Força De Um Amor escrita por MayLiam


Capítulo 50
Pra sempre


Notas iniciais do capítulo

Dividi em duas partes, posto a segunda amanhã...
Espero que gostem...
Boa leitura!



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Eu acordei mais uma vez com ela ao meu lado. -Eu nem acredito que vamos nos casar amor... Quer dizer foi difícil chegar até aqui.

            -Eu sei que você está falando isso por minha causa. Eu devo ter te dado muito trabalho mesmo. – ela dizia ainda de olhos fechados, tentando abri-los devagar.

            -Você sempre foi muito geniosa, mas eu te domei bem.- ri convencido.

-Eu te amo! – ela sussurrou me olhando enfim. Com um sorriso majestoso nos lábios.

-Eu também te amo. – respondi docemente. Porém meu riso se perdeu quando eu a notei chorando, o que mais me inquietou foi o fato de suas lágrimas serem de sangue. -O que foi? – perguntei aflito. – Katherine?! – as lágrimas aumentaram o lençol branco verteu-se em vermelho sangue, encharcado pelas lágrimas, não estávamos mais em nossa cama, estávamos de pé, diante de uma poça de sangue onde ela estava inclinada diante de mim, chorando cada vez mais. Por mais que eu quisesse tocá-la não conseguia, algo me prendia, me puxava. Um braço de uma outra mulher, uma que eu não conseguia ver o rosto. Eu me virei pra encarar Katherine rendida ao chão desesperado. –Kath! – eu gritava. Ela ergueu os olhos devagar e me fez uma súplica agonizante.

-Por favor, acorde... – ela suplicou entre o choro em meio ao sangue.

Eu abri meus olhos devagar, não gritei ou me sobressaltei, embora o sonho tivesse sido horrível. Um pesadelo perturbador que me fez suspirar aliviado ao acordar. Esfreguei meu rosto tentando tirar de minha mente os vestígios daquelas imagens horrendas. Ouvi alguém bater na porta de meu quarto.

-Pode entrar. – gritei me sentando, tentando me acomodar em meio as almofadas.

-Olá Salvatore! – era Rose, sorridente e bem humorada pela manhã. Como sempre.

-Olá! – respondi rindo fraco. Ela trazia consigo uma bandeja com café da manhã.

-Você saiu ontem sem jantar, voltou tarde e não comeu nada. – ela explicava ao se aproximar de mim apoiando a bandeja na cama. - Teve um dia corrido, eu achei que como sua enfermeira pessoal, eu deveria te preparar algo bem reforçado para o dia de hoje. Creio que você vá precisar.- Rose tinha na face um sorriso amigável e acolhedor, ela era uma pessoa muito doce e atenciosa. Eu adorava a sua companhia.

-Obrigada! – agradeci com um riso abafado e torto. Puxei a bandeja pra perto de mim, ergui minha sobrancelha. – É meio exagerado... – falei hesitante. Ela bufou revirando os olhos e sentou-se na cama.

-É o básico. – ela começou a apontar. – Proteínas, carboidratos, cálcio, ferro. – eu sorri.

-É você pensa em tudo sempre? – ela sorriu convencida.

-É. Eu penso sim. Agora come! – mandou se levantando da cama e indo abrir as cortinas para a luz do sol invadir meu quarto.

-Tem muita coisa aqui. Você não quer dividir comigo? – perguntei rindo irônico e ela me encarou semicerrando os olhos.

-Dá pra parar de ser atrevido Salvatore?!

-No que eu fui atrevido Delamarick?

            -Me propondo um café da manhã a dois no dia de seu casamento... – ela fez cara de repulsa – Que coisa mais feia. Sua noiva sabe disso? – foi a vez dela sorrir com cinismo, eu fechei os olhos e entortei a boca vencido.

-Você me pegou. – ela piscou.

-Eu sempre te pego!- eu gargalhei.

-Olhe o que você fala! – ela me encarou perplexa e me atirou um objeto qualquer, eu notei o que era após me desviar de seu ataque. Uma miniatura da Torre Eiffel.  - Cuidado maluca! – pedi ainda gargalhando.

-Você não presta Damon.

