Força De Um Amor escrita por MayLiam


Capítulo 76
Poderemos continuar?


Notas iniciais do capítulo

Oiê pessoas, demorei, eu sei, mas realmente não pude antes. Desculpem.
Chegando perto do final. Faltam três. Espero que vocês estejam gostando. Samuel está chegando, finalmente. Vamos ver como toda esta história acaba.
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/232162/chapter/76

                O coração de Stefan estava em sua garganta. Caroline o olhava com olhos arregalados, havia uma ambulância chegando junto com as viaturas é claro, afinal Caroline estava ferida.

-Stefan... - ela gemeu olhando o namorado sugestiva.

-Eu vou ver o que foi isso. – falou Stefan indo em direção as escadas e subindo como um louco.

Mal abriu a porta do quarto já se paralisou, Damon estava sentado no chão com Rose em seus braços, Elena desacordada na cama e o seu olhar encontrou o do irmão que ao percebê-lo lá imediatamente se pronunciou.

-Stefan, leve Elena pra baixo agora. – ele pediu. Stefan estava paralisado. – Stefan! – o grito o acordou e ele piscou.

-Você... – ele perguntou sugestivo apontando pro irmão e se movendo em sua direção.

-Estou bem, não estou ferido. Elena precisa de cuidados agora, desce com ela. – falou firme e Stefan se moveu e pegou Elena, trazendo-a para seu colo. Antes de sair não pode evitar olhar pro seu irmão que sussurrava coisas enquanto olhava para Rose em seu colo, Stefan percebeu que ela também o olhava e uma mancha de sangue estava se intensificando em seu abdômen.

-Damon... – ele gemeu.

-Chame os paramédicos aqui em cima. – ele falou sem desviar o olhar de Rose, - Vai ficar tudo bem, apenas fique me olhando. – Stefan o ouviu falar e em seguida desceu encontrando alguns oficiais na escada.

-Tem uma pessoa ferida no quarto. – ele disse e os oficiais assentiram seguindo para o quarto onde Damon permanecia com Rose. Alguns paramédicos seguiram os oficiais.

Ao continuar a descer as escadas com Elena em seu colo Stefan notou Caroline já sendo assistida e logo teve o auxílio de alguns enfermeiros que o guiaram e receberam Elena já lhe prestando socorro.

Não demorou muito para Damon descer as escadas e ir direto ao encontro de Elena.

-Tudo bem, eu sou médico. – ele disse após haver uma certa resistência ao deixarem ele se aproximar dela.

Damon estava examinando Elena e logo depois ligou para Alaric avisando sobre tudo. Ele também olhou Caroline, mas ela estava bem, embora abalada vendo Elena desacordada, mas bem fisicamente. Logo os paramédicos e oficiais desceram com Rose em uma maca.

-Senhor Salvatore, vamos precisar dos depoimentos de todos. Vamos levar o grandão lá em cima sob custódia, mas antes vamos tentar acordá-lo. Aparentemente ele levou uma bela surra. Precisaremos dos depoimentos dos outros três empregados também.

-Estarei a disposição senhor. – disse Carmen olhando pra Damon que agradeceu.

-Estaremos dispostos a se submeter a qualquer interrogatório oficial, mas antes me deixe checar minha esposa, meu filho e é claro a senhorita Delamarick. – Damon disse conciso e o oficial não viu problema, desde que um de seus agentes pudesse acompanhar todos ao hospital, era como funcionava e Damon não se opôs.

Logo todos estavam no hospital. Enquanto Damon e Alaric estavam na cirurgia com Rose. Elena estava sendo assistida por Andie. Todos da família já estavam aguardando, a viagem de Miranda e Maria foi extinta sem contestação. Quando Andie apareceu na sala de espera foi recebida por uma enxurrada de perguntas.

-Graças a Deus. – exclamou a senhora Gilbert. – Como está minha filha.

-Meu neto senhorita. – falou Joseph.

-Andie. – pediu Stefan.

-Acalmem-se todos vocês. – ela pediu. – Elena passou por muita coisa, ela terá que ficar sob observação, mas o pior já passou. Ela precisa de muito descanso.

