Força De Um Amor escrita por MayLiam


Capítulo 73
Antes de voltar


Notas iniciais do capítulo

Obrigado pelos comentários.
Curtam o capítulo de hoje.
Tem uma surpresa no final...
Boa leitura!



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Chegamos ao clube de humor e tudo estava reservado graças à santa Manuela. Dirigimo-nos à mesa. Estava lotado, o cara deveria ser bom. Um tal de Le Roy eu acho.. Stefan todo cavalheiro com Caroline, que constantemente olhava pra minha mulher com estrelas nos olhos. Elena parecia igualmente feliz pelos dois, assim como eu.

–Quem teve a ideia desse lugar? – perguntou Caroline e eu apontei pra Stefan.

–Não seja mentiroso Damon. O palhaço aqui é você. Eu peguei carona no seu programa. – eu sorri e Elena me olhou.

–Não sabia que você gostava dessas coisas Damon. – ela falou num tom engraçado.

–Fico feliz em saber que ainda posso te surpreender, depois de todos estes anos. – falei petulante.

–Bem, na verdade você era o irmão mais velho e chato de meu noivo. Calado e cheio de não me toques. – ela falou fazendo bico.

–Eu só achei que estávamos precisando rir um pouco. Mas você me conhece bem, não gosto. – disse movendo meus ombros.

–Foi uma ótima ideia. – Caroline disse doce.

As luzes se apagaram e sabíamos que o show estava para começar. Uma figura excêntrica tomou o centro do palco – e quando eu digo excêntrica é puro eufemismo – eu certamente não sabia distinguir se era homem ou mulher.

–Boa noite queridos. Eu sei que vocês todos estão aqui para me prestigiar então, que tal começar com umas palminhas? – perguntou todo escandaloso e já arrancou risos de Elena e Caroline. Bem, não só delas, tinha muita gente rindo e meu irmão no meio. Certo. Onde estava a graça?

Logo depois da gracinha ele começou com as piadas. Nossa! Eu realmente tenho um péssimo senso de humor, ou talvez até um humor negro porque... Era terrível. Ao menos eu achava isso, pois o resto do pessoal e meus acompanhantes morriam de rir. Tive a impressão de que o tal Le Roy notou minha carranca e estava diante de uma disputa pessoal comigo. Ele realmente queria me fazer sorrir, mas não estava surtindo efeito.

–Certo queridos. – ele continuou com seu enfadonho show. – Eu não entendo muito bem onde nós homens aprendemos as cantadas. – Sério? Nós? Com você vestido assim? – Deve ser em alguma espécie de almanaque pra retardados. Eu posso dizer, porque já estive dos dois lados da situação. Cantei e fui cantada. – Sério? Ele ainda fala o “cantada” com cara de donzela, que Mané. – Me lembro da campeã. Eu estava distraída tomando um drinck em meu pub favorito, quando do nada um babaca vem e joga uma pedra de gelo no meu pé. Eu me assustei óbvio. Dei um gritinho e tudo, pensei que era alguma espécie de atentado. – ouvi o som do riso de Elena e virei para encará-la, ela estava linda e feliz. Era assim que eu gostava de vê-la. Leve. – Daí depois ele chega perto de mim e fala: “Pronto! Quebrei o gelo. Agora a gente pode conversar.” – Caroline e Stefan gargalharam, um coro junto com eles e Elena, eu revirei os olhos. – Certo, isto está bem chato. – a biba falou me olhando. A coisa ficou séria. – Pessoal ilumina aqui. – “ela” pediu apontando pra mim. – Nossa senhora das bibas desprotegidas e desesperadas. Amor! – “ela gritou” – Você é ainda mais lindo na luz. – eu olhei pras minhas costas. – É você mesmo gatinho de mal humor. – Elena sorriu. – Venha aqui. – Não mesmo. – Vamos lá não seja medroso.

–Acho que é com você irmão. – Sério gênio? Meu olhar pra Stefan era de matar.

–Vai lá amor. – Elena me olhou sorrindo, Caroline gargalhava.

–Aw. Vou ficar triste. – fez cara de choro e todos disseram “own”. Pode morrer por mim seu,ou sua, alguém. Credo! – Ai!!! – ele deu outro grito – A mesa é perfeita! Olha o rapaz do lado dele, as moças com eles. Gente a mesa dos Deuses. Venha aqui amor, deixa o resto das moças nas suas costas olharem pra maravilha que é você. Você quer um convite formal? – eu bufei.

