Força De Um Amor escrita por MayLiam


Capítulo 52
Katherine


Notas iniciais do capítulo

Gente do céu, esses dois não tem jeito mesmo, neste capítulo eu não sei quem me deixou mais irritada. Pelo menos as coisas depois dele vão ficar bem gostosas de se ler.
Boa leitura!
P.S.: leiam as notas finais.... Desculpem por não postar este ainda ontem, eu acabei dormindo... :$



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Elena adormeceu poucos minutos após pegarmos a estrada, eu sabia que seria assim, ela deveria estar tão ou mais exausta que eu, tudo o que queria agora era chegar ao chalé e passar a minha primeira noite ao lado da minha amada esposa. Já estávamos quase chegando, eu coloquei uma música com o volume baixo para não acordar Elena e também para não me sentir sozinho, odeio dirigir a noite. Elena dormia serena e linda.

Quando finalmente avistei o chalé acordei Elena que relutou um pouco. Não seria nenhuma novidade pra ela, que já havia vindo aqui com Stefan e meus pais algumas vezes, eu nunca vim com nenhuma mulher então seria novo pra mim, a novidade para Elena talvez fosse vir como minha esposa.

-Está do jeito que eu lembrava. – disse ela ao encarar a sacada do chalé, cada vez mais próximo, a noite estava fria, sentia que podia começar a chover a qualquer momento.

-Eu vou descer, falar com Xavier e Cândida, você me espera bem quieta aqui. – ela sentiu, eu me livrei do cinto após estacionar o carro, dei um selinho nela e desci do carro.

Xavier era o caseiro do chalé, ele trabalhava para o meu pai desde que eu me entendia por gente, Cândida era a mulher dele e os dois cuidavam da casa, eles tinham um filho, Kol. Ele estudava na cidade, mas ele sempre passava os fins de semana com os pais no chalé. Eu encontrei com ele quando desci do carro.

-Boa noite Kol!

-Boa noite Damon. Como tem passado?- eu sorri faceiro.

-Muito bem obrigado! Acabei de me casar outra vez. – ele arregalou os olhos.

-Rebekah? Ela conseguiu enfim? – perguntou incrédulo, fazia um tempo que ele não me via, quase dois anos. Estava desenformado. Eu baixei a cabeça rindo de como seria estranho dizer o que eu ia dizer.

-Na verdade...

-Na verdade ele casou comigo. – disse Elena ignorando o que eu pedi e saindo do carro. Kol arregalou os olhos quando a viu.

-Senhorita Gilbert, a quanto tempo! – ele falou com um sorriso aberto, Elena veio em minha direção, forçando um sorriso e entrelaçando minha cintura.

-Pedi pra você me esperar no carro. – eu falei baixo, olhando firme pra ela.

-Estava esquisito. - Ela disse se agarrando mais a mim, Kol nos olhava meio abobalhado.

-Seus pais estão aqui? – perguntei para ele.

-Sim, estão lá dentro, eu cheguei a pouco, fui até a casa deles me trocar. – Kol falou apontando em direção a pequena casa no fundo da propriedade, onde seus pais moravam.

-Entra meu amor, Cândida te mostra o quarto, eu já entro com o Kol, vamos pegar as malas, está frio demais pra você. – ela assentiu e entrou.

Kol ficou comigo, eu levei o carro até a garagem improvisada no celeiro, deixamos as malas na varanda.

-Seria muito indiscreto se eu perguntasse o que faz casado com a noiva de seu irmão? Fiquei tanto tempo assim sem te ver? – eu sufoquei um riso, o tom dele era engraçado.

-Bem, é meio complicado, temos muita conversa pra por em dia. Vai ficar quanto tempo aqui?

-Eu volto pra cidade na quarta e vocês?

-Voltamos na quinta. Temos que dar um jeito no meu carro amanhã, ele precisa de uma lavagem, pra tirar todas essas tintas e corações. – Kol gargalhou.

