Amor À Toda Prova escrita por Mereço Um Castelo


Capítulo 62
Capítulo 62 - Rápido


Notas iniciais do capítulo

Faz tempo que não há atualizações, né? Mas a gente fala sobre isso nos rodapés :D



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À volta para casa de Alice foi mais auto reflexiva do que aproveitando seus exercícios. Ela não conseguia parar de pensar em Jane e de como queria entender o que se passava para que ela agisse assim.

Segundo o que havia ouvido de Gertrudes nos papos na cozinha, enquanto as crianças estavam ocupadas em seus jogos, a menina aprontava poucas e boas com as babás anteriores.

Alice sentia que havia uma invencibilidade dela até então, que havia algo mais. Mesmo que a menina tivesse sido dura em suas palavras em algumas oportunidades, como agora mesmo no parque onde ela deixou claro que “Alice não era da família e não deveria estar ali”, só que com palavras mais sutis. Ela sentia algo estranho ali, algo que a fazia ficar ainda mais curiosa com tudo.

Em meio a seus pensamentos ela percebeu que quase atravessou a rua perigosamente quando um motoqueiro passou a toda e buzinou. Alice foi jogada para fora de seus pensamentos ofegante, voltando um passo para trás e subindo novamente na calçada. Aquilo fazia seu coração martelar e ela pensava que se não havia morrido de susto agora, estava a salvo.

No quarteirão seguinte ela viu um táxi e achou que seria prudente ir até lá e voltar para seu apartamento assim. Pelo menos ela poderia se perder em seus pensamentos sem correr nenhum perigo, pois de ônibus ela ainda corria o risco de perder seu ponto.

Após chegar perto do pai e da irmã, Alec voltou a olhar para o lugar onde Alice deveria estar, mas ela já havia ido embora. Ele suspirou pesaroso, mas ele sabia que o pai não perceberia sua frustração, pois acudia sua irmã nesse momento. O menino sequer entendia o porque da irmã chorar assim, já que havia sido ela mesma quem tinha causado toda essa confusão. Para ele, Jane deveria era tomar uma bronca e não ser mimada pelo pai.

Jasper passava a mão no cabelo de Jane e percebeu o quanto gradativamente ela foi ficando mais calma. Quando acreditou que já era seguro falar com ela, sem que fugisse de novo, ele olhou em seu rostinho ainda molhado de lágrimas e sorriu.

– Não fique chorando assim, princesa, foi só um susto. Cadê a minha menina valente, hein? – ela o abraçou e escondeu o rosto nele.

– Está de folga – ela disse depois de um soluço involuntário.

– Você quer ir embora então? – ele perguntou perdido, mas ela apenas respondeu que “não” com a cabeça. Ele suspirou e se preparou para a pergunta seguinte, tendo certeza que mantinha a garotinha abraçada a si. – Mas porque você correu, princesa?

– Porque sim... – ela respondeu ainda com o rosto escondido no abraço que dava no pai.

– Foi grosseria, meu anjo. A Alice estava só sendo simpática com o seu irmão. Você não deveria ter tratado ela assim.

Jane soltou o pai, cruzando os braços emburrada, respirando fundo para tentar dizer o que pensava a respeito da garota. Jasper, aliás, ficou em alerta para evitar que ela fugisse, mantendo seu braço no banco atrás de Jane, com a mão bem pertinho de segurara seu braço por trás.

– Eu não quero uma babá, não preciso de uma babá e ela não é da família – ela começou nervosa, e depois encarou o pai zangada. – Você disse que era um passeio em família e ela não é e nunca será da nossa família!

Alec se sentou do outro lado do pai, visivelmente emburrado por ser deixado de lado e começando a pensar consigo que deveria ter ido embora com Alice.

– Eu gosto dela... – Alec sussurrou mais para si do que para os outros, observando as pessoas a frente, como se não encarasse nenhum ponto especifico.

Mas, para seu azar, Jane ouviu e não gostou nada daquilo.

– Só porque ela te ajuda com a sua tarefa e está te ajudando a estudar! – Jane disse se levantando, mas Jasper a pegou pelo braço, mesmo assim ela continuou falando, encarando o irmão. – E só gosta porque suas notas são terríveis e você ia reprovar se não tivesse aulinhas particulares!

Alec olhou em câmera lenta, temeroso para o pai, pronto para tomar uma grande bronca. Mas Jasper parecia tranquilo com a informação.

