Força De Um Amor escrita por MayLiam


Capítulo 34
Sustos


Notas iniciais do capítulo

BiaSalvatore, agradeço pela recomendação da Fic. Muito obrigada!
Espero que gostem do capítulo, o próximo é para mim o mais tenso de toda fic e o mais difícil pra escrever com toda certeza, mas eu tinha que chegar nele. Ao final espero que gostem, curtam este.
Boa leitura!



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A semana se iniciou rapidamente, Damon se preparava para o seu tratamento. Caroline rompeu todo o compromisso com Klaus. Se é que se pode chamar aquilo de compromisso. Além da decepção que ela sofrera  ao terminar seu namoro ouviu um “você é quem perde” ao invés de um “ me perdoe”, ele realmente era um idiota, arrogante e cretino. A amizade entre ela e Stefan aumentava cada vez mais, ela ia muito com Elena a casa dos Salvatore agora e Stefan estava dando um jeito de acompanhar seu irmão nas visitas a Elena aquela semana, ao que parecia ele e Rebekah não estavam no seu melhor momento juntos.

Damon estava mais agitado nos últimos dias, ansioso. Ele estava falando pra Elena que pretendia permanecer no hospital após as sessões da quimio, mas tanto Elena quanto os seus pais e também Alaric achavam isto uma total idiotice, em casa, em seu quarto seria um lugar melhor para estar. Ele tentou até relutar, mas foi vencido pela maioria, Stefan entre todos foi o que ao final conseguiu tirar isto de sua cabeça. Seriam duas sessões por mês, de quinze em quinze dias. Damon estava focando nos efeitos colaterais. Elena conversava bastante com ele, ele tinha a mania irritante de ficar dizendo que não queria ela por perto nestes dias, ou quando ele estivesse doente, fragilizado pelo tratamento e fraco. Elena sentia um ódio toda vez que ele abria a boca pra falar isto. Ela não iria se afastar dele e o ajudaria no que pudesse, ela conhecia bem o que ele iria passar, pois era voluntária em centros de tratamento contra câncer infantil, conhecia bem a rotina da doença.

Outra pessoa muito presente nesta última semana era Jeremy Fell, Damon encontrou com ele duas ou três vezes na casa dos Gilbert’s, ele não escondia o desagrado e isso vez ou outra causava uma discussão entre ele e Elena. Ela ficava indignada como qualquer amigo dela era sinônimo de ameaça pra Damon. Damon falava que era óbvio que ele dava em cima dela e embora às vezes Elena notasse isto, ela negava porque sabia que era apenas uma atração e que da parte dela jamais sairia da amizade.

Elena pra variar continuava com um pé atrás em relação à Andie, outro motivo pra discussões, Damon se queixava de seus amigos e a queria longe deles, porém se ela fosse fazer uma crítica sequer sobre a amizade dele com Andie, nunca era a mesma coisa e ela estava sempre exagerando.

Quando finalmente Damon se submeteu a primeira sessão de quimioterapia, foi uma verdadeira agonia. Elena decidiu passar a noite cuidando dele na casa dos Salvatore’s, Miranda deixava ela a vontade e ajudava também, pois ele tinha febre, dor no corpo inteiro e vez ou outra ele corria da cama para vomitar no banheiro, Elena via aos poucos ele ir ficando fraco, a cada novo vômito, como se com o vômito toda a energia de Damon se esvaísse, sua alimentação estava sendo toda adaptada, todos os empregados tinham novas recomendações da senhora Salvatore para o cardápio de Damon, ele reclamava de tudo, pois odiava aquele tipo de comida. Pelo menos ele comia, mas com muita reclamação. Sem falar que no outro dia ele acordava mais que mal humorado, ainda dolorido, queixando-se como ninguém. Damon era médico e sabia que tudo aquilo era esperado, mas sendo homem se queixar era natural.

