceitar o seu pedido.

– Eu conheci um rapaz, Edward – seus braços estão ao redor do peito e, naquele instante, Isabella assemelhava-se a uma criança indefesa. Seu corpo estava quase em convulsão e a culpa não era o frio típico de dezembro. – E eu era apenas uma menina imatura que acreditava em tudo o que me diziam. Isso aconteceu pouco tempo antes de Charlie... – sua voz embargou, e Edward quase lhe implorou para não continuar. A voz quebrada denunciava a sua dor. –... antes de Charlie morrer. Liam era filho de uma amiga de Renée. Nós nos tornamos amigos, apesar de ele ser um ano mais velho do que eu. Liam era tudo o que eu não era. Aventureiro, gostava de novos desafios. Completamente intrigada com aquilo, eu me apaixonei. Mas Liam não era do tipo de que se apaixona. Ele é apenas um colecionador de corações, como você. Depois de um tempo nós começamos uma espécie de namoro. Ele era atencioso, carinhoso e romântico. O verdadeiro príncipe dos contos de fadas. Mas Liam não era o príncipe, ele era o sapo. Liam... Pediu para que eu fugisse com ele. Não deu certo, é claro. Alguém de Forks nos viu, e eu vacilei. Ele partiu o meu coração e alma. Voltou para Forks apenas para desfilar com duas garotas. Espalhava que eu era o seu brinquedo e que, por não ter mais serventia, eu não passava de um... Lixo. Pouco tempo depois Charlie morreu. Eu quase entre em depressão. Ou acho que entrei, mas eu conseguia aliviar a minha dor sempre que... – a adolescente abaixou a cabeça e fitou o braço coberto com o suéter amarelo.

– Sempre que... – Edward incentivou-a a continuar.

– Sempre que eu me cortava. Eu não sou uma pessoa bonita por dentro, Edward. Não sou mais aquela garota apaixonada por “ele”, mas sempre que eu olho para você, é o mesmo que estar revivendo aqueles momentos com Liam. É como se você fosse ele. Ele é o espelho e você, o reflexo.

– Isso é um absurdo, Isabella! – defendeu-se o Cullen.

– Ambos colecionam corações. Ou é mentira? Eu não sei se é algum pacto ou jogo, mas quantas vezes eu o vi saindo com garotas aleatórias da escola? Eu não quero ser mais uma, Edward. Eu sou apenas os pedaços de um cristal quebrado em mil estilhaços.

– Eu não sou Liam, Isabella. E quando eu digo que amo você, não estou mentindo. Desde aquele fodido dia em que a amparei no enterro do seu pai. Eu fui um imbecil todos os esses anos, mas porque eu tinha medo de ser recusado. De que eu vivenciasse isso.

– Você já teve o que queria – apontou para o seu corpo.

– Eu não quero apenas sexo. Merda, eu quero sexo, sim. Mas, acima de tudo, eu quero mais do que isso. Começamos de uma forma estranha, caralho, eu sei.

Edward segurou o rosto de Isabella em concha, acariciando com seus dedos longos a bochecha macia de sua face. Ele não se importava se de seus olhos castanhos brotavam lágrimas e mais lágrimas. Os lábios quentes do rapaz colaram-se aos seus em uma carícia inocente.

– Só preciso que você me dê uma chance. Eu não sou aquele filho da puta que quebrou o seu coração. Você só precisa dizer sim.

Tudo na cabeça de Isabella girava. Era como estar em uma montanha-russa ou em um carro em alta velocidade. Olhando nos orbes esverdeados de Edward ela enxergava a mais pura sinceridade. Poderia ela dar uma chance ao Cullen? Não poderia viver para sempre relembrando o fantasma de Liam.

Antes que ela pudesse ser capaz de raciocinar o que fazia, escapou de seus lábios em um murmúrio:

– Sim.



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Notas finais do capítulo

Não vou me prolongar muito por aqui. Apenas um aviso de que teremos apenas mais três capítulos e um epílogo. *cry* Quem comentar ganha de presente um teaser do próximo capítulo. E quem enviar um comentário beeeeem inspirador (excluindo os: amei, posta mais, :D) ganhará um presentinho maior! E bem lindo! Hahaha.
Vejo vocês em breve.
Mil beijos, Annie.