Força De Um Amor escrita por MayLiam


Capítulo 41
Inevitável


Notas iniciais do capítulo

Eu resolvi postar mais um hoje, espero que não se importem.
Guardei o melhor para amanhã...
Boa leitura!



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Os dias estavam correndo e Damon se preparava para a sua última sessão de indução, depois dela ele ficaria por um mês inteiro se preparando para a de consolidação, a etapa final do tratamento. Ele estava cada vez mais ligado com Rose, ela o estava ajudando bastante com muita insistência para que ele não se descuidasse um instante sequer. Ele não voltou a encontrar Elena depois da noite do aniversário do irmão. Vez ou outra ele ligava para Caroline e lhe perguntava sobre os exames de Elena, a moça sempre arrumava um jeito de despistar ele.

Na quinta-feira, Damon foi logo bem cedo para o hospital, Rose o acompanhou, ele não gostava muito da ideia de alguém com ele nestas horas, mas Rose era uma profissional e amiga, o que era melhor. Ele se submeteu a terapia e ao voltar pra casa teve toda a assistência que necessitava. Maria a cada dia que passava ficava mais a vontade quanto a Rose, mas ela nunca deixou de sentir algo ruim vindo dela.

Elena passou a semana inteira em casa, pensando sobre tudo, ela estava constantemente recebendo pressão de todos os lados, Caroline, Miranda, Grayson, todos a diziam para não prolongar mais isto, para contar logo para Damon, ela estava se sentindo extremamente pressionada. Ela então se viu respirando melhor quando Jeremy lhe fez um convite. O rapaz estava indo passar o fim de semana em Paris, para ver uma exposição de um amigo, amigo dele e de Elena também e disse que seria maravilhoso se ela o acompanhasse. Elena não achava muito boa a ideia, mas ela via nela a oportunidade que queria para estar sozinha e poder pensar melhor no que fazer. Ela estava segura de que iria contar para Damon, mas ela queria fazer isto corretamente, sem que nada pudesse influenciar nas decisões dele, ela só não sabia ainda como. Na manhã de quinta-feira ela ligou para Jeremy aceitando o convite. O rapaz ficou muito feliz, Elena se sentia um pouco culpada, ela não queria alimentar nada nele, mas sabia que se ela não quisesse nada aconteceria, eles eram amigos acima de tudo.

-Você não está falando sério! – disse Caroline furiosa, logo depois que Elena desligou a chamada com Jeremy.

-Estou falando muito sério. – Elena disse segura. – Eu preciso de um tempo pra pensar em tudo, um tempo de todos vocês Carol. Você não tem ajudado muito.

-Eu não tenho ajudado muito?! – disse Caroline incrédula. – Quem tem mentido descaradamente pro Damon pra sustentar esse seu capricho?

-Você me prometeu, apenas estava cumprindo com a palavra.

-Muito bem então, você faz o que achar melhor, mas eu estou avisando, isso não vai dar certo e corre o risco de você estragar tudo de vez.

Caroline saiu deixando Elena sozinha em seu quarto. Na manhã de sexta ela anunciou a viagem aos pais, que reagiram pior que Caroline é claro.

-Nem pensar. – falou Grayson. – Você não vai viajar sozinha, neste estado e ainda pior, o pai de seu filho nem sabe que ele existe Elena Gilbert.

-Papai estou anunciando minha decisão, não pedindo sua permissão.

-Minha filha, não seja imprudente e respeite seu pai. – Pediu Miranda.

-Desculpe, mas vocês me tiram do sério, eu estou ficando maluca com todos vocês dizendo que eu tenho que falar pro Damon, que ele merece saber. Eu sei de tudo isso, mas vocês não param pra pensar no que eu estou sentindo. Damon terminou comigo. Ele me tirou da vida dele sem nenhum pouco de consideração pelo o que eu sentia. Eu estou pensando em mim. Exatamente como ele fez ao pensar só nele.

