Amor À Toda Prova escrita por Mereço Um Castelo


Capítulo 5
Capítulo 5 - Transtornado


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente sejam bem vindas as novas leitoras e sintam-se a vontade para comentar, ok? Tentaremos postar sempre um capítulo por semana.



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Jasper não podia acreditar naquelas palavras. Era irreal demais supor que sua mulher não estaria ali, não somente naquele dia, mas como em nenhum dos outros. Ele havia partido para algum, quem sabe, melhor... Mas, isso, para ela, porque para Jasper tudo não passava de um grande pesadelo.


Não havia como aquilo ser verdade. Ele não queria acreditar que aquilo havia acontecido.


Um turbilhão de imagens rondavam sua cabeça. Antes de tudo acontecer, eles estavam no telefone e tudo parecia tão perfeito e intocado. Eles estavam em paz, todos estavam bem. Ela era tremendamente saudável e cheia de perspectivas de vida.


Para ele, era inacreditável que aquelas palavras fossem verdades. Soavam como uma brincadeira das mais sem graças e mais inaceitáveis do mundo.


– Maria não está morta, ela não pode estar! – ele gritou com o médico.


Rafael tentou argumentar, mas Jasper não acreditava.


– Diga logo que está mentindo!


– Infelizmente, eu não estou mentindo.


Jasper ficou quieto, como se absorvesse a resposta e finalmente começasse a acreditar. Era exatamente isso que Carlisle e Rafael estavam acreditando que acontecia com ele, isso antes de ele partir novamente para cima de Rafael e querer socá-lo.


* * * * *


Enquanto isso, na recepção.


Edward havia terminado de preencher a papelada quando uma enfermeira chegou correndo até o balcão de entrada. Ela estava totalmente transtornada e bem histérica, aliás, bem mais do que ela aparentava ser normalmente.


– Meu Deus! Meu Deeeus! O segurança, o segurança!!! Cadê o segurança? Isso é uma emergência!


A enfermeira que estava do outro lado, pegando os papéis assinados por Edward, a olhou com desdém, mas só até perceber que o apelo da colega de trabalho podia ser justificável.


– Segurança?


– Sim! Aperte o botão, aperte o botãaaaooo! – a outra gritou.


Após alguns segundos, Edward reconheceu a enfermeira histérica. Era exatamente ela quem havia levado Jasper para onde Maria estava sendo atendida, “aonde ela deveria estar sendo tratada”. Porém, aquele pensamento o fez ter um milhão de teorias e nenhuma delas era boa. Todas acabavam com finais onde Jasper era o culpado por agredir um inocente.


“Droga Jasper, o que você fez?”


Ele estava pronto para começar a correr, antes que algum dos seguranças o colocasse para fora, achando que ele fosse agir como o amigo desmiolado.


“Por favor, diga que Jasper não feriu ninguém, meu Deus...”


As duas enfermeiras agiam como baratas tontas, sem saber exatamente como agir em uma situação de emergência. E aquilo funcionava perfeitamente bem ao propósito de Edward. Afinal, elas estavam tão envolvidas em prestar atenção no botão de pane e caçar sinal dos seguranças, que não o viram correr.


“Ainda pode dar tempo de pará-lo. Por favor! O que eu falarei para os filhos deles? Que Maria morreu e ele está preso? Droga, Jasper! Por que você tem que escolher sempre o caminho mais difícil?!”


Edward se prendeu a correr para o caminho no qual ele havia visto a enfermeira e Jasper seguirem, e não demorou para visualizá-lo ao longe... Pegando um médico pela camisa... Aliás, isso realmente era um péssimo sinal.


– Espere, rapaz, eu também estava lá. Sua esposa já chegou em um estado quase que irremediável; ela nem ao menos recobrou a consciência após ser retirada das ferragens!


Edward começou a andar mais devagar ao ouvir aquelas palavras.


– Ela morreu? Minha prima morreu? – ele sussurrou para si.


Ele tentava entender o que havia ouvido, mas sabia que não havia muito tempo para pensar, afinal, Jasper estava a ponto de fazer algo no qual se arrependeria.


“Droga. Por que você usou essas palavras, doutor? Não sabe que essas coisas só pioram a situação? Qual é a escola em que você se formou mesmo? Me manterei longe daqueles que se formam por lá...”


Edward ainda refletiu furioso, antes de partir para cima de Jasper, para pará-lo.


– O que você pensa que está fazendo?


– Não se mete, Edward! – ele esbravejou após Edward tê-lo soltado do médico.


– Não me meter? Jasper! Você reparou o que ia fazer?


– Esses idiotas, ele... Eles!


– Eles tentaram salvá-la, Jasper. Fizeram a parte deles... O que estava ao alcance.


* * * * *


Bella deixava a lanchonete naquele início de noite; para sua total felicidade, seu turno acabava naquele instante, enquanto o pessoal da noite chegava. Ela estava mais moída do que carne de hambúrguer, e não via a hora de reencontrar seu maravilhoso sofá. Não que ele realmente fosse “maravilhoso” e digno de tal mérito por ser uma excelência da arquitetura ou do conforto... É que, em uma altura dessas, e após andar em um salto de lá para cá e de cá para lá por 9 horas, ele era a melhor coisa do mundo segundo seus conceitos.


Logo, ela chegou ao apartamento que dividia com Alice. Ela queria muito fugir do porteiro, mas ele sempre parecia tão disposto a conversar quando a via que era quase impossível...


– Boa noite, senhorita Swan!


– Boa noite, Demetri...


– E como foi seu dia?