-E a criança? – insistiu Grayson.

-Como eu falei a Elena passou por muita coisa. Teve a desidratação, a má posição e os machucados, mas graças a Deus e ao Damon e todos a volta dela Elena estava bem fortificada então Samuel não sofreu tanto quanto a mãe. Mas é claro que vamos ter que monitorar como eu disse.

Todos relaxaram em parte, seria muito ruim se tudo estivesse pior que isto.

-Ela está fora de perigo certo? – perguntou Caroline.

-Sim, mas está bem fraca, então prefiro mantê-la em observação.

-Meu irmão? – perguntou Stefan.

-Ainda na cirurgia com doutor Saltzman. –Todos assentiram e Miranda bufou.

-Não entendo porque Damon quis estar naquela cirurgia. Depois de tudo que aquela maluca fez com minha filha. – Grayson a envolveu em um abraço.

-Rose estava perturbada, ela é perturbada. Damon apenas não consegue abandoná-la, ele se sente culpado. – tentou explicar Stefan.

-Pelo amor de Deus. Culpado pelo quê? – Maria bufou com o filho.

-É muito complicado mãe. Damon vai explicar tudo pra senhora e todos depois. Agora temos que esperar que tudo dê certo.

-Exatamente. – disse Andie. – Fiquem tranquilos, logo ele estará aqui com vocês e logo poderão ver a Elena. Eu volto pra avisar qualquer mudança no quadro dela. – todos assentiram.

-Obrigada querida. – falou Miranda.

-Apenas o meu trabalho. Com licença.

Todos permaneceram na sala de espera e depois de mais uma hora Damon surgiu, fazendo todos despertarem as suas atenções.

-Meu filho. – exclamou Maria ao se por de pé e agarrar o filho. – Senti tanto medo. Como você está? – perguntou ela apalpando ele.

-Eu estou bem mãe. – ele falou a olhando com compaixão. – E Elena? Andie já falou algo?

-Ela nos garantiu que o pior já passou. – disse Miranda sendo a segunda ao abraçá-lo.

-Meu filho? – ele engasgou.

-Está tudo bem campeão. – Joseph disse e Damon sorriu e foi em direção do pai e o abraçou.

-Ela disse quando poderemos vê-la? - ele perguntou se virando para Stefan.

-Falou que avisaria. – disse Caroline ao lado do namorado.

-E a Rose? – perguntou Maria e Damon suspirou se jogando no sofá.

-Está instável. A bala atingiu seu intestino, tivemos que fazer o possível para retirá-la sem mais estragos. Conseguimos e também estancar tudo. Mas temos que esperar. Fizemos o possível.

-Não deveriam ter feito nem a metade disso. – bufou Miranda e Damon gemeu.

-Acredite Miranda eu te entendo, senti ódio e pena durante toda a cirurgia, mas ela é um ser humano e sua vida dependia de mim. E... – ele suspirou – Só consigo pensar na Elena agora.

Todos silenciaram depois disso e Damon limpou uma lágrima de seu rosto. Ficaram na sala aguardando até que, depois de um tempo, Alaric e Andie surgiram.

-Andie. – Damon falou se sobressaltando do sofá. – Como está Elena?

-Você poderá vê-la assim que Alaric falar com você. Ela está acordada e te chamou. – ela disse sorrindo.

-Há um oficial esperando pra pegar o seu depoimento o de Stefan e o da senhorita Forbes. – Alaric disse. - Sugiro que os dois vão na frente e em seguida você, depois que falar com Elena é claro. Só poderão entrar no máximo duas pessoas no quarto. Ele falou que também precisará do de Elena.

-Não vou submeter Elena novamente a nenhuma experiência que a leve a se exaltar, não até ter certeza de que está pronta para fazê-lo, ela não pode se alterar. – Damon disse.

-Foi o que eu disse e ele. Já está bem ciente. – Alaric finalizou.

-Podemos ir Damon. – falou Andie e Damon assentiu.

