As luzes ao redor do ambiente aos poucos foram ficando mais evidentes à medida que o sol se despedia, dando a cerimônia uma perfeita harmonia de mudança, como se a passagem da tarde pra noite, marcasse o início da nova fase na vida de Elena e Damon, que se olhavam de instante e instante, querendo se certificar de que tudo aquilo era real, de que eles seriam em breve marido e mulher, como Elena sonhara desde a infância e como Damon, em segredo, tentava imaginar. Agora seria real. Todas as pessoas importantes para os dois estavam ali para dividirem aquele momento com eles. Então chegou o momento mais aguardado da cerimônia. O juramento. Caroline acompanhada por Rebekah envolveram os noivos com uma corrente feita de flores, designadas por Caroline para o momento, que representava a aliança e o elo inquebrável que nasceria entre os dois definitivamente dali por diante.

De mãos dadas de frente um pro outro, se olhando intensamente e de joelhos diante do padre, Damon começou a falar:

-Elena Samantha Gilbert, hoje diante de todos aqueles que amamos, diante de Deus, quero te receber como minha esposa, te devotar todo o amor que existe dentro de meu coração. Cuidar-te, a ti e aos filhos que Deus nos conceder. Desejo que nossa vida seja doce, que nosso amor se fortaleça a cada dia. Que possamos ser firmes em nosso amor, fiel aos nossos sentimentos. Te amarei e te respeitarei, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, a ti serei fiel, por todos os dia de nossa vida, até que a morte nos separe. Que assim seja. – Ele beijou as mãos de Elena ao final e a moça, em seguida fez seu juramento.

-Damon Lionel Salvatore, diante de todos os que amamos, diante de Deus, te recebo como meu esposo. A ti devoto todo o meu amor, que ele cresça e frutifique, que sejamos sábios e que lidemos com os obstáculos que surgirão com serenidade e sensatez. Que possamos ser firmes diante das angústias e que prezemos os valores da família, da nossa família. Que possamos nos amar sem medo e sermos felizes. Te amarei e te respeitarei, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, a ti serei fiel, por todos os dias de nossa vida, até que a morte nos separe. Que assim seja. – e com um beijo nas mãos do rapaz, Elena encerrou seu juramento.

-Se existe algum presente que tenha algo contra a união deste jovem casal, que se pronuncie agora ou cale-se para sempre. – disse o padre, Elena e Damon se encaravam sorrindo sem parar. Ninguém se pronunciou e o padre deu sequência à cerimônia, chegando à parte final.

-Chegou o momento das alianças. – o padre anunciou e Caroline aproximou-se do altar, levando as alianças consigo, Damon e Elena ficaram de pé, Damon pegou as alianças das mãos de Carol e as depositou em cima da mão direita de Elena, colocando a sua mão direita embaixo da de sua noiva. – Que Deus abençoe estas alianças, que vocês irão entregar um ao outro em sinal de amor e fidelidade – fez um sinal da cruz acima das alianças- Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. – o padre fez sinal para que Damon pegasse a aliança de Elena.

-Elena Samantha Gilbert. – disse ele ao pegar a mão esquerda de Elena - Receba esta aliança, em sinal de meu amor e de minha fidelidade. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. – beijou a aliança envolta no dedo de Elena.

-Damon Lionel Salvatore. – falou Elena repetindo o gesto do noivo. –Receba esta aliança, em sinal de meu amor e de minha fidelidade. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. – ela beijou a aliança no dedo de Damon.

-O Deus une o homem jamais pode separar. Que o amor de você perdure. Deste momento em diante, eu vos declaro, marido e mulher. – disse o padre sorrindo pro jovem casal que o olhava empolgados. – Pode beijar sua noiva. – falou sinalizando para Damon, que voltou a encarar Elena deslumbrada. Ela tinha na face um sorriso indescritível. Damon passou uma de suas mãos na cintura de Elena, com a outra segurou de leve a sua face e sussurrou antes de beijá-la.

-Eu te amo. – Elena tremeu segurando um choro de alegria, Damon finalmente cerrou os lábios dos dois, Elena tinha as mãos nos braços de seu agora marido. Aplausos tomaram conta do ambiente, superando o som baixo formado pelos músicos ao lado do altar.

