Força De Um Amor escrita por MayLiam


Capítulo 49
Uma tola


Notas iniciais do capítulo

Não é o do casamento ainda... (não me matem por este, vai ficar tudo bem) kkkkkkkkkkkkkkk
Boa leitura!



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Eu acordei com a voz afobada da Caroline, ela sabia acordar alguém, com certeza.

-Levanta, levanta! Hora do café da manhã reforçado, temos muito o que fazer. – cantarolava sem parar.

-Fala sério Carol, me deixa dormir, são seis da manhã... – eu choramingava, mas não adiantava.

-Vamos! Temos uma nova prova do vestido, a última. – disse animada dançando na minha frente. – Temos que confirmar tudo pra nossa festinha noturna- falou ela toda fogosa.

-Caroline já te falei pra esquecer esta coisa de despedida de solteira.

-Por quê? – me perguntou irônica.

-Porque eu não me sinto a vontade e também acho injusto com o Damon, ele vai estar trabalhando.

-Foi o que ele te disse. – me falou cheia de malícia. –Você não tem garantias.

-Confio nele e também ele me deu um bom argumento. – falei cobrindo minha cabeça com o travesseiro.

-Qual? Que virou santo? – ela estava impossível, me sentei na cama irritada.

-Não! Que ele já teve uma e que não é mais solteiro e sim viúvo, logo não faz sentido. – ela sentou na cama do meu lado com uma ruga na testa.

-É faz sentido... – falou torcendo os lábios, logo sua feição foi substituída por um sorriso. – Mas não é motivo para que você não tenha a sua, afinal você sim é solteira e vai casar amanhã.

-Tecnicamente já tive a minha não lembra? Antes do jantar de treinamento. – Caroline bufou – Esqueceu que já fui noiva e quase desisti no altar? - Ela revirou os olhos.

-Aquilo não conta. Foi uma bobagem entre amigas, hoje a noite promete. Não adianta Elena. Já enviei os convites pras meninas, absolutamente todas as nossas amigas do colégio irão, até a nojenta da Rebekah. Você não pode declinar. Vai ser muito show. – falou apontando o dedo pra mim com cara de ameaça.

-Caroline, o que você tem em mente? Damon pode não gostar...

-Ah! Fale sério! Ele não tem voz nesse caso. – falou definitiva.- Agora come todo o café que preparamos pra você, tome um banho e desça. Temos muito o que fazer. – Suspirei vencida. Caroline era uma força da natureza.

Ao chegar na sala encontrei Caroline e minha mãe frenéticas com a senhora Salvatore.

-Bom dia querida! – falou Maria animada. –Como está meu neto?

-Bom dia. – sorriu largamente – Está crescendo...

-Elena, estávamos conversando sobre o último ensaio, ficou meio difícil idealizar o Jeremy como Damon. – Dizia Caroline sorrindo, minha mãe a seguia. – Mas achamos que na hora dos votos seria interessante envolvermos vocês dois numa espécie de corrente de flores. Eu vi isso uma vez em um filme latino e eu amei. – Eu não opinei muito sobre o meu casamento, Caroline, minha mãe e Maria estavam a frente de tudo. A única coisa que exigi era que fosse tudo muito simples, com muito esforço eu conseguia conter elas.

-Acha mesmo necessário? – perguntei e todas me olharam como se fossem me matar.

-Necessário não é, mas é romântico e lindo e o dia tem que ser baseado nisso.- Caroline falou.

-Tudo bem então. Não parece ser nada demais. – falei vencida.

Carol voltou a tagarelar afoita, todas as três, no meio de “nossas” decisões - eu friso o nossa, porque Caroline tinha sempre a palavra final ,ninguém questionava a autoridade dela em produções de evento. – Meu celular tocou e eu fiquei feliz ao ver o nome Damon na tela.

-Oi meu amor! Bom dia!- falei me erguendo do sofá e fazendo as três me encararem com sorrisos bobos, fui até o jardim pra falar melhor.

-Bom dia! Acordou animada!

-Na verdade já estava acordada desde as seis.

-Tão cedo? Aconteceu alguma coisa?

-Aconteceu a Caroline. – ele gargalhou.

-Entendo! Tomou café direito?

-Sim, comi muito bem. Quase não sinto enjoo mais, estou me sentindo ótima!

-Que bom meu amor. Minha mãe está aí certo?

-Está sim.

-Certo. Eu vou passar o dia e a tarde no hospital. Eu dormi aqui ontem.

-Nossa amor! Está muito puxado estes seus turnos. Você não é mais residente.