-Vem logo, sabe que eu não vou comer isto tudo, então... Pode me fazer companhia já que está aqui. – sugeri com sinceridade.

-Sua mãe não vai gostar nada disso, principalmente por que eu tomei a frente mais uma vez indo te preparar isto. – ela disse cruzando os braços.

-Ela não vai arrumar briga comigo hoje. E você é minha enfermeira pessoal. – pisquei. – Cuidar de minha alimentação é quase uma obrigação. – ela revirou os olhos e descruzou os braços. – Vem! – chamei com as mãos. – ela se rendeu, sentando-se ao meu lado.

-Só uma fruta! – disse erguendo o dedo.

-Come! – falei revirando os olhos. Começamos a comer sem nada falar até que ela rompeu o silêncio.

-A Elena estava bem? Você me pareceu bem preocupado com ela ontem. Aconteceu algo mais grave? – me perguntou meio sem jeito, com certeza não queria ser indiscreta, embora já estivesse sendo. A verdade era que Rose me conhecia tão bem quanto meu irmão, muito menos, mas consideravelmente.

-Ela estava numa despedida de solteira. – falei encarando a comida e dando um gole no suco de morango.

-Entendo! E está tudo bem?

-Está... Quer dizer... A Elena é jovem e impulsiva, nós já passamos por esta fase. – ela assentiu com a cabeça - A gravidez está causando mudanças nela, talvez nem ela mesma entenda isso muito bem.

-Vocês brigaram não foi? – eu respirei fundo e encarei Rose devagar.

-Eu realmente não quero falar disso agora. – tentei o tom mais educado possível.

-Certo. – ela sorriu sem jeito.

Continuamos comendo e eu sugeri que mudássemos de assunto, começamos a nos lembrar do dia do meu casamento com a Katherine e ela sorria ao me lembrar o meu estado de pânico por ter esquecido as alianças e só depois lembrar de procurar dentro dos meus bolsos. Rose foi nossa madrinha e ela organizou tudo, assim como Caroline fazia agora. Ficamos juntos rindo com descontração. Minha manhã estava começando a ser salva.

...

Acordei bem cedo com Caroline em minha cola, ela estava me passando uma agenda detalhada do que fazer durante todo o dia, mas eu não queria nem saber. Falei pra ela que faria tudo o que ela me propusesse, após eu falar com Damon. Ela bufou e bateu o pé, assim como a minha mãe, mas eu iria até a casa dos Salvatore e falaria com o meu noivo e nada nem ninguém me faria mudar de ideia. Elas tiveram que concordar, mas Caroline quis ir junto, pra garantir que eu voltasse pra casa dentro das suas estimativas de tempo. Ela tinha tudo muito bem arquitetado e não queria que nada fugisse de seu controle. Eu concordei e após tomarmos café, peguei meu carro e fomos direto pra mansão Salvatore.

Maria me recebeu surpresa, Joseph estava trancado no escritório, como sempre, Stefan ainda dormia, aparentemente Damon também, o que eu achei perfeito. Seria ótimo fazer esta surpresa a ele hoje. Ainda mais porque ele não contava me ver, não fosse diante do altar com ele mais tarde. Subi animada, me aproximando devagar da porta do quarto dele, meu coração estava acelerado, porém ele começou a bater em descompasso quando eu ouvi gargalhadas vindas de dentro do quarto, eu achei estar ouvindo coisas. Damon sorrindo pela manhã era raro, mas gargalhar certamente era algo inimaginável. O pior foi notar uma segunda gargalhada, menos familiar, mas dedutiva, a de uma mulher. Eu hesitei por um momento, quase perdi o equilíbrio e a respiração, me aproximei devagar, girei a maçaneta devagar e gelei ao encarar a cena. Damon e Rose sentados juntos, comendo o sorrindo descontraidamente, ele sem camisa, ela quase em seu colo, se é que não estava, com um lado de seu roupão caído e meio aberto, revelando seu ombro e decote quase todos desnudos não fosse o fino tecido da camilosa branca. Eu respirei fundo, visto que eles não me notaram adentrei o quarto devagar e soltei com sutileza um agudo e cortês:

-Bom dia! – eles me encararam de olhos arregalados, ambos perdendo o riso. Damon engoliu seco e franziu o cenho confuso.