– Jane, isso é desnecessário. Seu irmão apenas precisava de reforço e isso não é algo vergonhoso, ok? – ele disse sério para a filha, se voltando para Alec depois e mexendo no cabelo dele com a outra mão. – Ninguém espera que vocês se saiam bem em tudo. E eu ficaria feliz se daqui para frente os dois prometessem me contar o que se passa. Eu não tenho como adivinhar, entendam, e eu quero fazer tudo o que puder para ajudar.

– Desculpe, pai... – Alec disse com os olhinhos baixos e até Jane pareceu tocada com as palavras do pai.

– Sim, desculpe papai... O senhor tem razão, eu não quero que o Alec vá mal...

– Então deve um pedido de desculpas a ele também, não acha?

– Ah não - ela fez um beicinho e tentou cruzar os braços emburrada, mas, assim que Jasper a soltou, ela pulou em cima do irmão aos risos. – Alec é muito chato e me inferniza, mas... eu não quero que ele reprove. Então, maninho, estude viu? Mesmo com a chata da Alice.

– Jane... – Jasper a repreendeu e ela deu de ombros.

– Não sou obrigada a gostar de todo mundo, né?

– É, não é, mas deve ser educada com todos. E, acho que seria bom se desculpar dela – ele disse a ultima parte olhando ao redor, tentando localizar a babá.

Alec percebeu muito bem quem o pai procurava e não queria dar motivo para que Jane falasse que a babá fugiu por estar errada, então deu a primeira desculpa que lhe veio em mente.

– A Alice já foi, a mãe dela ligou pedindo para que ela corresse lá... Ela pediu para eu avisar – ele tentou sorrir para demonstrar veracidade e torcia para terem acreditado.

– Bem, hoje é folga dela, ela não nos deve explicação para ir embora... – Jasper comentou vagamente, embora ainda procurasse pela presença de Alice nas pessoas ao lado.

Jane não gostou muito do comentário e Alec percebeu bem isso, mesmo que Jasper estivesse alheio a ver a atitude da filha. Tentando contornar a situação, Alec usou a primeira coisa que lhe veio em mente.

– Pai, podemos comer? Eu estou com fome... – ele disse colocando as mãos teatralmente na barriga.

Jasper riu daquilo, ele realmente parecia uma criança família com aquela carinha, não havia como dizer não. Logo Jane estava concordando e dizendo o quanto esta faminta também.

– Bem, mas e os outros ingressos? – Jasper brincou e se surpreendeu com a resposta da filha.

– Podemos dar para alguma criança carente, não é? Aposto que elas vão aproveitar mais que nós.

Não havia como discordar daquelas palavras e era em ocasiões como aquela que ele via que no fundo sua princesinha era mesmo uma boa pessoa. O problema era o como ela gostava e deixar seu lado mau sobressair constantemente.

A própria garota pegou os ingressos e levou para dois garotinhos que observavam a roda gigante sozinhos, quando ela os entregou os ingressos eles se mostraram super contentes e agradeceram amplamente, antes de sumir para a fila do brinquedo.

Com a boa ação do dia completa, Jasper deixou que eles escolhessem aonde queriam comer e é claro que a primeira sugestão era o shopping, ao lado do fliperama, e embora ela viesse de Alec, Jane amou a ideia, pois poderia passar na livraria depois e ver se o novo livro e Lisa Jane Smith havia chego.

Como ambos estavam em pleno acordo, não havia o que dizer e logo os três caminhavam para o carro, com piadinhas e provocações de mentirinha sobre quem iria na frente desta vez, mas Alec deixou a irmã apontando que apenas p fez pela “boa ação comunitária” que a garota havia feito, claro.

* * * * *

Alice que chegava ao seu apartamento naquele instante, ainda pensativa, rumou direto a cozinha em busca de água. O telefone, como se adivinhasse seu paradeiro,começou a tocar estridente naquele cômodo e a garota atendeu feliz ao identificar o número na bina.

– Bom dia amor, já acordou? – ela disse sorridente, sentando em uma bancada com seu copo de água super gelado.

– Bom dia, minha linda, mas eu acho que seria tarde, não? – ele brincou. – Mesmo que eu tenha levantado agora.

– Hum... bem, agora é uma e meia... sim, estamos oficialmente na tarde faz 31 minutos – ela falou com um tom sério, que não conseguiu segurar até o final. – Mas, me diga, vou vê-lo hoje, meu amor? Você disse que sim hoje cedo, mas eu fiquei tão pesarosa de tê-lo acordado. Me desculpe, ok?

