Força De Um Amor escrita por MayLiam


Capítulo 43
Diante da cidade Luz


Notas iniciais do capítulo

Queridas Camila, Flávia e Leyfe , agradeço imensamente as recomendações. ^^
O capítulo demorou, mas saiu!
Torcendo pra que gostem é um de meus favoritos. ^^
Boa leitura!



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Abri meus olhos lentamente, o teto branco acompanhado da luz que vinha da grande janela ao lado da cama me fez estreitar o olhar, aos poucos fui realmente acordando e foi então que percebi: Elena não estava na cama ao meu lado.

–Amor? –não obtive resposta, ouvi um barulho vindo do banheiro e resolvi insistir enquanto levantava – Elena?! – ainda sim não obtive resposta, cheguei diante da porta, que estava aberta, eu ainda esfregava os olhos mirando o chão sonolento. Foi então que eu percebi uma linha escura no chão, diante de mim, notei também que esta linha se estendia da cama até onde eu estava, adentrando o banheiro, arregalei os olhos: sangue. – Elena?! – falei desesperado entrando dentro do banheiro e encontrando Elena de costas pra mim, a linha seguia um percurso até seus pés e subia por suas pernas. Ela estava sangrando, ela nada me respondeu, eu fui até ela e quando eu a virei: - Katherine?! – não era Elena diante de mim, era Katherine, ela chorava enquanto tinha as mãos em cima de uma barriga enorme, ela sangrava demais.

–Damon, me ajuda! – ela falou chorando enquanto me encarava suplicante. Senti uma força me puxar e me sobressaltei.

–Kath! – gritei totalmente atordoado em cima da cama, olhei ao redor assustado e encontrei Elena ao meu lado dormindo serena. Respirei fundo, que pesadelo horrendo. Foi então que me sobressaltei outra vez. Ouvi um barulhoso incômodo vindo da porta, tinha alguém tentando por ela abaixo, me levantei e fui atender do jeito que estava, apenas de cueca, antes que seja quem fosse, conseguisse acordar Elena. Quase tive vontade de esganar a pessoa quando notei quem era.

–Fell! – falei encarado a feição embasbacada dele.

–Uou! – ele falou meio assustado com as mãos ainda erguidas, certamente ia tentar outra vez por a porta abaixo, me olhou dos pés a cabeça. – Damon?!

–O próprio. – falei impaciente – Posso ajudar?

–Desculpa, é... A Elena, ela...

–Dormindo, ela está um pouco cansada, digamos que ela teve uma noite agitada. – falei no tom mais cínico que pude, ele abria e fechava a boca, sem ter o que dizer, depois de uns segundos assim, lesando diante de mim ele finalmente falou:

–Eu vim apenas conversar com ela sobre o que vamos fazer hoje, então, quando ela acordar...

–Eu aviso, pode deixar. – falei o cortando, queria ele fora dali imediatamente.

–Certo, então. Obrigado!

–Disponha! – falei sorrindo fraco e fechando imediatamente a porta em sua cara, antes dele sequer se pronunciar de novo. Nada contra aquele rapaz, mas digamos que eu sou um pouco... Territorial.

Voltei para a cama e me sentei olhando para Elena, tão calma ao meu lado, sua expressão era angelical, o que me fazia pensar que estava tendo um sonho agradável, bem distinto do meu. Eu acariciei seus cabelos, ela se mexeu levemente, um movimento naturalmente sensual, que me fez sorrir. Linda! Eu estava tentando afastar a lembrança daquele pesadelo matinal e foi então que me lembrei das pessoas ansiosas que aguardavam notícias minhas, Miranda, minha mãe, Caroline, Stefan, enfim. Eu também tinha que regularizar minha hospedagem no hotel, claro que eu cancelaria a reserva do quarto e ficaria no de Elena. Eu tinha muita coisa pra fazer, tinha planos para hoje, planos que infelizmente estragariam os de Fell, eu estava tão desapontado em fazer isto... Mas tudo bem. Eu escrevi um bilhete para Elena e deixei na cabeceira ao seu lado, ela odiava acordar sem mim, quando dormíamos juntos, mas eu não queria acordá-la. Depois de me vestir eu desci, fui até a recepção, cancelei a reserva adequadamente e pedi que refizessem o cadastro de Elena para senhor e senhora Salvatore, precisei de um pouco de lábia, mas digamos que a recepcionista estava meio ocupada me olhando, para poder se prender a detalhes burocráticos. Um sorriso faz coisas. Logo tudo estava arranjado.