-Vocês irão em seguida Miranda, Grayson. – ele disse soltando meio riso.

-Acho que no momento ela quer te ver mais que a nós. – disse Grayson e Damon se foi com Andie.

...

Os meus olhos ainda ardiam tanto, meu coração estava apertado demais. Eu estava numa cama de hospital e a última vez que vi Damon ele estava sozinho com ela, e ela por sua vez totalmente desequilibrada. Eu ansiava saber se ele estava bem. Sabia que ele era o único que poderia acalmar meu coração. Meus olhos não saiam da porta, até que vi Damon entrar no quarto, inteiro, meu peito arfou e me entreguei ao choro.

-Damon... – estendi as mãos em sua direção ele fez uma carranca e se aproximou de mim me envolvendo em seu abraço.

-Ei... Fique calma meu amor, estamos bem. Tem que ficar tranquila, pra sair logo daqui.

Ele tentava me acalmar, mas eu não sabia de nada, nem sobre meu estado ou de meu filho, ou Caroline e ainda tinha a Rose. Como tudo acabou?

-Eu fiquei com tanto medo... – comecei entre soluços. – Quando ela nos viu no quarto, gritou e tudo mais eu... Eu estava tão fraca, queria saber se você ficaria bem com tudo eu... Ela fez tanta coisa... - ele esfregava minhas costas e tinha a face afundada em meus cabelos.

-Shh! Acabou amor, está tudo bem. Você está bem, nosso filho, eu também, a Caroline. Todos bem, foi um pesadelo horrendo que acabou. Você acordou meu amor, sã e salva. – ele me dizia com voz rouca e terna, sabia que ele estava chorando. Eu me virei pra encará-lo.

-Ela te contou não foi? – ele me olhou confuso. – Sobre Katherine. – ele suspirou – Oh Damon, eu sinto tanto. – o abracei novamente.

-Fique calma. Sim, ela me contou. – ele disse me apertando mais.

-Onde ela está? – o senti travar e o encarei. – Damon, onde ela está?

-Está aqui. – ele disse rápido e eu gelei. – Ela se feriu – continuou – tivemos que trazê-la pra cá, saí da cirurgia com Alaric a pouco.

-O que houve?

-Ela foi alvejada.

-Você a baleou? – quase gritei.

-Na verdade tentei impedir que ela te baleasse e acabou que...

-Ai meu Deus. – congelei novamente. – Meus Deus Damon, poderia ter sido você. – comecei a chorar novamente. Ele me abraça.

-Mas não foi. Estou bem, estou aqui. Eu nunca iria permitir que ela te machucasse e certamente seria o mesmo com a Katherine e minha filha, infelizmente eu não pude fazer nada. Mas você e nosso filho estão bem e agora só quero que você fique bem logo, que descanse e que possamos voltar pra casa.

-Como ela está?

-Sofreu ferimentos graves e está estabilizada. A equipe está monitorando ela. Não sei o que pensar. Sinto ódio e culpa ao mesmo tempo.

-Culpa?

-Sim Elena. Todo esse ódio, essa loucura, é por me querer e não me ter, por eu ter sido roubado dela, é o que a mesma diz. E eu só consigo pensar que minha filha e Kath morreram por conta disso e que você quase morreu também e Samuel.

-Damon ela é doente. Má, fria, nada disso é culpa sua.

-Ela nem sempre foi assim. Isso não surgiu do nada. Sinto como se tivesse estragado a vida dela e ela estragou a minha uma vez e quase consegue o mesmo agora. – ele me puxa pro seu colo ainda mais. – Eu tive tanto medo. Quando você não me ligou, quando não te encontrava. Liguei pros seguranças e eles foram dispensados, meu coração se partiu, eu já sentia algo errado, sua voz, na ligação. A última. Ela estava com você? – eu assenti. – Deus Elena. – ele engasgou. – O que seria de mim se... Jesus!

-Nada aconteceu comigo. Eu só queria saber de nosso filho. Você disse que está tudo bem.

-Sim, está. Andie me garantiu. Ela e Jenna te atenderam. Vocês estão bem.