–Vamos lá Damon. – disse Stefan.

–Oh! Damon. – a biba gritou e eu quis matar meu irmão. – Nossa! Que nome é esse amor? Pois bem Damon, suba aqui. – eu permaneci no lugar. – Ai gente vocês me ajudam? Esse é difícil, ele quer torcida. Vamos fazer então. Todo mundo. Damon, Damon... – e logo todo mundo estava gritando meu nome, minha esposa, irmão, amiga.

–Vamos Damon. – disse Carol.

–É amor, vai logo. Ele não vai te deixar em paz. – pediu Elena sorrindo e batendo palmas com a plateia.

–Vai lá irmão. – Ah Stefan, eu te mato! Levantei.

–Uau! – gritou o tal lá no palco. – Palminhas pra ele gente. Só precisou de torcida. – Eu juro que vou matar esse, essa, ah! Aquilo.

Subi ao palco e a luz lá era muito forte, coloquei a mão no meu rosto e senti as dele me puxando pra perto, ficamos ombro a ombro.

–Bem Damon, já sabemos seu nome. O que você faz? – interrogatório. Sério?

–Sou médico. – disse baixo no microfone que ele estendeu pra mim.

–Hein? Gente você ouviram alguma coisa?

–Não! – ouvi o coro, eu buscava Elena na plateia a nossa frente, ela estava morrendo de rir.

–Ninguém ouviu bebê. – ele disse mexendo os cílios pra mim. Eu vou matar ele.

–Sou médico. – falei mais alto.

–Oh!!! Ele é médico. – ele ironizou pra plateia. – Querido tem duas belas damas na mesa com você e um belo rapaz. Qual é sua namorada? Ou namorado? – ouvi um “Hummm” dos demais. Ele estava mesmo querendo mexer comigo?

–Esposa na verdade. A morena.

–Casado? – me perguntou em tom de escândalo , ouvi um grande “ah” vindo da plateia. Ele estalou a língua. – Como é o nome da morena? Nossa ela está enorme. Bebê a caminho? – me perguntou todo bobo.

–Sim. O nome é Elena.

–Elena. Que belo nome querida. – Elena sorriu agradecida. – Gente um grande aplauso pra bela Elena aqui, ela realmente se casou bem. Que espetáculo. – falou me olhando e suspirando e logo ouvi aplausos. – Bem querido, você sabe porque você está aqui? – movi a cabeça em negativa. Ignorando o microfone. – Responda no microfone amor. Em alto e bom tom. – revirei os olhos.

–Não. – disse seco.

–Bem Damon, você é um dos muitos espectadores, quer dizer, nem tantos assim. Quem vem para o meu show e não dão uma só risadinha. Magoei. – ouvi outro “own”. Esse povo é retardado só pode. – Eu sempre chamo eles aqui pro palco para me ajudarem numa parte de meu show. Assim eu evito de ver eles na plateia me ignorando. Posso controlá-los melhor daqui. Você entende bebê? – afirmei com a cabeça e ele agitou o microfone na minha mão.

–Sim. – disse. Que porre.

–Bem amor, você é médico, casado. Pratica esportes?

–Sim.

–Você é sempre monossílabo? Ele é sempre assim amor? – perguntou para Elena que sorriu e respondeu.

–Só quando está muito bravo. – traidora!

–Oh! Você está bravo comigo Dam? – O que? Ele me chamou de que? Olhei pra ele perplexo e acho que minha raiva ficou bem nítida. – Oh! Vejo que está. – disse sorrindo. – Que bom, prefiro os bravos. – disse passando a mão no meu peito e eu me esquivei, ouvi risinhos. Quando foi que eu virei o show? – Certo senhor bravinho, que esporte pratica?

–Polo.

–Polo hum... Deixa-me adivinhar... Você é britânico?

–Não. Sou italiano, mas moro em Londres desde que pequeno então...

–Uou! Temos europeus na casa hoje gente. Que nobre. Da terra da rainha. Aproveitando que você deixou de lado o lance de monossílabo me fale mais de você. Joga polo, é médico, casado, vai ser papai em breve. Se o belo rapaz na sua mesa não é seu namorado o que é seu?