-Eu te ajudo. Vocês vieram passar a lua de mel aqui? Sério?

Eu morria de rir com Kol, ele era quase uma versão Alaric mais despojada. – Eu estou meio sem tempo pra uma viagem mais longa, vamos resolver isto depois, agora só precisávamos de um tempo distante de tudo.

-Entendi. Bem, seu carro já está seguro. - Ele disse depois que terminou de trancar o celeiro.

Voltamos em direção ao chalé, pegamos as malas e entramos, encontramos Elena conversando com Cândida, ela estava sentada no sofá, prestando atenção na gentil senhora que estava conversando com ela muito empolgada. Xavier ouvia a conversa

-Boa noite! – falei passando pela porta e deixando Kol a fechar atrás de mim.

-Olá meu menino. – disse Cândida feliz ao me ver, ela veio correndo em minha direção e me abraçou fortemente. – Nossa! Você está bem mais magro que da última vez que o vi. – ela comentou olhando para Elena e Xavier, eu notei Kol revirar os olhos.

-Por favor mulher, faz quase dois anos que ele não vem aqui. – reclamou Xavier se aproximando de mim. – Olá meu filho, fiquei muito feliz quando soube do seu casamento. Desculpe se não pudemos ir, mas você sabe como gostamos daqui. – Cândida revirou os olhos rabuda, aparentemente só Xavier pensava assim, eu sorri por dentro.

-Eu entendo. – Falei sorrindo e indo me sentar ao lado de Elena.

-Vocês estão com fome? – Cândida nos perguntou, ela era como uma mãe pra mim e pro Stefan, sempre nos mimando como podia. – Eu fiz uma sopa bem gostosa, neste frio não há nada melhor.

-Não obrigada! – respondeu Elena com a voz arrastada - Só queremos descansar, duas horas de carro até aqui após uma festa de casamento foi puxado.

Cândida assentiu, Xavier se despediu de mim e em seguida chamou a sua esposa e filho, argumentando que Elena e eu queríamos estar a sós. Cândida não se foi sem antes nos dizer detalhadamente como tudo funcionava na casa, o que eu agradeci, não me lembrava muito bem. Eles se foram nos deixando a sós, eu levei as nossas malas até o quarto, que ficava na parte superior do chalé, Elena permaneceu imóvel diante da lareira da sala, quase deitada no sofá sorvendo o calor das chamas. Quando eu vim pegá-la para subirmos pro quarto, estava quase dormindo outra vez.

-Vamos subir senhora Salvatore? – eu perguntei me sentando ao seu lado e lhe dando um beijo no rosto. Ela se espreguiçou manhosa.

-Está muito cansado pra me levar no colo? Acho que é assim que se faz não é? – me perguntou com um sorriso malicioso irresistível. Eu reirei os olhos.

-Mesmo que eu estivesse extremamente cansado, nunca resisto a esse seu jeito. – falei me levantando e a pegando no colo. Ela envolveu os braços no meu ombro e me encarava docemente, um riso magnífico na face.

-Sabe o que eu notei? – ela me perguntou enquanto eu subia as escadas devagar.

-O que minha senhora?

-Que os príncipes do mundo real são bem melhores do que nos contos de fadas. – ela falou sorrindo divertida.

-Hum... E você sabe disso por que...? – perguntei num tom presunçoso.

-Por que você é perfeito. – ela disse num tom mais alterado, uma voz rouca e sugestiva.

Chegamos a porta de nosso quarto, eu a abri devagar, sem nada comentar sobre o que ela dissera, a deitei devagar, meu olhar no dela, me deitei ao seu lado colocando minha perna direita em cima das suas, me apoiando em meu cotovelo esquerdo e acariciando o rosto dela com minha mão direita.

-Eu vou tomar banho, ainda nem tirei o terno, estou um caco. - Falei e ela sorriu meiga concordando. – Eu não demoro! – levantei deixando ela se acomodar em meio as almofadas, ainda de casaco e sapatos, ela estava totalmente largada e preguiçosa. Sorri com a cena e me afastei até o banheiro.