Uma semana antes da sua nova sessão, Damon pegou um resfriado um tanto agressivo. Andie e Alaric iam vê-lo sempre que podiam e recomendaram repouso total, para que ele se recuperasse mais rápido para reagir melhor à próxima sessão. Damon se irritava cada vez mais, novas recomendações foram feitas, todos tinham que tomar o máximo de cuidados, para que ele não sofresse infecções, seu sistema imunológico estava afetado e todo cuidado era pouco, logo todos os objetos de uso dele foram separados e eram esterilizados frequentemente, isso deixava ele realmente aborrecido, Damon era teimoso demais, Elena, assim como Miranda e até mesmo Stefan, sofriam muito pra colocar um pouco de compreensão e sossego na cabeça dele, Joseph, vez ou outra tinha uma conversa séria com seu filho e só assim ele sossegava um pouco a marra.

Assim, entre muitas idas e vindas, Damon encarou seu primeiro mês de tratamento e estava para entrar no segundo, se preparando pra terceira sessão, embora ele reclamasse de tudo Alaric falava que ele estava tendo bons resultados e que se continuasse assim iria se sair bem disto tudo e mais rápido do que ele pensava.

 Numa manhã ele estava se preparando pra sair, havia uma pequena reunião que os pais de Elena prepararam em sua casa, eles iriam receber alguns amigos para um jantar. Ele se encarava no espelho de seu banheiro e bufava, sua aparência estava horrenda, bastante abatida e olhe que ele estava em um de seus melhores dias, disposto e sem sentir nada ruim. Ao terminar de se vestir foi pentear os cabelos e foi quando notou um tufo significativo na escova.

-Droga! – esbravejou olhando para a escova e retirando dela um pequeno, porém existente montante de seus cabelos negros.

Damon passou a mão por todo o cabelo, puxando várias mechas, mais alguns fios vieram entrelaçados em seus dedos, ele encarou o espelho entrando em pânico e ligou para Alaric imediatamente.

-Alô.

-Alô, Ric.

-Fale meu amigo, algum problema?

- O pior. – Damon falou respirando descompassado.

-Me conta!

-Meu cabelo, começou rápido demais...

-Certo, fique calmo. Sabemos que há uma solução. Ainda tem muito cabelo ai, certo? – Alaric falou um tom divertido, tentando acalmar o amigo. Foi meio que em vão.

-Alaric... – Damon o repreendeu.

-Venha amanhã bem cedo, temos uma solução pra isto, não tem muitas garantias de bons resultados, é muito relativo, mas acredito que você vá querer manter seus fios negros e barba, certo?

-Exatamente!

-Ótimo, então venha até o hospital amanhã.

-Certo. Obrigado Ric!

-Que é isso. Se cuida!

-Valeu!

Damon desligou e meio que voltou a respirar, ele agarraria essa “solução” com unhas e carnes, não queria mesmo perder mais esta para a doença, já estava perdendo muito. Ele tentou se recompor e quando finalmente terminou de se arrumar foi encontrar seus pais e seus irmão. Que já o esperavam no hall da casa.

-Nossa Damon! Isso é sério... Você tem que parar com essa mania de ser o último a se arrumar, isso é muito gay.

-Stefan! – repreendeu Maria, Stefan adorava implicar com a vaidade de Damon.

-Deixa mãe, é puro recalque. –Damon falou dando um beijo em sua mãe e franzindo o cenho pra seu irmão palhaço.

-Vamos logo! Estamos bem atrasados. – disse Joseph.

-Imagine de quem é a culpa. – Stefan falou dando as costas a Damon que meio que correu ao alcançasse do irmão pra lhe dar uma tapa na cabeça. – Ai! – Stefan gritou em desagrado.

-Parem vocês dois... Quando irão crescer? Por Deus! – Maria falou sem poder conter um riso, Joseph a seguiu.

-Pergunta pra ele! – Damon falou bicudo apontando pro irmão e todos riram desta vez, até o próprio Damon.