-Elena?! – ele indagou um tanto paralisado.

-A própria. – falei firme, sorrindo muito falsamente, levei meu olhar direto para a aranha maldita, que me encarava meio sem jeito.

-Bom dia Elena! – ela falou num tom baixo e desenxabido, colocando o roupão no seu devido lugar.

Claro que ela sabia que devia ter feito isso antes, mas óbvio ela estava adorando se expor. Eu lhe direcionei um riso em resposta e voltei a encarar Damon ainda estático me olhando e tentando entender minha presença ali.

-Bem, eu vou levar isto de volta pra cozinha. Vejo-te mais tarde. – ela falou olhando pra Damon enquanto se levantava e levava consigo a bandeja de café da manhã. Que ótimo! Damon assentiu em silêncio. – Com licença. – ela falou toda sonsa enquanto passava por mim com a bandeja indo em direção à porta, eu a acompanhei com o olhar.

Esperei o som da porta fechando e voltei a encarar Damon enquanto cruzava os braços. Damon revirou os olhos e suspirou, se livrando do lençol, ele estava apenas de calça, levantou da cama e foi em direção ao seu roupão, jogado numa poltrona ao lado de sua cama, eu acompanhava seus movimentos, quando finalmente ele voltou a me encarar, cruzou seus braços se apoiou na poltrona e me perguntou com desdém:

-O que está fazendo aqui?

-Vim conversar. – falei seca, sem me mover um milímetro. – Achei que seria apropriado depois do que houve ontem.- ele assentiu abaixando a cabeça. – Atrapalhei alguma coisa? – perguntei, tentando não ironizar.

-Não começa. – ele bufou.

-Só perguntei se te atrapalhei. – falei olhando pro lado e dando de ombros.

-Claro que não. Senta! – ele apontou pra cama, eu segui o movimento da mão dele e ao olhar pra cama lembrei a cena de segundos atrás e meu estômago revirou.

-Estou bem assim, obrigada!

-Tudo bem então. – ele falou dando de ombros, ambos mantínhamos os braços cruzados. – Eu estou te ouvindo Elena. – ele falou me lembrando do porque eu estar ali.

-Sobre ontem... – eu respirei fundo, encarei o chão e voltei a encará-lo. – Eu agi mal e eu sei disso. Eu estava disposta a não ir a lugar algum, mas depois meus ouvidos ouviram o que não foi dito e eu vi algo que não existia. Eu estou mais insegura que nunca e eu não me sinto bem assim. – eu suspirei outra vez, senti um pequeno desconforto, algo no ar, estava ficando difícil respirar, minha face queimava. Damon me encarava sério, não saia de sua posição. – Eu sei que ontem, foi horrível pra você, sei que não gosta de ficar preocupado conosco e que eu agi como inconsequente. – Nesse momento ele respirou pesado, soltou os braços e colocou as duas mãos dentro dos bolsos laterais de seu roupão, ele encarava o chão. – Eu reconheço tudo isso Damon, eu não quero que este dia comece assim. Quero esquecer tudo, quero que você esqueça tudo e que tente me perdoar ou ao menos me entender. Eu... – minha respiração arrastou outra vez, Damon ergueu o olhar pra mim, uma ruga em sua testa.

-Senta Elena! – ele mandou com firmeza. Eu balancei a cabeça relutando, eu queria falar tudo de vez e sair dali logo. Eu ergui as mãos num movimento prévio pra que ele não tentasse em interromper.

-Só vim até aqui pra poder te olhar fundo nos olhos e te dizer que... – eu me aproximei dele, ele me encarava impaciente. – Dizer que não importa pelo o que tenhamos que passar de hoje em diante. Eu sei que estamos prontos pra isto. – eu segurei seu rosto com minhas mãos. –Estamos prontos para sermos uma família. Nós três. – ele batia o pé nervoso, mas suas mãos ainda estavam nos bolsos. – E eu sei disso por que eu te amo e amo o que nós três representamos juntos. Eu já amo a nossa família e não quero mais nada pra mim, mais nada me faria feliz. – os olhos dele estavam trêmulos, começavam a ficar marejados, mas eu o sentia prender a emoção forçando a sua mandíbula, presa em minhas mãos. – Me perdoe por ontem. Eu sei que posso fazer isto amor. Quero construir um casamento feliz com você. Eu só queria que soubesse disso. – eu falei ao final encarando o chão e soltando o rosto dele devagar. Afastei-me dele aos poucos indo e, direção à porta. Cheguei à maçaneta. – Te vejo no altar. – falei ao final sorrindo fraco, ele me olhava parado na mesma posição, suspirei vencida e abri a porta.