Liguei para Stefan, pedi que explicasse tudo pra nossa mãe, fora a parte do meu filho, isso eu mesmo anunciaria, adequadamente, ao lado de Elena. Pedi apenas que ele falasse pra ela que eu havia vindo consertar uma besteira, isso deveria acalmá-la e até deixá-la um pouco feliz, afinal ela estava torcendo para que eu voltasse com Elena. Depois foi a vez de ligar para Miranda, que quase me fez ficar surdo, ela e a Caroline, que eu conseguia ouvir ao fundo, ambas gritavam eufóricas enquanto me pediam mais detalhes. Certo, não era como se eu pudesse falar tudo o que fizemos, então tentei argumentar que elas poderiam conversar depois com a própria Elena. Depois das obrigações mais importantes resolvidas, segui para uma menos trivial, porém bem gritante, eu precisava comer. Pedi um café da manhã reforçado para o quarto de Elena, mas eu não iria tomar com ela. Eu tinha que sair, havia muito o que resolver para o que eu planejava esta noite. E eu já estava bem atrasado, teria que tentar fazer milagre, mas por Elena, isso é o mínimo que eu posso fazer. A noite seria perfeita. Tomei meu café no restaurante do hotel, então subi para o quarto que havia reservado pra tomar banho, minhas malas estavam lá, depois tudo seria encaminhando para o quarto de Elena. Depois disso saí.

...

Eu acordei apalpando o lado da cama, ainda sem abrir meus olhos totalmente, mas Damon não estava ao meu lado, arregalei os olhos imediatamente, ao invés de encontrá-lo, em seu lugar ao meu lado havia um pequeno bilhete. Eu odeio isso. Abri totalmente aborrecida.

Bom dia minha linda,

Eu tive que sair para resolver algumas coisas importantes. Eu não quis acordá-la, sinto muito, sei que odeia isso, mas eu estarei de volta antes do almoço. Se cuidem.

Amor, Damon!”

Eu bufei entortando a boca, eu realmente não gosto de acordar sozinha depois de uma noite como a de ontem, isso não me inspira segurança, nem julgo romântico. Ouvi baterem na porta. Ótimo! Fui atender, andava preguiçosamente até a porta, ao abrir me deparei com um dos funcionários do hotel que mal me esperou processar a informação e logo entrou no meu quarto, e atrás dele um outro com malas na mão, deviam ser as coisas de Damon, me fizeram se esquivar assustada, o primeiro empurrava um verdadeiro banquete pra dentro do meu quarto, já o segundo soltou as malas em qualquer lugar na sala e logo saiu.

–Serviço de quarto senhora. –falou o outro friamente e se virando em direção a saída também, logo depois de largar aquele exagero no meio da sala.

–Mas eu não... – Eu suspirei, Damon. – Obrigada! – falei finalmente, ele assentiu, fez um cumprimento breve se curvando e se retirou. Eu voltei a olhar pra toda aquela montanha de comida. Notei outro pequeno bilhete em meio a toda aquela aglomeração gastronômica.

Elena,

Não é exagero, você precisa repor as energias depois de ontem e se realmente este filho puxar a mim no quesito fome matinal, isso ainda pode não ser o suficiente.Sem falar que está entrando do segundo trimestre de gestação e isso exige uma alimentação mais balanceada. Dica do médico.

Atenciosamente, Damon.”

Eu sorri era isso o que dava ter um namorado médico e estar grávida, ele iria controlar tudo agora, havia absolutamente tudo o que eu gostava de comer e algumas coisas que o Damon gostava e me fez começar a gostar. Desde frutas a geleias, yogurte, bolos, pães, queijos, leite, doces, bolachas... Eu estava com fome, mas não sabia nem por onde começar e pior era que eu preferia desfrutar de tudo aquilo com Damon. Mas o que será que ele tinha pra resolver de tão importante assim que me deixou sozinha logo pela manhã? Achei que ele tinha vindo até aqui para estar comigo e nada mais. O que seria mais importante que isto? Essas perguntas estavam me deixando confusa e mal humorada, antes que isso tirasse minha fome, resolvi começar a comer de vez, meu filho não tinha culpa de nada, o tadinho precisava de nutrição.