Caroline sorria frenética ao lado de Jeremy, Miranda e Joseph, Stefan a observava do outro lado do altar, onde Rebekah o estava acompanhando e agora aplaudia empolgada o novo casal ao lado de Maria e Grayson. Aos poucos o casal afastou os lábios e pode se virar para os convidados que de pé celebravam o nosso casal. Elena tinha na face um riso tão sem jeito quanto o de Damon, mas as reservas teriam que ser deixadas de lado, o momento era de pura celebração. Damon se livrou do cordão de flores que cercava ele e Elena, mas não largava mais as mãos de Elena, nem mesmo para receber os primeiros cumprimentos, vindos de seus pais e irmão.

-Solta ela homem. Ninguém mais vai se meter a besta não. – falou Stefan indo abraçar o irmão e nova cunhada.

-Nunca se sabe. – disse Damon direcionando um olhar para Jeremy, que estava um pouco mais distante, Elena que notou tudo lhe deu um tapa no ombro e todos ao redor sorriram.

-Mal casou e já leva pancada filho. Boa sorte! – brincou Joseph, surpreendendo a todos com sua piada, Maria e repreendeu.

-Joseph Enric Salvatore, nos poupe. – todos que ouviram não perderam o riso.

Depois de receber os abraços do senhor e senhora Gilbert e padrinhos, Damon e Elena foram em direção a área da recepção, não muito distante dali. Caroline havia dado ordens aos fotógrafos que pegassem momentos espontâneos de todos os presentes e do casal, ela queria poupar Damon e Elena de incessantes sessões de fotos, que só desgastariam os dois mais rapidamente. Ela tinha tudo cronometrado para não cansar demais sua amiga nem seu marido.

Ao chegarem no local da festa, Caroline sussurrou no ouvido de Elena:

-Vocês se aproximam da mesa do bolo, o cortam, desfrutam do primeiro pedaço, se serem de champanha e depois podem sentar-se à mesa de vocês logo ao lado. – ela acenou indicando o local – Escutarão os brindes a vocês depois terão sua primeira valsa de casados e estão livres para fazerem o que quiser. – Elena ouvira tudo, Damon estava ao seu lado, porém distraído.

-Não podemos pular a valsa? – perguntou Elena apontando para seus pés. – Este salto está começando a ficar desconfortável.

-Não mesmo. – Caroline bufou. – Eu já estou sendo muito prática pra poupar vocês dois. Sem chance! – neste momento Damon voltou a atenção para as duas. Notou a bico de Elena e Caroline confuso.

-O que foi? – perguntou curioso.

-Caroline não desiste da valsa. – bufou Elena e ele revirou os olhos.

-Carol, não acho que seja...

-Nem começa Damon, vocês terão que valsar. Agora vai logo Elena e faz tudo o que eu falei. Vocês lembram como ensaiamos tudo. Damon como perfeito cavalheiro. demonstrem felicidade e feições de alegria para os fotógrafos, por favor, não será difícil. – ela se afastou dos dois, os deixando sorrindo bobamente.

-Ela nunca muda não é? – perguntou Damon se virando de frente pra Elena, olhando direto pros lábios de sua esposa.

-Não. – respondeu Elena num tom baixo e doce. Damon selou os lábios dos dois e eles puderam notar as luzes dos flashes em cima deles. Os fotógrafos realmente estavam atentos a tudo. -Vamos logo fazer o que se deve, estou ficando cansada. – reclamou Elena e Damon assentiu, afinal ele também estava. Passaram o dia inteiro elétricos pela ansiedade e agora que tudo estava dito e eles eram marido e mulher, seus corpos cederam a calma interior os fazendo sentir toda a correria do dia.

Se aproximaram da mesa do bolo, onde sem muita cerimônia o cortaram, flashes em cimas dos dois, Damon serviu um pedaço da fatia na boca de Elena desejando que a vida dos dois fosse sempre assim, doce como aquele pedaço de bolo, ela fez o mesmo. Eles davam um verdadeiro show de demonstração de amor, deleitando as lentes dos fotógrafos. Depois veio o brinde, Damon serviu as taças e advertiu que Elena não tomaria mais que um quase gole, apenas parar eternizar o momento do brinde.

-Que eu possa cuidar de você e de nosso filho, da maneira como vocês merecem. – falou Damon sorrindo ao erguer sua taça.

-Que eu possa te fazer feliz e cuidar para que nosso amor nunca morra e que sejamos felizes juntos, como uma família. – pediu Elena entrelaçando o seu braço no de Damon, após o brinde eles voltaram a se beijar.