Ao chegar à mansão Gilbert’s, os Salvatore notaram que a simples “reunião”, era quase um baile. Haviam tantos carros na entrada e se podia ouvir música vinda de dentro da mansão.

-Você não havia falado que era uma simples reunião Damon? – perguntou Joseph ao filho que estava fazendo cara de surpresa.

-Foi o que Elena me falou. – foi apenas o que respondeu, espantado pelo número de pessoas que havia no jardim.

-Ora vamos, se tratando de Miranda, Elena e Caroline, o que vocês esperavam?- disse Maria toda altiva saindo do carro. Stefan caiu na risada e saiu logo em seguida, deixando seu irmão e seu pai ainda atônitos no carro.

Damon e Joseph se olharam e ambos soltaram um suspiro na mesma hora baixando a cabeça. Pai e filho, muito engraçado de se ver.

-E eu que pensei que iria terminar a semana de uma maneira calma e relaxante, conversando com alguns amigos, num tom normal. – disse falando pro filho enquanto retirava seu cinto de segurança.

-Nem me fale. Isso será quase impossível lá dentro. – Damon queixou-se repetindo a ação do pai e também logo depois o seguiu pra fora do carro.

A mansão estava repleta de conhecidos e sendo a família Gilbert uma das mais tradicionais e conhecidas de Londres, isto significava muita gente. Os Mikaelson’s foram deixados de fora desta reunião, por motivos óbvios, Rebekah ficou extremamente aborrecida com Stefan porque mesmo assim ele ainda insistiu em ir até lá, mas ela tinha que entender que os Salvatores tem uma relação mais estreita com os Gilbert’s do que com a família dela. Era uma amizade muito mais longa e vinculada.

-Que bom que chegaram. – disse Caroline recebendo Miranda e Stefan e logo depois Damon e seu pai. Os olhares dela e do caçula dos Salvatore se encontraram de maneira um pouco notória demais, ela ficou constrangida depois de uns segundos, Stefan a admirava nitidamente embasbacado.

-Bem está tudo muito lindo querida. – disse Maria gentilmente enquanto encarava o lugar, requintadamente decorado e sorria para a garota a sua frente.

-Obrigada! – Caroline respondeu seu jeito. – Entrem! Elena está ansiosa por vê-lo Damon e senhor Salvatore... - ela falou olhando para Joseph - O senhor Gilbert me pediu para avisá-lo que o espera no escritório. – Ela falou num tom bastante doce, típico da Caroline, Stefan não parava de observá-la, hipnotizado.

-No escritório? – Maria indagou descrente. – Será que nem aqui, numa festa vocês esquecem de trabalho? – ela encarou Joseph que bufou e foi na direção dela entrelaçando seu braço no dela e a puxando pra dentro da casa.

-Se nos dão licença... – ele falou secamente entrando com Maria, era possível ouvir eles numa pequena discussão enquanto se afastavam.

-Bem, vou procurar minha namorada. – Damon falou encarando as duas pessoas a sua frente, extremamente lesadas, se encarando feito bobos.

-Claro! – Caroline falou tão baixo que Damon morreu de rir com sua tentativa inútil de acordar pra vida.

            Ao passar pelo irmão, Damon se inclinou um pouco e sussurrou ao pé do ouvido de Stefan:

            -Tem uma gotícula de baba prestes a descer por sua boca, lesado! – Stefan meio que num susto, olhou para o irmão nesta mesma hora e num ato de total atordoamento levou a mão até o canto da boca procurando a tal baba, Damon sorriu debochado e foi até Caroline, beijou sua mão e disse:

-Linda e encantadora como sempre, senhorita Forbes. – ele piscou pra ela.

-Engraçadinho e galanteador como sempre, senhor Salvatore. – ela sorriu fazendo uma breve reverência para ele, cruzando seus joelhos e inclinando sua cabeça. Damon encarou seu irmão uma última vez e falou:

-Bem, divirtam-se! – Ambos ficaram sem jeito.

Damon se foi, deixando Stefan sozinho com aquela bela jovem, bem, pelo menos não tinha mais ninguém por perto num raio de um metro.