Ao terminar meu café da manhã, resolvi tomar um banho, vesti uma roupa bem confortável, eu estava me sentindo melhor ultimamente, principalmente porque os enjoos estavam cada vez mais ficando para trás, minha libido e hormônios eram o que estavam me deixando louca, mas nada que agora, com Damon e eu juntos novamente não pudesse ser resolvido. Eu estava sentada na sala lendo e ouvi baterem na porta, me levantei e quando fui abrir me deparei com o Jeremy.

–Bom dia! – disse sem graça.

–Bom dia Elena, posso entrar?

–Claro! – falei apontando para dentro do quarto, enquanto deixava o caminho livre para que ele passasse.

–Então... – ele falou nas minhas costas enquanto eu ainda fechava a porta, me virei para encará-lo ele estava de pé com as mãos na cintura. – Damon?! – ele fez uma expressão confusa e meio bizarra.

–É... – eu disse indo me sentar novamente e apontando para que ele fizesse o mesmo, ele logo sentou-se também. – Ele meio que veio de surpresa.

–Percebi. – falou cabisbaixo. – Bem, eu só queria saber sobre nossos planos, quero dizer... Tinha o jantar com o pessoal do teatro e...

–Jer... – eu interrompi entendendo onde ele queria chegar. – Olha eu sei que combinei com você, mas o Damon apareceu aqui e nós temos tanto o que conversar ainda, espero que não tenha problema se eu desmarcar nosso compromisso de hoje. Você pode ir sem mim e explicar aos meninos. – ele assentiu com uma expressão de chateação.

–Entendi. Tudo bem, eu falo que você não pôde ir. – ele se levantou.

–Jer... – ele me encarou, já estava indo em direção a porta. – Me desculpa, mas você sabe...

–Sim eu sei. E acredite, depois daquela estupidez no hospital, fico feliz por você ter aceitado vir comigo e quero que saiba que sempre vou querer o seu bem. – ele me falou soltando um sorriso fraco, porém sincero chegando até a porta. – Tenha um ótimo dia.

–Você também – falei sorrindo o encarando do sofá.

–Te adoro! – ele disse.

–Eu também. – então ele saiu.

Eu aceitei o convite do Jeremy para vir até Paris como uma fuga e certamente me divertiria muito com ele, como sempre foi, desde o colégio, mas meus pensamentos estariam em Damon sempre, mesmo se eu tentasse fugir deles o tempo inteiro. Como agora, ele ainda não havia voltado e já estava bem próximo do horário do almoço. Eu peguei o celular para discar seu número, mas desisti. Onde será que ele foi?

...

Elena estava ficando impaciente, ela encarava as malas de Damon ainda largadas no meio da sala e resolveu arrastar elas até o quarto, mal pegou nelas e Damon adentrou no quarto gritando e a assustando.

–Ah ah ah, nem pense nisso mocinha. Estão pesadas! – ele falou indo direto pra cima dela, segurando a mão da moça e se inclinando para beijá-la, Elena desviou o rosto e se afastou, deixando Damon confuso a suas costas. – Que foi isso? – ele perguntou arqueando a sobrancelha.

–Onde você foi? – Elena perguntou se virando pra ele e cruzando os braços.

–Ei! Baixa essa guarda leoa. – Damon falou erguendo as mãos em gesto de paz e indo em direção a morena a envolvendo pela cintura, Elena olhava para outra direção, visivelmente irritada. – Para com isso Elena, não começa. – Damon falou procurando o olhar dela.

–Me responde! – ela disse num tom forte, o encarando seriamente.

Damon bufou jogando a cabeça pra trás e encarando o teto enquanto soltava um gemido. – Ai meu Deus! – voltou a olhar para Elena que ainda o encarava aborrecida. – Eu fui resolver umas coisas, como eu deixei escrito no bilhete. – ele falou calmo, ainda com as mãos na cintura dela, Elena que ainda tinha seus braços cruzados, os soltou neste momento puxando os braços do Damon de sua cintura e se afastando dele.

–Você sabe que odeio acordar esperando te ver ao meu lado e encarando um travesseiro no lugar. – ela falou grotesca.

–Eu sei meu amor – Damon falou indo em sua direção segurando seu rosto e aproximando suas faces.

–Mesmo assim... – ela disse firme.

–Era necessário, tinha que resolver tudo.

–E o que é tão importante? – perguntou Elena veemente.

