Amor À Toda Prova escrita por Mereço Um Castelo


Capítulo 2
Capítulo 2 - Desgraça Própria


Notas iniciais do capítulo

Demorou mas chegou.
Aqui está o capítulo dois da fic! :)
Adoraria saber o que estão achando :)



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Jasper Whitlock não passava de um nerd em sua adolescência. Ele e seu melhor amigo, Edward Masen, passavam dias e noites enfurnados na garagem de um dos dois desenvolvendo projetos e mais projetos.

Foi assim que decidiram estudar Engenharia Mecatrônica, se formaram e fundaram uma das grandes empresas de informática presentes no Vale do Silício, a Eurisko.

Entre os diversos projetos da dupla de, agora, executivos, estava um sistema de inteligência artificial para escritórios e residências. Todo o prédio da Eurisko era controlado por esse sistema inteligente que controlava desde telefones, até cartões de ponto e luzes. Nada passava em branco para o sistema que era incorrompível.

Diariamente vários programas eram desenvolvidos e aprimorados na empresa. Embora, de início, a parte de hardwares fosse mais forte, com o tempo os softwares pareceram um mercado bem mais atrativo.

Jasper estava analisando alguns papéis em sua sala quando o telefone tocou.

- Senhor Whitlock – era sua secretária, Kelly, – sua esposa no telefone. Posso transferir a ligação?

- Sim, claro...

Jasper sabia o quanto sua esposa se incomodava cada vez que Kelly a fazia esperar na linha. Mas a secretária não se importava, ela sabia que Maria ficava possessa, mas dizia que era paga para perguntar quem era e sobre qual seria o assunto tratado nas ligações que seriam ou não atendidas; e ela não abria exceções. Afinal, em sua concepção, se seus chefes estavam em reunião, o único motivo para incomodá-los era em caso de falecimento e olhe lá... Se a pessoa não fosse um parente próximo, nem mesmo assim!

Embora ele estivesse em reunião com Edward alguns minutos antes, ele acreditava que ela poderia tê-lo visto sair de sua sala e apenas estivesse mostrado para Maria que não havia exceções mesmo, não importava o quanto ela reclamasse para ele depois.

Era como ter duas mulheres capazes de decidir o destino de Jasper digladiando. Ele não tomaria partido, pois sua secretária era uma gentil senhora que ele considerava como mãe, sua verdadeira salvadora da pátria em tantos e tantos momentos de aperto. Por outro lado, Maria era o amor de sua vida, mãe de sua filha e uma excelente advogada. Não era muito sábio comprar briga com nenhuma dessas duas mulheres.

Jasper se preparou para a bronca, tentando soar o mais casual possível.

- Oi amor, onde está?

- Jasper Whitlock! Diga a essa tal de Kelly que quando eu ligo é sempre importante!

- Amor, não se estresse, é que eu estava em reunião até agora, ela não deve ter visto o Edward sair.

- Reunião? Sei! Essa mulher tem uma grave implicância comigo, isso sim! Não a defenda.

- Não estou defendendo ninguém. Querida, não é só você quem tem compromissos e fala com pessoas chatas o dia todo, sabia? – ele respondeu em tom de brincadeira.

- Oh, que dózinho! Juro que vou compensá-lo pelo estresse mais tarde. Mas, ainda assim, mande a cachorra passar minhas ligações logo que ela atender; eu não preciso ser anunciada. Ou eu vou começar a achar que você está me trocando! – ela disse a última frase em tom de zombaria, mas tentando parecer séria.

- Com certeza, te troquei pelo Edward. Mas, não se preocupe, é um amor antigo e sem futuro, não te abandonarei.

- Cuidado, hein? Alguém pode ouvir e acreditar! Mas, não tente me enrolar, diga a ela que minhas ligações devem ser passadas direto para você.

- Eu tentarei explicá-la mais uma vez... – ele tentou soar sério em sua resposta desta vez, embora não fosse punir sua secretária de fato. – Mas, ainda estou aguardando a resposta da minha pergunta no início desta ligação.

- Que pergunta?

- E depois são os homens que não prestam atenção, não é? – Maria apenas riu, ela realmente não lembrava. Jasper decidiu perguntar novamente assim que viu que ela não daria o braço a torcer. – Eu queria saber onde você está. Afinal, ouço som de carros ao fundo. Não está dirigindo ao volante, não é?

- Dirigindo, eu? Não amor, fique tranquilo, estou em um engarrafamento... – Na verdade, ela estava parada em um sinal vermelho, mas não gostaria de contar a ele que era uma advogada que infringia tantas leis de trânsito.