-Caroline?

-Apenas alguns arranhões e muita ansiedade em te ver. – sorri aliviada, ela estava bem. – Como se sente? No físico?

-Dolorida demais e tenho sede. – ele faz uma careta.

-Vou pegar água pra você. – fez menção de se levantar, mas impedi.

-Não. – gemi.

-Não está com sede?

-Achei que nunca mais ia te ver. Agora que tenho você aqui comigo outra vez, em meus braços, não quero te soltar tão cedo. – ele sorriu, um riso que me restaurou todas as forças, e eu sabia que nunca poderia viver sem ele. Ele sempre seria tudo o que eu mais precisava. Ele se inclinou e beijou meus lábios com doçura, eu agarrei sua nuca e tornei o beijo mais cálido e desesperado, eu temi tanto não poder tocá-lo assim outra vez. Aos poucos ele nos afastou.

-Se Andie entrar aqui vai me expulsar. – sorriu e eu também. – Você precisa descansar. Há mais pessoas lá fora ansiosas pra te ver e eu tenho que falar com os oficiais.

-Vão querer me interrogar também, certo? – ele franze a testa.

-Sim, mas não agora. Eles entendem que você passou por muita coisa e vão falar primeiro conosco. Você realmente deve descansar agora. – falou se afastando de mim e dessa vez eu não relutei. – Tem que restaurar suas forças Elena. Logo poderemos voltar pra nossa casa. Vou trazer sua água. – eu assenti me aconchegando outra vez nas almofadas e o vi se afastar. Antes de chegar à porta ele para e fica me encarando.

-O que foi? – perguntei confusa e ele nada responde. Apenas vem em minha direção e me abraça novamente, deixando sua cabeça descansar em meu colo enquanto acalenta minha barriga e meus cabelos. Parece um menino nesta hora, tão vulnerável, eu o escuto soluçar.

-Eu senti tanto medo... – ele tremia – Você estava presa e desacordada, não se mexia, eu pensei... Meus Deus Elena, porque você é tão teimosa? – eu acariciava seus lindos e rebeldes cabelos negros. – Ela estava tão perto, sempre esteve, meu coração se contorce só de pensar que ela podia ter feito tanto com você. – ele se ergue e me olha. – Prometa que nunca mais vai contestar nenhuma medida de segurança que eu tenha para com vocês. E eu prometo não ser rígido com elas. Apenas aceite que te cuide, porque não suportaria te perder.

-Eu te amo. – eu disse simplesmente. E ele me beija outra vez. Ouvimos a porta se abrir e Damon se vira.

-Desculpem. Damon ela não pode demorar tanto com visitas. – Andie fala sem jeito.

-Eu sei, desculpa. – Damon responde e me olha. – Você ainda vai falar com seus pais, os meus, depois Stefan e Caroline, acho que o seu amigo também está a caminho. – ele fez cara feia e eu fiquei confusa, ele sorriu logo depois. – O Fell gosta mesmo de você. – ele fala e eu sorrio fracamente. Ele não muda.

-Damon. – Andie chama.

-Tenho que ir. Vou falar com os policiais.

-Tudo bem. – falo me ajeitando na cama.

-Poupe suas energias Elena. Não pode sofrer mais emoções fortes. – Andie adverte e Damon me beija novamente.

-Eu te amo. – ele sussurra em meu ouvido e eu apenas sorrio e fico o vendo sair da sala. Meu coração está mais leve.

Recebi a visita de todos e logo depois eu cai em sono profundo.

Acordei depois de não sei exatamente quanto tempo, Damon do meu lado e parecia bem tarde. Era madrugada e ficamos conversando um pouco antes do sono me invadir novamente. Ele ficaria o tempo todo ao meu lado.

