Força De Um Amor escrita por MayLiam


Capítulo 75
Rose - parte final


Notas iniciais do capítulo

Meninas,me desculpem.Eu realmente fui vítimas de imprevistos com as eleições. Tive que viajar pro interior pra votar,não tive como justificar e acabou que não deu pra postar no fim de semana e ontem tirei o dia pra estudar. Hoje antes de sair pra UFPE escrevi este e acabei de revisar agora aqui, estava apressada pra aula, provavelmente terá alguns erros,mas peço que me entendam. Adoro vocês... Acho que esta é a última semana...
Boa leitura!



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Não consegui dormir o resto da noite. Eu tentei, mas estava com uma sensação ruim. Não conseguia parar de pensar no meu sonho e Elena. A Rose machucando a Elena, sentia meu corpo inteiro vibrar só de imaginar a cena. Eu estava contando as horas para entrar em um horário adequado para ligar para ela outra vez. Eu realmente não gostei do tom dela, mesmo me dizendo estar bem, não sei, me pareceu estranha, machucada. Fiquei acordado até uma da manhã, já seriam sete em Londres. Eu provavelmente iria acordá-la, mas estava muito ansioso. Peguei meu celular, chamou e Elena não atendeu, escutei cair na caixa postal logo depois. Liguei outra vez e nada. Ela poderia ter o sono tão pesado assim? Resolvi ligar para o telefone de nossa casa e ninguém atendeu. Comecei a ficar inquieto. Parecia que não tinha ninguém em casa. Insisti no celular e depois no residencial outra vez e nada. Eu já estava ficando desesperado, odeio não ter notícias dela.

Do nada Stefan entra no meu quarto, eram quase duas da manhã.

-Damon conseguiu falar com a Elena outra vez? – me perguntou aflito o que eu estranhei.

-Não. Depois que liguei pra ela não consegui mais falar. Estou tentando o celular e nada. Lá em casa ninguém atende.

-Eu estou tentando falar com a Caroline a um tempo também. O celular cai direto na caixa postal. – ao ouvir isto meu coração se aperta ainda mais e uma voz em meu interior grita: Damon, tem alguma coisa muito errada.

-Estou começando a ficar realmente preocupado. – falei pra ele.

-Não tem chance de elas estarem na casa dos pais da Elena? – Stefan perguntou e eu neguei com a cabeça. Elena não iria pra lá, não depois de bater o pé pra ficar em nossa casa.

-Acredito que não. Mas seria uma boa ideia ligar pra lá. – falei e já fui discando o número. A empregada me atendeu e logo me deixou mais agoniado ao dizer que Miranda estava em uma viagem com minha mãe e só voltariam no fim de semana. Grayson não para em casa de qualquer forma.

Stefan me olhava apreensivo e eu articulei que ainda não tinha nada de novo e ele voltou a ligar e ao não ser atendido apertou a tecla frustrado.

-Onde elas estão? – me perguntou depois de me ver desligar.

Foi então que uma ideia me veio a mente, foi mais uma lembrança. Droga! Eu estava aqui como um louco tentando achar minha esposa e agora provavelmente ela estava sobre a proteção da equipe que contratei, eu só tinha que ligar pra eles. Encarei Stefan com uma expressão mais leve e ele deu de ombros.

-Que foi? – me perguntou confuso.

-Os seguranças. – falei em tom de entusiasmo. Stefan esboçou um meio riso.

Liguei para Manuela, e ela me passou o número do chefe da equipe. Não tardei em ligar.

-Colen. – uma voz ríspida me atendeu.

-Ótimo! É o senhor mesmo. Aqui é Damon Salvatore.- ele bufou no outro lado.

-Claro, o senhor volúvel. – disse carrancudo.

-Como disse?

-Se ligou por ter mudado de ideia quero avisar que não dá. Já estamos em outro trabalho.- eu não estava entendendo nada.

-Na verdade queria saber como estão as coisas em minha casa e onde está minha esposa. – falei confuso, encarando Stefan que me olhava especulativo.

-Sinto muito, mas acredito que uma vez que o senhor dispensou nossos serviços, não posso informar.

Eu o quê?

-Perdão, não entendi. Quando dispensei seus serviços? Estava ansioso para confirmá-los. – Stefan me olhava confuso agora, eu estava perdido.

-Senhor Salvatore, o seu assistente, senhor Jarbas, nos ligou ontem no final da tarde em seu nome, dispensando totalmente nossos serviços. Confesso que fiquei muito aborrecido, eu havia cancelado um trabalho para atender a sua urgência e se não me engano o atraso não havia lhe incomodado.

Tudo bem isto é loucura. Não tenho nenhum assistente chamado Jarbas.

-Sinto muito senhor Colen, mas está havendo um engano, eu não dispensei o senhor, na verdade eu nem sei quem é este tal de... – eu parei. Oh droga! Stefan veio pra cima de mim, eu perdi o equilíbrio,me sentando na cama. Pedro. O sobrenome do meu motorista é Jarbas.

Stefan tomou o celular de minha mão e encerrou a ligação por mim. Eu não dispensei serviço algum e ele é o único Jarbas que eu conhecia. Tudo estava ficando mais estranho a cada minuto, meu coração estava apertado, um nó na minha garganta. Eu só conseguia pensar que Elena estava em perigo.

-Damon! – Stefan chamou com olhos arregalados pegando meu ombro com força. – O que ele disse?

Eu não estava mais raciocinando. Eu só queria ver Elena, alguma coisa estava errada, eu podia sentir.

-Chame a Manuela, -falei olhando pra ele numa retomada de consciência – faça ela conseguir um jatinho. Temos que voltar pra Londres hoje.  – eu levantei, Stefan ainda mais confuso.

-O que foi? – me perguntou me olhando assustado.

-Tem alguma coisa errada, temos que voltar pra Londres agora. Você consegue o jato com a Manuela e eu cancelo nossos compromissos restantes, quero tudo resolvido em no máximo duas horas.

-Damon, são duas da manhã. – ele disse confuso.

-Não importa. – eu quase gritei. – Já é manhã em Londres e não falo com Elena a muito tempo. Stefan dispensaram os seguranças em meu nome. – ele arregalou os olhos – Temos que voltar. – ele pareceu entender meu desespero ou se juntou a mim nele.