-Eu fiz uma troca pra poder ficar livre hoje a noite e descansar melhor!

Senti minha face queimar e a frase de Caroline hoje pela manhã veio em minha mente. “Foi o que ele te disse. Você não tem garantias.”

-Ficar de folga hoje a noite? – perguntei num tom sutil de desconfiança.

-Eu preciso descansar e dormir mais que seis horas. Não quero aparecer no nosso casamento com cara de enterro. Vou dormir cedo e acordar bem tarde amanhã.

-Entendo!

-Bem meu amor, só liguei pra saber se você estava bem. Descansa certo, não deixa estas maluquinhas fazerem você se esforçar demais. Não abusa amor.

-Tudo bem. Pode ficar tranquilo. Não vou abusar. Descanse você também amor. Tenha um bom dia.

-Você também. Te amo! Beijo nos meus amores.

-Beijo meu lindo, te amo.

Desliguei a chamada e na minha mente só veio a frase “Fiz uma troca pra poder ficar livre hoje a noite e descansar melhor.” Certo, eu conheço Damon o suficiente para saber que ele é a última pessoa na face da terra que ia ter este pensamento. Aquela era a desculpa mais esfarrapada que já ouvi na vida. Antes de pirar resolvi ligar para o Stefan, uma bobeada dele, que não seria difícil de captar, me daria a confirmação de minhas suspeitas.

-Alô!

-Stefan?!

-Oi Len, tudo bem?

-Sim estou bem. Queria pedir um favor...

-Pode falar.

-Eu estou precisando muito daqueles filmes que eu te emprestei lembra?

-Os de Almodóvar?

-Exatamente! É que Carol e eu decidimos fazer uma sessão entre amigas e eles não podem faltar.

-Entendo! Bem, eu não vou poder entregar eles hoje Len. Sinto muito!

-Não está com eles?

-Não é isso. É que do trabalho eu vou sair com uns empresários , pra um jantar de negócios sabe, coisas da empresa. Eu pediria para alguém pegar mas...

-Damon me falou que vai estar em casa, pode pedir pra ele mandar alguém vir trazer.

-Não! Damon não! – ele quase gritou.

-Por que não?

            -Damon não encontra nada, certamente faria uma zona no meu quarto, só eu sei onde está! Vejamos... – Ele falava nervoso, que descarado, outro que não sabe fingir. Ai Elena! – Vou dar um jeito de passar em casa e mando o motorista ir entregar aí.

            -Não se preocupe Stefan. Não quero te dar trabalho. – falei forçando um tom de serenidade. – Podemos substituir, a noite não vai acabar por conta de um ou dois filmes, existem tantos outros.

-Tem certeza? –Ele perguntou apreensivo.

-Claro que sim. Relaxa! Desculpe te incomodar.

-Sinto muito mesmo Elena. É que já tinha este compromisso e... Demorei muito pra confirmar com eles, eu sinto muito.

-Fique tranquilo. Eu dou meu jeito. Um beijo Stefan.

-Beijo Len. Me desculpe outra vez.

-Que é isso?! 

Encerrei a chamada perplexa. Damon estava fazendo segredo dos seus planos noturnos ajudado por seu irmão. Agora eu tinha certeza. A voz de Stefan se agitou quando eu sugeri que o próprio Damon procurasse os filmes. Eu iria manter os meus planos em segredo também. Agora estava bastante empolgada para a minha despedida de solteira e chateada por Damon não admitir pra mim que teria uma. Tinha certeza que pelo menos uma farra com irmão ele planejava.

Voltei para junto das três mosqueteiras e sua missão casamento. Passei o resto do dia com elas e no final da tarde, depois de resolver todos os detalhes finais, e voltar para casa com o meu vestido em mãos, me joguei na cama exausta, porém eu não tinha a intenção de me deixar abater, eu sairia com Carol e curtiria ao extremo a noite que ela me preparou. Damon estava fazendo segredo, pois eu lhe pagaria por igual. Ao longo do dia recebi mensagens atenciosas dele, eu respondi a todas sem nada questionar, ele continuava dizendo que estava cansado e que não via a hora de estar em casa, eu bufava. Que cínico. Damon Salvatore, você me pega!

O início da noite chegou bem depressa, eu me arrumei bem despojada, como Caroline sugeriu. A senhora Salvatore ficaria para o jantar, mas Caroline disse que jantaríamos fora, explicou tanto a ela quanto a minha mãe para onde íamos. Caroline havia reservado uma boate um pouco popular em nosso meio, seria algo discreto, mas nada singelo. Estaríamos de volta antes de meia-noite. Este era o plano, pois Carol dizia que eu tinha que dormir bem e não podia chegar muito tarde. Depois de nos despedirmos de minha mãe e minha futura sogra, partimos para a noite. Meu pai ainda não estava em casa, até cheguei a pensar que ele estivesse junto com meu noivo, e porque não?