-Elena! – sua voz me paralisou, segundos depois senti sua mão em meu braço me puxando pra ele e batendo a porta atrás de mim enquanto me jogava contra ela pra me dar um beijo intenso e aflito, Damon me prendeu em um espaço mínimo entre ele e a porta, uma mão em minha cintura e outra pressionada contra a porta acima de meu ombro, me fazendo ofegar dada a urgência de seu beijo. Eu tinha minhas mãos em sua nuca e depois desci por seu peito, eu tive que afastá-lo para poder respirar. – Mesmo que você seja geniosa - ele retomou, quase sem voz. – Mimada, impulsiva e por vezes irritante. – eu sorri sem jeito. – Sempre vai ser você. Nenhum de seus defeitos ofuscam as suas qualidades. E não importa o quanto você me faça querer te matar, eu sempre vou respirar fundo e te fazer feliz. É o meu plano. Fazer-te plenamente feliz. Ter uma família feliz. Nós três seremos felizes Elena e nem você e sua mania tola de tentar estragar tudo pode me impedir disso. – ele sorriu irônico e eu o beijei novamente.

-Eu te amo! – falei emotiva.

-Eu amo vocês. – falou tocando minha barriga. – Vamos ser felizes.

-Muito. – falei agarrando o ombro dele e sorrindo largamente.

Damon voltou a me beijar, nos afastando da porta, estávamos quase chegando na cama quando eu ouvi Caroline do outro lado da porta.

-Odeio atrapalhar a pré-noite de núpcias de vocês, mas... Temos horários. – ela falava num tom um tanto alto, tentando vencer a porta. Damon gemeu em meus lábios e eu sorri.

-Caroline... – ele grunhiu encostando sua testa na minha.

-Preciso ir... – falei manhosa.

-Eu notei. – ele suspirou vencido fazendo bico, eu não resistindo o beijei outra vez.

-Elena... – Caroline outra vez... Eu revirei os olhos e me afastei. Damon estava frustrado.

-Você é um porre de madrinha Carol. – ele gritou pra porta me fazendo sorrir.

-E é por isso que sou a melhor entre todas. – Caroline cantarolou convencida de fora do quarto. – Damon e eu reviramos os olhos, tentei me livrar do abraço dele, mas ele me puxou.

-Só mais um... – me deu outro beijo e eu o afastei.

-Tenho que ir amor. – ele assentiu e me soltou, quando eu estava chegando perto da porta ele me alcançou outra vez.

-Damon não...

-Eu juro que é o último...

-Eu vou ter que entrar? – Damon mostrou a língua pra porta me fazendo gargalhar.

-O último. – falei, ele me deu outro beijo e eu fui colocando a mão na maçaneta e a abri, o empurrei e me joguei pra fora do quarto, Damon apareceu na nossa frente e tentou me puxar de volta, Caroline foi mais rápida, me puxando corredor a fora.

-Mais tarde Romeu. – ela gritou vitoriosa, enquanto eu encarava Damon sorrir e me direcionar um eu te amo com os lábios. Eu retribuí. Não via a hora de ser dele pra sempre.

...

As horas estavam correndo frenéticas para Caroline, Miranda e Maria, nada parecia estar pronto. Já para Damon e Elena elas se arrastavam, eles não viam a hora de estarem juntos. A mansão Gilbert estava lotada de carros. A família Salvatore estava dividida. Damon e Stefan estavam ainda na mansão Salvatore, ao passo que Joseph e Maria, acompanhados de Miranda e Grayson, recepcionavam alguns amigos. Caroline estava frenética, tentando se dividir em mil, ela ficou até surpresa quando viu Rose a ajudar assim que chegou com os senhores Salvatore.