Miranda e Grayson estavam cansados de ter esta conversa com Elena, por mais que tentassem não conseguiam fazer ela entender as razões de Damon, eles entendiam a sua dor, mas já achavam que tudo aquilo era apenas orgulho e raiva e nada disso são sentimentos razoáveis, nem nos fazem pensar com clareza. Eles tentaram argumentar um pouco mais, mas não tinha jeito. Elena estava decidida e iria viajar com Jeremy no sábado pela manhã.

Enquanto Elena anunciava sua viagem aos pais, Damon também compartilhou uma notícia um pouco mais animadora que a de Elena.

-Eu falei com o Alaric no hospital após a última sessão e...

- E...? – perguntou Stefan

-Vou voltar a trabalhar amanhã! – Damon falou rindo largamente, ele estava se sentindo muito inútil sem poder trabalhar e agora com o aval de seu médico e amigo isso tinha chegado ao fim.

-Que maravilhoso cara. – Disse Stefan empolgado, eles estavam na mesa todos juntos tomando café da manhã. Maria estava contentíssima assim como Joseph.

-Fico feliz por você filho. – disse o senhor Salvatore.

-Obrigado pai.

-Meu amor, que notícia maravilhosa. – Maria sorriu sem parar. Damon sorriu em resposta, um riso lindo, que ele não se permitia sorrir a um tempo.

-Parabéns doutor Salvatore. – disse Rose, que estava sentada ao seu lado na mesa, como sempre aliás.

-Obrigado! – ele sorriu gentil.

Foi nesse clima que a manhã de sábado veio. Elena viajando com seu amigo para um fim de semana em Paris, do qual ela só regressaria na terça e Damon de volta a sua rotina de trabalho. Novas situações, novas emoções.

...

Eu estava bastante satisfeito ao voltar para o trabalho, eu precisava da medicina, me sentia bem no meu trabalho, completo, viril. Eu estava preparando uns perfis de novos pacientes que Alaric me encaminhou, havia um em especial que eu tratei de priorizar, acho que pelo o nome da paciente: Elena Gibouls. Ela já havia passado pelas mãos da Andie e agora estava precisando de mim. Eu tinha que revisar sua ficha médica e precisava dos históricos das consultas que ela fez com Andie, então fui até a sala de minha amiga para pegar com ela.

-Bom dia doutora Star! – eu falei me dirigindo para dentro da sala, ela estava diante do seu computador e abriu um sorriso enorme ao me ver, logo levantou-se e veio em minha direção.

Ela me deu um abraço apertado. -Bom dia doutor Salvatore. Que ótimo vê-lo de volta! – me falou soltando-me de seu abraço em seguida.

-Estou feliz por estar de volta, foi bem rápido até.

-Claro, você pressionou o Alaric, digo, doutor Saltzman. – eu sorri largamente, quem ela achava que estava enganando?

-Preciso de um favor. – eu falei.

-O que quiser.

-É que eu estou para atender uma paciente, o nome é Elena Gibouls, eu tenho certeza de que você tem ficha clínica com ela. – Andie confirmou com a cabeça – Preciso dessa ficha, para traçar um perfil clínico dela. – Andie assentiu voltando a sentar-se diante do computador. Ela vasculhou alguns arquivos enquanto eu esperava.

-Não estou encontrando o histórico dela aqui. – ela me falou após alguns minutos de espera – Eu formatei este computador no início da semana passada, mas não atualizei ainda os históricos, o dela ainda está nos arquivos da sala dos fundos. – ela apontou para a porta as suas costas. – Posso procurar pra você.

-Absolutamente, eu procuro. Não quero te atrapalhar mais. – falei piscando.

-Olha eu realmente agradeceria, estou bem ocupada aqui. – ela falou rindo sem jeito e eu assenti indo em direção a porta.

-As fichas estão organizadas em ordem alfabética Damon, cada departamento dos armários com duas letras, vai encontrar rápido.