Chegamos à boate e tudo estava bem ao jeito da Caroline. Como ela falou todas as minhas amigas e colegas estavam lá, até Rebekah. A noite estava começando, todas jantamos e depois partimos para as brincadeiras com a noiva. Eu fiquei uma verdadeira obra prima, toda borrada de batom e uma peruca rosa Chanel. Já eram vinte e duas horas quando homens extremamente sarados entraram no salão e me puxaram ao centro do palco da boate, dançando ao meu redor, eu estava me divertindo, mas me constrangia vez ou outra, às vezes eles faziam uns movimentos que me tiravam o fôlego. Eu voltava a desfrutar de tudo ao imaginar que talvez Damon estivesse rodeado de strippers sedutoras ao seu redor também. O show deles durou mais ou menos uma hora. Caroline e eu não parávamos de sorrir no caminho de volta pra casa, eu tive que admitir a mim mesma que adorei a noite. Me diverti demais. Pensei em ligar pra Damon, mas eu não sabia se ele já estaria disponível ou são para me atender, mesmo assim eu decidi tentar, peguei o celular da minha bolsa e notei várias ligações perdidas dele, assim como mensagens.

20:00 pm

“Onde você está Elena?”

21:30 pm

“Eu estou ficando preocupado. Você não está me atendendo, sabe que odeio isso.”

22:50 pm

“Certo, você poderia ter me contado o que tinha em mente pra esta noite. Obrigado!”

Eu fiquei confusa ao ler as mensagens. Ora, ele não teria me ligado no meio de uma noitada a menos que... Caroline interrompeu meus pensamentos, me cutucando, me fazendo encarar a frente e notar o carro de Damon na entrada de minha casa. Era exatamente o que eu ia concluir. Damon não foi a lugar algum. Não fosse a minha casa. Gelei ao encarar o veículo negro. O motorista estacionou ao lado do carro dele, eu desci ainda descrente, encarando o automóvel. Ao entrar em casa, encontrei meu pai e meu noivo conversando descontraidamente. Meu relógio marcava pouco mais de meia-noite. Damon me encarou dos pés a cabeça, ele levou o olhar até meus olhos e desviou deles depois de direcionar dentro de minha alma um olhar dilacerador. Ótimo Elena! Parabéns!

-Ora quem chegou! – disse papai se levantando e vindo em minha direção e de Caroline, que estrategicamente se escondia atrás de mim. – Demorou filha! – ele falou me dando um beijo na testa. – Se divertiram? – “Ai papai, não precisa acrescentar mais lenha...” Pensei ao notar Damon trincar a mandíbula com nítida fúria nos olhos.

-Sim nos divertimos muito! – sorri sem jeito, encarando Damon disfarçadamente, com minha visão de canto enquanto olhava papai beijar Caroline.

-Bem eu vou subir. Estou cansado! Amanhã será o grande dia hein?! – falou todo animado encarando a mim e a Damon que soltou o sorriso mais falso que eu já vira.

-Vou com o senhor. – Caroline praticamente gritou e eu a encarei querendo matá-la. Que covarde! Me deixar sozinha com uma fera em ponto de explosão. Que amiga!

-Boa noite Damon! – ela falou correndo até as escadas para alcançar meu pai.

-Boa noite Caroline, Senhor Salvatore! – Damon falou o mais cortês possível.

-Boa noite aos dois. – disse meu pai. – Damon acho bom ficar e dormir aqui hoje, já é bem tarde para voltar para casa.

-Já voltei mais tarde, não há problema. Elena já irá subir. – ele respondeu quase secamente. Meu pai assentiu e se foi levando Caroline com ele.

Eu respirei fundo antes de me virar e encarar Damon, ele estava imóvel no sofá, até que foi em direção ao bar se serviu de uma dose de whisky, bebeu de uma só vez, eu estava caminhando aos poucos, me aproximando devagar. Sentei no sofá o encarando, ele se aproximou e sentou de frente pra mim, no outro sofá. Eu não sabia onde me enfiar, se a terra se abrisse debaixo de maus pés, me jogaria sem medo.

-Você podia ter me contado. – ele falou me olhando firmemente, eu mal conseguia manter meu olhar no dele.

-Me desculpe! – se minha voz realmente saiu, não sei dizer.