Trocaram mais algumas carícias, ao redor da mesa e foram se sentar. Eles estavam sentados diante de uma pista de dança, montada no meio de uma espécie de círculo formado pelas mesas dos convidados que aglomeravam o ambiente. A noite estava começando lindamente, não muito fria, o clima era designado pela iluminação baixa das lanternas espalhadas pelo lago e das várias luzes que cruzavam de uma árvore para a outra. As flores brancas agora ganhavam mais brilho em contraste com o verde e amarelo que ganhavam destaque entre as colunas de madeira e arranjos de flores. Chegando enfim a hora dos brindes. Stefan abriu, sendo o padrinho do noivo.

Ele pegou o microfone sem jeito, tomando a frente diante do baixo palco de madeira, montado para a banda. –Boa noite a todos! – ele começou atraindo a atenção e silenciando quase que por completo o ambiente. - Eu tenho que confessar que é meio estranho estar aqui hoje. Agora eu entendi o quanto foi estranho para o Damon. – Damon o olhou confuso, com uma cara meio: “o que você está fazendo?” – Quero dizer, a uns meses atrás, minha nova cunhada era minha noiva e Damon estava fazendo um pré discurso em nosso pré casamento, como nosso padrinho.- Todos riram, Damon entendeu a piada sem noção do irmão, Elena se divertia atenta ao discurso.- Hoje eu me vejo namorando a ex-noiva de meu irmão e ele está casando com minha ex-noiva. É tudo meio confuso, mas acho que quando se ama esses detalhes sem importância não contam muito. Entendam, Damon é meu irmão e ele nunca irá me odiar, mesmo sabendo que eu já beijei muito sua nova esposa. – Elena abafou um riso e Damon fuzilou Stefan com olhar, as pessoas ao redor estavam divididas entre risadas e caras perplexas. - E tudo isso se deve ao fato dele me amar. – Stefan riu irônico erguendo a taça para Damon.

-Meu amor só dura até os fotógrafos virarem a esquina Stefan. – Damon gritou da mesa que era um pouco distante do palco e todos caíram na gargalhada. Stefan riu sem jeito. – Nada me impedirá de te matar depois disso. – Elena cotovelou o marido que ria de canto divertidamente, ele deu de ombros.

-É exatamente por isso que nos amamos. – Stefan disse risonho. – Bem, eu sou péssimo nisso, acredito que não nasci com o dom da oratória, você sempre me pareceu saber o que falar e disse coisas lindas no seu discurso pra mim e Elena. – Stefan falou mais seriamente. – Eu sei que você acreditava no nosso amor e por isso, por amar a nós dois, você conseguiu ser sincero e nos tocar naquele jantar. Claro que tudo depois resultou com a sua namorada dentro da piscina. – Stefan falou sorrindo para Rebekah, Damon gargalhou olhando para sua esposa, que revirou os olhos. –Creio que Rebekah não tenha boas lembranças daquela noite. Mas aqui estamos nós- Stefan tentava recuperar o tom de seriedade. – E hoje cabe a mim e a Rebekah, assim como a Caroline e Jeremy e nossos pais e os pais de Elena subirem aqui e falarem o que desejamos para vocês. E eu apenas posso dizer o quanto me sinto feliz em te receber em minha família Elena e que você é muito bem-vinda. Você sempre esteve presente em minha vida de uma maneira muito especial, foi irmã, amiga, companheira. Vivi momentos únicos ao seu lado e tenho certeza que você será uma excelente esposa e mãe também. E a você meu irmão, sei que é um homem forte e que pode superar tudo o que se propuser. Somos todos agora uma só família e eu estou muito feliz por vocês. De verdade. Então é isso. – falou com a voz meio embargada, Elena já chorava e Damon sorria numa mescla de orgulho e satisfação. – Saúde aos noivos. – Todos ao redor ergueram suas taças em coro.

Rebekah tomou a frente do palco. – Stefan nos fez o favor de relembrar a dinâmica complicada de nossos relacionamentos. – ela começou, encarando o namorado um pouco afastado já de volta a sua mesa, Damon e Elena sorriam. – Fez também o favor de lembrar o quanto a noiva me odeia. – ela sorriu ao final da frase e Elena gargalhou. – Mas esta noite estou feliz de verdade por vocês dois. Damon e Elena, vocês formam um casal maravilhoso, com certeza é muito bom ver você com o Damon Elena, finalmente deixando o Stefan só pra mim. - Elena e Damon reviraram os olhos ainda sorrindo e Caroline bufou ao longe.- Com toda sinceridade, espero que sejam muito felizes. Elena, Damon é um homem maravilhoso e tenho certeza que você irá aprender muito com ele. – riu maliciosa, Damon levou as mãos até a testa, corando e perplexo. Elena o encarava mortalmente. - Sem mais bobagens, desejo toda a felicidade do mundo, esquecendo o banho que levei. Saúde. – todos gargalharam, menos Elena que olhava Damon perplexa, ele deu de ombros.