–Irmão.

–Tem nome?

–Stefan.

–Nossa! Damon e Stefan. Gostei. – certo aquilo estava me cansando. – Bem Dam, vejo que você está impaciente. Elena querida ele é sempre assim? – vejo Elena afirmar com a cabeça e a biba me olha outra vez. – Nossa seus olhos me desconcentram. – ele diz. – É o seguinte Dam, eu sei que parece ser bem fácil ficar aqui em cima e tentar arrancar risinhos dos outros, então, tenho uma proposta. – o que? O olhei assustado. – Eu estou correndo um risco com você Dam, mas sei que é capaz. Só quero me certificar antes que você é bom em alguma coisa. Você sabe fazer algum truque Dam? Além desse de me prender neste olhar? Jesus, que olhos! – fiquei calado. – Mágica, dança, você canta? – me perguntou.

–Ele sabe tocar. – Stefan gritou rindo e eu quis descer e matar ele.

–Hum. Obrigada Stefan. O que você toca bebê? – respirei fundo.

–Não toco.

–Ora, temos um impasse. Você toca ou não?

–Na verdade ele canta. Prince divinamente – Elena disparou do nada e eu senti vontade de gritar. É o que? Ela gargalhava.

–Para tudo. Prince? Amado você canta Prince? – eu respirei fundo. Certo, Elena, Stefan Caroline, vocês queriam me ver pagar um mico? Vou mostrar o quanto eu posso fazer isto.

–Divinamente. – falei olhando pra Elena irônico, ela sorriu e eu ouvi a biba gritar no microfone.

–Ótimo amor, temos um karaokê bem ali, você e seus olhos azuis podem ver? – ele apontou pra uma tela diante de nós pendurada quase no teto do lugar. Eu afirmei com a cabeça. – Certo Dam, vejo que agora você pode fazer um pouco do meu papel e ver se é bom, o que você vai cantar do Prince?

–Na verdade eu amo o Prince e tudo mais, mas quero cantar outra coisa. – falei num tom bem sugestivo e pisquei pra biba que me olhou assustado. Isso, tenha medo de mim.

–O que quer cantar bebê? – eu me aproximei dele e sussurrei a música em seu ouvido. Quando virei para encará-lo seus olhos estavam bem arregalados. – Que escolha! – olhei pra Elena que me olhava com cautela. Stefan estava abraçado a Caroline e os dois me olhavam também. Todo mundo me olhava. Ah! Elena... Me aguarde! – Vou Deixar vocês agora com o Dam gente. Aproveitem. Eu sei que eu vou. – riu maléfico - Se ele cantar tão bem quanto me encanta... Ai... – credo, que cara chato! – Música! – ele gritou – Vou estar bem aqui atrás de você no palco, sendo sua tiete. – sua voz era melodiosa, vai pra lá! E logo que a batida se iniciou todos seguiram com as palmas. Certo! Minha vez!

http://www.youtube.com/watch?v=cVylu3t03v8Up in Flames

...

Eu reconheci a música. Damon como sempre me surpreendendo, eu sabia que ele estava muito irado com todos nós rindo dele, eu não achei que ele ia ter a coragem, mas... Ele começou a cantar e bem... Ele não tinha uma voz nada ruim, na verdade a sua voz era grave, sexy e com a música... Ele começou a dançar, todo cheio de graça e depois puxou Le Roy para perto de si e começou a cantar o refrão junto com ele, incentivando Le Roy a cantar, a plateia delirava – as mulheres deliravam – foi se formando um grupinho perto do palco e senti minha face começar a queimar, Stefan e Caroline se divertiam com a cena, mas eu sabia o que Damon estava fazendo, estava se vingando de mim.

Ele começou a desabotoar a camisa e deixou o peitoral um pouco a mostra após abrir quatro botões. Ele meio que rebolava e sacudia o ombro que uma maneira muito sensual. Eu continuava sentada olhando tudo, era muito divertido, ele deveria estar muito irado pra fazer aquilo. A única coisa desagradável eram as mulheres o babando, mas fazer o que certo? Meu marido era um homem lindo, sexy e muito talentoso. Sem falar em outras qualidades que elas não sabiam. Além de médico, rico e jogador de polo. Damon continuou dançando e agitando todos no bar, até que todos os homens e mulheres do local estavam cantando o refrão e em pé, eu adoraria levantar, mas estava cansada e sinceramente com fome. Quando a música finalmente acabou, Damon foi ovacionado. Ele sorria pra mim eu pra ele. Foi muito divertido, Stefan assoviava e Caroline gritava. Os olhos de Damon estavam nos meus.

