Amor À Toda Prova escrita por Mereço Um Castelo


Capítulo 11
Capítulo 11 - Tentação


Notas iniciais do capítulo

Valeu Luiza_McCarty pela recomendação, três autores ficaram felizes aqui!
Estamos a um tempinho sem postar, mas a demora pode ser explicada lá embaixo.



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Como não havia nada que pudesse ser feito contra, Alice decidiu cumprir logo sua parte do plano. Isso após terminar de lavar o tapete e a cortina que estavam de molho; é claro que ela não queria comprar uma briga feia com Bella quando ela chegasse e visse a lavanderia tomada de baldes ocupados.

Alice sentou no sofá da sala e puxou o telefone, era hora de tentar ajudar sua cunhada safada a ter a noite dos sonhos dela.

– Espero mesmo que ela não apronte, eu me sentiria culpada depois... – ela sussurrou para si, enquanto discava para o namorado.

* * * * *

Embora estivesse uma grande correria no hospital, Rafael sempre estava atento às ligações que recebia. Afinal, sua mãe, Sarah, sempre precisava de algo e ligava desesperada para contar sobre o que sua irmã inconsequente havia feito, e era ele quem tinha que contornar toda a situação para salvar a pele da caçula.

Porém, para sua felicidade, embora o final de semana estivesse sendo bem difícil, aquela ligação era de Alice, sua namorada.

– Oi amor.

– Oi gatinho, corrido por aí?

– Um pouco, mas e você? O que está fazendo por aí?

– Nada de mais... Só pondo uma ordem em umas coisinhas. Sabia que eu encontrei a nossa primeira foto juntos?

– Meu Deus... E de quando é isso?

– Do terceiro ano de faculdade – ela riu. – Mas você já era tão fofo. Como eu só fui te notar depois mesmo?

– Você estava compenetrada em estudar, isso é o certo a se fazer na faculdade, não é? É o que as pessoas tendem a fazer quando estão em um curso – ele respondeu sorrindo.

– Tender a algo não signifique que todos o façam.

– Bem, sim, mas... Você sempre foi uma ótima aluna. Sou orgulhoso de você!

– Own... Fofo. Mas, mudando de assunto, amor, você tem planos pra hoje?

– Só um.

– Qual?

– Te ver, e qual outro seria?

– Oh, que lindo! Poderíamos sair um pouco hoje, não acha? – ela fez o pedido com uma voz de criancinha e emendou, após fazer um beicinho no telefone, uma súplica. – Estou cansada de ficar em casa...

– Claro, minha linda. Podemos ir aonde você quiser. Assim que sair, eu preciso passar em casa tomar um banho, tirar essa “nhaca” de hospital, pacientes, medicamentos, produtos de limpeza, enfim... Mas depois já vou para aí.

– Sim! Ok, eu vou começar a me preparar já, pois tenho que fazer o cabelo, a maquiagem, escolher roupa, mas... espera! Para onde vamos?

– Bem, eu deixo você escolher onde quer ir dessa vez.

Ela se fez de feliz, mas não tinha ideia de onde gostaria de ir. Mesmo assim estava decidida a ajudar Esme e não iria decepcioná-la.

Após se despedirem, Alice deu uma boa ordem no que faltava da casa e correu pegar um jornal; sua ideia era ver se havia algum teatro ou filme descente no cinema. Se nada mais desse certo, ela o arrastaria para alguma exposição de artes ou algo do tipo.

Ela sabia que se apenas o arrastasse para algum restaurante, eles voltariam cedo demais, e ela não podia arriscar algum programa com a cara de Esme, como uma boate ou algo do tipo. Seria extremamente pior se Rafael desse de cara com sua irmã se esfregando no meio da pista de dança com seu chefe...

* * * * *

Bella voltou para a lanchonete e, por sorte, seu chefe ainda brigava na cozinha com o cozinheiro. Ela tinha pena do rapaz, ele era esforçado e fazia seu máximo, mas não queria mesmo que notassem sua ausência.