Na manhã seguinte, dei meu depoimento e Damon me falou que Rose estava recebendo visitas da psicóloga do departamento de polícia, uma recomendação dele. Ela estava fora de perigo, mas totalmente fora de si, não se notava mais traços de sanidade em nada. Ela mal lembrava do que tinha feito, e era como se Damon e ela tivessem acabado de se conhecer. Ele dizia que ela sempre falava sobre a Katherine e que ele iria adorar conhecer a irmã dela. Eu não podia deixar de sentir pena dela, mesmo depois de tudo. Damon também se sentia mal, ele tentava disfarçar, mas seu coração estava partido. Ele sabia que ela seria levada sobre custódia e certamente ficaria em uma clínica especializada. Era terrível imaginar o quanto o ódio e a falta de amor eram capazes de fazer a uma pessoa.

Fiquei mais uns dias no hospital, meus pais e parentes sempre comigo. Eu estava me sentindo muito melhor. Damon não me deixava fazer nada. Ele realmente levava o termo ‘descanso absoluto’ muito a sério. Quando finalmente recebi alta e estávamos indo pra casa no caminho de volta ele me olhava com cautela.

-Você vai me dizer porque está me olhando assim? – perguntei.

-Nem acredito que estamos indo pra casa. E que você está mesmo bem e que em breve teremos nosso filho conosco. – disse revezando seu olhar em mim e na estrada.

-Eu também não. Como está tudo? – ele me olhou e desviou um pouco depois, sabia do que eu falava.

-Carmen e os outros responderão por cumplicidade, eu já falei com um de meus melhores advogados, ele vai cuidar do processo da Carmen, ela nos ajudou e se arrependeu, e se você está bem aqui, devo a ela também. – eu nada acrescentei.

-E o Pedro?

-Esse está com sérios problemas, por mim apodreceria na prisão. Não acredito que ele te bateu, eu nem quero ter que cruzar com aquele desgraçado. – Damon começava a se alterar. – Stefan nutre o mesmo sentimento. Caroline fez denuncia de abuso, ele vai ficar um bom tempo trancafiado.

Respirei fundo antes de fazer a próxima pergunta. – Como a Rose está indo?

Damon me olhou hesitante e também suspirou.

-Doutora Johnson foi bem direta. Ela perdeu toda a noção de tempo, todas as suas frustrações e perdas foram apagadas do seu consciente. Recalcadas pro seu inconsciente e agora ela não lembra de mais nada que viveu depois que me conheceu. – suspiramos.

-É realmente triste. – eu disse.

-Sim. – ele falou e eu pude avistar nossa casa. Havíamos chegado.

Damon estacionou o carro e veio em minha direção, abriu porta e nem me deixou me mover, já me pegou no colo e eu bufei.

-Damon, consigo andar.

-Sei disso. – falou me ignorando.

Entramos em casa, recepcionados por Vilma, a empregada dos pais de Damon, eu estranhei, mas não demorei a entender.

-Bem-vindos! – ela falou doce. Damon e eu apenas acenamos.

Mal entramos e já fomos recebidos por Caroline e Stefan e entrando um pouco mais avistei, nossos pais, Andie e Alaric e também o Jeremy e uma amiga. Damon me pôs no chão.

-Você fez isso? – sussurrei perto dele. Ele bufou.

-Culpe a Caroline, eu queria que você descansasse. – falou carrancudo.

-Len. – disse Caroline vindo pra cima de mim. Deu-me um abraço apertado.

Era uma simples comemoração, Damon não tirava os olhos de mim. Quando Jeremy veio falar comigo trouxe consigo a moça ao seu lado.

-Jer. – disse com simpatia e ele ignorou Damon me alcançando em um abraço de urso.

-Elena, que bom que está bem. – Damon estava logo atrás de nós. – Esta é minha prima. Nicole, você lembra dela?

-Nossa! – fazia anos que eu não a via e ela mudou bastante. – Lembro dela sim, mas está tão diferente. – Falei me inclinando para cumprimentá-la.

-É, as pessoas crescem Elena. – disse risonha. – Que bom que está bem.

-Obrigada. – Damon pigarreou. – Deixe-me te apresentar meu marido. Damon. – Nicole olha Damon dos pés a cabeça enquanto ele se aproxima dela e beija sua mão.

