Amor À Toda Prova escrita por Mereço Um Castelo


Capítulo 51
Capítulo 51 - Bondade Sem Limite


Notas iniciais do capítulo

Capítulo atrasou, mas, enfim...
Explico-me ao fim.



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Edward havia deixado Bella à frente de seu prédio, e por mais que quisesse aceitar o convite dela para entrar, ele sabia muito bem que ela só o estava fazendo por educação. Porém, ele também tinha outros motivos para recusar, ele precisava mesmo falar com Lucy. Pois, em meio a tudo o que aconteceu, ele não havia falado com ela a respeito dos papéis e informações que a Polícia precisava.

Ele decidiu seguir para a casa de Jasper, com um bom palpite de que a encontraria lá. Realmente se combinasse, não daria tão certo, pois ela estava estacionando quando ele chegou ali também. Ela ainda decidiu esperá-lo fazer o mesmo, já na porta da casa.

- Olá – ela disse lhe dando um beijinho no rosto, – o que faz por aqui? Veio falar com o Jasper?

- Na verdade, ele já chegou?

Lucy olhou para seu relógio de pulso e pensou um pouco antes de responder.

- Dever ele deveria, mas Gertrudes disse que Jasper iria se atrasar para mim, é por isso que eu vim. Afinal, a babá entrou mais cedo e não podemos deixar com que eles deixem a pobre Ger louca, não é?

- Isso é verdade. Imagina se eles a enlouquecerem, hein? Quem vai fazer bolinho de chuva para nós? – Edward disse ao dar de ombros, e Lucy o deu um tapinha.

- Seu sem graça! – e ambos acabaram rindo. – Mas, espere, se Jasper vai ficar até tarde trabalhando, o que você faz aqui? – ela o olhou com os olhos estreitos.

- É que, bem, eu vim atrás de você mesmo! – ele disse ao lembrar. – Tem um minuto?

- Ah, claro, porque não entramos? – ela fez um sinal com a mão, mas ele a segurou.

- Na verdade eu acho que é melhor nos falarmos aqui fora...

- Por quê? – ela o olhou interrogativa, estranhando a atitude dele.

- Apenas, venha comigo, ok?

Ela apenas deu de ombros e decidiu segui-lo, ainda achava tudo muito estranho, mas com certeza ele tinha algum motivo para aquilo. Eles deram a volta pela casa e seguiram para a área da piscina, sentando cada um em uma das cadeiras de uma mesinha próxima a água.

- Bem, e sobre o que se trata o assunto super secreto que vamos tratar? – ela sorriu ao falar, sem conseguir imaginar sobre o que se tratava tanto segredo.

Edward suspirou, encarou suas mãos sobre a mesa e criou coragem para começar a dizer de uma vez. Que era difícil remexer aquela ferida ainda não cicatrizada, ah isso era, mas deixar para lá não era uma opção. Se Maria sofria ameaças, quem garantia que Lucy também não sofresse, não?

- Acontece que eu fui procurado por um investigador, que cuida do caso da Maria, sabe? – ele começou a dizer, e ela o encarava prestando atenção. – Ele é amigo nosso, dos tempos de escola e tudo, mas isso não importa. O fato é que ele me procurou porque achou que seria pesado demais pedir isso ao Jasper.

- Sabe Edward, menos rodeios, por favor, está me deixando nervosa com isso – ela disse ao pegar a mão dele, tentando dar-lhe apoio. – Eles querem saber sobre o testamento, é isso? Se for isso eu tenho ele comigo e só estou esperando a conclusão policial, como manda a lei, para poder entregá-lo ao Jasper.

- Não, não é isso... Na verdade eu nem havia pensado no testamento. O que acontece, Lucy, é que ele me contou que Maria havia feito vários boletins de ocorrência por ameaças. – Imediatamente Lucy puxou suas mãos, mas Edward a segurou pelo pulso e continuou. – E eu suspeito que você também tenha feito alguns, mesmo que ele me negue a fornecer tal informação...

- Edward, olhe – ela tentou sorrir ao dizer – que advogado não tem desavenças, não? A coisa mais comum do mundo é recebermos ameaças, mas, elas são apenas isso, ok? Ameaças. Nunca passam disso. Eu lembro quando lhe mostrei no jornal aquela matéria sobre o acidente, falando sobre os freios, sabe? Você me disse que era uma especulação boba e infundada para vender jornais e só.

- Sim, eu sei o que disse. Mas acontece que talvez eu estivesse errado...

- Não brinque com isso Edward, por favor.