Não demorei muito no banho, quando voltei para o quarto Elena estava mergulhada num sono profundo, eu estava tão relaxado, sentia meu corpo gritar por uma cama, eu fui em direção a minha mala, tirei de lá uma calça de moletom, bem confortável, uma camiseta e me deitei ao lado dela, eu a olhava enfeitiçado. Toquei seu rosto com o intuito de acorda-la, ela resmungou com meu toque e eu sorri, depois de insistir um pouco mais ela abriu os olhos.

-Você tem que tirar a roupa minha senhora. – falei docemente acariciando seu rosto.

-Hum... Eu estou tão cansada. Seria muito decepcionante se eu fizesse isso e nós fossemos dormir? – me perguntou com cautela.

-Claro que não. Por que essa preocupação?

-É nossa lua de mel e eu quero dormir. Você poderia ficar chateado.

-Não vou ficar chateado amor. Primeiro porque sei que você está muito cansada, assim como eu. Segundo por que já tivemos muitos momentos e você está grávida, a magia da lua de mel como primeira noite já se perdeu. E terceiro, teremos todas as noites até o final de nossas vidas para desfrutar. – ela levantou a sobrancelha.

-Até o final das nossas vidas? – me perguntou irônica.

-Sim. Eu tenho em mente que serei um velhinho bastante fogoso. – ela gargalhou e eu viajei em sou sorriso. – Eu te amo! – exclamei com admiração.

-Eu também te amo, senhor meu marido. – falou se erguendo devagar da cama. Ela se levantou, foi até o banheiro levando uma de suas malas, não muito pesada e depois de alguns minutos voltou com uma camilosa branca longa, maravilhosa. Deitou-se ao meu lado, me fazendo envolvê-la por trás num abraço protetor, eu beijava seu ombro e ela suspirou, me puxando mais pra ela, eu puxei o edredom e nos cobri, não demorou muito para eu adormecer, o perfume dela me dava calma.

...

-Bom dia meu amor! – ouvi a voz dela me chamar da cozinha enquanto eu descia as escadas. A encontrei de costas pra entrada, linda num vestido despojado, estilo campo.

-Você acordou cedo. Caiu da cama Elena? – perguntei divertido.

-Você nunca vai para de me confundir com ela? – Katherine se virou risonha, colocando sobre a mesa a nossa frente um prato com panquecas recém-feitas. – As suas favoritas. – ela disse sorridente. Eu a olhava assustado, procurando Elena em todas as direções.

-Onde está Elena?

-Dormindo. Assim como você. – eu arqueei a sobrancelha e ela me apontou a cadeira pra que eu me sentasse. Em seguida sentou de frente pra mim e ficou me encarando com um sorriso enigmático.

-O que é tudo isso Kath? – perguntei me sentando devagar.

-Eu fiz tudo isso pra você. Não vai comer? Achei que sentisse falta da minha comida. – ela falou me apontando a mesa farta, com todas as coisas que ela costumava preparar pra mim no café da manhã. Eu encarei tudo e voltei meu olhar pra ela, extremamente confuso. Ela bufou.

-Achei que quisesse sonhar comigo. – ela disse fazendo cara feia.

-Eu quis por muito tempo, mas nunca sonhei. Por que agora? – eu quis saber e ela suspirou.

-Precisamos conversar. Amamos-nos muito Damon e eu fui designada a uma missão. – ela falou num tom calmo e doce, com paciência. Eu entendia muito menos agora.

-Que tipo de missão?

-Cuidar para que você possa ser feliz. – falou tranquila. – Você, seu filho e Elena.

-Não entendo. Estamos juntos enfim e felizes. O que mais falta? – perguntei meio confuso. Isso não era o bastante?

-Ah Damon... Se tudo fosse tão simples. Casamento é difícil, você lembra que mesmo nos amando como nos amávamos ainda era complicado, muitos conflitos e vez ou outra sempre surgia alguma coisa ou alguém pra complicar.