–Bom, eu não posso falar agora, mas você vai descobrir em breve. – Damon falou soltando o rosto dela e fazendo uma expressão sacana de provocação. – Só posso adiantar que terá que dar um bolo no seu amiguinho, que por sinal veio te procurar hoje bem cedo, ele disse que vocês tinham que falar sobre compromissos que teriam hoje, então é melhor você ir desmarcar logo. Tenho outros planos pra você.

Elena sentou-se no sofá pegando outra vez o livro que lia e desdenhosamente começou a encarar as páginas. -Eu já desmarquei. – ela falou sem tirar os olhos do livro.

–Hum... Então ótimo! – disse Damon sentando-se ao seu lado e acariciando suas pernas devagar. – Menos um detalhe. – ele falou num tom sexy. – Gostou do café que mandei trazerem pra vocês? – Damon perguntou levando uma das mãos ao rosto de Elena, ela continuava sem olhar para ele.

–Meio exagerado demais. – ela disse seca e ele sorriu com a birra dela.

–Achei que também havia explicado isso. Precisa comer bem.

Elena ficou em silêncio, Damon suspirou. – Que é isso meu amor, eu sinto muito, sei que você não gosta, mas não teria feito se não fosse necessário. Era cedo demais pra te acordar, você precisa dormir e comer bem nesta fase. Ei! – ele disse segurando o queixo dela e puxando para que ela olhasse pra ele. – Não faz assim, garanto que quando souber do que se trata irá adorar. – Elena fez uma expressão de manha e soltou livro ao seu lado virando-se de frente pra Damon.

–Eu me sinto insegura. – ela falou manhosa, acariciando o ombro de Damon, ele estava acariciando o rosto dela.

–Pura bobagem. – ele falou risonho. – Eu te amo minha linda, deixa de bobagem. Vem aqui! – ele falou a puxando para seus braços, depois a deu um beijo delicado, que foi se tornando urgente, até que Damon estava deitado em cima de Elena no sofá, ele a acariciava de uma maneira terna e desejosa, Elena estava totalmente entregue as carícias de Damon, mas algo a fez o parar e o empurrar de cima dela, Damon rapidamente se apoiou no sofá ficando mais distante do corpo dela.

–Que foi? – ele perguntou curioso.

–Estou com fome. – ela falou sem jeito e Damon gargalhou.

–É claro que está, já está na hora do almoço. – ele sorriu voltando a sentar, Elena fez o mesmo. – Vou pedir algo bem saboroso e nutritivo para nós almoçarmos. – Elena assentiu.

Damon fez o pedido e eles ficaram esperando no sofá abraços e beijando-se, como a muito tempo não conseguiam estar.

–Não vai me falar mesmo o que tem em mente? – Elena perguntou.

–Apenas que vamos sair e você deve se vestir para uma noite memorável comigo em Paris. – ele falou exibido.

A campainha tocou, era o almoço, eles comeram juntos e Damon se divertia com o novo apetite de Elena, ele entendia o motivo é claro, mesmo assim não deixava de ser engraçado. Depois do almoço eles voltaram a ficar juntos, se namorando, estavam desfrutando muito do clima romântico que tinha aquele hotel e da vista encantadora que tinham de Paris. Não demorou muito para que toda esta áurea levasse o casal a se amar mais uma vez, de uma maneira inspiradora. Elena caiu em sono profundo depois disto, assim como Damon. A noite logo chegaria e Damon havia reservado muitas surpresas para sua amada.

...

Eu estava tão ansiosa. Damon não me contou nada do que estava aprontando, mesmo eu tendo tentado inúmeras vezes, eu acabei desistindo. Tentei seguir o seu conselho e enquanto ele me esperava no hall do hotel, eu terminava de me arrumar, ele me falou que sairíamos para jantar, imaginei um ambiente romântico, afinal à noite em Paris, qualquer ruela podia inspirar romantismo. Pus um vestido vermelho, longo, meus cabelos estavam soltos, porém levemente cacheados, ganhando volume, um salto um pouco alto, o anel que Damon me dera um par de brincos de brilhantes discreto e um colar do mesmo conjunto. Uma maquiagem não muito marcante, eu nunca gostei disso e Damon sempre citara que me preferia o mais natural possível. Damon não me ajudara muito então me vesti como que para um dos tantos eventos que eu organizava. Estando pronta desci e o encontrei ao pé das escadas me esperando, ele demorou para me notar, estava encarando o relógio, vestia um smoking, muito elegante, eu sorri, ele deveria estar um tanto impaciente. Finalmente ao voltar a encarar as escadas ele me viu, seu olhar espelhava total deslumbramento, ele veio ao meu encontro segurou minha mão e a beijou.