-Eu vou arrumar o jato. – disse saindo do quarto. – Eu peguei meu celular outra vez e comecei a preparar tudo pra voltar pra Londres.

...

Eu passei a madrugada inteira com aquela maluca, assustada, preocupada com meu filho e minha amiga. Rose se recusava a me dar comida ou bebida, eu estava sentindo tanta dor, meu corpo já estava se entregando, minha mente em colapso, minha única força era imaginar que Damon podia entrar por aquela porta a qualquer momento, mas a cada hora isso se enfraquecia e eu também, não seria possível. Ele estava tão longe. Rose continuava a me torturar apertando cada vez mais no laço em minha barriga, doía e o calor que eu estava sentindo me enfraquecia mais, eu estava passando muito mal.

-Por favor...- pedi pra ela que continuava no quarto, mexendo nas minhas coisas e nas de Damon, vestindo minhas roupas e joias. Passou o resto da noite e toda a madrugada assim. Louca.

-Falou alguma coisa querida? – sua voz era cínica.

-Eu preciso beber água. – ela bufou.

-Nossa, você é muito mole. Passou a noite toda se queixando. Nesse ponto prefiro a Katherine, ela era mais resistente que você. – se aproximou de mim, eu mal a via, minha vista estava turva pela fraqueza. Ela tocou minha testa e checou meu pulso. – Que droga. – falou estalando a língua. – Se eu não te der água você vai acabar com a minha diversão muito mais cedo do que previ. Pedro me falou que nosso amado Damon só voltará no fim de semana, eu esperava me divertir com você pelo menos até a quarta ou quinta, mas pelo o que estou vendo... – ela me olhava com desprezo – você é muito fraca. – falou bem perto do meu rosto, eu sentia todo o seu ódio na sua respiração. – Vai durar bem menos eu te super estimei.Vou te dar água e vou afrouxar o laço na sua barriga, não quero você padecendo ainda, vou te deixar respirar reunir forças e então cessar elas de novo e de novo e de novo, até eu achar que tá bom ou enjoar de ouvir você respirar e então... – ela fez um sinal com a mão direita atravessando o dedo indicador por seu pescoço.

-Por favor... –pedi outra vez. Eu só queria estar bem, saber que meu filho estava bem e Carol.

-Sua voz me irrita. – falou revirando os olhos e logo soltou o laço em minha barriga, minhas costas doíam tanto, me movi incômoda, o pior era os meus braços, dormentes por estarem erguidos a tanto tempo e com tanta força. – Vou soltar um de seus pulsos para que beba você mesma. – falou ríspida.

-Solte os dois Rose, eu não vou fugir. Estou muito fraca pra isto. – argumentei.

-Tem razão. Mas gosto de imaginar que isto deve estar doendo. Vou manter. – ela soltou o meu pulso direito logo em seguida, e largou ele na cama ao meu lado. Doeu muito, era pra ter sido movido devagar, me contorci ainda mais e senti lágrimas em meu rosto.

Ela se levantou vitoriosa e depois voltou como copo com água.

-Consegue segurar querida? – ela era cínica e louca, mistura perigosa demais. Psicótica.

Eu levantei com dificuldade minha mão solta e agarrei o copo. A água adquiriu um gosto de prazer. Eu estava com tanta sede e fome, mas a sede era pior.

-O que você fez com a Caroline? – perguntei logo depois de terminar de beber.

-Eu, particularmente nada, - disse com deboche – mas tenho certeza que o Pedro sim. – se aproximou de mim – Acho que ele tem uma quedinha por ela. – falou sorrindo.

Meu coração se apertou ainda mais. O que ela estava querendo me dizer com isso? Ele estava abusando da Caroline? Senhor! Podia ser só provocação pra me deixar mais agitada. Eu estava disposta a resistir ao máximo, não iria me entregar assim. Eu tinha que ser forte. Ela estava disposta a prolongar tudo, eu estava disposta a resistir até que alguém aparecesse ali, meu coração gritava o nome de Damon e tenho certeza que ele vai me ouvir.

-Seu marido ligou muito esta manhã querida. – ela disse fazendo bico – Acho que sente sua falta de verdade, - falou rindo sem graça – mas não tem problema. Quando meu Damon voltar farei ele mudar de ideia. Sei que ele sente algo por mim também. Ele só não admite. Ele fica nervoso perto de mim.

-Ele pode ficar realmente nervoso. Ele como eu e todos na casa dele se arrepiam perto de você. Sua energia é ruim. – ela me olhou indignada e veio pra perto.

-Você é muito sem noção garota. – disse em voz sombria – Sabe, você ainda me deve sobre aquele banho de champanha na festa do meu cunhadinho. – eu gelei – Ainda estou pensando no que fazer sobre isso... – seu olhar era pura ameaça. – Eu vou tomar café da manhã. Espero que não se incomode. Eu estava pensando em trazer algo pra você, mas parece que a água te deu mais vitalidade, está me ofendendo. Você se vira.

Disse saindo do quarto, vitoriosa. Eu suspirei.

...

-Consegui o jato Damon. – disse Manuela entrando no quarto de Damon.

-Obrigado Manuela. Onde está meu irmão?

-Está no quarto arrumando as malas.

-Certo.

-Damon quando terminar com a sua já podem ir. – Damon arregalou os olhos.

-Sério?

-Claro! Eu cuido de tudo por aqui. Converso com os sócios amanhã. Stefan me contou tudo que eu preciso pra acelerar esta volta. – Damon soltou um suspiro e abraçou Manuela.

-Obrigada! – falou sincero e ela sorriu.

-Vou ligar pro comandante e confirmar que estão a caminho. Quinze minutos? – Damon confirmou. – Com licença .- pediu deixando o quarto.

Damon acelerou ainda mais. Queria logo estar em casa. Saber o que estava acontecendo. Se Elena estava bem.

...

-Tudo pronto aqui comandante?- perguntou Stefan, eu ainda tentava o celular de Elena, devia ser o quê? A vigésima mensagem?

O comandante confirmou que sim e logo subimos a bordo. De jato diminuiríamos o tempo de viagem pela metade.