- Bem, de qualquer forma, Lucy você precisa entregar os papéis a polícia, ok? Eles vão coletar o que precisam e depois, com o tempo, falar com você e Nettie. Mas eu preciso que entregue isso e também que não diga nada ao Jasper ou as crianças.

Lucy suspirou pesarosa, ainda inconformada com tudo aquilo, mas não poderia simplesmente dar as costas a um pedido de Edward . Ainda mais um que envolvesse um assunto tão sério.

- Diga ao investigador que pode me procura, eu entregarei os papéis para ele pessoalmente. Mas, por favor, vamos deixar a Nettie fora disso por enquanto, ok? Ela está cuidado dos casos que Maria trabalhava antes de morrer, se souber disso, capaz de surtar e abandonar tudo!

- Entendo, mas por mim, tudo bem. Acho que quanto menos pessoas souberem disso agora, melhor é para as investigações... – ele concordou, olhando para suas mãos.

Após isso, houve um momento de silêncio por parte dos dois, ambos desconfortáveis demais até mesmo para levantar de onde estavam e entrar. Mas, ele não durou muito, já que uma Jane animada havia visto os tios da janela do quarto e estava a passos de encontrá-los.

- Que caras, não? – ela comentou de bracinhos cruzados, próxima a ele, o que os fez virar para sua direção. – Piscinas são lugares felizes e vocês estão denegrindo a paisagem! – ela brincou.

- É que estamos aqui olhando só... – Edward começou, mas Lucy tomou a palavra para si.

- É só o que dá para se fazer de roupa, não?

- Hum... sei... – Jane disse ao olhá-los inconformada, mudando de ideia minutos depois – a não ser que eu os jogue ali de roupa e tudo, não?

- Que audácia – Lucy disse ao se levantar com um ar teatralmente zangado, com direito a mãos na cintura e pontinha do pé direito batendo freneticamente, - você não teria coragem para tanto!

- Quer pagar para ver? – Jane fez uma careta ao dizer.

- Sabe, - Edward tomou a palavra para si ao se levantar – eu não... Mas nada me proíbe de jogar alguém! – e quando ameaçou ir para cima da sobrinha, ela correu em meio a risos e gritinhos para dentro.

- Você é mau – Lucy brincou.

- Faz parte do meu charme - Edward disse após dar de ombros e sorrir.

* * * * *

Alec estava sentado no sofá e qualquer jeito, leito um livro de histórias, para variar um pouquinho. No livro, três amigos (sendo eles dois alienígena e um terráqueo), junto de um robô e uma nave espacial temperamental (roubada) estavam em busca do significado da vida... E também em busca do verdadeiro sabor de uma xícara de “chá”... Aliás, cada vez que a bebida era mencionada, ele ria internamente ao lembrar o quanto o pai odiava aquilo, o como vivia dizendo que era apenas “água suja”.

A campainha tocou no exato momento onde eles iriam poder experimentar o tal chá, após quase morrerem alvejados por uma nave inimiga e serem salvos pelo fantasma ancestral de um dos alienígenas. Como não havia ninguém por perto, Alec colocou o livro no sofá, ainda aberto, e foi até lá atender.

Do outro lado da porta havia uma sorridente Heide, que aparentemente estava ali sozinha, pois Alec não viu ninguém ao seu lado.

- Olá Alec! – ela cumprimentou sorridente.

- Oi – ele ainda olhava ao redor – cadê o... – mas ela o cortou.

- Vim com a minha vizinha, ela ai fazer compras e passa para me pegar em um pouco mais de uma hora. Jane está ai? – ela se adiantou a dizer, e ele deu de ombros, dando-a passagem.

- Provavelmente em algum lugar por aí...

- Escuta – ela disse após passar por ele, - você me parece triste. O que houve?

- Triste? Ah, não... Eu acho que estou meio gripado...só isso.

- Eu saro e ele pega – é Jane quem respondeu dessa vez, enquanto chegava até a amiga. – Que bom que veio Heide! Assim podemos... – mas logo o entusiasmo dela sumiu, ao lembrar que não poderia fazer nada com equipamentos eletrônicos, por conta do castigo. – Acho que podemos olhar o teto juntas! – ela disse frustrada, cruzando os braços.

- Dramática – Heide disse aos risos. – E é claro que podemos fazer algo de legal sim.

- Poder até podem, mas as duas vão comer antes – era Gertrudes que chegava ali naquele instante. – Que bom vê-la Heide, achei que não viria mais hoje.

- E não vinha, mas minha vizinha precisava ir no mercado e eu pedi para que me deixasse um pouco aqui.