Logo, ela pegou sua bandeja e voltou a andar entre as mesas. O adorável homem de cabelos ruivos continuava sentando com sua família. Bella já podia prever que ele povoaria seus sonhos daquele dia em diante, embora fosse negar isso para qualquer um.

"Afinal, esses tipos de sonhos com esse tipo de homem não deve ser contado para muitas pessoas – somente para as amigas mais íntimas, as quais vão responder com gritinhos cada coisa que você contar que aconteceu no sonho."

Para ela, eles pareciam estar um pouco mais leves enquanto comiam. Ela até podia perceber que conversavam um pouco entre si, e a moça loira parecia mesmo uma boa mãe ao acariciar o cabelo da garota ao seu lado. Eles eram uma família feliz e ela se sentia uma miserável por achá-lo tão bonito.

"Droga. Nunca acho ninguém. E quando acho, o maldito já é comprometido! Deus, você não gosta de mim, né? O que eu fiz de errado?"

Bella, aliás, estava agradecida por não ter de levar o pedido deles a mesa. Ela agradeceria imensamente a Luiza por fazê-lo, mas não ousaria. Afinal, não era preciso bola de cristal para saber que a amiga acharia super estranho e a interrogaria até confessar o porquê da pergunta.

Os gêmeos estavam começando a cair em si e Lucy estava acariciando o cabelo de Jane para confortá-la. Ver a sobrinha com os olhinhos cheios de lágrimas que teimavam em voltar a correr lhe apertava o coração.

Com algum custo, a irmã de Jasper conseguiu com que todos comecem pelo menos um pouco do que pediu para cada um. Edward também intencionava dizer que estava sem fome, mas o olhar inquisidor de Lucy o fez comer sem se queixar. Ela não deixaria que as crianças tivessem a oportunidade de se negar a comer também.

* * * * *

Esme, por outro lado, estava totalmente preparada. De vestido meio largo, mas bem acinturado com um cinto de espelhado em dourado, e com um decote bem generoso, ela caminhava como se fosse a dona da rua.

E era mais ou menos como a impressão ficava mesmo. Seu salto alto batia no chão e fazia aquele barulho de mulher poderosa. Seu cabelo esvoaçava a cada rajada de ar, e ela tinha certeza que, quando isso acontecia, um pouco de seu perfume ficava no ar.

Era o que ela queria, marcar o lugar, deixar bem claro que havia sido ela quem tinha passado por ali.

Porém, o “por ali” não fazia tanto sentido para ela. Seu foco não era o “ali”, mas sim o “lá”, no hospital.

Ela contava os minutos para as cinco horas. Ela sabia muito bem a hora que o irmão deixaria o hospital e já estava a caminho. Ela só precisaria passar um tempo dentro de seu carro – quem sabe, retocando a maquiagem – enquanto esperaria pela saída de seu irmão.

Afinal, não queria correr o risco do gato de seus sonhos descobrir que ela era irmã de um de seus funcionários de dar-lhe um não bem redondo.

Mas aí, cansada de esperar por lá, resolveu voltar à lanchonete.

Olhou o relógio – de novo! – e viu que faltavam apenas dois minutos.

Ela já estava eufórica em uma das mesas, sentada perto do vidro, olhando para a porta de entrada do hospital. Tudo o que ela queria era ver seu irmão deixar o local, depois, correria o máximo que seu salto permitisse até a emergência.

Sua conta foi paga. O nervosismo era tanto para colocar seu plano em prática que o cappuccino com chantili que pediu, não durou mais do que dois minutos à sua frente.

Quando já passavam das cinco e quinze, ela avistou seu irmão saindo pela porta da emergência. Como qualquer criança levada que está se escondendo, ela abaixou para não ser vista. Não que ele realmente olhasse para a lanchonete, mas Esme realmente não queria correr riscos.