–Maravilhosa Elena, maravilhosa! – ele falou sorrindo, eu adorava poder olhar no fundo daquela imensidão azul que era o seu olhar e poder sentir o quanto ele me amava. – Vamos? – ele estendeu seu braço e eu entrelacei o meu assentindo.

–Quero saber para onde? – falei ao pé de seu ouvido, enquanto andávamos em direção a saída do hotel, eu notava o olhar de homens e mulheres presentes ali para nós, não me agradava o das mulheres, mas naquela noite eu estava tão orgulhosa de estar ao lado daquele homem e sabia que pra ele era o mesmo.

–Logo saberá. – ele me respondeu olhando para frente. Ao sair do hotel havia uma limusine a nossa espera, eu olhei para Damon incrédula enquanto ele se dirigia até a porta do veículo para abri-la para mim.

–Madame! – ele falou num tom cortês, eu segurei sua mão e entrei, ele me seguiu em seguida.

O caminho era lindo, Paris era realmente inspiradora, era visível saber por que ela era chamada de cidade luz, local das mais belas artes, em todos os seus sentidos: arquitetura, obras, pinturas, esculturas, música, gastronomia. Um verdadeiro paraíso para os apaixonados. Eu sentia o olhar de Damon e mim, vez ou outra nossos olhos se cruzavam, nossas mãos entrelaçadas, pouco tempo depois a limusine parou, Damon repetiu seu gesto, me ajudando a descer. Não estávamos em um restaurante, era uma espécie de casa, muito antiga, eu observava tudo tentando decifrar o que me esperava. Haviam pessoas um homem nos esperando na entrada, eu pude notar a presença de mais umas duas ou três pessoas, um senhor nos guiou até a parte de fora da casa, onde ao longe eu enxerguei uma mesa, muito bem posta e decorada, havia velas, flores, uma mesa suporte com uma champanha mergulhava no gelo, era um ambiente lindo, mas o melhor era a vista, estávamos diante do rio Senna, dava pra ver a Torre Eiffel de lá e todas as luzes de Paris ao seu redor, simplesmente lindo, outro detalhe muito curioso era um piano, colocado bem perto da mesa, não bastasse todo aquele clima romântico ainda poderia ouvir música ao vivo. Céus! Nunca imaginaria algo assim.

Damon me encaminhou até a mesa, puxando a cadeira para que eu sentasse, depois de acomodados, um homem nos serviu da champanha, logo depois se retirou.

–A nós meu amor – Damon falou erguendo a sua taça – Para que possamos desfrutar de mais noites como esta ou de momentos assim, com você, sei que sempre será possível. – ele falou piscando no final. O que eu mais amava em Damon era esse seu ar de homem moleque, totalmente cativante e oportuno.

–A nós. – respondi unindo nossas taças e sorriu largamente.

Damon passou o jantar todo falando sobre como ele estava se sentindo por estar ali ao meu lado, o quanto sentiu minha falta, falamos do meu chilique na festa de Stefan, perguntei como estava tudo com ele, sua saúde, falamos de tudo um pouco de uma maneira agradável, que não estragou em nada o nosso clima de romantismo. Ao final do jantar não pude deixar de notar uma coisa, algo que estava estranhando durante toda a janta, mas não tive coragem de falar até então.

–Damon?! – ele me encarou enquanto segurava minha mão. – Provavelmente você vai querer me matar por estar encontrando um defeito nesta noite linda, mas... – ele erguer a sobrancelha.

–Mas... ?!

–Para que o piano? A noite foi maravilhosa, assim como o jantar,mas não vi nenhum músico aqui. Algo saiu errado? – eu falei sem jeito, Elena que hora para exigências superfulas.

–Ah meu amor, na verdade não, o fato de você não conhecê-lo o fez passar por despercebido. Ele está aqui desde o começo do jantar. – Elena soltou um riso debochado.

–Bom, é curioso, pois não ouvi música alguma e o piano passou a noite no canto esquecido. – ele suspirou e então segurou minha outra mão e me olhou fundo nos olhos.