– Bem, cansativo. – Ela sabia que poderia ter parado ali, pois realmente queria fugir. Mas, infelizmente, não era de sua natureza ser grossa e ela teve que perguntar, não por curiosidade, mas por pura educação... – E o seu dia? Como foi? Quais os grandes acontecimentos do prédio? – ela tentou sorrir.


– Na verdade, não aconteceram muitas coisas em sua ausência. E, bem, sem a senhoria ele perde um pouco o brilho.


Bella ficou vermelha e a única coisa que ela queria era fugir dali. Era sempre assim, ela pisava no prédio e ele logo achava um jeito de cantá-la, aquilo era tão cansativo. Ela queria apagá-lo de sua vida com um toque, seria mais simples.


Mas aí, aquele anjinho, ao lado do diabinho em sua mente a lembrava que ele era uma boa pessoa. Ele a fazia lembrar do dia no qual Demitri havia sido muito útil. Sim, aquele dia em que Jake, seu antigo romance e pessoa no qual ela não gostaria de ver mais à sua frente nem banhado a ouro, apareceu para importuná-la.


Ela se limitou a sorrir e responder como se não levasse a sério o que ele falou.


– Puxa, mas meu dia foi mesmo cansativo. Vou subir, ok? Boa noite!


Sem saída, ele apenas respondeu mecanicamente.


– Boa noite, senhorita.


Ela tentou não correr, mas não teve como não acelerar o passo e rezar para o elevador chegar rápido; aquela situação era embaraçosa demais para alguém em frangalhos como o dia que ela teve.


Sorte que não demorou para a porta abrir e de lá sair apenas duas adolescentes conversando, nem ao menos olhando para a cara de Bella. Ela entrou, encostou na parede de vidro do elevador e soltou o ar lentamente, como um alívio, tomando cuidado para não ficar de cara para a câmera.


– Ai, meu Deus... Que chegue meu andar logo... – ela sussurrou.


* * * * *


Paralelamente ao “bom dia” de Bella, Jasper, Edward e os dois médicos estavam em apuros. Logicamente que os dois últimos estavam em perigo por causa do primeiro, que estava tentando ser aprisionado em um abraço pelo segundo. Mas em vão.


Jasper perdia as forças, quanto mais tempo passava ao lado de Edward. Eles eram primos, Maria e Edward, então ele sabia que Ed também estava sofrendo. Mas, poxa vida, por que tinha de ser sua mulher? Tantas pessoas no mundo e justamente ela tinha de capotar o carro?


Milhares de pensamentos conspiratórios se faziam presentes na mente de Jasper, desde sabotagem no carro a até mesmo falta de tecnologia – pois, sim, ele já tinha imaginado antes um software que identificava todos os carros em uma via pública ou estrada, dando ao motorista uma previsão de quantos outros veículos estavam ali, parados ou andando.


No entanto, segundo Edward, nada daquilo fazia sentido. Não só brigar – mas como o software também – não tinham razões para existirem.


Jasper sabia que Edward só queria manter a pose de bom amigo, companheiro e irmão, afinal, ele também estava sofrendo. Ele só buscava outra coisa para focar, para não deixar transparecer toda a sua dor e, então, piorar a situação. Tudo o que eles precisavam no momento é que a vida deles ficasse mais fácil, não importe de qual jeito. Ed precisava segurar a dor, para que pudesse segurar Jasper.


– Eu compreendo a sua perda... – o médico de expressões mais velhas tornou a dizer. Pelo crachá, seu nome era Dr. Cullen. – Eu sei que é triste, é desolador, mas é assim, é a vida. Às vezes, pessoas velhas demais ficam enquanto as novas demais se vão. É uma injustiça, eu sei, mas é assim que a vida é...


– Não fale asneiras!


– Não temos todo o controle de nossas vidas, é o destino.


– Cale-se!


– Me desculpe por tudo, pela sua perda, mas nós realmente fizemos tudo o que nos coube fazer. Eu peço desculpas imensamente por...


– Eu já disse para se calar! Cale-se! Cale-se! – Jasper gritou inconsolado, enquanto grossas lágrimas rolavam de seus olhos.


Ainda atônito, Jasper conseguiu ser arrastado para a parede, e se sentou em uma das cadeiras de plástico e assentos macios. Os médicos simplesmente se entreolharam, e então resolveram respeitar a dor do recém tornado viúvo.


O Dr. Holdford – também tinha seu nome no crachá e no jaleco – foi até Edward, que estava apoiando Jasper com uma mão em seu ombro, e tornou a falar – agora mais pesaroso e ponderado.


– O que vocês precisarem, tudo, tudo mesmo, pode pedir aqui na ilha das enfermeiras. Irei deixar uma encarregada para avisar sobre os procedimentos com a... paciente...


– Ok, obrigado. Eu agradeço, doutor.


– Meus sentimentos.


– Obrigado.


Assim que os dois doutores saíram de perto, Jasper resmungou.


– “Meus sentimentos”, “meus sentimentos”... Oras... Quais sentimentos ele tem? Do que ele pode falar? Ele não deve ter nada, ninguém que para amar e que o ame para ter se dirigido com tanta má fé sobre minha mulher, sobre a minha Maria... a minha Maria...


Edward não sabia o que falar, ficou apenas observando a cena: seu amigo, tão duro, firme, másculo e superprotetor se desmanchando em lágrimas e dor pela perda da sua mulher de sua vida. Não havia palavras para dizer a Jasper, e, aparentemente, os dois sabiam disso.




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Notas finais do capítulo

E aí?
O que acharam do capítulo?
Quem sabe não merecemos um comentário, né? E mais uma vez, sejam bem vindas as ovas leitoras, saibam que a opinião de vocês realmente será importante, pois ainda não definimos o rumo final :)
Até



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