-Sim senhora. – falei sorrindo e entrei. – Estava tudo disposto como ela alertou fui direto na letra  E, abri a gaveta e comecei a procurar, fui para a subdivisão E.G. De repente me deparei com o sobrenome Gilbert, eu olhei e o nome era Elena. Será? Mas o que o nome de Elena fazia ali? Ela já havia se consultado com a Andie? – Quando consultou a Elena? – eu perguntei gritando de dentro do quarto, já com a ficha em mãos – ouvi a voz de Andie ao longe.

-Como? – ela perguntou provavelmente não tinha entendido a pergunta.

Eu comecei a olhar a ficha, a data de nascimento era a mesma, era Elena, eu quase desmaiei ao perceber do que se tratava aqueles exames. Voltei imediatamente pra sala de Andie, eu estava gelado, quando ela me viu surgir com a ficha em sua frente falou:

-É esta? Encontrou? – eu estava paralisado, estava olhando pra ficha e voltei o meu olhar para ela. – O que foi? – ela me perguntou assustada, eu deveria estar fazendo uma expressão muito estranha.

-O que é isso? – eu perguntei sacudindo a ficha na minhas mãos – Andie me olhou ainda mais confusa.

-Uma ficha. Não foi o que você veio pegar? – ela falou dando de ombros.

-Não é isso. – eu disse mexendo a cabeça em negativa – É o nome nessa ficha. O nome e o que diz nela. –Andie olhou mais atentamente para os papéis em minha mão e depois de olhar bem ela arregalou os olhos me olhando mais assustada que nunca.

-Damon... – ela falou erguendo a mão em um gesto de defesa – senta!

-Você está vendo essa data aqui? Por que você não me contou?

-Calma Damon, senta! – ela me suplicava apontando a cadeira abaixo de mim.

-Me responde Andie. Por que você não me contou?

-Senta, eu vou contar tudo, mas você precisa sentar. – eu assenti, ela não falaria nada se eu não o fizesse.

-Sentei, agora fala! – eu falei num tom grosso e ela respirou fundo.

-No dia seguinte a sua crise, aquela que você ficou internado aqui sob observação – assenti impaciente – Bem, na manhã seguinte eu encontrei com Elena. Na verdade ela me deu um baita esbarrão, ela estava muito nervosa e chorava muito. Eu a trouxe para cá e ela começou a passar mal, eu sugeri que ela fizesse alguns exames, pois ela estava dizendo que era por conta de sua pressão, mas eu estranhei seus sintomas. Como ela estava de jejum fiz uma coleta nela no mesmo dia, solicitei um hemograma, no outro dia ela veio pegar os resultados com uma amiga, uma loira, e foi isso. Eu não te contei por que ela me pediu sigilo e você sabe como as coisas funcionam, eu não entendi bem o porquê, até depois descobrir que vocês não estavam mais juntos, daí entendi o porquê do segredo.

-Andie este exame está acusando quase três meses de gestação. Você quer que eu acredite que Elena soube exatamente neste dia?

 –É a verdade Damon, eu também estranhei, mas ela me explicou que não tinha um ciclo regular, que ficar sem menstruar, às vezes por meses, era normal para ela, eu acreditei, sem falar no jeito que ela reagiu à notícia. Ela ficou muito abalada, assustada, meio perdida.

Eu não estava acreditando no que eu estava ouvindo. Elena grávida? Era demais pra mim, mas o pior, porque ela não me contou? Porque eu estava sabendo disso só agora e dessa forma? Qual era o plano dela? Esconder meu filho de mim?

-Isso é loucura! – eu falei alto.

-Eu indiquei pra ela a doutora Smith, ela precisava de um ginecologista e eu confio muito no nome da doutora. – eu encarei Andie neste instante, eu conhecia Jenna, ela era uma médica ótima.

-Ela está aqui agora? – perguntei meio afoito.

-Acredito que sim, seus plantões são pela manhã. – eu me levantei correndo, indo em direção a porta, Andie falou assim que eu toquei a maçaneta.