Chegou a vez de Jeremy, Damon revirou os olhos. Elena sorriu vitoriosa. –Não tenho muito o que dizer sobre o Damon, mas, como amigo de Elena, posso com certeza frisar aqui o quanto o considero um homem de sorte, por ter uma mulher como Elena ao seu lado. –Damon acenou para ele com a cabeça, rindo fracamente e aceitando o que ele dizia com cautela. –Estou feliz por vocês, mas principalmente por Elena, por que sei que ela não poderia ser feliz com mais ninguém. O amor que ela sente por Damon e Damon por ela é tão forte, que qualquer um ao redor dos dois pode sentir. Se estão separados sofrem e juntos emanam uma alegria que contagia quem está ao redor. Eu desejo que vocês sejam muito felizes sempre. Saúde.  –Damon ergueu a taça se rendendo, Jeremy foi até então o único com palavras sensatas e diretas. Elena sorriu com a expressão do marido.

Veio Caroline, com seu jeito maluquinho e doce. – Nossa! Eu estive a ponto de enfartar estes dias. Vocês decidiram casar do nada e eu tive que me virar em mil pra fazer tudo do jeito que vocês mereciam. –Damon sorriu assim como Elena. – Mas agora que tudo foi dito, eu estou tão contente por você Elena. Que é como uma irmã pra mim. E por você Damon, que eu sempre admirei, como ser humano. Amo ver os dois juntos e felizes e espero que seja sempre assim. Estarei sempre disposta a ajudar os dois, para que nada nem ninguém destrua este amor lindo de vocês. Amo os dois, felicidades. Saúde.

Damon e Elena estavam felizes, mas não viam a hora de tudo aquilo acabar, principalmente Damon, ele notava Elena cada vez mais exaurida, não a queria assim. Os discursos do pai e mãe de Damon foram bem simples e diretos, Joseph não mudava e como sempre era curto e direto com as palavras, apenas desejando aos noivos toda a felicidade do mundo, tenho certeza que Maria tinha planos de se estender um pouco mais, porém o choro a fez ser breve e não pagar tanto vexame. Miranda e Grayson foram mais longos, porém se limitaram a conselhos e ameaças de morte para Damon, que se divertia com suas falas ao passo que Elena não sabia mais onde enfiar o rosto, totalmente envergonhada com os votos de seus pais. Ao final dos discursos veio o momento sagrado por Caroline. A valsa, ela anunciou alegremente, Elena suspirou pesado.

-Não precisamos fazer isto, se não estiver confortável amor. – Falou Damon observando Elena com cautela, ela demonstrava cada vez mais cansaço.

-Absolutamente! Quero valsar com meu marido. – ele assentiu e a levou em direção a pista de dança.

Eles tomaram o centro da pista e dançaram divinamente, sem se expor demais. Aos poucos seus pais vieram à pista. Miranda com Joseph e Grayson com Maria. Seguidos por Stefan e Rebekah, Caroline e Jeremy, mais casais foram tomando a pista. Houve as trocas de praxe. Damon dançou com a mãe de Elena, sua mãe, além de Rebekah e Caroline. Elena dançou com seu pai e o de Damon, Stefan e Jeremy. Alaric se aproximou da noiva para dançar e Andie do noivo, pouco tempo depois Andie foi interrompida por Rose, até então meio esquecida na festa.

-Outro casamento senhor Salvatore. - Rose disse sorridente.

-E você presente nele. – ele sorriu docemente.

-Sempre achei que fosse um homem pra um casamento só. – ela falou encarando os lados fazendo Damon buscar seu olhar, meio que parando de dançar. Elena observava tudo de longe, ainda dançando com Alaric.

-O destino quis que eu me casasse outra vez. Acredito que agora seja pra sempre. – Rose bufou o encarando irônica. – Pra sempre é tempo demais. Principalmente para nós, relis mortais. – ela falou num tom sombrio, fazendo Damon enrugar a testa em desagrado por sua fala, percebendo que ele não gostara, ela se afastou do abraço dele parando a dança. – Boa sorte! – falou sorrindo fraco e se afastou. Damon a observou se afastar paralisado e confuso, pensou em ir atrás dela e pedir uma explicação pra seu tom negro, mas foi impedido pelo braço de Elena.