Ela falava num tom divinamente angelical, mas em sua face havia uma expressão de dor, como se ela tivesse certeza que não seria tudo tão belo. Essa sensação me tirou dos eixos.

-O que há de errado? – perguntei aflito.

-Eu sei que você ama Elena e ela te ama, mas às vezes só isto não basta. Não se vocês não souberem o verdadeiro poder que tem juntos. Vocês terão que ser fortes Damon e não esquecer do principal. Que vocês se amam.

-Do que você está falando? Por acaso é algo sobre minha doença, vai piorar?

Ela ergueu a mão, me fazendo parar. – Você é forte, terá que passar por muita coisa, mas a sua doença não é o que te separa dela e de seu filho.

-O que? E o que nos separa? Como assim separa? – eu estava me agitando e ela tentou me acalmar fazendo sinais pra eu me recompusesse.

-Damon, temos que conversar serenamente se você quiser me escutar. – ela falou calma, porém severa. Eu tentei voltar ao controle. – Não tem nada haver com sua doença, tem haver com confiança. Como deve confiar no amor de Elena e ela no seu, mas acima de tudo. Não esconda nada dela e abra seus olhos, não deixe que as pessoas consigam de você o que querem. -Eu não entendia nada, balançava a cabeça confuso.

-Katherine, eu sinto sua falta! – falei em desabafo, toda aquela confusão estava me deixando vulnerável. Ela sorriu e segurou minha mão, eu senti seu toque, assim como o seu perfume, que eu tanto adorava.

-E eu a sua Damon. – ela sorriu fraco. – Agora coma! Me deu muito trabalho.

-Você vai ficar aqui? – ela assentiu.

Eu peguei uma das panquecas e quase consegui sentir o gosto, mas meus olhos se abriram devagar. Eu notei que estava no quarto do chalé. Havia sido mesmo um sonho, o mais real te eu já tive na vida. Eu afaguei a cama procurando por Elena, mas não encontrei. Eu ouvia chuva no lado de fora, me sobressaltei chamando por ela, a encontrei encarando a janela, envolta em seu roupão com os braços cruzados, sua expressão era distante e fria.

-Não consegue dormir? – perguntei esfregando os olhos, meio atordoado. Ela se virou pra me encarar e eu notei que ela tinha os olhos vermelhos. Ela estava chorando. – O que foi? – perguntei me agitando e descendo da cama indo na direção dela, quando eu finalmente me aproximei e fui tocá-la ela se desviou de mim, voltando pra cama.

-Eu poderia fazer a mesma pergunta, pois mesmo dormindo você não parava de falar. – ela falou cruzando os braços, numa expressão aborrecida. Eu a encarei confuso.

-Falar o que? – perguntei atordoado. Estaria sonhando outra vez?

-Damon me responde uma coisa... – ela me encarou com fogo no olhar. – Sente falta da Katherine? – eu franzi a testa com a pergunta e enfim entendi. Eu estava sonhando com Kath e provavelmente devo ter falado seu nome, outra vez. Revirei os olhos e suspirei pesadamente. Conhecia Elena o suficiente pra saber que talvez esse ato involuntário estragasse nossa prévia de lua de mel.

-Elena... – eu gemi me aproximando dela, me pondo de joelhos, a chuva lá fora castigava tudo. Estava quase uma tempestade. Ela me olhava ainda de braços cruzados, segurando as lágrimas, olhos firmes. – Não fala besteira.

-Besteira? Damon você sonha com ela a cada duas noites de três que passamos juntos. Eu não estou entendendo nada, você não era assim. Tudo começou depois que... – Elena fez uma pausa, como se acabasse de deduzir algo óbvio.

-Depois que o que? – perguntei confuso.

-Depois que a Rose chegou. Ao que parece a volta dessa mulher a sua vida, trouxe de volta pra você o seu passado com a Katherine. Acho que ela te lembra muito seus anos de casado. – ela falou se levantando, me deixando de joelhos diante da cama agora vazia.