-Está maravilhosa Caroline. – Stefan falou repetindo o gesto de Damon, beijando a mão dela.

-Obrigada! – disse ruborizada.

...

Eu estava procurando Elena, quando finalmente a vi, acompanhada obviamente, ela sempre estaria assim. Era seu amigo, Jer... alguma coisa, de alguma forma eu nunca me lembro o nome dele. Irritante demais pra lembrar.

-Boa noite! – eu disse me aproximando do casal. Elena virou-se para me encarar e eu senti o amiguinho dela ficar tenso com minha chegada. “Ótimo! Também não gosto de você.” Pensei comigo mesmo.

-Meu amor, enfim chegou! – Elena me recebeu com um sorriso único, me dando um beijo no rosto, eu a segurei pela cintura e lhe dei um beijo na boca, um tanto quente demais pro ambiente, mas e daí? Aquele cara deveria saber de quem ela era. Minha! Elena se afastou de meus lábios me encarando incomodada, ela sabia porque eu tinha feito isso e pareceu não gostar, ela não era muito fã de meu senso territorial por assim dizer.

-Lembra-se do Jeremy não? – ela me perguntou um tanto irônica.

-Mas é claro! Como tem passado? – eu falei sorrindo meio cínico, estendendo a mão para ele apertar.

-Muito bem Damon, obrigado! – ele segurou minha a mão e eu a apertei firme, firme demais, ele franziu a testa, talvez de dor. Com certeza de dor. Ótimo! Ele puxou sua mão da minha e eu soltei um riso vitorioso. Babaca!

-Você está bem? – Elena me perguntou um tanto séria, me encarando com olhar pidão. Eu odiava aquilo, era pra eu viver 24 horas doente por acaso?

-Maravilhoso, porém com sede, me acompanha numa bebida? – perguntei pra ela cortando logo o assunto. Ela fez birra, mas logo assentiu.

-Se me der licença Jeremy. – ela falou com gentileza, toda molinha. Argh!

-Mas é claro que ele dá. Certo Fell? – eu respondi por ele e Elena me cotovelou discretamente, do sobre nome eu lembrava, pois era tão amargo quanto a presença dele junto à Elena, verdadeiro fel. Eca!

-Sim, é claro! – ele respondeu soltando um riso sem graça.

-Vamos?! – me virei pra encarar Elena, ela soltou um olhar firme e irritado e assentiu. – Com licença. – falei cínico pro outro e tirei minha namorada de perto dele.

Estávamos indo em direção as bebidas, quando Elena resolver começar com a baboseira de sempre.

-Quando vai parar de implicar com o Jeremy? – ela me perguntou sem parar de andar, eu nem a encarei.

-Quando ele se tocar e parar de dar em cima da minha namorada.

-Você implica com todo mundo. Com todos os meus amigos.

-Eu tenho motivos, o seu último amiguinho com o qual impliquei se mostrou um total idiota. Você não tem bom gosto com amizades de outro sexo. – ela parou de andar se soltando de meu braço totalmente irritada.

-Você tem suas amiguinhas também Damon.

-Você se refere a Andie? – ela assentiu. – Sim, ela é minha amiga, mas apenas isto e é uma mulher direita, centrada responsável, conhece o seu ligar e não se dá ao desfrute.

-Nossa! – ela falou cruzando os braços. – Ela é perfeita! – ela sorriu irônica.

-Perfeição não existe Elena, eu já te falei isto, apenas ela não pode ser comparada aos seus amiguinhos, diferente deles ela não dá em cima de mim.

-Isso é o que você me diz. – eu soltei um riso irônico. Ela estava tentando reverter o jogo.

-Sabe muito bem que não há nada entre nós, você está ofendendo uma pessoa que não te fez nada. Andie é minha amiga, ela respeita minha relação com você, ela tem namorado e você tem que parar que usar ela como defesa toda vez que eu me queixo dos seus amigos sem noção.