Logo estaria em casa, saímos as cinco da manhã. Chagaríamos em Londres no máximo as duas da tarde. Eu não via a hora.

...

Eu ouvi um grito vindo do quarto onde Damon dormia.Caroline! Meu coração se apertou.

-Por favor, Rose. Ela não tem culpa de nada. Não o deixe a machucar. – pedi quase sem voz, ela tinha colocado de novo o laço em volta de minha barriga.

-Elena, eu realmente não esperava ela aqui. Mas o Pedro parece gostar da intrusa, então vou deixar meu amigo se divertir. Vou almoçar. Você fica bem quietinha aí não é? – riu zombando.

Eu não estava aguentando mais, minhas costas doíam, meus pulsos presos outra vez, eu estava tão fraca e com fome. Eu estava resistindo ao máximo, mas meu corpo não me obedecia mais, devagar eu deixei a inconsciência me atingir.

...

Damon e Stefan chegaram a Londres e foram direto pra mansão de Damon, ambos ansiosos. Só queriam ter certeza de que elas estavam bem. A cima de tudo Damon.

-Tive um sonho estranho com Katherine. – falou pro irmão.

-Outro?

-Eu sempre tinha e neles ela sempre me avisava algo sobre Elena. Uma pessoa a machucando.

-Que sinistro. – Stefan falou. Dirigindo.

-Isso não é o mais estranho. – continuou – Eu nunca via o rosto de quem a machucava e ontem eu vi.

Stefan olhou o irmão agora.

-Quem era? Conhecido?

-Muito. Conhecida na verdade. – ele disse olhando Stefan que bufou.

-Rose. – Damon arregalou os olhos.

-Como sabe?

-Damon, se alguém poderia ter um motivo para, sei lá, ter ódio de Elena seria rose, você não acha?

-O que quer dizer?

-Você sabe. – falou encarando a estrada.

...

Oito anos atrás...

-Vamos sair hoje, certo? Você me deve um cinema.

-Não sei não Rose. Eu tive um dia bem cheio aqui no hospital.

-Eu também Damon. Estamos sem vida social. Isso tem que mudar.

-Certo. Você pode ter razão. Um filme leve, por favor.

-Está passando uma comédia ótima.

-Ok.

-Ótimo! – Rose sorria largamente. Não era má ideia ir ao cinema certo?

-Nossa! Está bem frio nessa sala.

-A sala está quase vazia Rose. O que você queria? Posso te oferecer meu casaco?

-Senhor Salvatore, o galante.

-Oh, por favor... – bufei.

-Eu aceito. – tirei o casaco e envolvi em sua volta, ela me olhava com um brilho estranho no olhar. Oh não, espera um pouco. Estávamos próximos demais.

Ela se inclina para me... beijar?

-Estamos perdendo o filme. – falei me esquivando e ela respirou frustrada, mas descansou a cabeça em meu ombro. Certo Damon, ela gosta de você. Tem que fazê-la ver que não é recíproco.

...

Sete anos atrás...

-Não Damon, isso é errado. – Katherine me falou.

-Porque? Você e eu nos gostamos, estou muito envolvido com você, sei que me corresponde.

-E Rose? Ela é minha amiga. Sabe que ela gosta de você. Eu sei disso. Seria traição.

-Nunca dei falsas esperanças a ela. Somos amigos e ela sabe. Além do mais nunca escondi dela o quanto eu gosto de você e ela até me ajudou a te conquistar.

-Mas ela sempre me disse que gostava de você e eu te esnobava tanto, você era tão estranho, eu não gostava do seu jeito, mas... – eu a parei.

-Mas você me conheceu melhor. – beijei seu rosto – Se envolveu cada vez mais, - beijei seu nariz – está ligada a mim de uma maneira que não consegue se afastar, - beijei sua testa – e eu adoro estar com você, porque você me ama.

-Sim, eu amo.

-Então sem medos.

...

Seis anos atrás...

-Katherine, porque você acha que não amo você?

-Você nunca me diz isso. Nunca me disse. É sempre eu te adoro, você é tudo.

-E não basta?

-Não.

-Eu prefiro mostrar o que sinto. Palavras se perdem, atitudes não.

-Mas palavras alimentam o coração e a alma. Não basta só sentir. Temos que saber. Ouvir.

-Você não sabe?

-Damon, você não me ama.

-Isso é loucura. – lhe dou as costas. – Porque você começou com isso agora? Você nunca duvidou do que eu sinto. É a sua gravidez ou tem alguém conversando com você?

-Não apele pra terceiros.

-Então eles existem?

-Nunca precisei da opinião de ninguém. Eu apenas sinto.

-E o que você sente Katherine?

-Sinto que não sou eu. Você não me ama. Não como eu te amo.

-Besteira.

-Verdade.

-Verdade pra quem? Pros seus medos? O que eu preciso fazer?

-Olhe nos meus olhos e diga que me ama.

-Não funciona assim.

-Porque não consegue?

-Porque não seria com sentimento. Seria pra te convencer de algo que eu já estou cansado de demonstrar. Porque precisa disso? Não confia em mim? No que sinto? Precisa de uma frase que pode ser dita sem o menor sentido quando eu te mostro tudo?

-Preciso. – ela gritou. Então jogou o corpo pra frente com um suspiro de dor.

-Kath?!

-Não. – falou levantando a mão pra mim.

-Para com isso. – eu ignorei e alcancei-a a envolvendo em meus braços. –O que você está sentindo?

-Eu estou bem Damon, pode me soltar. – falou numa carranca.

-Olha pra mim. - falei levantando seu rosto. Ao me olhar sua expressão era de dor. – Você e nossa filha, são as pessoas mais importantes na minha vida. Eu daria a vida por vocês. Se isso não é amor, então o que é?

Ela me olhava com lágrimas nos olhos, soltou outro suspiro e então a peguei no colo a levei pro nosso quarto. Em silêncio.

-Nunca vi você passando mal assim. Você precisa parar de pensar bobagens. Por Maria. – ela assentiu.

-Desculpe. –sua voz era um sussurro.

-Não faça isso. Não se desculpe. Eu sei que sou um tanto frio e ausente, mas eu... Eu te adoro muito. – ela suspirou se rendendo as almofadas.