- Isso é bom, assim vocês duas podem comer o bolo que eu fiz – ela disse feliz, encaminhando-as a mesa.

Alec, por sua vez, voltou ao sofá e pegou seu livro novamente.

* * * * *

Jasper até queria ficar ali até tarde, mas desde que Maria havia partido, ele sabia que não poderia deixar os filhos muito tempo sozinhos com a governanta. Ele gostava muito de Gertrudes para desejar tanto mau a ela. “Afinal, uma senhora tão boa...”, ele pensou.

Frustrado por não ter nada mais o que fazer e cansado até mesmo de jogar Team Fortress no Steam, ele decidiu que já era seguro o bastante para deixar sua sala. Pelos corredores escuros da Eurisko não havia mais ninguém, fora os guardas de segurança que estranharam vê-lo ali até tarde, mas ele esquivou-se ao dizer que estava ocupado e acabou tendo que fazer horas extras. E, é claro, até mesmo Santiago teve que engolir aquela, mesmo que soubesse perfeitamente que Edward havia ido embora horas atrás.

Ele desceu a garagem, entrou em seu carro e ligou para casa, desta vez com Edward atendendo o telefone. O que por um momento o deixou confuso e o fez olhar para a tela para ter certeza de que havia ligado para o lugar certo.

- Aconteceu algo aí Edward?

- Não, eu só dei uma passada mesmo – e ele diminuiu a voz – só para ver se a governanta ainda estava viva. Sabe, eu gosto muito da Ger, seria uma grande perda – e ele riu ao final, fazendo com que Jasper concordasse.

Como o amigo disse que fora a amiga de Jane, Heide, e a irmã dele, Lucy, não havia mais ninguém na casa, Jasper concluiu que era seguro voltar para lá. Era muito bom conseguir despistar alguém que havia enchido a caixa postal dele de ligações, as quais ele não havia nem ao menos dado-se o trabalho de ouvir.

* * * * *

Alice, que já estava em casa há um bom tempo, estranhou que Bella tivesse chego tão cedo e pensou em comentar algo, mas desistiu assim que ela disse estar muito cansada e avisou que tomaria um banho para relaxar. Como estava faminta, ela decidiu fazer algo para que comessem, e como Bella amava uma sopinha, ela achou que era bom fazer um agrado a pobre ‘escrava da lanchonete’, poupando-a o trabalho de cozinhar.

Enquanto os legumes cozinhavam, ela decidiu ligar para Rafael, já que não havia nenhum sinal do namorado por ali também. Ela já estava quase desistindo, quando a voz dele soou do outro lado da linha.

- Alô? Alice? Bella?

- Sou eu amor – ela disse sorridente. – Já cheguei e estou fazendo uma sopinha, vai querer?

- Sabe linda, eu até gostaria, mas não vou poder ir aí hoje...

- Por quê? – ela estranhou, lembrando-se em seguida que ele deveria ter ido ao hospital. – Não me diga que algo deu tremendamente errado e você está preso? – mas ele riu do outro lado da linha.

- Se eu estivesse preso, amor, como atenderia?

- Hm... verdade... Mas, o que houve então? Te contrataram e outro lugar e já pediram para ficar é?

- Me ligaram sim, de três lugares, mas eu estou no mesmo hospital, com meu emprego de volta, mas hoje no turno da noite e madrugada. Carlisle e eu nos acertamos... com uma certa ajuda de Esme.

- Tenho até medo quando você fala o nome dela, viu?

- Não, fique fria, ela realmente ajudou.

- Bem, então, se quiser me ligar de madrugada por não ter nada a fazer, sinta-se a vontade, está bem?

- Não vou fazer isso, gatinha. Afinal, a senhorita trabalha amanhã, não?

- Ah é... – ela disse tristonha.

- Mas e como estão as coisas lá?

- Estão muito bem! – ela respondeu automaticamente, tentando colocar entusiasmo na voz. – As crianças são uns anjos!

- Hm... sei... Fale a verdade que a mim a senhorita não engana – ele comentou desconfiado.

- Mas é sério, amor, eles são um doce.

- Bem, então tá... Se você diz, vou fazer de conta que acredito, ok? – ele disse serio.

- Quando foi que você passou a não confiar em mim mesmo? – Alice perguntou tristemente, e ele sabia que ela estava prestes a chorar, o que provava que ela estava emotiva e escondia algo, mas ele sabia que não convinha brigar

- Hei, Alice... – ele tentou falar da forma mais paciente e comedida que pode. – Amor, calma, ok? Não transforme isso em algo que não é. Esme hoje já ameaçou mudar para a Rússia, não quero minha bailarina com ideias revolucionarias assim também... – ele tentou fazê-la sorrir, mas sem sucesso. – Ok, me desculpe. Está bem? A culpa é minha mesmo, me desculpe. Me diga algo, por favor.