Elena respirou fundo, ele estava bastante irritava e eu não ficava atrás Saiu caminhando na minha frente chagando na mesa antes de mim, eu a segui irritado.

-Você sabe que ele dá em cima de você. - eu falei ao pé do seu ouvido enquanto ela se servia de um suco de morango. – Eu detestaria pensar que você está fazendo aqueles seus joguinhos de ciúmes comigo outra vez, você sabe que eu detesto isso. – Ela se virou pra mim irritada.

-Pare de desconfiar de mim Damon. – seus olhos eram pura raiva agora.

-Para de me dar motivos. – eu respondi no mesmo tom.

-Achei vocês! – Miranda apareceu interrompendo nossa encarada mortal. Eu desviei o olhar de Elena dando as costas pras duas. – Interrompi? – Miranda perguntou.

-Não mãe, estávamos apenas conversando. – Elena respondeu, eu me afastei um pouco das duas indo me servir de uma vodka pura do outro lado da mesa e finalmente encarei Elena ela dava atenção à mãe, mas vez ou outra me olhava, ela forçava sorrisos, era como se as duas estivessem combinando algo.

Miranda sussurrou algo ao pé do ouvido de Elena, que sorriu fracamente. Ela acenou de longe pra mim, eu retribuí. Após a mãe se afastar Elena veio ao meu encontro, eu dei outro gole na minha vodka, tomando todo o restante dela.

-Vamos parar com o climinha chato. Eu detesto isto. – ela falou segurando seu copo com suco e me encarando. Eu nada respondi, pois antes que pudesse falar algo ouvi a voz de Miranda, desta vez ao microfone.

-A atenção de todos, por favor! – ela falou silenciando todo o ambiente. – Muito obrigada! Bem, é tradição em minha família reunir os amigos para celebrar. Minha família tem passado por um momento difícil ultimamente – Miranda olhou diretamente pra mim e eu com certeza não queria estar ali neste momento, senti a mão de Elena encontrar a minha e a encarei, ela me olhava docemente e Miranda continuou. – Mesmo assim, hoje chamei você aqui meus amigos, para celebrarem comigo a vida e como ela é bela de se viver e que vale a pena lutar por ela. Esta noite quero que todos vocês se divirtam comigo e minha família. Que cantem e dancem comigo. E para deixar a noite mais alegre, gostaria de propor uma valsa dos casados, ou quase isto. – Miranda sorriu e junto dela uma legião de outros risos tomaram a sala. – Então senhores, peguem sua dama, seja ela sua esposa, namorada, noiva ou apenas uma pretendente a qualquer uma dessas categorias. – ela sorriu novamente e tirou um riso de mim, Elena sorriu ao me ouvir sorrir. Eu a encarei acanhadamente. – Vamos dançar! – Miranda concluiu e segundos depois uma valsa foi iniciada, eu entendi enfim o que ele tramava com a filha.

-Eu sei que você não gosta, mas eu adoraria dançar com meu namorado. – Elena me falou sorrindo sem jeito.

-Não sei valsar, sou um desastre. – eu relutei.

-Nem eu, mas seria uma desfeita. – ela falou cabisbaixa e eu me rendi, oferecendo-lhe meu braço. Ela aceitou e nos juntamos aos casais, eu podia reconhecer alguns, mas adorei ver Stefan com Caroline, não era que eles combinavam?!

...

 A valsa seguia e cada vez mais casais iam se juntando aos já formados. Elena e Damon se encaravam enquanto valsavam com cuidado, não era como se eles pudessem se exibir se não pisassem um no pé do outro já estaria perfeito.

-Odeio valsar, mas principalmente lento assim como estamos. – Elena disse a Damon.

-Eu avisei que não sabia dançar. – ela falou.