Tudo estava perfeito. – ao estilo Caroline – A decoração era toda baseada nos tons das flores: lírios brancos e amarelos, tudo tinha um toque de requinte, com uma sutileza e leveza incríveis que davam a todo o ambiente um ar de acolhida e aconchego impecáveis. Algo tão reservado e familiar, que faria a todos se sentirem parte de uma grande família. Tanto o interior da casa como a parte externa – ambas distantes do local da cerimônia – já nutriam familiaridade com a ocasião, seguindo até a área do lago, onde todo o caminho foi marcado por pétalas de roas brancas que pareciam vir de uma remessa que acabara com todas as existentes no planeta. No lago era possível se notar tudo isto de maneira mais intensa, as cadeiras distribuídas pela grama, montavam um longo corredor, que servia de passagem até uma pequena tenda, formada por colunas de madeira rodeadas de cachos de flores, abaixo de um teto florido – da mesma tenda - estava deposto o altar da cerimônia. A base de tudo estava no branco, vários vasos serviam de colunas dispersas entre as cadeiras e nas árvores ao redor foram penduradas lanternas adornadas por flores, era um ambiente sofisticado e colhedor.

Aos poucos os espaços foram sendo preenchidos e Caroline voltou para a Mansão para enfim esperar a hora de Elena ir até o lago. Damon estava a caminho com Stefan e Rebekah. Ele não pode deixar de tremer ao sentir o clima que era percebido desde o portão. Caroline abordou o carro logo na chagada, puxou Damon e Stefan para dentro da mansão.

-Bem, eu vou colocar estas lapelas em vocês e depois poderão ir para o lago.- Stefan via ela, percebia ela mover os lábios mas nada entendia, estava enfeitiçado, pois Caroline estava belíssima, embora estivesse usando o mesmo vestido que Rebekah, nela ficou muito melhor, é claro que Rebekah notou a cara do namorado e o cutucou fazendo ele acordar. – Damon, você está bem? – Caroline perguntou ao notar Damon mais que nervoso.

-Bem, eu me aguento. – respondeu apressado.

-Claro que se aguenta. – retrucou Stefan. – Já passou por isto.- Caroline sorriu, enquanto prendia a lapela de Damon, ao se virar pra prender a de Stefan, Rebekah a parou.

-Eu faço isso! – Stefan revirou os olhos e Caroline deu de ombros.

-Que seja! – a moça disse e se virou para o noivo. – Agora vocês podem ir até o lago. Acho que não vão se perder. Quando me ver outra vez faltará pouco para ver sua noiva.- ela piscou e deu um beijo no rosto de Damon, o que fez Rebekah bufar e Stefan e o irmão sorrirem. – Vou subir e ver se a noiva está pronta.

Caroline se foi escada a cima, depois de por a lapela em Stefan, Rebekah apressou os irmãos Salvatore.

-Vamos?! – os dois assentiram, Damon se pegou a encarar as escadas, talvez esperando ter um vislumbre de Elena, Rebekah o puxou pelo braço. – Vem noivo! – Stefan sorriu. E os três se foram.

... 

-Eu juro que até hoje não entendo como o Damon pode ter ficado noivo daquela cobra. – Caroline entrou no quarto de Elena esbravejando raivosa sobre Rebekah e paralisou levando as mãos a boca ao olhar Elena. O cabeleireiro acabara de por o último detalhe de seu penteado e ela estava pronta e encantadora.

O vestido de Elena não era justo, porém seu corte era divino, havia um decote nas costas, cobertos por um tecido que nem parecia existir, dando a impressão que aquela parte do corpo estava exposta, tinha uma pequena cauda que não passava de um seguimento de seu caimento, o que dava a impressão de que ela estava vestida numa nuvem que a fazia deslizar quando andava, seu cabelo estava preso em uma trança minuciosamente trabalhada e haviam flores estrategicamente colocadas nos entrelaces dispensando qualquer espécie de coroa, haviam pequenas gotas de cristal dispostas no tecido de todo o vestido, parecia que Elena era o mais belo dos lírios da cerimônia, e que toda a sua beleza provinha de uma fina chuva que havia deixado em sua vestimenta pequenas gotas de orvalho. Ela estava deslumbrante, de uma maneira singela e envolvente.