-É uma prazer finalmente conhecer a namorada do Fell. – Damon fala e deixa a todos sem palavras, Jeremy bufa.

-É minha prima Salvatore. – e é primeira vez que o vejo falar assim, Damon segura o riso.

-Sim, apenas primos. Gosto de homens maduros. – Nicole dispara e eu a olho. Como é? Damon se congela e é a vez de Jer sorrir.

Ficamos entre conversas com meus pais e amigos. Alaric ficou conversando com Damon por um longo tempo, depois Jenna passou e deixou um oi e logo se foi, levando Andie com ela. Damon trancou-se com Ric no escritório. Depois de mais um bom tempo ele saiu e Jer já não estava. Não demorou muito pra ficarmos a sós em nossa casa outra vez. Eu estava sentada no sofá e ele bem ao meu lado, me aproximei dele e repousei a cabeça em seu colo, ele começou a fazer um carinho gostoso em meus cabelos.

-O que você e o Alaric tanto conversaram?

-Coisas sobre o hospital e meu tratamento. – meus olhos se alargaram, Damon é tão estupidamente duro que por vezes me faz esquecer que está doente.

-E o que ele disse sobre o seu tratamento?

-Na próxima semana vamos refazer os exames e bem, veremos se dá pra fazer a última sessão.

-O que você acha?

-Tenho me sentido bem, apenas algumas febres ou dores musculares. Acho que poderemos finalizar sim.

-Entrarei no oitavo mês semana que vem. – falei me virando para encará-lo.

-Sim, está mais perto. – ele falou e eu sorri.

-Mal posso esperar para tê-lo em meus braços amor.

-Eu imagino, mas agora que tal subirmos tomarmos um banho, depois descemos, comemos algo e você pode descansar?

-Maravilhoso. – fiz menção de me levantar e acho que foi muito abrupto, senti uma fisgada forte. – Au! – gemi com mão na barriga.

-Que foi? – a voz de Damon já era de puro alarme, suas mãos em meus braços, me apoiando firme.

-Levantei de mal jeito, eu acho. – falei fazendo carranca e afagando minha barriga, estava cada vez maior e incômoda. Damon se moveu e logo eu estava em seus braços outra vez, ele subia as escadas com cuidado.

-Senhora Salvatore, está ficando pesada. – ele falou sorrindo quando chegamos ao topo e bati em seu ombro.

Entramos no nosso quarto e senti meu corpo gelar, a última vez que estive ali foi muito intenso e traumático, eu ficava vendo a Rose perto da cama, mexendo nas minhas coisas. Tudo naquele quarto me lembrava aquelas horas de horror. Minha garganta se fechou, quando Damon me pôs no chão eu me enlacei nele.

-Elena?! – sua voz estava confusa.

-Podemos ficar no outro quarto? – supliquei olhando nos seus olhos. – Apenas eu... levará um tempo. – ele me olhou com compaixão.

-Eu entendo. Mandarei que movam nossas coisas pro quarto onde eu dormia. É tão confortável quanto este aqui, e espaçoso. – assenti em agradecimento.

-Vou tomar banho lá. Apenas pegarei algumas coisas. – ele assentiu.

-Vou descer, preciso fazer uns telefonemas, coisas da sociedade com Stefan, você ficará bem?

-Sim, claro. Pode descer.

Aproximou-se de mim me dando um beijo na testa e logo foi em direção da porta.

-Se precisar de qualquer coisa... Grite. – falou risonho e se foi.

Eu suspirei. Ficar naquele quarto sozinha era horrendo, mas eu tinha que me submeter a isto, aquele era o nosso quarto e embora eu não estivesse segura de que poderia entrar nele outra vez, teria que começar a tentar pelo menos por enquanto me reajustar e esquecer tudo o que passei lá. Do contrário jamais voltaria a ser meu quarto ou meu lar.

Eu estava finalizando o banho quando ouvi Damon bater na porta do banheiro.

-Tudo bem por ai? – ele perguntou.

-Sim, amor.

-Elena, porque trancou a porta? Sabe que odeio portas trancadas, ainda mais agora. Não quero que se tranque. – eu havia esquecido, fechar a porta foi puro instinto.