-Descanse.

A deixei na cama e sai do quarto.

-Tente entender Damon, são os hormônios. -disse Rose.

-Pode ser. – falei seco e ela me olhou confusa.

-Eu tento falar com ela e tirar estas coisas de sua cabeça, mas...

-Então talvez você só tenha que ficar calada. – eu quase gritei. Ela engoliu seco.

-Claro. – suspirou – Vou pegar um suco pra ela.

-Não, Rose. Desculpa-me...

-Não se desculpe. Eu entendo... – riu fraco e me deixou.

...

Meses atrás...

–Outro casamento senhor Salvatore.

–E você presente nele.

–Sempre achei que fosse um homem pra um casamento só.

–O destino quis que eu me casasse outra vez. Acredito que agora seja pra sempre. – Rose bufou... Irônica? Porque?

– Pra sempre é tempo demais. Principalmente para nós, relis mortais. – certo isso foi sombrio. Muito sombrio, um arrepio correu minha espinha. – Boa sorte! – falou sorrindo fraco e se afastou.

...

Foi tudo como um estalo. E cada vez mais lembranças invadiam a minha mente. Stefan me olhava especulativo enquanto voava até minha casa.

...

–Achei que quisesse sonhar comigo. – Kath disse fazendo cara feia.

–Eu quis por muito tempo, mas nunca sonhei. Por que agora? – eu quis saber e ela suspirou.

–Precisamos conversar. Amamos-nos muito Damon e eu fui designada a uma missão. – ela falou.

–Que tipo de missão?

–Cuidar para que você possa ser feliz. Você, seu filho e Elena.

–Não entendo. Estamos juntos enfim e felizes. O que mais falta?

–Ah Damon... Se tudo fosse tão simples. Casamento é difícil, você lembra que mesmo nos amando como nos amávamos ainda era complicado, muitos conflitos e vez ou outra sempre surgia alguma coisa ou alguém pra complicar.

–O que há de errado?

–Eu sei que você ama Elena e ela te ama, mas às vezes só isto não basta. Não se vocês não souberem o verdadeiro poder que tem juntos. Vocês terão que ser fortes Damon e não esquecer do principal. Que vocês se amam.

–Do que você está falando? Por acaso é algo sobre minha doença, vai piorar?

– Você é forte, terá que passar por muita coisa, mas a sua doença não é o que te separa dela e de seu filho.

–O que? E o que nos separa? Como assim separa?

–Damon, temos que conversar serenamente se você quiser me escutar. Não tem nada haver com sua doença, tem haver com confiança. Como deve confiar no amor de Elena e ela no seu, mas acima de tudo. Não esconda nada dela e abra seus olhos, não deixe que as pessoas consigam de você o que querem.

–Katherine, eu sinto sua falta!

–E eu a sua Damon. – ela sorriu fraco. – Agora coma! Deu-me muito trabalho.

–Você vai ficar aqui? – ela assentiu.

...

A fala de Rose no meu casamento, os sonhos. Eu fui tão cego assim? Desde o começo? Oh droga! Eu gemi.

-Qual o problema Damon. – Stefan me pergunta apreensivo.

-Vai mais rápido. – pedi com voz falha.

-O que foi?

-Elena. Só... dirige Stefan. – ele arregalou os olhos e acelerou, logo estaríamos em minha casa.

...

Eu estava a tão preocupada. O que aquela loca estaria fazendo coma a Elena? Eu estava amarrada a uma cadeira e agora amordaçada. Aquele homem asqueroso rasgou minha blusa, exibindo o meu sutiã e fez o mesmo com minhas calças, deixando minhas pernas à mostra. Eu o ouvia conversar com louca no corredor.

-Onde está Carmen? – ela perguntou raivosa.

-Ela se foi ainda pela manhã. É uma covarde e fraca. Dean ainda está lá em baixo. – ele parecia exaltado.

-E a mais nova? Megie?

-Ela não vai interferir.

-Está se divertindo com a loirinha.

-Ela é muito nojenta, mas é bonita, tenho que admitir. Como vai a senhora?

-Ousada e falastrona, mas ela está baixando a crista, um tanto cedo demais. Ela realmente é uma fraca.

-Companheira perfeita praquele Mané. Você realmente conseguiu enganar ele todos estes anos. – ele riu.

-Pegue leve no linguajar com o Damon.

Ficaram em silêncio.

-Vai fazer o mesmo que com a outra? – ele perguntou e eu gelei. Que outra?

-Não. Esta merece sofrer mais. A Kath era como uma irmã, eu já disse, mas a vadia escolheu roubar o que era meu. Eu dei um jeito e tirei-a e a fedelha que esperava da parada, mas esta daí e este filho... Damon realmente os ama. Ela deve penar muito mais. É uma nojenta. – a voz dela era ódio puro. Meu Deus! Então foi Rose que matou a Katherine, não foi uma fatalidade?

Meu coração disparou, ela ia fazer o mesmo a Elena e Samuel, só que sendo mais cruel. Um grito brotou em minha garganta. Abafado pela mordaça, mas ainda sim eles ouviram.

-Acho que alguém nos escutou. – ouvi a voz cínica de Rose.

-Hora da diversão. – Pedro disse e logo depois entrou no quarto.

-Você acordou...Que delícia.Vamos nos divertir. – eu gritei novamente e ele sorriu, se aproximou e puxou uma mecha de meu cabelo e cheirou. Que asco!

...

Chegamos à mansão e carro estava do lado de fora, junto de outro que eu não conhecia, era pequeno, carro pra mulher dirigir, um compacto. Stefan e eu avançamos pra entrada e antes que pudéssemos chegar à porta uma figura saltou em nossa direção alarmada.

-Carmen?! – eu estava aturdido.

-Por favor, senhor, venha comigo até a garagem.

Como é? Ela é maluca quero ver Elena.

-Onde está Elena?

-E Caroline? – perguntou Stefan.

-Por favor, não gritem, não deixem eles saberem que vocês estão aqui. – ela pediu realmente apavorada, tinha os olhos cheios de lágrimas.

-Carmen, o que está acontecendo ali dentro?

-Por favor, só venham comigo até a garagem, eu vou explicar tudo.