-Você está tão... – Caroline tentou descrever, mas não pode.

-Nervosa! – completou Elena estendendo a mão para uma mulher que lhe passara um bouquet de lírios que estavam emaranhados em cascata, descendo até quase a altura do joelho de Elena.

-Linda! – Caroline conseguiu definir. – Simplesmente linda!

-Damon chegou? – perguntou Elena ansiosa se encarando no espelho.

-Claro que sim! – Caroline respondeu quase que perplexa pela pergunta sem noção.

-E como ele está? – Caroline revirou os olhos.

-Lindo e nervoso. – falou divertida, fazendo Elena sorrir.

 – Este vestido é mais lindo que o outro. – observou Carol.

-Não poderia ser diferente. Este fui eu que escolhi. – Caroline fez bico, ela havia escolhido o outro.

-Não seja convencida. – bufou.

-Apenas eu não fazia muita questão, agora eu fiz e escolhi com amor. – Elena se justificou e Caroline sorriu vencida.

-Se estiver tudo pronto aqui, já podemos nos preparar pra descer. O carro já está nos esperando. Só vamos dar um tempinho pro seu noivo chegar antes. – Elena sorriu.

-Estou me sentindo cansada. – Elena se queixou e Caroline fez um bico de compaixão.

-Só mais umas horinhas e poderá se sentar e descansar, ao lado de seu marido.

-Vamos?! – perguntou Elena agitada.

-Vamos! Quando terminarem aqui, o outro motorista já tem ordens de levá-los de volta. – falou Caroline apontando para a equipe que aprontou Elena. Eles agradeceram e assentiram.

...

Elena estava dentro do carro e Caroline ao seu lado, ela se sobressaltou com um grito de Carol.

-Pelos céus!

-Nossa! Caroline. Que foi?

-Esqueci do Jeremy. Ele deveria estar neste carro conosco.- Elena sorriu divertida.

-Por que está rindo? É um desastre! – o vidro da limusine desceu e Jeremy sorriu para Elena.

-Me chamou Caroline? – a moça quase bate no rapaz, ao notar que ele dirigia o carro.

-O que você está fazendo aí? – perguntou Caroline irritada.

-Bem, o motorista decidiu começar a festa antes da hora e está incapacitado da função. Elena não viu problema. – Ele piscou pra noiva que ria da cara da amiga, Caroline estava encarando Elena perplexa.

-É melhor irmos de vez antes que eu ou Damon enfartemos. – Elena falou encerrando a questão, Caroline se rendeu e Jeremy assumiu seu novo papel.

O caminho até o lago não era longo, mas não dava para ir a pé. Aos poucos Elena pode notar o branco ganhando espaço entre o verde dos arredores do lago, o sol estava baixo, porém ainda estava presente, o relógio marcava dezessete horas. Elena sentiu um frio na barriga ao já poder ouvir o som proferido pelos músicos que Caroline contratara, seu coração quase saltou fora da boca quando sentiu o veículo parar.

-Bem... – disse Caroline. – Vou atrás de seu pai, vou deixar você com Jeremy, depois ele vai assumir o lugar dele no altar, também tenho que encontrar a Rebekah, vamos entrar juntas na sua frente. – Elena assentiu. – Tente não enfartar, eu volto logo.

Caroline saiu do Carro e deixou Jeremy do lado de fora como um cão de guarda, ele abriu a porta da limusine e encarou Elena.

-Nervosa? – perguntou sorrindo.

-Sinto um frio terrível na barriga. Minha mão está gelada. – ela falava se sacudindo, Jeremy segurou sua mão.

-Fique calma. Você está linda e agora falta pouco, tenho certeza que dará tudo certo. – Elena sorriu grata.

Caroline demorou uns cinco minutos pra voltar, trazendo consigo Grayson e Rebekah.

-Certo Jeremy, você vai na frente e me espera no altar ao lado da senhora Gilbert e do senhor Salvatore. – Jeremy assentiu. - Quando entregar Elena a Damon fique ao lado da senhora Salvatore. – disse para Grayson que assentiu. Rebekah encarou Elena dentro do carro.