-Elena , não começa. – eu pedia ainda do chão.

-Não é fácil pra mim ouvir você chamar sua falecida esposa no meio de nossa festa de casamento e depois, na noite que se supõe ser nossa lua de mel, você ficar na cama agitado sonhando e chamando por ela. – ela começava a gritar, articulando com os braços, visivelmente irritada.

Eu me ergui do chão indo ao encontro dela. Segurei-a pelos braços e a fiz me encarar. – Elena eu não sei te explicar o que é tudo isso. Eu mesmo não entendo o porquê de sonhar ou ver ela por todos os lados. – Elena se sacudiu tentando se soltar, a segurei com mais força. – Escuta! – pedi a olhando firme.- Eu não sei o que está acontecendo. Mas com certeza não faço isso pra te machucar. Eu te amo e se eu pudesse entender tudo isso e te explicar eu faria. – ela me encarava com os olhos marejados, expressão forte. Num gesto abrupto se largou de meus braços. Elena foi em direção a cama em silêncio, se livrou do roupão e voltou a deitar-se, se envolvendo no edredom.

-Eu estou cansada e quero dormir, mas se for pra ficar escutando você falar o nome dela prefiro que durma em outro quarto. – ela disse da cama, sem se mover.

-Elena... A noite está fria, parece que vem uma tempestade aí. Amor, por favor, eu quero ficar com você. – pedi me aproximando da cama e voltando a sentar, ergui minha mão para tocá-la, mas antes disso ela se virou pra mim com olhar frio.

-Mas eu não quero Damon, não se for pra você continuar se debatendo e chamando por ela, como você não pode me garantir isso, porque você não controla o que sonha, prefiro que saia. – disse convicta me dando as costas outra vez.

-Tem certeza? – perguntei vencido.

-Absoluta! – ela disse firme sem nem me encarar.

-Tudo bem então. Eu vou dormir no quarto da frente. – me levantei frustrado e sai do quarto sem falar mais nada. Fui direto pro quarto da frente e me joguei na cama. Eu não sabia se estava com raiva de mim, dos sonhos ou da Elena, possivelmente dos sonhos, mas ter raiva de sonho não parecia normal, então estava com raiva de mim por estragar tudo, outra vez.

...

Eu sentia minha face queimar, eu não queria mais chorar. Ouvir Damon chamar por ela, falar seu nome em sonho era demais pra mim, principalmente por que sua voz era puro veludo mais do que nunca foi comigo. Eu tentei voltar a dormir, mas eu não conseguia, estava agitada depois de tudo, o cansaço havia ido embora e a quase tempestade não me deixava relaxar, eu odiava os ruídos causados pela chuva, ainda mais a noite. Estava rolando de um lado pro outra na cama.

Não pude evitar de imaginar Damon comigo me acalmando, eu me sentia segura demais nos braços dele. A chuva piorou e com ela meu medo e desconforto, mesmo envolta no edredom, eu sentia frio e muito medo, a casa era estranha e eu odiava como tudo rangia, eu me enrolei da cabeça aos pés e tudo ficou quente demais depois de um tempo, eu me recusava a me descobrir, estava suada, mas era menos assustador comigo assim, coberta até a cabeça.

Os galhos de uma árvore próxima começaram a bater contra a janela o que me deixou ainda mais agoniada, eu estava aponto de gritar. A noite não acabava, nem a chuva, eu contava as horas pra amanhecer, sentia que só conseguiria dormir depois disso. Olhava o relógio na cabeceira da cama, mas ele não andava, talvez por que eu o encarasse a cada cinco minutos. Comecei a tremer, não de frio mais de agonia e pavor, me sentia sufocar e não aguentando mais me levantei da cama, correndo pro quarto da frente onde eu encontrei Damon largado na cama, descoberto, dormindo como uma pedra. Tentei encontrar lugar na cama pra mim, ele estava todo esparramado, o empurrei devagar e me encaixei na cama de lado, tentando não tocar nele.

