Amor À Toda Prova escrita por Mereço Um Castelo


Capítulo 7
Capítulo 7 - Triste Notícia


Notas iniciais do capítulo

Capítulo novo, vejo vocês logo no rodapé! :D



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Jane estava se despedindo de sua amiga Heide, quando Lucy passou pela porta com Alec. Ela não havia notado o estado da tia e iria subir para seu quarto, quando foi chamada pelo irmão.

- Jane, tia Lucy precisa falar com a gente.

- Ah, Alec... Eu estou tão cansada, não pode ser amanhã? – ela começou a dizer, mas ao virar calou-se, o estado de Lucy realmente era preocupante. – Ou, bem, eu posso ficar mais um pouco, não é mesmo? O que houve com a senhora titia?

Lucy tentou se recompor um pouco antes de falar. Ela notava o quanto Alec e Jane se olhavam alarmados com seu estado e podia imaginar o que se passava na cabecinha dos dois. No mínimo, eles deveriam achar que a tia havia pirado e que o próximo passo seria chamar uma ambulância para o sanatório, se não conseguissem avisar seus pais...

- Queridos, eu preciso que me acompanhem até a sala, por favor.

Sem hesitar, os dois a seguiram.

Ao passar pela porta do cômodo, Jane pegou uma das mãos de Lucy e a conduziu até um dos sofás suavemente.

- Titia, quer que o Alec busque algo pra senhora tomar? Você parece tão triste... Olha, se não deu certo no caso do tribunal, não se preocupe. Aposto que o próximo dará certo e você poderá comemorar por dias e dias! – ela sorriu e acariciou a mão da tia em sinal de apoio.

Alec já estava em direção a porta para atender ao pedido da irmã. Ele sabia que talvez Lucy quisesse desabafar com outra mulher. Afinal, “mulheres eram todas estranhas”, era o que ele pensava naquele momento.

Por outro lado, embora Jane não fosse propriamente adulta, ele também entendia que a idade mental de sua tia e sua irmã deveriam estar equiparadas, embora houvesse uma boa diferença na idade real delas.

- Não, querida. Alec, meu bem, pode voltar aqui. Eu realmente preciso falar com ambos.

Alec deu de ombros e se sentou do outro lado da tia no sofá. Enquanto Jane ainda segurava a mão dela e esperava pacientemente para que lhe dissesse algo.

Lucy respirou fundo, buscando forças para contar-lhes da melhor forma o que havia acontecido. Ela queria um modo que não os chocasse tanto e que pudesse fazer-lhes entender que a mãe ainda os amava e que era tão inocente do ocorrido quanto qualquer um.

- Meus queridos, eu preciso dar uma notícia para vocês, que não será fácil... – mas ela voltou a chorar e suas lágrimas teimavam em escapar a cada instante, antes mesmo de colocar em palavras o que precisava.

Jane encarou o irmão e decidiu se pronunciar.

- Titia, precisa que chamemos o papai? – Lucy fez que não com a cabeça, tentando parar de chorar. – Ou a mamãe?

Nessa hora Lucy voltou a chorar ainda mais e os dois ficaram sem entender.

- Por acaso a mamãe disse algo que magoou a senhora? – Alec supôs.

Lucy fez que não com a cabeça e tentou voltar a falar.

- Não, não... Acontece que a Maria está... em... um... – ela começou a pausar em cada palavra, até que voltou a chorar e não conseguia mais falar nada.

- “Em um...”? – Jane tentou incentivar.

- Ela sofreu um acidente... – Lucy conseguiu dizer parte do ocorrido.

- Você quer dizer “em um hospital”, então? – era Alec. – Bem, nesse caso, eu vou ligar para o papai.

Alec ia levantar, mas Lucy segurou seu braço.

- Jasper sabe.

Jane sorriu e tentou confortá-la, embora estivesse assustada.

- Se papai sabe, não há o que temer tia. Logo ele a trará para casa, não se preocupe – ela começou a acariciar os cabelos de Lucy.