-Damon, me desculpa, eu não podia te falar nada. – eu voltei e a encarei.

-Não é você que me deve explicações. – então eu saí dali.

Eu estava cego, o que Elena estava pensando afinal, me escondendo uma coisa dessas? Ela só podia estar maluca, eu fui até o andar onde a doutora Smith trabalhava, eu sabia bem onde ficava a sua sala, entrei sem sequer avisar antes, torci para que ela não estivesse atendendo nenhum paciente. Ela me encarou assustada.

-Damon?

-Desculpa Jenna, é uma emergência. – ela assentiu assustada.

-Senta!

-Não, estou bem assim. Quero um favor seu. – ela me olhou hesitante.

-Se eu puder ajudar ficarei feliz.

-Você pode. – disse eufórico – Preciso da sua ficha da paciente Elena Gilbert, é muito urgente.

-Algum problema com a Elena? – ela me perguntou preocupada.

-Não, nenhum é que eu preciso de todos os históricos clínicos dela, o Alaric me solicitou. – Ela achou um pouco estranho, mas assentiu.

-Eu tenho uma cópia de todas as consultas dela. Exames que solicitei, ultrassom. Está tudo aqui comigo. Me dê um segundo. – ela falou levantando de sua cadeira e indo em direção a uma outra porta na sala. Alguns minutos depois que mais pareceram horas pra mim ela estava de volta com uma pasta em mãos, que ela me entregou sem hesitar.

Ali mesmo folheei cada página, estava tudo lá exames de prevenção, imagens de ultrassom, tudo. Eu estava totalmente agoniado, ela só podia estar mesmo louca me escondendo tudo aquilo.

-Obrigada Jenna, eu devolverei tudo em breve.

-Tudo bem, pode ficar, eu tenho uma cópia de segurança aqui. – eu agradeci novamente e saí de sua sala quase sem ar.

Eu estava sem chão, estava meio tonto e extremamente abismado. Isso tudo era loucura. Eu sabia exatamente qual seria o meu próximo passo. Eu iria até a casa de Elena e não sairia de lá até que toda esta história fizesse sentido pra mim. Eu procurei Alaric como um louco, quando finalmente o achei, pedi para que ele me liberasse, ele ficou um pouco assustado, mas eu falei que explicava tudo depois, ele assentiu. No caminho pra casa de Elena enquanto dirigia o meu carro senti que iria explodir, eu tinha que conversar com alguém, resolvi ligar pro Stefan e lhe contei tudo, eu não estava presente, mas pude imaginar sua reação com a minha mente, apenas ouvindo a sua voz. Ele ficou tão indignado quanto eu, me fez bem falar com ele, eu pedi pra ele não contar nada até eu me resolver com Elena, ela tinha muita coisa pra me explicar. Fiquei um pouco mais calmo após falar com ele, mas minha agonia voltou assim que eu avistei a mansão Gilbert. Estacionei o carro em frente a mansão e Caroline veio me atender pouco tempo depois que eu toquei a campainha.

-Ótimo, era você mesmo que eu queria ver. – eu falei entrando como um furacão, ela me encarava assustada. – Onde está Elena?

-Damon? O que você...

-Ah Ah, você não pergunta nada Caroline, você responde. Onde está Elena? – ela me olhava totalmente assustada e nada falava. – Responde Caroline! – eu gritei e com meu grito Miranda surgiu na sala tão assustada quanto Carol.

-O que está acontecendo aqui? – ela perguntou incrédula.

-Não sei. – eu respondi dando de ombros – Quem sabe alguém aqui dentro desta casa possa me explicar o que é isso. – eu falei mostrando para as duas todas as fichas de Elena, elas se encaravam confusas.

-Damon querido, se acalme! – Miranda me pediu.

-Calma? Como posso ficar calmo? – eu voltei a gritar, me senti furioso.

-Nós não estamos entendendo nada! – Caroline gritou dessa vez.