Hesitamos, mas acabamos seguindo ela, que estava apressando nós dois até a garagem e quando entramos, ela fechou a mesma com cautela, não queria mesmo que alguém nos visse.

-O que está acontecendo Carmen? –perguntei agoniado.

-Eu sinto muito senhor. – ela começou em prantos. – Eu realmente não queria nada disso. Quando ela me procurou, eu estava tão zangada com sua família, com seu pai. – ela dizia desenfreada e eu nada entendia,Stefan a olhava alarmado. – Mas o senhor e a senhora Elena, são pessoas boas e não merecem nada disso, ela me fez achar que o senhor era culpado, mas eu via, eu sei, o senhor não gosta de nada que acontece na Salvatore’s, talvez o senhor goste. – ela falou adquirindo um tom ríspido para Stefan. – Mas não o senhor. – olhou pra mim com culpa.

-Carmen, pelo amor de Deus. Fala logo o que está acontecendo aqui? Quem é ela?

-Rose. – Stefan e eu gelamos ao nos encarar.

-Onde ela está? – eu avancei pra ela, que dava passos pra trás em defesa. – O que ela fez? Onde está Elena? – eu quase gritava e ela só chorava agora. Stefan segurou meu braço.

-Calma.

-Como calma? Está maluco? – eu olhei pra ele depois pra ela. – Carmen para de chorar e me fala. – ela parecia em estado de choque. – Fala! – gritei.

Ela ergueu a cabeça, ainda em prantos e tentou recuperar a voz.

-Está no quarto de vocês com ela. – olhou pra Stefan – A senhorita Forbes está com Pedro no outro quarto. – voltou a me olhar – Onde o senhor estava dormindo. – eu a soltei, o ar me faltou.

-O que ela está fazendo?- perguntei quase sem voz.

-Eu não sei. Eu ouvia a senhorita Caroline gritar. - vi Stefan tremer.

-Meus Deus, Damon. – ele falou chocado.

-Sei que ela está machucando a senhora, ela não me falava nada, ela conversa mais com Pedro. - eu levantei e fui pra cima dela.

-Como vou saber que isso não passa de mais um plano de vocês? Como vou confiar em você? – perguntei a sacudindo.

-Porque se eu estivesse com eles o senhor já estaria morto. No entanto estou aqui. Dean e Megie estão no andar de baixo, atentos e prontos pra dispensar qualquer um que venha se meter. Eu falei com Pedro hoje pela manhã, disse que não queria mais nada disso. Eles acham que fui embora, mas eu estava aqui rezando pra alguém da família aparecer. Eu não queria nada disso senhor, eu juro. – ela chorava e eu sentia seu desespero. Era real. A larguei e tentei colocar os pensamentos em ordem.

-Você disse que ela está machucando Elena. – eu tremi com a minha fala. – Como? – ela engoliu em seco. – Carmen?!

Stefan estava ao meu lado esperando sua resposta.

-Eu a ouvi conversando com Pedro no café da manhã. Falou alguma coisa sobre ocitocina, uma substância e um medicamento chamado pitocin. – senti meu coração parar. – Eu não sei o que significa, mas ela disse que talvez usasse na senhora, mas agora iria apenas machucá-la fazê-la pagar.

-Meu Deus. – ofeguei, senti Stefan segurar meu ombro.

-Tem mais alguém na casa além dos seis? –ele perguntou a Carmen que negou com a cabeça.

-Precisamos entrar. Ela vai matar Elena. – eu gemia.

-Precisamos de um plano pra pegar as duas com segurança. Você sempre foi melhor nisso que eu Damon, fique calmo e vamos pensar em algo. Estou com você.

-Senhor eu sinto muito, ela me fez pensar que era uma vingança aos Salvatore, seu pai. Eu nunca...

-E por que diabos vocês iriam querer se vingar de nosso pai? – perguntou Stefan alterado.

-Por que ele acabou com nossas vidas. Comprou a empresa onde trabalhávamos e depois a liquidou, nos jogou na rua feito cães. Não recebemos o nosso dinheiro, não o justo. Perdemos a maioria de nossos benefícios. Ele deixou muitos zangados. – Stefan balançava a cabeça perplexo. Carmen me olhou.

-Sei como podem entrar. Eu posso ajudar. – me olhava com suplica nos olhos. – Deixe-me ajudar.

Eu queria minha esposa e meu filho a salvos, eu faria o que fosse preciso e nesse momento eu tinha que confiar nela. Respirei fundo e a olhei.

-Conte-me como Carmen. Vou confiar em você. – ela suspirou com alívio. Stefan me olhou receoso, mas nada disse.

-O Pedro é braço forte dela, ela é jovem e forte, por isto está lá em cima com ela, terão que passar por ele. Dean e Megie eu dou conta de distrair, Vamos pela cozinha. Quando estiverem dentro, subam direto pro quarto onde está a senhorita Forbes.

-Como vai nos fazer entrar? – perguntou Stefan. Vou atrair os dois até a cozinha e acho que três podem com dois.

-Tudo bem. - disse Stefan – Damon?

-Vamos logo então. - falei e assim fizemos.

Saímos da garagem com cautela e pelos fundos chegamos à porta da cozinha.

-E agora? – perguntei.

-Agora eu ganho um Oscar. Senhor Salvatore, – olhou pra Stefan- atrás da porta - Carmen disse. – Se aproximou de algumas panelas a as derrubou bruscamente, fazendo um estrondo assombroso e logo depois começou a gritar. – Me solta! Ah! - Não demorou muito e Dean estava diante de nós. Mal ele passou pela porta Stefan o pegou por trás. Eu me aproximei dos dois e juntos, derrubamos ele desacordado no chão. Megie chegou na cozinha e antes que ela pudesse gritar Carmen a certou uma frigideira em sua cabeça ele caiu.Stefan e eu a olhamos indignados e ela nos apressou. –Vão. Ele pode descer logo.

-Saímos da cozinha e guiei Stefan até o quarto. Mal chegamos à porta e ouvimos o grito abafado de Caroline, Stefan se adiantou e eu o prendi.

-Me solta! – ele rosnou.

-Calma! Vamos pegar este desgraçado, mas temos que estar em vantagem.

Estamos em vantagem, somos dois e ele um. – disse se soltando de mim.