-Eu fiquei desesperado Elena. Desesperado! – ele começou a alterar a voz e depois respirou fundo e começou a falar com um tom mais baixo. – Você não me atendia, não me respondia em nenhum sentido, comecei a pensar besteiras, que você estivesse no quarto desacordada e todos achando que estava dormindo. Todas as minhas teorias se aplicavam a você aqui, na casa de seus pais, como eu achei que estaria.

-Damon... – ele ergueu a mão me impedindo de falar, extremamente irritado, sua respiração estava muito pesada, ele tremia de raiva.

-Eu não terminei! – falou arregalando os olhos, eu me arrepiei ao encará-lo ele estava muito chateado. – Eu estava a ponto de enlouquecer, então resolvi vir até aqui. Teria ligado para a minha mãe, mas ela não estava com o celular, eu não queria ligar pra cá a alarmar a sua mãe. Talvez você estivesse só dormindo mesmo. Sei lá. Achei que estivesse em casa. Daí eu chego aqui e me contam que você estava fora, numa noitada com a Caroline. Eu respirei aliviado, mas depois eu só conseguia pensar no porque de você não me contar, pelo menos tentasse responder minhas mensagens sei lá. – ele parou levando a mão até a testa e soltando um suspiro agoniado.

-Meu amor, eu sinto muito, é que... – eu não sabia como explicar a minha infantilidade, mais uma vez eu me deixei levar por sentimentos fúteis e isso era um péssimo momento, uma noite antes de meu casamento, isso provaria o quê? Que eu não estava pronta para isto?

-Escute Elena, não ligo pra onde foi vestida assim, nem o que fez pra chegar pintada dessa forma. Só quero ter certeza de que você tem a consciência de que está grávida. Você carrega o meu filho ai dentro. – ele falou voltando a se alterar e apontando para a minha barriga, mais uma vez ele falava meu filho e eu tremi com isso, eu odiava quando ele dizia aquilo.

-Nosso! – corrigi quase sem voz.

-Que seja Elena! – ele gritou se levantando do sofá, eu pulei com seu movimento.

-Não grita, está tarde! – pedi com pouco mais de força.

-Exatamente, está tarde. Você andou pra cima e pra baixo o dia todo, sua mãe se retirou cedo exausta assim como a minha que voltou pra casa antes de mim, elas estavam se queixando de cansaço e eu imaginei você. Deveria estar muito mais que elas. Mesmo assim... – ele falou com ironia apontando o seu relógio de pulso. – E eu que pensei em dormir cedo hoje depois de mais de 24 horas de trabalho direto.

-Eu já me desculpei. – ele batia o pé impaciente.

-Quero saber porque não me contou desde cedo seus planos. Achou o que? Que eu iria te impedir? – eu neguei com a cabeça, estava começando a chorar.

-Não... Eu só... Damon eu achei que...

-Achou o que Elena? Fala! – cada vez que ele gritava eu sentia uma vibração em meu peito, que tirava meu fôlego.

-Foi uma bobagem. – eu falei em meio a lágrimas, nem sabia se ia conseguir concluir, mas ele estava me deixando maluca. – Você falou hoje cedo que tinha conseguido folga pra noite.

-Pra noite não, pra descansar. – ele me corrigiu.

– Eu achei que você estava planejando algo, sei lá com seu irmão – ele bufou incrédulo, armando os braços e rindo sem graça. – Eu liguei para o Stefan dei uma desculpa qualquer e ele me fez entender que tinha um compromisso pra hoje a noite também. Eu...

-Aí você junta dois mais dois e concluí o pior sobre mim. Que eu estava organizando uma farra com meu irmão depois de ter te dito que não queria nada parecido. – eu assenti, sem encará-lo. – Agora você pode me explicar por que diabos você pensou ou concluiu algo tão idiota assim? – ele me perguntou se pondo de joelhos diante de mim procurando meu olhar, eu ergui devagar a cabeça, afogada em lágrimas.

-Me desculpa! – foi só o que eu consegui dizer.

-Óbvio que você não pode me explicar isso. E sabe por que Elena? – ele me perguntou voltando a se levantar e indo em direção ao seu casaco. – Por que você mesma não entende por que fez. Por que você age sem pensar direito e por que você ainda parece não me conhecer direito. – ele pegou o casaco e fez menção de ir embora. - Eu esperava que esta gravidez estivesse te amadurecendo, por um momento em Paris eu tive um vislumbre disso, mas acho que foi apenas toda a magia ilusória que Paris causa em romances e os torna perfeitos. Voltando pro mundo real o que sobra daquela mulher que estava diante de mim na França é uma garota mimada e insegura, que age por impulso e não conhece o noivo que tem.

