Amor À Toda Prova escrita por Mereço Um Castelo


Capítulo 10
Capítulo 10 - Força de Vontade... Para Sair


Notas iniciais do capítulo

capítulo dedicado a BellinhaScullen por nos recomendar! valeu!
Capítulo novo, explico a demora no rodapé



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/232465/chapter/10

Na primeira oportunidade que teve longe dos olhos de águia de seu chefe, Bella correu ao banheiro. Lá, trancada em um reservado, ela tirou seu celular do bolso para falar com Alice.

Essa, por sua vez, estava em meio a uma super faxina no apartamento que dividiam, com direito até a lavar cortinas e tapetes.

Logo que ouviu o som estridente do aparelho, Alice correu para atender. Ao ver que era a amiga pelo identificador de chamadas, ela se preparou para brincar com ela.

- Bella! Hora do lanche, é? – disse entre risos.

- Oi também – ela respondeu falsamente brava. – Mas por que a senhorita está ofegante aí, hein? Não está fazendo nada que eu vá ser chamada de tia depois, não é? Pelo menos não no sofá, por favor!!

- Oh, não! Você só pensa nisso, não? Hoje é dia de faxina, sua doida!

- Em pleno sábado? – Bella desconfiou.

- E por acaso há um dia melhor que sábado? Afinal, veja só, hoje o Rafa sai somente às cinco horas, eu tenho o dia todo livre.

- Ok, eu não vou reclamar, apenas não quebre o meu vaso chinês...

- Bella, meu amor, a desastrada aqui é você, não eu! – Alice respondeu em tom de brincadeira.

- Isso, jogue na minha cara a minha falta de sorte! – ela respondeu aos risos.

- Sou educada demais para isso!

- Ah, certo, sei que é!

Elas apenas riam, cada uma de um lado da ligação, até que Alice se conteve e a curiosidade correu solta. Afinal, Bella havia ligado por que mesmo?

- Mas, me diga, o que motivou essa ligação no meio de seu expediente, hein?

- Oh, sim, é que vi sua futura cunhadinha.

- Esme? – Alice ficou animada; ela adorava a espontaneidade de Esme. – Fale para ela aparecer aqui em casa também. Prometo que faço aquelas panquecas que ela ama. Aliás, acho que tenho tudo para fazê-las hoje à noite. Convide-a!

- Na verdade – Bella tentou entrar de vez na conversa principal, – os planos dela para essa noite não incluem suas panquecas...

- Ah... Ela já marcou outra coisa, né? – ela tentou disfarçar, mas estava chateada com a resposta da amiga.

- Bem, em tese, ela tem um encontro esta noite – Bella disse meio encabulada.

- Sério? – enquanto Alice parecia feliz demais ao saber disso. – E com quem? Nós conhecemos?

- Bem, eu acho que você deva conhecê-lo, embora eu não saiba quem é...

- Eu conheço e você não? Oh, quem será? Ah Bellinha, você não saberia o nome para me dizer não? – Alice ficou pensativa por um minuto, enquanto a amiga decidia como contar que as coisas não eram tão simples.

- Bem, é da Esme que estamos falando e você sabe que ela costuma sair da linha às vezes, e o Rafael não gosta muito quando ela faz isso – Bella tentou ser sutil.

- Casado?

- Não sei ainda...

- Comprometido então?

- Não tenho tantos detalhes assim, mas o que consegui arrancar dela é que ele deve ter uns dez anos a mais que ela.

- Nathaniel vai arrancar os cabelos. E dona Sarah, então? Ah, ela vai querer mandar a filha para um colégio de freiras...

- Suspeitei isso...

- Ok, já sei, você quer que eu fale com a Esme para ela mudar de ideia?

- Na verdade, mudando um pouco de assunto... Você conhece um tal Carl... Alguma coisa?

- Lisle?

- Não, Carl... – mas Alice a cortou.

- Carlisle, esse é o nome. Conheço sim, é chefe do Rafael. Por que?