-Ele pode estar armado Stefan. Precisamos do elemento surpresa. – ele bufou.

-Qual o plano? – Estávamos sussurrando.

-Você ainda á bom com alturas certo? – ele me olhou confuso.

-Sou.

-Ótimo! Vai por fora.Entra pela janela do banheiro. Ela sempre fica aberta.Eu vou pela frente. Atraio ele pra porta e te dou tempo pra entrar.

-Como vai saber quando estiver pronto?

Mostrei a ele o celular.

-Você me avisa. Agora vai! – ele saiu pela janela no fim do corredor.

Eu fiquei procurando algo pra acertar no babaca caso ele viesse com tudo pra cima de mim. Eu não estava longe do quarto onde Elena estava com Rose, mas de lá eu não ouvia nada. Não seis e isso era bom ou ruim. Nada disso era bom, é claro, mas Caroline havia gritado e não parava de gritar. Íamos ajudá-la.

...

Pedro estava me tocando, eu sentia tanto nojo dele. Minhas mãos presas e ele apalpava meus seios, passava a mão por minha intimidade, me depositava lambidas e mordidas no meu pescoço. Que nojo!Eu gritava e esperneava o quanto podia e ele só ria. Eu esta indefesa. Ouvi um barulho vindo do térreo da casa. Ele parou o que fazia.

-Me solta! Ah! – ouvimos e ele riu.

-Acho que é o Dean e a Megie se divertindo. – disse com uma voz de dar asco. Voltando a me olhar. Lágrimas embaçavam a minha vista. – Você é tão bonita, - fungou no meu ouvido – cheirosa, - desceu a mão por meu corpo - gostosa. - Eu tremi e ele lambeu meu pescoço e gemeu. Gritei outra vez e quanto mais o fazia mais excitado ele parecia ficar.

Tudo aquilo era um pesadelo. Eu estava praticamente nua diante dele, raiva, nojo, vergonha e pavor percorriam meu corpo. Ele continuou sua tortura por um tempo e depois alguém bateu na porta.

-O que é Rose? – ele rosnou e não foi respondido. Ouvi outra batida mais insistente e ele foi até a porta rosnando.

Mal ele abre ela é atingido por alguma coisa.Logo eu vejo Damon surgir porta a dentro.Ele larga no chão o que parecia ser uma escultura e avança pra cima do desgraçado o enchendo de socos.Pedro está no chão e Damon debruçado sobre ele. O espancando, meu choro se torna uma mescla de euforia e adrenalina, meu corpo inteiro treme. Sinto mãos me tocarem e eu grito outra vez.

-Shhh! Meu amor, sou eu. – Stefan. Deus!Eu quase não consigo acreditar. Ele me livra da mordaça e das amarras, quando estou livre ele me olha.

-Tudo bem? – me pergunta apreensivo. Tudo isto acontece muito rápido, enquanto eu ainda ouço os ruídos da briga entre Damon e Pedro. Apenas aceno que sim e ele vai ajudar o irmão em seguida.

Damon tira de Pedro a arma que ele trazia consigo e passa ela pra Stefan. Eles batem nele até deixá-lo inconsciente. Amarram-no e o deixam no chão do quarto. Stefan vem até mim e me envolve com seu casaco, me erguendo da cadeira eu só consigo chorar em seus braços.

-Acabou amor. Está tudo bem. Ele te machucou? – eu nada respondo. Damon está diante de mim e agora quando meus olhos parecem se abrir eu noto que ele está bem machucado, face e testa cortados. O cafajeste deve ter o machucado também. Logo uma lembrança me vem à mente.

-Elena! – eu consigo falar.

-Tudo bem, vamos pegar ela. Vamos sair todos daqui amor. – ele me tranquiliza me olhando firma enquanto segura meus ombros.

-Damon, a Rose. É ela Damon, está machucando a Len. – falo em desespero olhando pra Damon.

-Nós já sabemos Caroline. – ele diz ofegante. – Stefan saia daqui com Caroline. Ligue pra polícia. Dê um jeito de manter aqueles dois lá em baixo quietos e presos. Este vai ficar assim um bom tempo. – falou olhando com desprezo pra Pedro.

-E você? – perguntou Stefan.

-Vou atrás de minha mulher e meu filho. – disse simplesmente.

-Damon pode ser perigoso ir sozinho.

-Stefan, seja lá o que Rose quer com tudo isso, tem haver comigo. É algo sobre mim. Tudo sobre mim. Ela é, ou era minha amiga. Não sei porque faz isso, mas só eu posso descobrir, só eu posso entrar naquele quarto e salvar Elena certo de que mais nada vá acontecer comigo ou com ela.Você entende.

-Damon... – minha voz saiu baixa. - Ela é perigosa, de verdade. Tome cuidado. – Stefan me abraçava.

-Eu vou tomar. – me olhou. – Stefan facão que eu disse. – olhou pra Stefan que hesitou e logo depois me puxou e juntos deixamos o quarto. Eu só queria que tudo acabasse bem. Só queria ver Elena.

...

Damon se aproximou da porta do quarto devagar. Encostou a cabeça nela, para ouvir alguma coisa, mas o silêncio era perturbador.Ele forçou a fechadura devagar e agradeceu por ela estar aberta,mal levantou o olhar e já notou Elena na cama, seu olhar se congelou e ele não viu mais nada, entrou no quarto em desespero e foi ao encontro de Elena.

-Elena! – ele chamou desesperado. –Querida me responde. – ele tocava seu rosto. Elena estava desacordada e presa à cama. – Meu Deus! – ele ofegou e começou a livrar Elena das amarras. Soltou seus pulsos e depois o laço em sua barriga. A puxou contra si. – Por favor, amor. Olha pra mim. Acorda Elena. Fala comigo! – ele checou a pulsação e respirou um tanto aliviado por notar que ela existia, fraca, mas estava ali. –Amor... – chamou outra vez e Elena gemeu, forçando seus olhos abrirem. – Elena! – ele respirou.

...