–Nossa senhora! – Le Roy gritou. – Eu sempre ouvi que os quietinhos surpreendem, mas você amor... – ele tocou o ombro de Damon e então Damon se inclinou e beijou o rosto dele. Stefan me olhou rindo muito e Le Roy gritou. – Jesus, eu posso morrer agora! Ai, amor, receba o carinho da minha plateia, eu tenho que reconhecer que você animou eles mais do que eu. – todos aplaudiam e gritavam. – Pode voltar pra a bela Elena, antes que as alucinadas ou eu não te devolvamos mais. – Damon sorriu e desceu do palco, veio direto pra cima de mim, risonho e me deu um singelo selinho, sentou ao meu lado. Logo os ânimos foram se acalmando e Le Roy anunciou o intervalo de seu show pro jantar, eu não via hora.

–Você nunca cansa de me dar sustos Damon. – disse Stefan.

–Mais um talento Elena. – brincou Caroline e eu sorri.

–Rezo muito pra Samuel puxar ao pai. E você Stefan que chamava o Klaus de multiuso. O que seria o seu irmão? – Stefan gargalhou.

–Não responda! – Damon pediu ofegante. Se virou pra me olhar. – Com fome? – eu assenti. – Bem, vamos pedir então.

Logo pedimos o jantar e ficamos ali conversando sobre o show de Damon e Le Roy e seu interrogatório. Caroline se safou disso. No meio do jantar Damon se levantou pra atender o celular, ele voltou bastante aborrecido, e mesmo comigo perguntando ele não quis falar o que era. O cansaço estava me pegando e agora eu só queria voltar para o hotel. O dia foi muito divertido e cheio de emoções, era quase oito da noite e ainda tínhamos uma hora de carro pra enfrentar.

–Vamos agora certo? – perguntei manhosa pra Damon.

–Está cansada não é? – eu assenti.

–Por mim tudo bem Len, o dia foi cheio. – disse Stefan.

–Sim, vamos voltar, temos que viajar de madrugada. – Caroline lembrou.

Damon pediu a conta e logo fomos pro carro.

–Caroline, você se importa de ir na frente com meu irmão? Quero ir atrás com Elena. – Damon pediu quando chegamos no carro.

–Imagina. – Carol falou sorrindo e foi pro banco do carona.

Stefan assumiu o volante, Damon entrou no carro logo depois que abriu a porta pra mim. Estávamos na estrada, ouvindo uma música romântica, quando Damon se virou pra me encarar.

–Tudo bem querida? – me perguntou com cautela segurando minha mão.

–Apenas cansada. Minhas costas doem.

–Muito cansada? – seu olhar se tornou receoso.

–Apenas cansada. Preciso de um banho e cama. – ele relaxou.

Seu olhar estava distante, ele estava pensando em algo, então me lembrei do telefonema e que mais cedo ele estava irritado com algo, por conta de um outro telefonema.

–Algum problema amor? – perguntei.

–Amanhã quando você chegar, quero que fique na casa da sua mãe. – droga! De novo isso.

–Damon, já conversamos.

–É só por uma noite. Vocês vão chegar lá por volta das seis da tarde. Manuela não conseguiu uma equipe de segurança apropriada, não pra quando vocês chegarem, eles só estarão prontos e disponíveis no outro dia, bem cedo, então eles irão pegar você e Caroline na casa de seus pais.

–Ou, eu posso ir pra casa como tínhamos combinado e nada acontece. Nada muda e como você disse é só uma noite.

–Elena, só há os empregados na casa. São pessoas boas, mas são estranhos completos. Eu não confio neles o bastante.

–Então por que contratou? Não é primeira vez que eu tenho que dormir lá sozinha com eles. Você já me deixou lá com a Carol uma vez.

–É diferente!

–Não, não é.