-Não é isso é que assim, devagar, vejo as pessoas girando ao meu redor,imagens se repetindo, me sinto tonta, é algo que tenho comigo desde de pequena, só gosto de valsar rápido, quando tudo ao redor desaparece e vira um borrão devido aos passos e giros rápidos, aí sim eu gosto de valsar e posso fingir amar por horas a fio. – Damon escutou tudo e então falou:

-A batida é lenta Elena, não dá pra aumentar o passo.

-Então aumentemos a batida. – ela sorriu maliciosa e Damon franziu o cenho receoso. Elena foi o puxando em direção à banda sem parar de dançar e ao chegar perto dos músicos ordenou:

-Mais rápido! – eles assentiram.

-Você só pode estar brincando... – Damon falou incrédulo.

-Não estou não. – ela sorriu e apressou seu passo. Eles rodopiavam salão a fora, desviando dos outros casais com uma habilidade que ambos desconheciam possuir. Elena ainda sentia a música lenta e novamente foi em direção aos músicos. –Mais!

-Elena... – Damon advertiu, aquilo estava se tornando loucura, ninguém valsa naquela velocidade. Ele fez menção de parar, mas Elena o travou.

-Não! – ela disse incisiva e Damon fez o que ela quis, embora achasse uma loucura.

Os outros casais, como Caroline e Stefan começavam a ver Damon e Elena apenas como um borrão vermelho, devido ao belo vestido que Elena usava, tamanha era a velocidade da dança dos dois.

-O que aqueles dois estão tentando fazer?- perguntou Stefan divertido. – Se matar? – ele sabia que seu irmão era um desastre na dança, assim como sua ex noiva.

-Não faço a mínima ideia. –Caroline respondeu se divertindo tanto quanto Stefan, eles sorriam enquanto continuavam a dançar num ritmo menos desesperado que o outro casal.

Aos poucos Damon e Elena viraram o centro das atenções e os demais casais abriram espaço para que os dois continuassem dançando livremente, pode até parecer mentira, mas eles estavam administrando bem seu próprio ritmo alucinado.

-Você é maluca! – Damon soltou para Elena.

-Olha só quem fala. Pra quem não valsa você se adaptou bem a minha loucura. – Ela falou num tom alterado.

-Se você queria atenção conseguiu. – Falou Damon ao olhar pros lados e notar que apenas os dois valsavam livremente no salão.

Foi então que sem obter resposta de Elena, apenas sentiu seu sopro gelado em seu rosto e voltando a encarar sua parceira notou que Elena estava desacordada em seus braços! Ela parecia ter sua face ligada à de Damon como um ímã, pois mesmo desacordada a cabeça não desabou, apenas pendeu um pouco pro lado e Damon a tinha tão presa contra si que seu corpo não cedeu à gravidade. Damon tomou Elena em seus braços a tirando dali, vozes especulativas podiam ser ouvidas de toda a parte.

-O que houve?

-Será que ela está bem?

-E u sabia que aquilo seria uma imprudência...

-Onde já se viu? Valsar daquele jeito?!

Os comentários seguiam, Damon ignorou a todos e subiu com Elena em direção aos quartos, foi seguido por Miranda e Caroline e também Maria. Stefan subiu até o meio das escadas e chamou atenção de todos:

-Por favor, amigos, acalmem-se, Todos aqui sabemos que meu irmão é médico e logo saberemos que isto tudo não passou de uma ligeira vertigem, resultado de uma exibição. – ela falou tentando ser divertido e conseguiu. – Por favor, música. Vamos continuar nos divertindo.

Grayson e encarou soltando um grande “obrigado” em forma de aceno, Joseph piscou para o filho, ele teve sangue frio e agiu bem.

...

Eu elevei Elena até seu quarto, Ela estava gelada e muito pálida. Deitei-a em sua cama e Caroline correu logo até o banheiro do quarto me trazendo sem que eu pedisse um frasco com absinto, não era a primeira vez que Elena desmaiava e ela meio que sabia o que fazer, Miranda estava logo atrás de mim um tanto aflita e minha mãe tentava a acalmar.