Eu estava me afogando no mar, a pressão da água em meu peito era esmagadora, eu lutava pra subir a superfície, lutar por ar, mas meu corpo não tinha mais forças, o peso das águas era mortal. E devagar eu fui me entregando àquela sensação que de início era agonizante, mas que com a entrega ficou mais branda e eu começava a me sentir leve. Foi quando eu o vi. Ele se colocava contra as águas e era como uma visão, um anjo de olhar como o mar vindo por mim. Damon chegou até mim e me pegou pelos braços, me levou até a superfície e me fez reencontrar o ar suprimido em meus  pulmões. Ele chamou o meu no0meeu pude respirar enfim.

-Elena! – a voz de Damon era puro alívio e eu percebi que não era mais um sonho. Ele estava mesmo ali diante de mim. Oh Deus! Obrigada!

-Damon... – era um rastro de voz, mas ele ao ouvir pareceu voltar à realidade, me puxou para perto de si a afundou o rosto em meus cabelos.

-Céus. Eu achei que tinha te perdido. – ele ofegava e meu corpo inteiro doía. Ele me abraçava forte e eu gemi. –Vou tirar você daqui. Vou cuidar de você. – dizia em meu ouvido e por algum motivo eu não sentia mais dor.

-Solta ela. – uma voz fria entrou em minha mente e senti Damon paralisar. – SOLTA! – foi um grito terrível e Damon pulou comigo em seu colo. Ela ainda estava ali. Não acabou.

Devagar Damon me soltou na cama, com cuidado, me arrumando nas almofadas.

-Vai ficar tudo bem querida. – ele sussurrou no meu ouvido.

-Se afasta dela, – era Rose outra vez – devagar. – Damon fechou os olhos e obedeceu, se voltando pra ela devagar. Eu queria gritar quando notei nas mãos dela uma arma. Ela não podia ferir ele. Meu coração se apertou. Forcei-me a ficar de pé.

-Damon... – gemi aflita.

-Tudo bem amor, fique calma, fique quieta. – ele falou pra mim por cima do ombro.

Por algum motivo eu o ouvi, não sei explicar,mas algo me acalmava, dizia que agora realmente tudo ficaria bem. Ele estava ali agora. E mesmo temendo o que eu via, meu coração se acalmou. Abracei protetoramente a minha barriga. Queria que meu filho sentisse que estávamos bem, ele estava tão quieto.

-Rose... – ele chamou com cautela, dando um passo pra frente.

-Não! – ela gritou e ele parou. – Não era pra você estar aqui. O que você faz aqui? Não era pra você ver isto. Não era pra você ver isto. – ela falava com pavor na voz, chorando e gritando, totalmente fora de si.

-Esta é minha casa. – Damon disse calmamente – Claro que era onde eu devia estar.

-Você estava viajando. – ela ainda gritava.

-Voltei mais cedo. O que faz aqui com esta arma Rose? - ele perguntou num tom extremamente calmo e frio. Rose começou a chorar ainda mais desesperada e balançava a cabeça em negativa.

-Não. – ela disse atordoada.

-Rose, o que faz com esta arma? – ele perguntou outra vez.

-Não era pra você ver isto. Você iria chegar. Teria ocorrido um assalto, os ladrões a matariam, fugiriam com todas as joias, você ficaria triste e eu voltaria pra ser sua amiga, estaria com você e seria nós dois outra vez. Você já se rendeu uma vez, você sente o mesmo. – sua voz era pura loucura. Eu queria tirar Damon dali, mas apenas tinha forças pra ficar deitada e ouvir toda a conversa.

-Porque Rose? – Damon estava frio demais. Rose riu com desgosto.

-Porque você é meu.

-Nunca fui seu.

-Ah você foi. Conheci-te primeiro, éramos amigos e você gostou de mim.

-Você disse tudo, éramos amigos. Nunca te mostrei o oposto.

-Ela não te merece.

-Não é você quem diz isto.

-Nem ela nem a Kath.

-Kath já se foi a muito tempo, ela era sua amiga também. – ele falou com tom afetado. Oh Damon, se você soubesse.

-Ela era a minha irmã. – ela corrigiu com frieza. – Nunca confiei em alguém como nela e o que ela fez? Roubou você de mim.

-Droga Rose, eu nunca fui seu. - ele quase gritou.

-Ela sabia o que eu sentia. Você sabia. Você me esnobar tudo bem, eu podia tentar reverter isto, mas ela... – ela rosnava. – Eu confiei nela, me abri como sempre e ela me roubou você.

-Ninguém se sentiu tão culpada quanto ela quando decidimos ficar juntos. Ela não queria me aceitar, ela te amava demais. Não queria te ferir.

-Mas foi exatamente o que ela fez. – ela gritou e depois sorriu como uma louca. – Ela me feriu o mais profundo que alguém poderia.

-Porque você esta fazendo isso?- a voz de Damon era um sussurro.

-Você era meu. Katherine realmente não gostava de você, mas ela reconsiderou, ela demorou a ver o que eu vi só de por os olhos em você, desde a primeira vez naquele hospital. Ninguém nunca vai te amar como eu. Mas eu estava disposta a abrir mão deste amor, porque você parecia tão feliz com ela. Eu dizia a A mim mesma: Rose, o amor é culpa e doação. Você será feliz se ele for feliz. E ela era a minha amiga querida. Eu sabia que havia muito o que amar em Katherine. E depois de vocês se casarem eu me conformei. Mas vocês me chamaram de novo pra vida de você e lá em Paris eu vi que nada do que eu pensava era verdade. Você nunca a amou. Nunca seria feliz com ela como podia ser comigo. Eu era o melhor pra você, você havia se enganado, porque afinal ela sempre foi a mais linda entre todas, mais linda até que a sua nova mulherzinha.

-Rose... – Damon tentou parar a fala dela, deu um passo a sua frente e ela o impediu outra vez.

-Não Damon. – sua voz era firme e aterrorizante. – Você estava preso a ela, se sentia preso aquela relação e por mais que tentasse provar a si mesmo que não, você e eu e ela sabíamos que aquele casamento havia se resumido a compromisso. Sua filha o prendia a ela. Quando eu percebi isso eu tive que te libertar. – Damon respirou.

-Você o que?

-Você ouviu. Você estava preso a elas duas, não por amor. Por compromisso. Eu não desisti de você pra te ver infeliz pelo resto de sua vida. Se ela não te fazia feliz ela tinha que desaparecer.