-Quero que alguém aqui me diga onde está Elena, para que ela possa me explicar o que é isso aqui.

Eu entreguei as pastas a Caroline que de imediato arregalou os olhos para mim e ficou estática. Miranda vendo sua reação foi na direção dela arrancando as pastas de sua mão e depois de olhá-las reagiu da mesma forma.

-Ótimo. Agora que já viram, alguém aqui é capaz de me explicar isto, ou CHAMAR A ELENA PARA QUE ELA MESMA ME EXPLIQUE? – eu falei gritando bem alto, para que Elena saísse de seja lá onde ela estava e viesse me explicar.

-Ela não pode Damon. – Caroline falou com a voz afetada, enquanto Miranda sentava-se no sofá a nossa frente.

-Como assim ela não pode? Não vem com suas desculpas Caroline. Agora eu entendo porque você estava se esquivando tanto e me enrolando tanto com relação aos exames da Elena. Todos vocês ficaram malucos? Como apoiaram esta loucura dela?

-Damon, por favor, se sente. Caroline vá buscar água para todos nós, por favor.

-Eu não quero água Miranda. – eu falei extremamente irritado – Quero que Elena venha aqui e me explique isso.

-Olhe como fala comigo rapaz. Você ainda está na minha casa. – ela falou severa – Agora sente-se aí e se acalme. Caroline a água. – Caroline assentiu, indo em direção a cozinha.

Eu estava transtornado, Miranda me apontou o sofá e eu me sentei irritado, eu estava morrendo de raiva.

-Elena não está em casa. – ela falou num tom mais calmo.

-Não tem problema, eu espero o dia inteiro.

-Damon, pode me escutar, por favor? – eu a encarei impaciente – Ela não está em casa, ela viajou hoje de manhã cedo. – eu gelei com sua fala. Ela o quê?

-Ela o quê?

-Ela viajou hoje cedo.

-Pra onde? Com quem?

Caroline voltou neste instante, Miranda ignorou minhas perguntas se servindo da água que Carol trouxe, ela veio em minha direção e eu peguei um copo sem beber nenhuma gota, em seguida ela deixou a bandeja na mesa de centro a nossa frente e sentou-se ao lado de Miranda, que depois de tomar uns goles de água, começou a falar. Eu já estava mais que impaciente.

-Ela foi passar este fim de semana em Paris com um amigo. – fala sério!

-Que amigo? – ela hesitou um pouco, mas respondeu.

-Jeremy Fell. – Ótimo, minha namorada grávida de um filho meu, foi pra cidade mais romântica do mundo acompanhada de seu amiguinho sem noção. O dia estava realmente ótimo.

-Está me dizendo que vocês deixaram a Elena viajar até Paris, grávida, sozinha com aquele lesado do Fell? – Miranda suspirou.

-Não sei o quanto você conhece a Elena, mas foi meio difícil impedir.

-O que sei é que vocês mimaram muito ela. Impressionante. Como vocês puderam compactuar com isso Miranda? Ela estava escondendo uma gravidez, simplesmente escondendo o meu filho de mim. Isso é ridículo.

-Você acha que não sabemos disso? Damon ela ameaçou sumir se nós nos metêssemos, ela se aborrecia apenas com o fato de Grayson e eu insistirmos para que ela te contasse. – Caroline acenava a cabeça concordando com Miranda.

-Que ela sumisse então. Eu a encontraria até no inferno! Não entendo como puderam ceder a mais este capricho dela. Você sabe que era isto não? Puro capricho!

-Ela estava muito magoada Damon e sensível também. Eu não sei se você lembra, mas você terminou com ela um dia antes e a deixou totalmente perdida, decepcionada e ferida. Ela estava muito revoltada. – Caroline desabafou.

-Ora, eu sinto muito mesmo. – falei irônico – Eu estava pensando no bem dela. Elena estava ficando doente dentro daquele hospital, ela estava desesperada eu não queria nada daquilo pra ela. Doeu muito fazer o que eu fiz, eu a amo.