-Elena?! – eu falei enquanto batia levemente em sua face. Céus! Ela estava muito pálida. Levei o frasco até seu nariz e bati novamente em sua face, ela comeou a despertar. – Meu amor?!

-Graças a Deus! – suspirou Miranda nas minhas costas.

-Damon... – ela falou com dificuldade.

-Isso, estou aqui! O que foi? – perguntei enquanto acariciava seu rosto, ela estava gelada demais.

-Não sei o que houve, de repente senti falta de ar e tudo escureceu. Eu caí? – ela perguntava engolindo em seco e fechando os olhos, ainda estava meio tonta.

-Não, eu segurei você. Está sem ar agora? Sua roupa é apertada! – eu perguntei e ela assentiu, imediatamente afrouxei seu vestido, que marcava com força sua silueta como uma espécie de espartilho. – Está melhor? – perguntei preocupado, meus lábios estavam trêmulos e descorados.

-Sim. – ela falou com a voz quebrada e soltou um gemido de desconforto.

Eu ouvi a porta do quarto se abrir, não acreditei quando vi quem era. Fell?! Só podia ser brincadeira.

-Elena?! – ele falou se jogando em cima da cama de Elena e segurando sua outra mão, pois eu já tinha uma presa à minha. – Como você está? O que aconteceu?

-Jeremy querido, está tudo bem, foi apenas uma tontura devido a dança; - Miranda respondeu, eu estava a ponto de arrancara a cabeça dele de seu corpo esguio.

Elena o encarou com doçura soltando um sorriso esforçado, aquilo me fez soltar sua mão e dar as costas pra visão. Eu mereço! Minha mãe sentiu a tensão e veio me encontrar, passando a mãos em meus ombros.

-Calma querido, ele só está preocupado. É amigo dela. –  ele falou em sussurro, eu respirei fundo.

-Estou bem Jer. Foi apenas uma tontura, você sabe, não tenho o costume de dançar. – Eu ouvi direito? Ela chama ele de Jer?! Que íntimo.

-Tem certeza? – ele perguntou. Respire Damon.

-Acho que tem muita gente neste quarto. – Disse Miranda. – Se sente melhor querida?

-Sim mãe! – eu ainda estava de costas pra Elena, não queria ver aquele sem noção de mãos dadas com ela.

-Então, vamos deixar ela sozinha com o namorado, que é médico e saberá cuidar dela como ninguém. Carol você fica e ajuda Damon, pegando o que ele precisar, eu vou voltar pra festa e acalmar meus convidados.

-Concordo! – disse minha mãe e foi se juntar a Miranda.

-Vamos Jeremy?! – Miranda insistiu.

-Sim, vamos! – eu finalmente tomei coragem de virar, mas não podia ter sido na pior hora, eu vi o desgraçado beijar a mão de Elena que lhe soltou outro sorriso gentil. – Se cuide!

-Pode deixar! – ela respondeu sorrindo. Ele se levantou e passando por mim me encarou insolente.

-Cuide bem dela! – Pelo amor de Deus! Ele quer morrer!

-Certamente! – respondi com toda a ironia que pude reunir, foi o bastante para não arrancar a cabeça dele ali mesmo.- Vá com eles Caroline, se eu precisar de algo, eu chamo! – eu falei seco e ninguém relutou. Logo todos saíram do quarto e eu fiquei a sós com Elena.

-Como se sente?

-Ainda estou um pouco tonta. Creio que exagerei.

-Acho que sim.

-Meu estômago está embrulhado. – ela falou fazendo uma careta de desagrado e engolindo algo.

-Enjoada?!

-Acho que sim!

-Você rodopiou demais, eu deveria ter parado você, era óbvio que todo aquele desespero de dança não traria bom resultado. – ela gemeu desconfortável.

-Que foi?- o olhei preocupado.

-Quero vomitar.

-O que?