-Você está linda Elena! – falou sorrindo com sinceridade.

-Obrigada! – Elena retribuiu o gesto.

-Pronta?! – Caroline se inclinou pra perguntar. Elena apenas assentiu em silêncio.- Certo Fell, pode ir pro altar. – Jeremy se foi. – E anuncie aos músicos a entrada da noiva, por favor! – Caroline gritou, o rapaz acenou positivamente ao longe.

-Nossa minha filha! Você está linda! – Falou Grayson ao estender a mão para a filha sair da limusine, Elena agradeceu ao pai emotiva.

-Nem pense em chorar antes do beijo Elena, não a quero borrada. Engula o choro!- Caroline falou um tanto séria e fez Elena e Grayson sorrirem. Rebekah revirou os olhos. E saiu tomando a frente, indo na direção do corredor que levava até o altar.

Já havia olhares curiosos e uma pequena agitação chamou a atenção de Damon já diante do altar, seu coração acelerou ao ver Rebekah aparecer na entrada do corredor, seguida por Caroline, ambas sorridentes, anunciando que sua noiva estava a caminho. Seu coração disparou e seus olhos não focaram em mais nada a não ser aquela direção, ansioso por enfim vê-la.

...

Eu sentia meu corpo vibrar a cada passo que dava, ouvia vozes mescladas à música ao meu redor, o perfumes das flores invadia o meu ser, era como se elas estivessem tentando me acalmar, me inebriando com sua essência, meu coração palpitava, eu apertava o braço do meu pai, rezando por mais força, eu não queria que minhas pernas vacilassem, eu ansiava poder encarar os olhos de Damon, ansiava me perder naquele azul profundo e não achar mais o caminho de volta, nunca mais. Eu vi Caroline e Rebekah se distanciarem, meu pai esperou um pouco e logo depois voltou a caminhar, passos lentos, minhas mãos suavam, não conseguia conter minha emoção, ela mal cabia em meu peito. Eu me vi diante de um grande corredor, olhos em cima de mim, comecei a caminhar por ele, uma figura no final dele prendeu minha atenção e eu encontrei a calma que precisava, meu coração se aquietou assim que meus olhos puderam encontrar a face de Damon e o notar sorrindo largamente, embora estivessem muitas pessoas presentes, pessoas queridas, pra mim não existia mais ninguém. A cada passo que eu dava, quanto mais próxima estava sentia que éramos apenas nós três, como hoje pela manhã, aos poucos eu pude focar no olhar dele e perceber toda a emoção que eles expressavam, sorri largamente, ele estava cada vez mais perto.

...

Eu mal pude crer quando eu a vi. Ela parecia uma miragem, tão linda e surreal, eu poderia citar anjos e deusas para descrever Elena, mas estaria sendo esnobe. Não havia como comparar, o brilho que emanava dos olhos dela, a emoção expressa em seu semblante, seu sorriso memorável. Ela estava tão perfeita, caminhava até mim numa velocidade singular, quase flutuando, eu não via mais nada, apenas ela e como eu ansiei por isto. Como imaginei em segredo este momento por tempos e agora que estava acontecendo seu só conseguia me perguntar se era real, se não estava mais sonhando, eu sabia que ao tocá-la eu poderia definir. Ela chegou diante do altar, guiada pelo pai, eu fui até a direção dos dois.

-Estou te entregando o meu maior tesouro Damon. – Falou Grayson ao me passar a mão de Elena. – Cuide-o com amor! – ele pediu unindo nossas mãos e eu pude perceber que era real.

-Você acaba de me entregar o único tesouro que eu considero em minha vida, minha família. – falei sorrindo para Grayson, que me abraçou de lado e sorriu se afastando.

Eu me voltei para encarar Elena, beijei sua mão e sem deixar de encará-la a vi fechar os olhos com meu gesto, nos posicionando no altar eu sussurrei. – Minha linda Elena! – a escutei sorrir baixo, ela tremia, acariciei sua mão. Dali a pouco tudo o que eu mais prezaria seria protegê-la, fazê-la feliz e amá-la pra sempre.


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Notas finais do capítulo

Beijos!