-Bom, isso não adianta muito agora.  – Miranda falou – Ela não queria se afastar de você Damon, Grayson e eu tentamos por dias a fazer perceber suas intenções, mas ela estava muito decepcionada e só falava que você tinha quebrado suas promessas. Depois de um tempo nós paramos de insistir, mas sempre tocávamos no assunto. Até que na sexta de manhã ela veio nos contar que iria viajar, pois precisava pensar e ficar longe de toda a pressão que estávamos fazendo.

Eu estava ficando cada vez mais perplexo com o que eu ouvia. Eu tentava me acalmar e entender o lado de todos eles, Elena sabia ser muito teimosa quando queria e era natural que eles a apoiassem e não quisessem vê-la sofrer ainda mais, muito menos dariam a ela motivos para fugir como ela ameaçou. Respirei fundo.

-Desculpem, eu perdi o controle. É que isto é tudo muito revoltante. Meu Deus! Não está certo. – eu comecei a me desesperar outra vez e lágrimas tentavam escorrer pelo meu rosto, eu as segurava. – Eu estava pensando no melhor pra ela. Só Deus sabe o que eu passei nesse tempo e... Me fala onde ela está, por favor. Eu vou atrás dela.

-Damon, querido, eu não acho que...

-Por favor, Miranda! Me fala onde ela está. Eu preciso falar com ela, não posso esperar mais.

Miranda e Caroline se encararam e a mãe de Elena fez um gesto para a moça ao seu lado. Caroline levantou-se indo até a mesinha ao meu lado e pegando dela um pedaço pequeno de papel, ela me entregou em seguida.

-Ela anotou aí o endereço do hotel onde vai ficar, deixou números, tudinho. – Miranda falou enquanto Caroline sentava ao seu lado.

-Obrigado! – eu agradeci me levantando imediatamente, eu já havia perdido tempo demais.

-Damon tenha calma com ela sim, ela está muito sensível, talvez chegar gritando como fez conosco não seja uma boa ideia. – Miranda avisou, rindo sem graça.

-Me desculpe por isto, sério. Eu estava fora de mim. Conversarei com calma. – eu falei me despedindo depois dela e agradecendo outra vez pelo voto de confiança, eu sabia que acima de tudo Miranda queria a felicidade da filha, assim como eu. Eu não trairia sua confiança em mim.

 Ao chegar na porta antes de sair Caroline veio até mim e disse:

-Ela te ama muito Damon, mas está magoada e é muito teimosa. Sabia driblar isso, não cai nas provocações dela no fundo ela só precisa te sentir ali, com ela e ter certeza de que você não vai sair de perto nunca mais.

-Obrigado! – eu sorri lhe dando um beijo e saí. Eu não tinha mais tempo a perder, eu ia atrás de Elena em Paris, já estava decidido.

Eram exatamente duas horas da tarde, eu liguei para Stefan pedido para ele conseguir as pressas uma passagem de Londres até Paris pra mim, enquanto eu ia pra casa me arrumar pra viagem. Ele aceitou de bom grado. Cheguei em casa e minha mãe ficou muito assustada com meu estado, eu estava agitado. Eu não queria falar nada pra ela ainda, então eu disse que tinha que resolver assuntos do trabalho, que eram uma emergência, ela relutou um pouco apreensiva,mas eu a convenci, tentando demonstrar mais calma. Rose me ajudou um pouco, ela sabia que eu estava mentindo, mas ela me ajudou a acalmar minha mãe. Quando ela já estava convencida liguei de novo para Stefan que me falou que conseguiu apenas um às 19:30hs e que não era primeira classe. Eu estava pouco me lixando com isso. Eu queria era estar em Paris ainda hoje. A viagem duraria mais ou menos duas horas e meia, se o voo não atrasasse, eu estaria em Paris exatamente às 22:00hs. Seria perfeito, possivelmente Elena estaria no hotel quando eu chegasse.