Logo, ele entrou em seu carro, e infinitos três muitos depois ele deu a partida e saiu do estacionamento do hospital. Esme levantou triunfante do sofazinho da lanchonete, pegou sua bolsa e se despediu da simpática garçonete que veio pegar sua xícara.

Esme não demorou a deixar o lugar e atravessar a rua, seguindo em direção à entrada de emergência do hospital. Dali para frente é que seu plano seria colocado em prática e nada poderia falhar, pois ela sabia que talvez só tivesse uma única chance.

Mas, foi só passar pela porta da entrada do hospital, que uma onda de nervosismo e insegurança assolou-a. Ela não tinha mais tanta certeza se estava correta em ter vindo com aquele vestido e aquele salto – o cinto não, o cinto ela sabia que havia sido uma boa escolha, uma boa compra. Ele era lindo e completamente na moda!

No entanto, ela não tinha muito tempo para ficar se sentindo feia. Ela precisava encontrar o Dr Carlisle. E tinha de ser já!

Como ela nem sabia por onde começar, resolveu chamar pela enfermeira. Ela só esperava que a enfermeira pudesse te responder com precisão o que ela queria, e que fosse direta e objetiva... Nada de ciúme!

Essas enfermeiras de hoje em dia. Além de muitas fazerem seus trabalhos pela metade, e ficarem conversando e fofocando o dia todo, ainda se sentem enciumadas pelo fato de alguém ter uma vida melhor do que a delas.

Ciumentas!

E é justamente por isso que ela sabia que precisaria ser discreta ao procurar pelo doutor. Ela não queria que nenhum delas desconfiasse de nada e pudesse dar com a língua nos dentes... O que já não era muito difícil.

Mesmo assim, ela foi com o máximo de calma e paciência conversar com uma que estava à espera de uma maca, que estava por vir com a ambulância.

– Oi, o doutor Carlisle está?

– Quem procura por ele?

– É Esme.

– E sobre o que você gostaria de falar com ele?

– É particular. É um assunto de família.

– Hmm... Vocês tem algo juntos? Tipo, algo ligando vocês? – Esme percebeu que a enfermeira estava fazendo de tudo para tirar informações, para depois distribuir para as amigas.

– Claro, sou irmã do doutor Rafael.

– Oh, bem... Oh... – ela se assustou, e, Esme jurou de pés juntos, que ela aparentava ter se arrependido de ter pensado algo duvidoso.

Bobinha. É para fazer coisas duvidosas mesmo que Esme estava lá no hospital!

– Onde ele está? Você sabe?

– Bem, ele estava atendendo uma fila de pacientes... Vou levá-la até ele!

– Obrigada!

Esme agradeceu prontamente. Falou com um tom de voz mais grave e direto, como quem sabe o que faz e manda em seu próprio nariz – o que ela jurava que a enfermeira não era...

Em todo caso, assim que o segurança deu passagem, elas entraram no corredor central da ala de pronto atendimento do hospital. Esme se viu encurralada. Sabia que precisava manter a compostura, mas ela nunca gostou realmente de ir a hospitais e ver aquele tanto de pessoas passando mal, com dores... E ela lá, sozinha, parada, sem saber o que fazer.

Aquela sempre fora sua sina e seu ponto fraco.

No entanto, ela sabia que precisava ser forte, e ignorar todos os doentes – bem, isso só enquanto não visse Carlisle, porque aí, então, ela voltaria a ser a pessoa mais amável de toda a face da Terra.

Não que ela já não fosse, mas é que suas intenções reais momentâneas não combinavam com piedade.

– Pronto. Aguarde aqui – a enfermeira disse após deixá-la em uma sala vazia.

Ela entrou em outra sala por uma porta, e quase pode jurar que ouviu a enfermeira cochichar algo. Ela, imediatamente, pensou que havia falado coisa que não devia. Afinal, por que diabos teve que falar que era irmã de Rafael?