- Chefe? Ai, caramba...

- Como assim “ai, caramba”? O que você sabe dele que talvez eu não devesse saber? Porque depois desse “ai, caramba”, eu aposto que eu não deveria saber, né?

- É que, oh, Deus, como dizer isso?

- Com a boca, Bella. Use palavras minha filha! – Alice brincou. – Ele por um acaso não se negou a dar um atestado para você não, né? Porque, não é por nada não, eu amo o Rafa, mas o chefe dele até é bonitão e eu não me importaria de ir visitá-lo mesmo sem estar doente e...

- Afff... Qual o problema de vocês, hein?

- Problema? Ah, eu só pensei em voz alta, desculpe aí se você não gosta de loiros, altos e de olhos azuis!

- Tudo isso?

- Pois sim, é sim.

- Cacetada...

- Bella, pare de drama e me diga logo, ou eu deixarei o tapete de molho e irei aí pessoalmente lhe arrancar a resposta. E aposto que o mala sem alça do seu chefe não vai gostar e eu terei que destratá-lo.

- Não, não, calma aí! Eu vou dizer, só queria me preparar psicologicamente para o estrago.

- Estrago? Você por um acaso não andou sendo grossa com o chefe do Rafa por telefone e agora está querendo morrer não, né?

- Não, sua boba, você sabe que não gosto de loiros.

- Oh sim, você é daquelas que faz parte da pequena parcela da população que prefere homens de cabelos avermelhados... Um tanto quanto difícil achar, mas um dia, quem sabe, você não acha um irlandesinho dando sopa com um trevo de quatro folhas na mão por aí, né?

- Afff... Como se eu gostar de pessoas com cabelo castanho. O que representa o que? Ah sim, como se só noventa por cento da população fosse algo tão incomum!

- Sabe, Bella, eu não creio que estamos discutindo cores de cabelos de homens pelo telefone em meio ao seu expediente. Vai ter que dizer que estava com intestino solto, minha amiga!

- Droga, é verdade, eu tenho que voltar!

- Mas antes, me diga: qual o problema de Carlisle?

- Carlisle?

- É minha filha, o loiro bonitão que trabalha com o Rafa...

- Ah, sim, bem, ele é o cara com quem a sua cunhada irá sair essa noite.

- Como é que é? Ele?! Mas que safadinha sortuda essa minha cunhada!

- Alice, por Deus, ela quer sair com o chefe do seu irmão! O que você tem na cabeça?

- Ah, bem, vai ver ela não soubesse que ele era justamente o chefe do irmão, ué?

Bella não se conformava; ela colocou a mão no rosto e bufou...

- Ok, então está bem... Ela queria que eu pedisse para você sair com o Rafael essa noite, assim ela poderia sair com o tal Carlisle sem o irmão saber. Ou seja, eu acho que ela sabia muito bem quem era e não quis me falar para que eu tivesse coragem de lhe pedir esse absurdo...

- Oh! Bem... Ok, eu ligo para ela, não se preocupe...

- Que bom que você entendeu, Alice! – ela disse aliviada. – Agora eu preciso mesmo ir, até mais.

- Até.

Alice desligou a ligação e ficou pensativa com o celular ainda em mãos, após pensar rapidamente ela sorriu.

- Esme, Esme.... Melhor eu te ligar.

Não demorou para que uma entusiasmada adolescente atendesse a linha.

- Oi Alicinha! Que saudades! Vai sair hoje, né?

- Na verdade, mocinha...

- Ah não, por favor cunhadinha, não estrague essa relação tão linda de quase irmãs que temos!

- Dramática! – Alice respondeu sorrindo.

- Funcionou?

- Hmm... – ela não sabia o que dizer.

- Eu te amo, sabia? E também, ah, seria tão triste eu ter que acabar com o casamento seu com o Rafael... Sabe, eu gosto de você, mas nunca se sabe quando um vestido vai se rasgar em pleno caminho ao altar!

- Oh! Esme! Você não ousaria...