Estávamos começando a alterar a voz e chamar a atenção de Carol e Stefan, mas logo nos recompomos e eles não pareceram notar a nossa discussão.

–Elena, por favor, me entenda. Eu ficarei mais tranquilo assim. Só pense nisso, pense que estarei mais tranquilo, você me ama. – Ah não Damon Salvatore, sem apelação.

–Sim, eu amo e vou pra nossa casa. – ele soltou minha mão e esfregou o rosto agoniado, socou o banco violentamente. Eu pulei e ouvi a voz de Stefan, Caroline olhou pra trás.

–Tudo bem aí? – ele perguntou a Damon.

–Só dirige Stefan. – ele disse seco.

Caroline me encarou e eu acenei que estava tudo bem. Ela voltou a encarar a frente. Continuamos o caminho até o hotel em silêncio. Eu acabei pegando no sono e acordei na porta do hotel nos braços de Damon. Ele me acordava. Saí do carro e juntos fomos pros nossos quartos. Deixamos Caroline com Stefan no corredor se despedindo e fomos pro nosso.

–Eu vou fazer uma ligação. Já volto. – Damon falou em tom seco e saiu do quarto.

Fui direto pro banheiro, tomei um banho relaxante e quando voltei pro quarto Damon ainda não estava, me vesti e deitei. Minutos depois ele entra.

–Vou tomar banho. – falou entrando no banheiro. Minutos depois saiu e terminando de se vestir deitou ao meu lado. Ficou encarando o teto e eu estava olhando pra ele em uma posição cômoda que encontrei depois de um tempo. – Já que você não quer mesmo ficar na casa de seus pais, pode ficar na nossa. – ele disse num tom duro e eu soltei um riso, ele se virou ficando de frente pra mim. –Mas vai me ligar assim que chegar lá e depois quando estiver em casa, sã e salva, me entendeu? – eu assenti. – Não vou ficar tranquilo sem saber que estão bem.

–Eu farei. – disse sorrindo.

–Você está bem? – me perguntou chegando mais perto de mim, acariciando meu rosto.

–Porque você sempre fica me perguntando isso?

–Porque me preocupo com você e nosso filho. Agora mais do que nunca.

–Por que agora mais do que nunca?

–É sua primeira gravidez, é arriscada. Você não pode se expor demais, ou se aborrecer. Estou constantemente preocupado com sua pressão. Este último semestre me apavora. – ele disse me olhando fundo nos olhos e mexendo nos meus cabelos.

–Estamos bem Damon. – tentei acalmar.

–Não quero arriscar nada. Não posso perder vocês.

–Não comece com isto outra vez amor. – ele suspirou.

–Desculpa!

–Vamos dormir. – pedi manhosa me aninhando em seus braços.

–Está tudo pronto? Suas malas, documentos, passagem?

–Sim. Tudo certo.

–Estarei de volta na próxima semana, mas se você precisar de qualquer coisa. Elena, se acontecer qualquer coisa, me chama. – ele pedia me abraçando firme.

–Vamos estar bem. Mas se te deixa tranquilo, eu te chamo. – ele respirou.

Ficamos naquele carinho gostoso, ele afagando meus cabelos até que dormi.

Acordei com Damon me chamando, era hora de ir. Levantei-me preguiçosa, ele me ajudou com tudo e quando eu estava pronta saímos do quarto e demos de cara com Caroline e Stefan se beijando, Damon pigarreou.

–Estávamos indo chamar vocês. – disse Stefan tão sem jeito quanto Caroline.

–Vamos logo. – disse Damon.

Todos saímos rumo ao aeroporto. Fui abraçada a Damon durante todo o caminho, tentado desfrutar ao máximo desses últimos momentos com ele aqui. Eles ficaram conosco até chamarem o nosso voo o que não demorou muito depois de chegarmos no aeroporto.

–Você já sabe não é? – Damon perguntou arrumando meu casaco, fechando mais ele e acariciando minha barriga.

–Te ligo ao chegar a Londres e em casa e te ligo se precisar de qualquer coisa.

–Não pense na hora, nem se vou estar ou não ocupado. Vocês dois são minha prioridade. – assenti e ele se inclinou pra beijar meus lábios quando nos separamos eu notei Stefan e Caroline fazendo o mesmo.