– Me acordado? – ele se fez de confuso, e depois lembrou do telefone. – Ah, bem isso explica o telefone na cama. E, desculpe, meu anjo, eu não lembro mesmo de ter falado contigo. Acho que eu estava para lá de Bagdá, em Bangladesh, acho... – ele brincou e ela riu.

– Trouxe um lenço chique para mim?

– Desculpe amor, ficarei devendo. Mas, veja só – ele pareceu se lembrar de algo – vou compensá-la com outra coisa e ainda hoje.

– Hum? Sério? Eu vou gostar? – ela se fez de difícil.

– Você vai amar, e, olhe só, a ideia veio da Esme.

– Não, para, uma ideia da Esme e você aceitou? Oh, meu Deus... Ela não fez você ir a um sexy shop não, né? Eu desatarei a rir amor, não vai dar certo – ela disse já entre risos, embora ele parecesse bem sério do outro lado da linha.

– Que mente mais poluída você também, não? – ele respondeu para ela, tentando se manter sério.

– Oh, amor, desculpe, mas é verdade. Repare como todas as ideias da sua irmão tem haver com sexo ou a falta dele. Ela vive me mandando te agarrar no banho, sabia? – ela tentou se defender.

– Se quiser eu começo a deixar a porta destrancada então... – ele diz sério, dando de ombros e tentando não rir.

– Ela te influenciou! Oh! – Alice se fez de perplexa.

– Levemente – mas logo ele mudou o rumo da conversa, já que Esme chegava à sala naquele momento e Alice percebeu perfeitamente isso pelo corte na conversa. – Mas, são coisas da vida, não? Enfim, o que eu queria dizer é que eu realmente acho que você vai gostar da ideia de “passeio” – ele frisou a palavra – que Esme teve.

– Amor, se você diz, vou acreditar, ok? E, eu percebi que a pequena terrível estava aí. Estou aqui imaginando você levemente vermelho, desconversando... – ela provocou com risinhos ao final.

– Ela é terrível, fato, mas você não fica atrás, hein? – ele provocou, vendo que Esme, ao seu lado, segurava a riso.

– Diga para ela parar de implicar com minhas escolhas e tomar um banho logo – Esme gritou ao lado do irmão, para que a cunhada ouvisse bem o que ela dizia. E ainda provocou. – Não quero gente fedendo do meu lado no carro!

– Hora essa – Alice começou com a melhor pose de ultraje que conseguia manter – diga para essa abusada que eu não estou fedendo!

– Ah, e se ela disser que não fede, diga que sei que ela faz caminhada aos domingos de manhã – Esme emendou, mesmo sem saber a resposta de Alice, e se levantou em seguida, seguindo para a cozinha.

– Quer que eu repita, amor? – Rafael comentou ao telefone, mas não obteve resposta pelos próximos segundos, pois Alice estava pasma.

– Bem – ao retomar a voz – eu vou tomar banho então... Tenho quanto tempo?

– Meia hora está bom? – ele perguntou.

– Nem de longe, mas farei o possível... – ela responde alarmada, percebendo o com era pouco tempo.

– Sorte você ser linda ao natural, não?

– Se você diz... pois, - ela suspira tristemente – não terei tempo de fazer uma maquiagem descente e... O que eu vou vestir ? – ela pareceu em pânico minutos depois.

– Vai de jeans, camiseta confortável e tênis – ele respondeu e ela riu nervosamente.

– Amor, não brinca...

– Falo sério, linda, não vai querer estar de salto lá e...bem, precisará estar bem confortável mesmo. Acredite, vai me agradecer depois.

– Alguma chance de eu saber com antecedência para onde vamos? – ela arriscou.

– Nenhuma – ele respondeu sério, antes de provocá-la. – Aliás, ouve esse tic tac, Alice? É o relógio correndo...

– Ahhh, céus! Seu terrorista! Bellinha estava certa! – ela grita em pavor. – Ah, e eu te amo, beijo! – ela diz desligando na cara dele, sem esperar por uma resposta de sua parte.

Rafael não pode fazer outra coisa além de rir das últimas falas da namorada, naquele momento Esme estava voltando com duas xícaras de café na mão e deu uma ao irmão.

– Mas, e aí? – ela se sentou ao lado dele. – Ela está muito curiosa?

– Você nem imagina o quanto – ele confirmou.

– Mas você não estragou tudo contando aonde vamos, não é? – e Esme parecia bem séria naquela pergunta, tanto que ela parecia segurar seu próprio ar em espera a resposta do irmão.