- Quer pagar para ver?

- Não seja tão baixa...

- Olha quem diz, a salva vidas de aquário... – Esme usou os pontos fracos da cunhada.

- Como se você fosse mais alta!

- Bem, eu ainda crescerei. Já você...

- Se isso é para eu te ajudar, não está me convencendo... – Alice decidiu brincar, ela sabia que Esme não estava querendo realmente ser ofensiva, só estava jogando sujo mesmo.

- Ah Alicinha, por favor! Eu juro, é apenas um encontrozinho casual! Eu sei me cuidar, sou adulta o bastante para não fazer porcaria. Por favor! – ela começou a implorar em meio a soluços falsos.

- Ok, ok, você me ganhou. Eu darei um jeito de sair com o Rafael, desde que você não me apareça grávida e não vá fazer nada que o prejudique no emprego, ok?

- Juro que nem direi que sou irmã dele.

- Mas, como ele não sabe?

- Não sabendo. Agora você vai cumprir com a sua parte no trato enquanto eu cumpro com a minha! Até mais!! !

Esme desligou mais do que rapidamente a chamada, antes que Alice decidisse voltar atrás com a oferta e ela perdesse sua grande chance. Afinal, ela tinha muito o que preparar para seu grande encontro e ainda precisava tratar do ponto principal: como convencer quem não lhe conhece ainda a sair contigo?

* * * * *

Longe dali, no cemitério da cidade, Jasper estava dizendo suas últimas palavras à lápide de sua amada esposa. Ele havia desabafado aos ventos o quanto sentia sua falta e como acreditava que seria difícil seguir sozinho.

Parecia impossível agora, mas ele tentaria fazer com que seus filhos não sofressem tanto. Por Maria, ele prometeu que manteria a vida de seus filhos em primeiro lugar e que não os deixaria sofrer sozinhos pela falta da mãe.

Já fazia tempo demais que estava ali. Embora ainda lhe faltasse forças para aceitar que não haveria volta e que ele estava sozinho, ele precisava partir. Mesmo que fosse difícil reunir suas últimas forças para partir e que aquilo significasse que ele estava aceitando a perca.

No fundo, Jasper sabia que se ficasse ali, estaria quebrando com sua maior promessa a Maria, a de que nunca deixaria seus filhos sozinhos, acontecesse o que fosse. E decepcioná-la o fazia se sentir a pior das criaturas.

- A verdade é que eu nunca esperei ter que cumprir esse tipo de promessa... – ele confidenciou em um sussurro. – Sempre achei que morreríamos velhinhos e que eu iria bem antes de você, meu amor.

Ao longe, ele via poucas pessoas no cemitério, o que indicava que realmente a hora estava passando e que ele não deveria mais ficar ali. Ele colocou uma última flor em cima da lápide de Maria e decidiu partir.

- Eu te amo, minha querida, espero que eu não te decepcione...

Juntando suas últimas forças, ele seguiu pelo caminho, tentando não voltar para trás e resistir as lágrimas que teimavam em voltar. Não era mais hora para chorar; ele sabia que daquele momento em diante teria que ser forte para seus filhos, e que somente o bem estar e a felicidade deles importava de fato.

Na saída do local, ele pegou o primeiro táxi que conseguiu, decidido a voltar para casa e lutar para que seus dias fossem diferentes.

Jasper nunca esqueceria Maria e não queria que seus filhos também o fizessem, mas ele usaria de todas as suas forças para cumprir com todos os desejos de seus filhos, fossem eles quais fossem. Mesmo sem a mãe presente, eles seriam felizes, no que dependesse dele.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, gostaram?
Na verdade demoramos para postar, mas já temos o seguinte e vai depender de vocês o dia de postagem, ok?
Como houve quase nenhum comentário no capítulo passado, eu queria dizer que se tivermos pelo menos uns 6 comentários grandinhos (não vale só colocar gostei) postaremos mais um essa semana, ok?
Então, mãos a obra e valeu pela recomendação Bella! :D