–Estão prontos? – Damon perguntou nos aproximando dos dois.

–Vamos? – falei pra Caroline.

Ouvimos a última chamada. Dei um último abraço e beijo em meu marido e vi minha amiga fazer o mesmo com o namorado, abracei meu cunhado e Carol fez o mesmo com Damon e nos fomos, me virei pra olhar Damon de longe e ele fez um gesto de “me liga”. Sorri e soltei um “eu te amo”, ele sorriu e correspondeu. Logo estávamos no voo.

Caroline suspirava e no começo até falou muito sobre tudo o que aconteceu na viagem. Fizemos novas amizades, Caroline ganhou um namorado e Damon e eu estávamos cada vez mais felizes. Logo adormeci e Caroline foi a voz que me acordou assim que chegamos, meu corpo doía, desembarcamos e quando pude liguei pra Damon.

–Amor?!

Oi querida. Chegou bem? Tudo certo?

–Estamos bem. O voo foi tranquilo, dormi todo o tempo. – o ouvi sorrir.

–Vai direto pra nossa casa certo?

– Sim, eu te ligo quando chegar. Caroline manda um beijo pro Stefan.

–Ele está ao meu lado, está no viva-voz.

–Eu te amo Carol. – era a voz de Stefan e Caroline corou antes de responder o mesmo.

–Te ligo quando estiver em casa. Te amo.

–Também te amo. Se cuidem. Não esquece de me ligar.

Então eu desliguei. Logo em seguida liguei pra minha mãe e ela me disse que havia saído para uma pequena viagem com a mãe de Damon e que estariam em casa no fim se semana. Depois liguei pro meu pai e ele ficou feliz em saber que eu estava bem e que já estava de volta. Fomos direto pra casa. Ao chegar lá, Pedro o meu chofer subiu com minhas malas para o meu quarto. A casa estava silenciosa, me sentei no sofá e Caroline subiu dizendo que precisava de um banho, eu disse que subiria em seguida, fiquei relaxando um pouco no sofá.

Subi minutos depois e quando abri a porta de meu quarto um choque percorreu meu corpo. Caroline estava deitada no chão perto de minha cama, Pedro bem ao seu lado, me olhando sério e com frieza.

–O quê? – minha voz vacilou, eu hesitei na porta, não sabia o que fazer, Carol estava desmaiada no chão de meu quarto. De repente eu notei uma terceira pessoa no quarto. Ela veio do banheiro, toda saltitante, vestindo uma de minhas roupas.

–Pode sair Pedro, leve a loira com você, a faça ficar quieta. Eu cuido da Senhora Salvatore. – sua voz tinha um tom doentio assombroso. Eu queria gritar, mas não sentia minha respiração, queria correr, mas minhas pernas não respondiam, estava paralisada, assisti Pedro erguer Caroline do chão, ela estaria machucada? Ele a moveu sem a menor delicadeza, passou por mim com Caroline sobre os ombros. O que ele vai fazer? – Não se preocupe, ela só está dormindo, clorofórmio. Ela não é uma prioridade, na verdade é um efeito colateral, eu não a esperava aqui, o clorofórmio era pra você, mas foi até melhor. Entra! – ela pediu apontando o centro do quarto, dei um passo pra trás e ela veio em minha direção com olhos fulminantes. – Entra! – rosnou raivosa e eu entrei, todo meu corpo tremia. Ouvi a porta bater atrás de mim.

–O que você está fazendo aqui? – minha voz estava rala, quase morta. Meu corpo não me respondia nenhum comando, eu só conseguia pensar que queria Damon aqui. Eu estava apavorada com tudo isso.

–Bem, logo você vai descobrir querida. Eu não teria tanta pressa se fosse você. Não vai ser nada prazeroso. – aquela voz, o cinismo, o olhar, tudo me causava pavor. Ela era doente, só podia. Como ninguém nunca notou? Como ela entrou na minha casa? O que ela quer?

Antes eu estava torcendo em segredo para reencontrá-la, para falar com ela sobre tudo o que aconteceu entre ela e meu marido, mas agora eu só a queria longe de mim e de meu filho. Eu estava com muito medo. Medo dela. Medo da Rose.


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Notas finais do capítulo

Eu não disse que era uma surpresa boa...
Até amanhã...