Eu fui para o aeroporto às 18:00hs, o voo pra minha sorte não atrasou. Eu estava muito enérgico, fiquei o voo todo acordado, pensando na conversa que teria com Elena. Eu fiquei de ligar para todos quando eu chegasse, Stefan, meus pais, os dela. Assim que desembarquei liguei para eles. Depois segui direto para o hotel.

-S'il vous plaît, je me demande quelle pièce de Mlle Elena Gilbert. – a recepcionista me olhou hesitante, não era uma informação permitida.

-Qui dois-je dire, monsieur?

-M. Stefan Salvatore, s'il vous plaît. – ela interfonou para o quarto de Elena e logo depois me falou o número do quarto e me disse que Elena já me esperava.

-S'il vous plaît, je veux que vous preniez ces sacs dans une chambre au même étage que Mlle Gilbert. Mettez le nom de M. Damon Salvatore. – ela assentiu e fez o que lhe pedi, reservando um quarto bem próximo ao de Elena.

-Seigneur, il est nécessaire que le Seigneur Damon Salvatore remplir un formulaire d'inscription.

-Il le fera une fois que vous arrivez, ne sera pas long, vous pouvez remplir et laisser le reste au moment où il arrive, s'il vous plaît. – ela assentiu novamente, em seguida pediu para que me acompanhassem até o elevador.

Meu coração estava sofrendo contrações ventriculares prematuras, eu estava tão nervoso. A porta do elevador se abriu e eu respirei fundo, Elena estava no quarto 208, eu já avistava a sua porta.

...

Eu estava deitava, lendo um livro e descansando da viagem, andei a tarde inteira com Jeremy, ele me chamou pra sair agora a noite com ele, mas eu estava cansada demais, resolvi declinar de seu convite. Ele foi encontrar uns amigos. Já eram quinze pras vinte e três horas quando o telefone tocou, eu me assustei, estava focada em minha leitura e o horário era bizarro. Pensei que pudesse ser minha mãe ou Caroline, me surpreendi quando a recepcionista me avisou que o senhor Stefan Salvatore queria saber em que quarto eu estava, sentei na cama na mesma hora, completamente nervosa. Será que aconteceu algo com Damon? O que Stefan fazia aqui? Eu não só autorizei a informação como também pedi que lhe dissessem que eu o esperava em meu quarto. Assim ela entendeu tudo e desligou. Eu me levantei da cama e fui em direção a sala, vesti meu roupão e me sentei no sofá ansiosa para que a campainha tocasse. Alguns minutos depois foi isso o que aconteceu. Eu corri para abrir a porta e quase desabei com o que vi. Era Damon. Minha respiração fugiu de meus pulmões no mesmo instante.

-Posso entrar? – ele me perguntou, eu estava paralisada, tentando recuperar meu controle respondi devagar.

-Entra! – falei apontado para dentro do quarto, ele passou por mim e eu me virei pra chegar a porta ao voltar a encará-lo cruzei os braços, eu não fazia ideia do que ele estava fazendo ali. – O que faz aqui Damon? – eu perguntei num tom de dureza, o mais forte que pude proferir, ele me olhou com firmeza e disse:

-Vim conversar com você a respeito disto. – ele disse atirando na mesa a nossa frente um montante de papéis que eu até então não tinha reparado que ele carregava, eu o encarei confusa e depois fui em direção a mesa e peguei as pastas, ao abrir a primeira, eu gelei, me deparei com um de meus ultrassons. Eu engoli seco e o encarei tremendo, sentia minha face arder.

-E então? Vamos conversar? – ele falou me encarando intensamente enquanto cruzava os braços. Respire Elena!

Eu não fazia ideia de como Damon havia tido acesso aqueles papeis. Eu estava atordoada, mas de uma coisa eu tinha certeza. Essa conversa entre nós tinha que acontecer em algum momento e por mais que eu estivesse me esquivando dela, eu sabia que ela era inevitável.


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Notas finais do capítulo

^^ Beijos e até amanhã !!!