Depois de alguns segundos, eu ainda tentava me acalmar, Damon mexeu-se, vindo parar em cima de mim com todo o peso de seu corpo, eu estava exaurida, assustada e muito dolorida.

-Damon... – me queixei quase sem voz. Nunca havia notado como ele era pesado. Ele nem se mexeu, respirava sereno. – Damon... Sai! – eu pedi quase gritando, estava começando a ficar sem ar. – Damon!!! – gritei com força, visto que ele nem se mexeu e então ele se sobressaltou com olhos arregalados, olhando pros lados, procurando a algo que nem mesmo ele saberia explicar o que era.

-O que foi Elena? – ele me perguntou ao me notar ao seu lado na cama, uma ruga de irritação na testa. Ele esfregava os olhos. Depois parou pra me olhar, eu estava encolhida na cama, meio sem jeito. Ele bufou impaciente. – O que foi? – repetiu abrindo os braços. Uma das coisas ruins em acordar Damon quando ele estava apagado de tanto sono era que ele acordava muito mal humorado.

-Não estava conseguindo dormir. – falei meio manhosa. – Vim deitar com você, estava assustada, odeio chuva, esta casa é estranha. – Ele se jogou de volta na cama, encarando o teto frustrado.

-Você não precisava me acordar. – disse irritado.

-Você se virou e ficou em cima de mim me esmagando, eu estava ficando sem ar. Você pesa! – ele me encarou meio preocupado.

-Te machuquei? – eu neguei com a cabeça. – Você falou que está assustada. Aconteceu alguma coisa?

-Não, eu só não consigo dormir com toda esta chuva, estou agitada. – ele se virou pra minha direção, eu estava encarando a parede a nossa frente, mas perifericamente eu o via olhar pra mim, as mãos abaixo de seu rosto, numa posição linda pra se dormir.

-Não consegue ficar sem mim. – ele disse convencido, sem tirar os olhos de mim.

-Não consigo ficar sozinha, fosse você ou o Jeremy, daria igual pra mim. – eu falei num tom desdenhoso e notei que ele ficou mais tenso. Virou e encarou o teto outra vez, sua respiração estava mais pesada.

-Eu odeio ser repetitivo, mas... – ele respirou fundo. – Eu não suporto você com ciúmes de uma morta Elena. – ele disse firme e me fez o encarar. – Eu entendo que a coisa dos sonhos e tudo mais é chato, mas eu não quero voltar a mesma coisa com você. A Katherine está morta e eu sou seu marido agora. – ele não olhava pra mim.

-Você acha que é fácil ouvir você sonhar com ela na nossa primeira noite como casados? – perguntei a ele me alterando.

-E você acha que é fácil ter te sair do quarto na nossa primeira noite de casados, porque você me colocou pra fora após eu SONHAR com a minha ex-mulher? – ele gritou o sonhar me encarando firme, mas não se aproximou. – Eu desdenhei o que ele disse dando de ombros. – Pior ainda, você depois de me enxotar no quarto vem atrás de mim e me diz na maior cara dura que podia ser qualquer um aqui e cita logo o intragável do Jeremy, que além de ser um sem noção, você ainda cedeu ao beijo dele. Você só pode estar brincando com minha cara Elena. – ele se levantou da cama, indo em direção a porta.

-Pra onde você vai? – me perguntei me sentando na cama aflita. Ele não ia me deixar sozinha.

-Já que não faz diferença pra você, talvez você devesse dormir com a Cândida ou o Xavier, quem sabe o Kol. – ele disse irônico antes de abrir a porta  e a bater com força, me largando sozinha no quarto outra vez. Bravo Elena!


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Notas finais do capítulo

kkkkk não me matem, isso não dura nem mais de cinco minutos, eles sentem muito fogo um pelo outro kkkkkkkkkk
Vamos ver os dois juntos no próximo, curtindo esses dias e gente: Kol na área... kkkkkkkkkkk :X