– Claro que não. E estragar a surpresa? – ele deu de ombros. – Quero ver qual será a reação da Alice quando chegarmos lá.

– Vai por mim – Esme diz relaxando e colocando os pés na mesinha de centro da sala, - Alice vai amar a ideia. Já prevejo até os olhinhos dela brilhando com leves lágrimas e felicidade nos cantinhos – ela disse teatralmente.

– Bem, espero que sim, não é? – ele diz se levantando e empurrando levemente os pés dela da mesa.

– O país é tão grande e você quer passar justamente aqui? – ela comenta levemente irritada, se sentando direito no sofá.

– Ah, Esme – ele estende a mão e ela o entrega a própria xícara, agora vazia – sabe que dona Sarah não aprova esses pés na mobilha, não?

– É, eu sei, mas ela não está vendo – Esme deu de ombros e voltou com os pés para a mesinha, após o irmão passar.

Rafael revirou os olhos, mas não pode segurar um sorriso, a irmã sabia ser adoravelmente irritante quando queria.

– Vou levar na cozinha e depois passamos pegar o Carlisle, pode ser?

– Sim, sim, claro.

– Aliás, ele sabe que vamos passar lá?

– Ainda não – ela diz puxando o telefone do gancho – mas saberá em segundos.

– E depois eu que sou o “terrorista” por avisar em cima da hora.

– Meu irmãozinho, mulheres tem que demorar mais tempo que os homens. É uma necessidade, ok? E é isso que nos torna deusas deslumbrantes assim. Aliás – ela disca o número – veja e aprenda com a mestre como agir.

E dito isso Carlisle atendeu o telefone do outro lado da linha.

– Boa tarde princesa – ele a cumprimentou, mas ela segurou o “own” que lhe veio em mente e tentou responder séria.

– Carl! Amor! Eu estou passando te pagar aí em cinco minutos.

– Aconteceu alguma coisa? – ele ficou preocupado.

– Não tenho como explicar agora, por favor, esteja pronto, viu? Não podemos esperar!

– Mas... – ele tentou argumentar sem sucesso, sendo cortado por sua amada.

– por favor, amor! Rápido! Esteja pronto que o Rafae e eu passaremos aí em dois minutos.

– Ok, eu estarei – ele respondeu tenso.

– Lembre-se, dois minutos! Estou saindo agora daqui! – e dito isso ela desligou, explodindo em risos.

– Você foi perversa - Rafael comentou sério.

– Eu? – ela fez carinha de inocente. – Fui nada! Mas, sabe, amaria ver a cara dele enquanto eu estava cobrando rapidez. Aposto que ele vai tropeçar enquanto se troca – e ela começou a rir novamente.

– Ah é? E como sabe disso – o irmão manteve um ar sério, como se não gostasse do comentário.

– Sabendo e tenho absoluta certeza de que você não quer saber os detalhes – e ela piscou para ele. – Agora, pegue a chave do carro enquanto eu acho minha bolsa no quarto, ok?

E lá se esquivava a garota, como sempre. Era realmente bem difícil conseguir deixar Esme desconfortável com qualquer comentário que fosse, a menina era afiada para tudo e Rafael decidiu não questionar, rolando os olhos em desacordo.

– Imagina que feio se você ficar assim – ela comentou na escada, prevendo a atitude do irmão, mesmo sem olhá-la. – E, ah – ela voltou a se virar – Poe ir com calma, carlisle leva quatro minutos para se situar, antes de se trocar.

– Seus conhecimentos sobre as outras pessoas me assustam.

– Eu sou incrível, querido. Admita! Agora, deixe-me pegar a bolsa – e dito isso ela correu escada a cima.

Rafael pegou a chave na mesinha e passou pela cozinha para avisar aos pais que iria sair com a Esme. Nathaniel fez com que ele prometesse que não deixaria a irmã dirigir feito louca por aí, mas ele disse que se reservava no direito de “apenas tentar”, pois conhecia muito bem a irmã e não teve como o pai discordar daquilo. Todos sabiam bem qual era o gênio da moça, então, “tentar” da parte do irmão já estava ótimo.


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Notas finais do capítulo

Olá pessoas, tudo bom?
Deixei para escrever tudo nas notas finais, ao invés de picar entre o começo e aqui, né?
Enfim, existem ainda boas almas lendo isso? Se houver deem um alô, ok?
Beijinhos



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