A tia se sentia miserável. Estava lá sendo consolada, quando era ela quem deveria consolá-los. Sem contar que, era terrível o fato de não conseguir, ao menos, dar toda a notícia aos dois.

Lucy só podia pensar o quanto Edward ficaria decepcionado com sua “falta de capacidade”. E isso só a fez chorar de novo.

Alec olhou para Jane, que agora abraçava Lucy e disse sem voz que iria ligar para o pai. Jane concordou com a cabeça e continuou tentando acalmar a tia.

Logo Alec já estava andando o mais silenciosamente possível até o escritório do pai. O pouco que soube de sua tia já o havia preocupado, para ele era esse o motivo de ter se sentido preocupado com a mãe o dia todo.

- Que estranho... Tomara que mamãe esteja bem...

Ele pegou o telefone e discou para o pai.

***

Jasper e Edward haviam acabado de sair do estacionamento do hospital.

Edward teve um pouco de trabalho ao explicar para Jasper que ele não poderia ver Maria agora, pois seu corpo seria encaminhado para a funerária. Ambos sabiam interiormente que o motivo para não deixarem vê-la era que, de fato, havia ficado extremamente ferida.

E, embora não tenham falado nisso, Edward se viu mais uma vez tentando consolar o amigo em um abraço, antes de entrarem no carro.

Os dois estavam deixando o estacionamento quando o telefone de Jasper começou a tocar. Ele pegou o telefone sem vontade e olhou para o visor. A ligação vinha de sua casa e ele não sabia como atender.

Edward percebeu que o amigo apenas olhava o telefone sem reação e decidiu perguntar o que se passava:

- Quem é?

- É da minha casa...

Edward olhou para o amigo e estacionou no acostamento da estrada.

- Eu atendo, ok? Me dê.

Jasper passou o aparelho e o ficou encarando, embora quisesse saber o que se tratava, ele não estava pronto para atender aquela ligação.

Ele respirou fundo uma última vez e atendeu.

- Alô?

- Tio? Aqui é o Alec...estranho, juro que achei que tinha ligado pro meu pai...

Segundo o que Edward pode notar, Alec provavelmente não sabia o que se passou, pois não parecia desesperado, apenas preocupado. Ele não sabia se ficava aliviado ou mais preocupado por saber que Lucy não havia contado.

Um milhão de possibilidades começaram a rodar a cabeça dele, em um turbilhão de perguntas. “E se ela não estiver lá? E se ela sofreu um acidente também?”

- Bem, eu vou ligar pra ele...

- Não! – Edward tentou reorganizar as ideias e acabou assustando Alec.

- Não o que? Não ligar pra ele? Porque?

- Não, é que você não ligou para o lugar errado, esse é o telefone do seu pai, Alec.

- Ah...e cadê ele? Ele está com a mamãe? Lucy falou que ela se acidentou... Vocês estão no hospital?

“A mesma mania de Lucy, falar sem parar e não deixar com que respondam as perguntas. Isso é de família!”, ele pensou.

- Alec, calma. Me responde uma coisa antes, onde está sua tia?

- Ela está na sala com a Jane, e não para de chorar!

- Quem não para de chorar? A Jane?

- Não, a tia. A Jane está tentando consolá-la.

- Mas... como assim ela está sendo consolada pela Jane?

- É tio, eu sei. A mãe é nossa e a tia que chora feito uma louca... fazer o que, né? Ela está preocupada com a mamãe e tal. Ela nem queria que eu ligasse para o papai.

- Sei... na verdade, volte lá e diga que eu liguei. Diga que eu estou indo para aí que não é para ela dizer mais nada.

- Como assim?

- Apenas faça isso, por favor.

- Ok, eu sei que tia Lucy tem tendência a aumentar as coisas... Bem, então, tchau tio.

- Até daqui a pouco, Alec.

Edward desligou aliviado pelo sobrinho não ter feito mais perguntas. Jasper o olhava sem dizer nada, mas o amigo sabia que ele queria entender o que se passou no telefone, só não tinha forças para colocar em palavras.