-Meu Deus Rose. - Damon cambaleou até a poltrona. Rose o olhou alarmada, as coisas começavam a ficar turvas pra mim. Ela iria contar tudo pra Damon. O que iria acontecer? Aquilo tudo era demais pra ele, demais pra mim. Minha mente afundou outra vez.

...

Eu me recusava a crer no que eu ouvia. Era doentio demais. Minhas pernas perderam as forças. Sentei.

-Você tem que entender Damon. – ela continuou seu discurso traumatizante. – Eu só fiz por você.

-E o que você fez por mim? O que está me dizendo Rose? – ela segurava a arma nas mãos e me olhava com lágrimas nos olhos.

-Eu matei. – meu coração vacilou.

-Meu Deus... – me rendi a um choro descontrolado.

-Eu pensei que você a amava. Eu a amava. Doeu demais. Ela era perfeita, eu realmente acreditei que você seria feliz com ela. Mas algo estava errado, você não era, não a amava. Você merecia ser feliz e ela estava atrapalhando. Talvez você pudesse ser comigo, mas não com elas ali. Eu tive que matar.

-Rose... Minha filha. Maria. – ela chorou ainda mais. –Você é doente. – falei quase sem voz.

-Eu sou. – ela disse e logo choro virou um riso macabro. – Sou doente de amor por você. Você é meu Damon. Só meu. - ela se aproximou de mim e se pôs de joelhos, eu congelei. – Quando tudo isso acabar, poderei te fazer feliz, você vai ver. - ela segurava o meu rosto.

-Eu nunca vou ter nada com você. Você é uma assassina. – eu falei com tanto ódio. Ela me olhou com uma frieza sem igual e não havia mais expressão de tristeza ou magoa ou culpa, só crueldade.

-Eu sei que não. Não enquanto ela e seu filho estiverem aqui no meio. – disse com um tom assustador, me soltando e se pondo de pé outra vez. Lembrando a mim a presença de Elena no quarto.

-Não encoste na Elena. – instintivamente eu me pus em cima da cama. Notando que minha Elena estava desacordada.

-Eu vim entender recentemente a burrada que eu fiz. Eu matei minha amiga e sua pobre filha em vão. Katherine nunca seria uma ameaça pra mim. Ela nunca teve o seu amor de verdade. Mas ela. – ela bufou apontando pra Elena e meu coração se apertou. – Ela era o problema desde o começo. Quando eu voltei disposta a te ter pra mim, depois da noite memorável que tivemos em Paris, ela estava na sua vida, eu o via sofrer por ela, como nunca antes por ninguém. Nem por sua falecida esposa. Nas noites que cuidei de você, enquanto delirava de febre e chamava por ela, - me arrepiei com a lembrança, eu confiei tanto nela - eu via que era ela desde sempre. Era ela que estava no meu caminho, era ela que eu tinha que matar e meu ódio só aumentava ao perceber o quanto ela estava sendo esnobe com você, e mesmo depois te estar casada com você ela ainda não conseguia te fazer feliz. Sempre tão mimada. Consegui odiá-la mais que tudo. Você a amando sempre e ela te deixou num momento crucial.

-Ela nunca me deixou. Eu fui quem a afastei de mim. Eu queria o melhor pra ela.

-Por isso notei o quanto você a amava, pois você fez o mesmo que eu. Abnegou de seu amor, pensando ser o melhor pra ela. Percebi que você a amava com a mesma intensidade que eu a você, só que ela dentre todas as outras é a que menos merece.

-Você é muito doente Rose. Como alguém pode acumular tanto ódio dentro de si, fazer tanta maldade, acabar com a vida de duas inocentes e ainda dizer que é em nome do amor?

Eu ouvia a tudo o que ela disse, ela sempre esteve tão perto, poderia ter ferido a Elena por tantas vezes.

-Ela é tão infantil. Como a champanhe e a pimenta. Ousada ela é, não posso negar, mas infantil apesar de tudo. Não é mulher pra um homem como você. Eu estou muito triste em ter que fazer isto assim diante de você – sua voz ganhou um tom mais firme e eu a olhei com cautela, abracei Elena ainda amais. – Mas parece que você não sabe o que é o melhor pra você. Não sabe como ser feliz. Ela não te merece. Vou tirar ela da sua vida, ela era o problema pra começar. Deveria ter percebido isso cedo, a pirralha da Gilbert, a noiva do seu irmão. Tão irônico e surreal. - ela ergueu a arma apontando pra Elena ao meu lado. – Vou dar um ponto final nisso.

-Não. - levantei me pondo na frente dela.

-Sai daí Damon, ela tem que sair da sua vida de vez. Os dois.

-Não para. – falei avançando pra cima dela.

-Se você insistir eu atiro em você.

-Então atira.

-Você morreria mesmo por ela, eu sei. Você a ama o suficiente. Digo isso porque eu faria o mesmo por você. Sei como é, mas isso não vai salvar ela. – ela voltou a apontar a arma pra Elena, desacordada na cama, puxou a trave e pressionava os dedos no gatilho. – Você será meu depois disso. – falou sombriamente eu não me contive mais e em uma distração de seu olhar avancei pra cima dela.

...

-Stefan, você tem que subir, ajudar o Damon.- Caroline me pedia desesperada. – Eu estou bem.

-Não vou te deixar sozinha aqui, eu não confio nela. – falei olhando pra Carmen que me olhava retraída no sofá. – A polícia logo estará aqui. Não sei em que estado de espírito aquela louca está. Se o que você me contou sobre a Katherine for verdade, então ela é psicótica e se eu entrar lá talvez piore tudo. Estou tão atormentado quanto você, mas temos que esperar as autoridades. Atrapalharia e talvez poria a vida do meu irmão em risco se eu subisse.

Dito isto, em poucos segundos depois ouvi sirenes ao longe.

-É a polícia. – falei e Caroline respirou com alívio e quando me ergui do sofá outro som cortou minha mente e eu congelei. Um tiro.

Oh, droga. Damon!


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Notas finais do capítulo

Foi bem tenso...
Só posso dizer que o final da fic é hiper feliz, isso deve dizer o que vem por ai... Não me matem.