-Por favor, me leve pro banheiro, eu vou vomitar. – ela estendeu seus braços em minha direção agoniada, eu a peguei ligeiramente e a levei ao banheiro, a coloquei diante do vaso e ela se jogou no chão sentando na frente do mesmo e vomitando sem parar, e acompanhei seu movimento e comecei a massagear suas costas.

-Me lembre de nunca mais valsar com você. – eu falei com pura sinceridade e ela voltou a vomitar e ao final soltou um gemido.

-Minha garganta esta queimando. – ela reclamou sentando-se no chão frio no banheiro.

-Vem aqui! – eu levei até a pia e ela jogou água no rosto. Fui guiando ela de volta pra cama a cor dela parecia estar voltando a sua face.

-Se sente melhor?

-Acho que vomitar foi o segredo, me sinto bastante melhor, sem tontura ou mal estar.

-Isto é bom.

-Espera um pouco? Eu vou escovar meus dentes, refazer minha maquiagem, troco de vestido e descemos.

-Tem certeza?

-Sim! Tenho que acalmar as onças lá embaixo. – demos risada.

-Tudo bem, mas qualquer coisa estarei bem aqui!

-Certo.

Ela se levantou e uns vinte minutos depois saiu de seu closet renovada.

-Nossa! Você mulheres são mágicas! – ela gargalhou.

-Vamos Damon?!

-Vamos!

Ao voltar pra festa tive que novamente aturar o porre de Fell vindo encher meu saco, Elena foi um pouco mais consciente e se esquivou bem dele desta vez. Ficamos por um bom tempo respondendo sobre o que houve, mas logo tudo foi deixado de lado e a festa seguiu seu curso normal. Bem nem tanto assim Elena começou do nada a provar praticamente, todo o Buffet.

-Com fome?! – eu perguntei irônico e erguendo a sobrancelha, ela estava com sérios distúrbios hormonais, isso talvez fosse devido ao estresse que ela vem sofrendo por minha causa. Odeio pensar nisso, nela mal, por minha culpa.

-Muita! Nossa isto está uma delícia. – disse ela ao mergulhar uma espécie de bolinho de peixe uma calda de chocolate. Eca!

-Eu imagino!

O resto da noite seguiu divertida, ainda mais porque as novas misturas culinárias de Elena ao longo da noite eram hilárias: uva com queijo, geleia de morango com carne e por ai ia.

-Desse jeito você vai passar mal outra vez! – eu falei receoso e ela me encarou numa carranca.

-Deixe de ser estraga prazer. Você deveria provar, é uma delícia e você tem que comer bem. – ela falava voltando a encher a boca de comida. Senhor!

-Você disse tudo comer “bem”. – eu frisei com aspas e ela me deu um  soco no ombro.

-Invejoso! – falou mostrando a língua.

-Nojenta! – respondi rindo e ela me bateu outra vez.

Quando finalmente decidimos ir para casa, já restavam poucos convidados, demoramos um pouco mais porque estávamos esperando Stefan, ele havia sumido o resto da noite, eu sorri quando o vi voltando sem jeito da direção do jardim acompanhado por Caroline. Nos despedimos de todos.

-Cuide-se! – eu disse a Elena.

-Te vejo em breve!

-Amanhã eu vou ao hospital, tenho algo a tratar com Alaric.

-Está tudo bem? – eu vi um ruga de preocupação na sua testa,ultimamente Alaric e hospital pra Elena eram sinônimos de Damon piorando.

-Sim é apenas uma conversa, você sabe como ele é. – ela me encarou vencida e relaxou. – E você? Está bem mesmo?

-Sim foi só um susto. – ela disse sorrindo e sincera.

-Hoje foi um dia de sustos. – ela me olhou confusa. – Deixa pra lá!

-Até breve amor. Te amo!

-Descanse, você anda meio estressada. – ela sorriu.

-Olha só quem fala! – ela me beijou então, um beijo doce, o meu preferido.

-Te amo! – eu falei.

Fomos embora, amanhã o dia seria longo, ultimamente sempre era.


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Notas finais do capítulo

(yn) Ai que medo do próximo...