Amanhã, é certeza que todos irão começar a falar sobre a tal visita dela. Droga, droga, droga, mil vezes droga, Esme pensava.

Mas foi pensando em tudo o que seu irmão poderia escutar que a primeira porta se abriu, e mostrou um homem decidido, mas tão carinhoso. E só de vê-lo, Esme teve de se conter. Ela jurava que a enfermeira havia aumentado a temperatura do ar condicionado só para fazê-la suar mais.

Ou, não... Era só a sensação mesmo. Era o que Carlisle causava nela.

Droga, ela pensava. Se assim, com pessoas por perto já passo mal, imagina a sós?

Esme, para falar a verdade, nem conseguia pensar o que eles fariam a sós. Afinal, ela prestaria muita atenção na imaginação e deixaria o homem em carne e osso sozinho, no vácuo.

– Ora, ora... O que a senhorita veio fazer aqui?

– Eu queria ter uma conversa com você.

– Bem, você se incomoda de ser aqui? – ele disse na maior sinceridade. Afinal, ela sabia que era a única sala mais afastada e menos movimentada no pronto atendimento.

– Depende. Se as enfermeiras saírem dali de trás...

– Mas... Eu não acredito! – ele se virou desacreditado para a segunda porta. – Eliene, é você que está aí?

– Sim... – uma vozinha respondeu do outro lado da sala, e então deu as caras. – Me desculpe, já estou indo embora.

– Acho bom... – ele acompanhou a primeira enfermeira com o olhar, e depois se lembrou de Esme ter dito “enfermeiras”, no plural. – Quem mais sai daí?

– Aline... – outra enfermeira saiu.

– Alguém mais?

Ninguém respondeu, então Carlisle, ainda não satisfeito, foi até a sala e checou uma vez antes de fechar a porta para ter uma conversa mais discreta com Esme.

– Enfim, sós...

– Que bom... – ela se resumiu a comentar. Ela realmente gostava da ideia de ficar sozinha com ele.

Tendo a certeza de que estavam a sós, Carlisle puxou uma cadeira para que Esme se sentasse. No exato momento em que ela se sentou, o vestido subiu e mostrou uma linda perna. Naquela mesma hora, Carlisle não sabia exatamente o que fazer. Era uma decisão muito difícil.

Olhar para a perna, ou não olhar? Eis a questão!

Pois, então, decidiu ser mais cavalheiro. Puxou outra cadeira e se sentou bem à frente dela. Assim, pelo menos, ele a olharia nos olhos, e ficaria longe das pernas. Mas, para seu azar, ele se deu de cara com o decote... Aquele, o bem “generoso”.

Carlisle se viu em uma situação complicada, porque não queria ficar olhando para as partes íntimas do corpo da irmã de um de seus funcionários... Mas Esme era tão linda, tão charmosa e... e... Mulher.

Esta era a palavra. Esme era uma mulher. E Carlisle delirava: “e que mulher!”

Porém, se para ele estava sendo um inferno, Esme estava toda sorrisos. Afinal, ela havia conquistado boa parte dos quesitos apontados até então. Ela já sabia que tudo estava no papo, e faltava pouco para conseguir o que queria. Ela só precisava por aquilo para fora em forma de palavras...


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Notas finais do capítulo

Ninguém realmente se animou a entrar aqui e postar, os autores ganharam um pequeno ódio pelo Nyah.
Isso quer dizer que não é nenhum dos três aqui, é a Meredith. Vou tentar atualizar sempre para vocês, ok? Assim ninguém sofre! :)
(vou fazer propaganda sim, cliquem em "mereço um castelo" na barrinha de autores e leiam a minha também! hahahaha)
AliceWhitlock:
Na verdade não é ódio, é mágoa mesmo com certos acontecimentos... Mas obrigada Meredith!
Gente juro que entro para responder sempre que tiver tempo, então, por favor, não nos abandone ou nossa motivação some :(
Beijinhos e obrigada!