- Uma hora dessas? Não deveria estar no tribunal?

- Não, a audiência acabou bem cedo. Eles recorreram... Aliás, incentive Lucy, sua irmã está arrasada – Maria voltou a andar com o carro assim que o sinal abriu. – Dê apoio à ela e diga que isso é normal, ok? Aliás, ela irá jantar em casa hoje.

- Bem, juro que tentarei chegar em casa no horário.

- Você consegue, amor. Afinal, eu que estou em Palo Alto e mesmo assim vou chegar no horário, se o senhor se atrasar, eu vou buscá-lo pessoalmente! – ela respondeu tentando parecer brava, embora risse.

Jasper colocou os pés na mesa, sabia que a brincadeira com sua esposa via telefone iria longe.

- Bem, então eu terei que conversar com a equipe de segurança para impedir sua entrada.

- Faça isso e você dormirá no sofá.

- Você não teria coragem... – ele respondeu sorrindo.

- Quer pagar para ver? – ela soou ameaçadora.

- Na verdade, não. Mas não tente me enganar...

- Do que está falando?

- Eu sei que está dirigindo agora e falando ao telefone. Aliás, se eu disser aos advogados do seu sindicato que você é um péssimo exemplo para a categoria ao volante, acho que você estaria em apuros!

- Você não faria isso.

- E agora eu lhe faço a mesma pergunta: quer pagar para ver?

- Bem, o sofá ainda seria seu destino certo... – ela riu.

- Por que são sempre os homens que acabam no sofá?

- Simples amor, porque nós mandamos e vocês...

Maria não conseguiu terminar a frase, pois enquanto passava no cruzamento seguinte, onde seu sinal estava aberto, um carro passou o sinal vermelho e acertou em cheio o seu.

Jasper ouviu o barulho da colisão e logo retirou os pés da mesa.

- Maria? O que houve? Maria, diga alguma coisa!

Ainda havia sons de buzinas e carros, mas Maria continuava sem responder.

***

Alice andava pela rua a caminho do apartamento em que dividia com Bella. Era extremamente difícil chover em uma das cidades do Vale do Silício, mas pela cor que o céu apresentava, ela já esperava pelo pior.

- E eu nem trouxe meu guarda chuva. Droga... – murmurou sozinha, quando uma primeira gota caiu no topo de sua cabeça.

Ela bufou de frustração e puxou a gola de seu casaco para cima, era o máximo que podia fazer para se proteger do temporal que estava por vir. Porém, Alice estava a poucos quarteirões do apartamento e esse pensamento a fez ficar menos tensa.

- Ainda dá para chegar antes da chuva, certo? – tentou usar o pouco de otimismo que ainda restava daquele dia cansativo e soar positiva para si própria.

Mas, definitivamente, a sorte não estava ao seu lado neste dia. E foi só terminar de sussurrar aquelas palavras que um carro virou bruscamente a esquina e a molhou com a água de uma poça próxima à calçada.

- Seu idiota, seu infeliz, seu... seu... Urgh... Seu!!! – ela gritou revoltada, embora soubesse que o motorista não iria ouvi-la mais.

Sem saída, Alice voltou a caminhar – agora toda molhada e sem nenhuma esperança de chegar em casa seca. O melhor que teria a fazer era seguir os conselhos da amiga e preparar seu currículo com seus pontos positivos. Ela teria que arrumar um emprego e não havia modos de fugir desta verdade, afinal, as contas teriam que ser pagas no começo do mês de uma forma ou de outra, e não era justo sobrecarregar Bella ou pedir dinheiro ao seu namorado para que lhe bancasse – ela nunca admitiria isso!

O namorado de Alice, Rafael, lhe pagaria todas as contas com um sorriso no rosto. Bella lhe dizia sempre que ela havia tirado a sorte grande, pois era mais do que visível o amor dele por ela, além do fato de ele fazer todas as vontades da garota, por mais esdrúxulas que fossem.

Alice se sentia realizada no quesito amor, mas frustrada em todos os outros. Afinal, se achava baixa, não conseguia arrumar o emprego que tanto estudou para ter e ainda por cima não tinha um teto todo seu para morar. Tudo o que ela poderia fazer era torcer para que as coisas melhorassem. Ou, em breve, ela surtaria!


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Notas finais do capítulo

E aí?
O que acharam?
Merecemos um comentário?
Acham que devemos continuá-la ou desistir dela de vez? :)