-Chega de dança? – ela perguntou sorrindo fraco e fazendo uma expressão de queixa direcionada aos pés.

-Sim, já chega. – Damon falou lhe oferecendo o braço e eles foram em direção a sua mesa. No caminho Damon notou uma mulher, linda e extremamente familiar, ele apertou os olhos para forçar o olhar, sua mente parecia brincar com ele. – Katherine?! – ele se perguntou atordoado, fazendo Elena encarar a mesma direção que ele, ela nada encontrou e se voltou para o marido.

-O que disse?- Damon estava paralisado e trêmulo, ele apertou a mão de Elena com um tanto de força, a fazendo se queixar, ela gemeu de dor o chamando. – Damon?!- Ele a encarou assustado depois de perder a mulher de vista.

-O que foi? – perguntou desnorteado.

-Eu que te pergunto amor. Você estava estranho encarando o nada. Falou o nome de sua ex-mulher. – Elena encarava Damon confusa, ele balançou a cabeça fugindo do olhar dela.

-Desculpa, eu... Estou cansado. Estamos cansados.

-Sim. Quero me retirar. – ele assentiu. Caroline veio na direção dos dois.

-Que tal irmos nos livrar deste vestido? – ela perguntou para Elena, sorridente.

-Eu acho uma ótima ideia, não aguento mais. - Damon sorriu para Elena e Caroline a puxou pela mão.

-Antes jogue o seu bouquet e estará livre como uma andorinha. Eu vou anunciar agora. – falou puxando a amiga de perto do marido que deu de ombros vencido. Elena suspirou.

Caroline anunciou o bouquet a todas as moças do salão, Elena se posicionou, Damon estava afastado ao lado de seu irmão e seu amigo, Alaric, que observavam aquele momento se divertindo muito.

-Reze para Rebekah não pegar. Talvez você prefira que a Caroline pegue. – disse Damon para o irmão que deu um riso forçado por não gostar da piada.

-Você é hilário. – Alaric ria sem parar, apoiando Damon. Stefan bufava pros dois.

Elena jogou seu bouquet, que voou, desviando de Caroline e Rebekah indo parar direto nas mãos de Andie que estava inibida e um tanto afastada do montante de mulheres frenéticas pelo objeto. Ela parecia descrente, era como se ele tivesse voado pras mãos dela. Elena gargalhava da amiga indo em sua direção, encarando o olhar de Caroline e Rebekah frustradas.

-Que te traga muita sorte! – sussurrou Elena enquanto abraçava Andie.

Ao longe Stefan morria de gargalhar de Alaric, Damon abafava o riso, mas não se contendo comentou:

-É amigo, você está encrencado. Agora vai ter que se virar. – falou debochado se rendendo a uma gargalhada.

-Pra quem acaba de casar uma segunda vez, você não me parece o mais indicado pra debochar de mim amigo. – retrucou Alaric se irritando, Stefan morria de tanto rir.

Elena voltou para perto do marido o avisando que iria até a mansão trocar de roupa e que de lá eles iriam embora. Damon assentiu. Caroline o sugeriu que fosse buscar Elena dentro de uma hora. Ela estaria pronta para seguir com ele no carro                                 ornamentado para os dois, de recém-casados. Damon fez sinal de reverência e pose de soldado enquanto assentia a ordem da moça fazendo todos rirem. Elena não se aguentava mais em pé, então deu um selinho no marido e se foi.

Damon havia conversado com Elena a respeito da lua de mel dos dois e sugeriu para que eles viajassem depois que ele se recuperasse de sua última sessão. Que já seria no próximo final de semana, o casamento foi no sábado, então ele sugeriu que eles ficassem no chalé dos Salvatore, que ficava a duas horas dali, para que pudessem desfrutar de um clima campestre até a quinta-feira, quando eles voltariam para a mansão Salvatore, onde morariam por dois meses. Elena achou a ideia adorável, principalmente porque Damon falara que não haveria empregados no chalé a não ser o caseiro e uma governanta que estavam incumbidos de servi-los no básico, eles teriam a casa só para eles e com seus próprios horários. Por cinco dias. Elena nem cogitou contestar a decisão, ela sabia que poderia desfrutar melhor de uma lua de mel mais extensa com Damon, com ele se sentindo melhor e principalmente se eles já estivessem certos de que ele estaria curado. Sendo assim, estes cinco dias no chalé seriam uma boa prévia.