- Você não confia em mim... – ela sussurrou.

- Alice, amor, olha, desculpe. Eu confio, ok? Confio sim. Mas...

- Eu sabia que havia um ‘mas’ – ela o cortou, dizendo entristecida.

Rafael tentou, mas não conseguiu que ela o ouvisse mais, pois ela o desligou quando ele dizia “mas você tem o coração bom demais para dizer que pestinhas são anjos, só para deixar os outros felizes...”, e por fim ele se viu falando isso sozinho, encarando o telefone e falando aos sussurros.

- Deu para falar sozinho agora? – ele se virou e deparou-se com uma Melinda que aparentava preocupação. – Aconteceu alguma coisa? Quer dizer, claro que aconteceu depois que eu sai, né? Carlisle... – mas ele a parou.

- Ele me pediu pra ficar, só isso... – ele disse por fim.

- E toda essa tristeza ai é por ter que me aturar? – ela perguntou brincalhona, mas ao ver que ele não esboçou reação e que ainda olhava para o celular concluiu. – Ok, não é isso que está te chateando... Aliás, perder um salário maior não está te chateando, então eu acho que o problema só poderia ser... Alice? – ela perguntou incerta.

- A própria... – ele disse guardando o celular no bolso.

- Ela ficou triste por você ficar ou algo assim? Sério?

- Não, não é isso... É outra coisa...

- Olha – Melinda se sentou ao lado dele, em uma das cadeiras no corredor, – todo casal tem altos e baixos. Darien e eu tivemos muitos, mas, quando verdadeiramente se ama alguém, os momentos bons se sobressaem aos ruins. E... – ela percebeu que agora ele prestava atenção no que ela dizia e emendou algo para distraí-lo – eu amaria ser mãe e madrinha de alguém ao mesmo tempo, viu?

- Você e minha irmã não sabem pensar em nada mais fora isso, não? – ele comentou tentando não rir.

- Mas, eu tenho porque! – ela se levantou feliz. – Eu sou uma futura mamãe muito feliz, ok? Veja só! – ela deu uma giradinha.

- É, eu estou vendo – ele disse tentando transparecer seriedade – e também vejo que está ganhando uns quilinhos.

- Oras seu insensível! – ela lhe disse fechando a cara e cruzando os braços teatralmente, o que o deixou preocupado, mas ela sorriu ao ver a cara dele. – E, uma dica, isso causa muitas mudanças de humor também, viu? É meio hormonal! – ela deu uma piscadinha e saiu andando.

* * * * *

Jasper chegou em casa naquele instante, se sentindo um dos maiores procurados do FBI, ele podia jurar que encabeçava a lista, só precisava entrar no site e constatar que sua fotinho estava lá! Ele saiu da garagem tentando não fazer barulho no chão, como se o silêncio o mantivesse no anonimato mesmo em casa e tudo parecia dar certo, ele já visualizava a porta de seu escritório quando uma voz o chamou.

- Você realmente demorou e muito! – ele virou a cabeça em câmera lenta deparando-se justamente com ela, Nettie, que deixava uma revista na mesinha de centro ao levantar do sofá. – Mais dois minutos e eu teria desistido.

“Dois minutos? Deus, não me diga que não consegui escapar por tão pouco...”, ele imediatamente pensou, mas tentou sorrir e mostrar algum desinteresse aquilo.

- Ah... e você chegou quando aqui mesmo?

- Faz uns... – e ela olhou para o relógio de pulso para responder – cinco ou seis minutos, demorei também no escritório, mas eu precisava falar com você urgentemente. É algo inadiável, sabe?

- Ah... Mas é que eu estou tão cansado... – ele tentou argumentar, mas ela sorriu e se aproximou dele.

- Chega de drama, não vai levar nem um minuto inteiro! – ela sorriu, e, com isso, ele soube que realmente estava perdido.


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Notas finais do capítulo

bem, aqui é a Ana e peço desculpas as bondosas almas que comentam aqui na fic. Acontece que minha mãe está internada de novo e não estou nenhum pouco animada... Então, o capítulo demorou, desculpem...
Se puderem, temos 30 pessoas que nos marcaram como história favorita, mas uma médica de 6 comentários... Juro, amaria saber o que acham da fic pois ela tem sido algo que escrevo para esquecer um pouco as tragédias.
Enfim, ignorem-me, apenas nos digam, ok?
Até...



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