- Lucy apenas disse que Maria se acidentou e foi levada ao hospital – Edward esclareceu, enquanto Jasper concordava com a cabeça.

Alec voltou a sala e fez exatamente o que haviam lhe pedido. Lucy apenas concordou e tentou se controlar.

Jane não havia entendido muito bem o que havia se passado até então, para ela, apenas a tia estava fazendo um drama muito grande por nada. A garota achava inconcebível a ideia de que sua mãe estivesse tão doente que tivesse que se quer passar a noite no hospital. Para ela, Maria era uma heroína e nunca se feria.

- Fique tranquila tia, ok? Tudo vai ficar bem.

E Lucy torcia com todas as forças que tudo realmente pudesse ficar bem no futuro, mesmo que demorasse um pouco e, por hora, parecesse impossível.

***

Jasper e Edward chegaram algum tempo depois.

Edward saiu do carro e começou a andar até a porta, ele percebeu que o amigo estava apenas olhando para a casa e não se mexia.

- Jasper, hei... – ele apenas o olhou, sem sair de perto do carro. – Eu sei que esta sendo difícil e, acredite, para mim também está. Mas, por favor, você vai ter que aguentar um pouco. Eu não peço para que fale nada, apenas não saia da sala.

- Mas é doloroso demais ouvir isso de novo – ele respondeu após encarar o chão.

- Eu sei, mas seus filhos precisam de você, mesmo que seja apenas ao lado deles enquanto ouvem a notícia, ok? – ele deu um toque no braço do amigo e o puxou levemente para a porta.

Lucy já não soluçava mais no sofá, Jane havia pego água com açúcar para ela, enquanto Alec estava ao seu lado.

Logo que a porta foi aberta, a garota correu até lá.

- Tio! Pai? A mamãe também veio?

- Ah... não, ela não está aqui... – Edward respondeu pelo amigo. – Bem, nós precisamos conversar.

- Ok – Jane respondeu enquanto seguia até o sofá e sentava do outro lado da tia.

Edward encarou Lucy e depois olhou para Jasper, ele percebeu que não haveria ajuda deles.

Mesmo que considerasse os sobrinhos adolescentes, por já terem treze anos, ele sabia que ainda eram praticamente crianças em corpos maiores. Não importava que Alec fosse o primeiro na turma de ciências ou que Jane houvesse conseguido uma vaga nas líderes de torcida por ser magra, alta e loira. No fundo, eles eram crianças e haviam perdido a mãe.

Saber disso tiraria o alicerce da pessoa mais estável do mundo, imagine de dois adolescentes.

Lucy levantou do sofá, Edward sabia que ela iria, provavelmente, para o lado de Jasper e pode confirmar sua sspeita minutos depois.

Ele, por sua vez, se aproximou dos sobrinhos, que agora sentavam um ao lado do outro, e tomou coragem para começar.

- Bem, o que eu tenho para dizer é que a mãe de vocês sofreu um acidente sério.

- Sério do tipo “com muito sangue”? – Jane disse assustada.

- Sim, muito...

- Ela vai ficar internada então? – Alec perguntou.

Era a hora, não havia como voltar atrás. Jane e Alec já sentiam no ar que a coisa era séria e, embora só agora percebessem que a tia havia voltado a chorar e que o pai também estava abalado, já esperavam por algo ruim.

- Eu sinto muito em dizer que a mãe de vocês não voltará mais... Ela não resistiu e...

Jane e Alec não ouviam mais nada. Ela estava entregue as lágrimas, abraçada no irmão, que embora quisesse consolá-la, também não conseguia se conter.


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Notas finais do capítulo

Oieee gente, e aí?
Eu sei que o climinha ainda está pesado, mas prometo que só mais o próximo terá esse climão e depois vamos encaminhar a história para o caminho que tanto esperamos!!
E aí? O que acharam desse capítulo?