Elena estava pronta em seu quarto, sentada na cama, enquanto Caroline terminava de preparar sua mala. A moça não pode deixar de notar o olhar longínquo de Elena, ela estava pensativa.

-Não acredito que você está com essa cara no dia mais importante da sua vida Len... – ela falou segurando um casaco nas mãos e sentando ao lado da amiga.

-Estava tudo perfeito Caroline. Obrigada! – Elena suspirou rindo fraco.

-Mas... ? – Caroline indagou.

-Damon... Acho que ele ainda sente falta da ex-esposa. – Caroline bufou perplexa.

-Pelos céus Elena. Não pode estar falando sério. – Elena se virou ficando de frente para a moça.

-Ele sonha com ela, chama o nome dela desesperado e mais de uma vez o ouvi chamar por ela acordado, olhando pro nada, como se estivesse vendo ela. A pouco ele fez isto, no meio da festa. – Caroline levantou a sobrancelha, confusa. Ela fez uma expressão cautelosa antes de comentar.

-Elena a Katherine morreu de uma maneira drástica, você sempre me falou o quanto Damon sentiu a morte dela. Sabe que ela foi importante, mas é isto. Acabou, ela se foi e ele te ama. – Elena suspirou encarando o chão.

-Eu sei que ela morreu, mas isso não significa que os sentimentos dele por ela morreram junto. Ela se foi perfeita e deixou um vazio no coração dele.

-Vazio que agora você pode preencher. Damon não se casou por você buscando uma nova Katherine. Ele te ama.- Caroline falou acariciando o rosto da amiga e levantando o queixo dela. – Vamos lá, melhore esta cara e desça, seu marido já deve estar te esperando lá embaixo, ansioso. – Disse passando o casaco que tinha em mãos para a amiga. Elena sorriu fraco.

-Obrigada! – ela falou meigamente para Caroline. Que sorriu e ofereceu o braço para Elena.

Ao chegarem à sala Damon estava acompanhado por Stefan, Rebekah e mais afastados, perto do bar, estavam os pais de Damon e Elena, conversando animadamente. Todos olharam para Elena, ao vê-la tão linda num vestido tom nude simples e recatado, cabelos soltos encaracolados e salto baixo, discreto. Damon sorria como um tolo. Ele foi em direção da esposa e lhe ofereceu o braço.

-Vamos?! - perguntou sorrindo torto, Elena o encarou sem jeito e assentiu, ao se virarem deram de frente com olhares emotivos de suas mães, que mais uma vez entre choros lhe desejaram felicidades e mil recomendações.

Eles ficariam cinco dias isolados no topo de uma serra quase desconectados do mundo. Damon tranquilizou elas ao máximo, se virou pra receber os cumprimentos de seu pai e sogro e ficou esperando Elena  na porta a vendo se despedir de sua mãe e sua sogra. Depois de todos os votos e recomendações possíveis, havia chegado a hora, Damon guiou Elena para dentro de seu carro, que ele mal reconheceu, dado os laços e latas e letras decorativas que agora quase extinguiam o preto do veículo. Antes de entrar ele notou uma figura ao longe, no meio do jardim, estreitando a vista reconheceu Rose, ela se aproximava da mansão e ao chegar perto do resto do pessoal que se despedia dos noivos acenou com a mão para Damon, sorrindo e desenhando com os lábios uma frase surda: “Felicidades!”. Damon acenou em resposta, sorridente. Ele sabia que era difícil para ela, tudo aquilo, não por tudo o que houvera entre eles, mas porque Rose era muito amiga de Katherine, isso talvez explicasse seu jeito mais cedo na pista de dança. Ela era leal à amiga. Assim ele escolheu pensar. Sem mais demora entrou no seu carro e foi em direção aos portões. Virando para encarar sua mulher, que observava as pessoas acenando da entrada da mansão.

-Pronta senhora Salvatore? – ele perguntou puxando Elena de volta de seu momento despedida.

-Sempre estive senhor Salvatore. Pronta para ser sua. – Damon sorriu e se inclinou para beijar sua mulher, após o beijo Elena recostou-se no banco e deixou Damon guiar o carro. Eles estavam indo rumo a um novo começo. Juntos.