-Damon, por favor... – eu mal conseguia me mover, meus músculos estavam sofrendo espasmos pelo choro.

-Eu só queria me certificar que você chegaria bem. Vou deixar você descansar agora, você precisa! – ele falou se afastando, indo em direção a saída. – Te vejo amanhã. No altar. E se por acaso você for tomar outra decisão repentina. Tipo desistir de última hora, me avisa antes, assim me poupa o trabalho de sair de casa.

Eu queria gritar, mas a voz me faltava, eu ouvia seus passos ficando distantes, ouvi a porta abrir e se fechar, retirei a peruca da cabeça e levantei correndo, tentando soltar meus cabelos e acompanhar Damon, ao sair me deparei com ele entrando no carro.

-Damon, não! – eu gritei e ele parou o movimento, eu cheguei até ele e o abracei. – Me desculpa meu amor. - eu pedia chorando sem parar, embora eu estivesse agarrada ao seu pescoço ele não se movia, não retribuía meu abraço. – Eu pensei que você estivesse me escondendo algo, eu não queria aceitar esta festa, Caroline insistiu muito, eu só aceitei porque pensei que você havia escondido uma de mim e... Eu sei foi muito imatura, eu poderia apenas confiar em você, eu estava confiando, mas eu não sei, Caroline falou umas coisas, você me ligou falando sobre essa folga, teve o Stefan também eu só... Eu não sei, eu estou muito insegura, eu não consigo evitar. Ai! Desculpa-me! – eu desabei a chorar, senti Damon respirar fundo, ele levou uma de suas mãos até sua testa, eu o encarei suplicante. – Me perdoa!

Damon me afastou de seus braços, fechou a porta do carro e me guiou de volta pra dentro da casa sem nada me dizer, seu olhar era distante.

-Damon... – eu insisti quando ele me sentou no sofá, ficando ao meu lado, sem nada dizer, ele encarava seus joelhos.

-Eu estava preocupado com você, pensei só o pior. Fiquei furioso ao descobrir que  estava preocupado por nada e que você havia mentido pra mim.

-Eu não menti, apenas eu omiti.

-Isso é relativo. – ele me cortou. – Pra nosso casamento funcionar Elena terá que confiar em mim. Tem que me contar tudo sempre e não omitir nada nunca. Não me esconda nada nunca. Não farei isso com você e não quero que faça comigo. Está carregando nosso filho aí dentro, quero construir um lar para nós três entende isso? Um lar. Depois de hoje não sei ao certo se estamos prontos pra isto, mas não sou de desistir fácil. Eu te amo! – ele me encarou ao falar que me amava, eu tentava me acalmar, mas os espasmos me impediam. – Agora eu quero que suba, tome um banho e descanse, não ouse levantar da cama antes do almoço. Você precisa relaxar e descansar. Eu sei que sou grosso e falo demais quando estou aborrecido e que provavelmente te machuquei fundo hoje, antes que eu me esqueça. Perdoe-me pelos gritos, você não pode passar por isso.

Ele começou a afagar meus cabelos, mas não passou disto, do nada ele me soltou. – Caroline, já pode ficar com ela. – ele falou do nada e eu só entendi quando vi Caroline surgir da direção das escadas, ela certamente estava ouvindo tudo desde o começo. – Se cuide! – ele falou dando um beijo em minha testa eu segurei sua mão na tentativa de prendê-lo ali, mas foi em vão. Ele se soltou e só voltou a falar diante da porta e foi com a Carol. - Cuide dela! – Carol assentiu e veio em minha direção. Ouvi a porta bater e segundos depois o motor do carro dele, desabei a chorar outra vez. Senti os braços de Caroline ao meu redor.

            -Como eu fui tola Car... – falava entre soluços. – Tola demais!

            Caroline tentava me acalmar e consolar, ela me levou até meu quarto, me preparou um banho relaxante e ficou comigo até eu adormecer, eu não demorei muito a dormir, estava exausta e o choro acelerou tudo. Eu só conseguia pensar no que Damon falou. Se realmente estávamos prontos, mas se tinha uma coisa que meu relacionamento com Damon me provava era que, não importa o quanto seja difícil ou com o que tenhamos que lidar, a resposta final será sempre nós dois, juntos. Nós seríamos uma família. Eu falaria isto a ele amanhã assim que eu tivesse a chance, antes de nos casarmos.


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Notas finais do capítulo

Beijos! ;)



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