–Bem minha linda, isso se deve ao fato de que ele passou a noite toda lhe dando atenção e esperando o momento certo para tocar, e bem acho que este momento chegou. – Damon falou levantando subitamente, eu não estava entendendo nada até o ver ir em direção ao piano, abri a boca instantaneamente.

–Você... Desde quando... você vai tocar? – eu estava atordoada, ele me olhou risonho e sentou-se ao piano o que o deixou quase sentando de frente pra mim.

–Bem eu ia adiar um pouco mais este momento, mas você se mostrou ansiosa. – ele falou naturalmente ignorando a minha expressão surpresa.

–Damon desde quando você toca piano? – eu perguntei perplexa.

–Não é algo que eu saia espalhando por ai, digamos minha bela e amada Elena – ele dizia num tom sedutor – Que você é uma das raras exceções. – ele estalou os dedos e eu sorri ainda não estava crendo no que via. – Eu sei que você vai gostar da música, na verdade estou torcendo para que você goste.

http://www.youtube.com/watch?v=pMcYnaEVMNcDawn.

Ele sem tardar mais começou a tocar o instrumento com verdadeira maestria, focado e com expressões firmes, vez ou outra ele me encarava risonho, provavelmente eu estava abobalhada, pois reconheci a música instantaneamente, ele esperava por isto, é claro, certamente um dos motivos pelo qual ele a escolheu. A emoção me dominava a cada tecla que ele tocava, lágrimas cobriam meu rosto, eu estava sentindo uma paz tão grande e quase podia sentir o amor de Damon expresso a cada nova nota, como se o som que invadia meus ouvidos fosse o som de sua voz, ou das batidas de seu coração, o melhor de tudo era imaginar que estavam sendo direcionados a mim, me sentir amada de tal maneira, eu não conseguia imaginar momento mais feliz.

Meu coração palpitava, a respiração estava acelerada e meu peito arfava de emoção, eu tremia, nunca pude imaginar que pudesse amar Damon mais do que já amava e me surpreender com ele, mas era exatamente o que estava acontecendo, depois de anos o conhecendo, achando que sabia tudo o que deveria saber, nesta noite Damon estava me provando o contrário, que eu tinha muito o que descobrir ao seu lado, desfrutando de seu amor, e simples menção desta ideia me deixava ser ar, satisfatoriamente inspirada por este homem. Ele foi silenciando as teclas pouco a pouco e meu coração se acalmava em harmonia. Ao final ele veio em minha direção, se pôs de joelhos diante de mim, segurou minha mão esquerda e falou:

–Elena, aqui, diante da beleza que este local que harmonizada a sua, me inspirava mais e mais. – eu tremia, isso não podia ser real, podia? – Quero poder não tardar este instante um só minuto mais. Minha linda, minha amada e bela princesa Elena, aceita ser verdadeiramente minha e somente minha? Aceita casar comigo?

Os olhos de Damon estavam marejados e suplicantes, eu respirei fundo, estava acontecendo e eu tinha que falar. Elena fale!

–Sim. – eu soltei como num choro. – Eu digo mil vezes sim. – ele sorriu deixando lágrimas escorrerem de seus belos olhos azuis, que agora faziam companhia aos meus já entregues ao choro.

–Apenas uma vez basta. – ele disse sorrindo e eu o abracei fortemente. – Eu te amo! – ele disse ao pé do meu ouvido, depois ele voltou a me encarar, eu ainda sentada e ele ainda de joelhos, levou sua mão ao bolso na sua roupa e retirou de lá uma caixinha, tirando dela um anel. -Este é pra sempre, e não deve sair daqui jamais. – ele falou finalmente colocando o anel no dedo de minha mão esquerda, eu estava gelada e tremia, mas nenhum de nós estava ligando para isto. Eu me levantei de imediato e ele me acompanhou, nos demos um beijo apaixonado e depois ele me girou.

–Damon, cuidado! – eu disse sorrindo, ele me pôs no chão se ajoelhou novamente e beijou minha barriga.

–Ouviu isso? Seremos uma família.- disse sorrindo bobo ainda com lágrimas nos olhos, falando com nosso filho, voltou a ficar de pé. – Eu te amo, muito, muito, muito.

–Eu te amo Damon, sempre vou amar.

Se aquela noite era um sonho, pouco me importava se eu não conseguisse acordar jamais, pois eu não queria isto. Eu estava absurdamente feliz.


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Notas finais do capítulo

*-* Beijos!!!