-Me desculpe, já estou saindo. – me levantei da banheira com cuidado e me envolvi nas toalhas e depois pus o roupão, fui até a porta e a abri enquanto secava meu cabelo com uma toalha. Damon avançou pra cima de mim assim que pode, ignorando o que eu fazia a afundando a cabeça em meu pescoço.

-Não se tranque. – ele disse com voz rouca e pude perceber que seria muito difícil não só pra mim, mas pra ele também perder os medos e angustias depois do que passamos. Seria bem complicado seguir em frente, mas precisaríamos. A questão era se poderíamos continuar nossas vidas como se nada tivesse acontecido.

-Desculpe. – falei e ele esfregava o roupão em minhas costas.

-Comida. – ele disse beijando meu rosto.

-Sim, por favor. – falei risonha.

Terminei de me vestir e Damon não saia de perto de mim, descemos juntos e comemos, eu confesso que estava morrendo de fome. Damon me olhava com deslumbre, ele adorava ver como eu ficava cada dia maior.

Depois da refeição, ficamos na sala juntos, vimos alguns filmes na sala de vídeos e depois de um tempo todo o cansaço e estresse foram ficando pra trás, as mãos de Damon ao meu redor me davam paz. Seus carinhos eram acalentadores e eu me deixei levar num sono leve e natural.

...

Eu ainda não tinha entrado no quarto de Samuel, nem tive tempo depois da viagem e eu adorava estar lá. Tudo era tão doce e inocente, o lugar da casa que mais me transmitia paz.

Eu estava tocando o berço, o imaginando lá. Mal podia esperar, acariciei minha barriga. E uma voz surgiu atrás de mim.

-De novo aqui? – Damon perguntou da porta, sorrindo de braços cruzados.

Eu sorri boba e assenti com a cabeça, ele deu um passo pra dentro do quarto, mas parou e fez uma cara de dor, me olhando com olhos arregalados.

-O que foi? – perguntei atordoada, ele soltou um gemido e dirigiu seu olhar até seu abdômen, notei que de lá sua bela camisa branca estava adquirindo uma cor carmim forte. Oh meu Deus, era sangue. – Damon! – eu gritei e ele foi ao chão revelando alguém em suas costas, Damon estava aos meus pés inconsciente com uma faca atravessada no meio de sua coluna e Rose radiante diante de mim.

-Se não for meu, não será de mais ninguém. – seu riso se alargou e virou uma gargalhada macabra.

...

-Elena?! Querida acorde! – meu coração estava disparado, garganta seca e quando abri meus olhos encontrei o olhar de Damon assustado sobre o meu. Meu corpo tremia e eu só conseguia chorar agora. – Meu Deus amor... – ele disse me envolvendo em seus braços. – Por favor, fique calma, foi só um pesadelo, você está bem, está segura.

-Não posso te perder. – falei entre soluços.

-Não vai amor, estou aqui, por favor se acalme. Céus, você poderá dormir por uma noite inteira mais uma vez? – Damon se perguntava. Desde o acontecido que minhas noites de sono eram assombradas por pesadelos como este. – Estou pensando em te levar para ter uma conversa com o terapeuta do hospital. – eu gemi.

-Só preciso de você amor. – falei o abraçando firme. – Passei por muita coisa, ainda estou impressionada, agora você e Samuel são toda a terapia de que preciso. – minha voz ainda estava entrecortada pelo choro.

-Vamos para cama. – ele disse me erguendo do sofá em seus braços. – Você precisa descansar.

Deixei-me guiar por ele e logo estava deitada na cama ao seu lado, ele me aninhou em seus braços e ficou conversando comigo e me fazendo carinho tempo suficiente pra eu me entregar ao sono outra vez. Ele era tudo o que eu precisava. Ficaríamos bem. Eu lutaria por isto. Seríamos felizes, uma família muito feliz.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

:) Cap meio chatinho, mas isto foi apenas eu deixando tudo amarrado , pros três finais ;)
Beijos!