(Elena)

Fazia mais de um mês que eu não tinha notícias de Damon. Stefan me falou que ele tinha começado a trabalhar no hospital. Isso tudo tornava as coisas ainda mais difíceis, pois com os plantões e noites e mais noites direto no hospital, Damon não parava muito em casa.

Caroline estava cada vez mais envolvida com Klaus, ele a conquistou afinal. E o porre da Rebekah não cansava de encher os dois. Stefan sempre intermediava as tensões, ele enchergava tudo aquilo nela apenas como ciúmes de irmã e capricho, mas eu sabia que era bem mais que isso.

Eu estava muito triste, minha última conversa com Damon me deixou no chão e eu fiquei mal por dias, quase não saia decasa e nem comia bem. Minha mãe me deu um baita sermão e eu me obriguei a sair daquela situação. Ficar daquele jeito não resolvia nada mesmo, eu tinha era que agir.

Eu liguei várias vezes para ele nesta última semana, nunca fui atendida, nem recebi respostas das mensagens que deixei. Eu decidi, com a ajuda de Stefan, encontrar ele de surpresa num lugar onde ele almoçava todos os dias agora.

Cheguei na hora e no local que Stefan me indicou, um restaurante sofisticado chamado "El Mare", fiquei de frente a ele esperando o carro de Damon. Poucos tempo depois eu vi o veículo negro estacionar. Damon desceu do carro, eu já ia sair do meu, mas então eu parei. Damon trazia na face um sorriso mais que descontraído, ele deu a volta até o lado do carona, abrindo a porta e dando a mão para ela descer. Andie. Ele estava com a Andie? E sorrindo descontraído? Meus olhos estavam encharcados, eu os fechei com força, forçando as lágrimas a deixarem minha visão mais nítida, sem a embaçar. Eu havia passado este tempo todo chorando, sofrendo, imaginando o quanto eu tinha feito mal a ele, sido infantil e estúpida e agora... Ele estava ali, como se nem lembrasse que eu existia. Ignorando minhas ligações enquanto saia pra almoçar com Andie, no El Mare. Foi demais pra mim.

(Autora)

Elena ligou o carro e saiu dirigindo ele como se não fosse mais parar. Não sabia exatamente onde estava indo, apenas queria se afastar ao máximo daquele lugar. Ela estava mais que perturbada. Ela sabia do que fez, se arrependeu por ter feito algo tão imbecil, estava reconhecendo o erro, tentando concertar. Damon estava sendo mais inflexível do que deveria, afinal ele a amava e vê-la sofrer não era algo que lhe fizesse bem, no entanto o orgulho dele não o deixava recurar de sua posição. Ele sentia falta de Elena, de estar com ela, de seus beijos e carícias, de suas palavras, seus gestos, mas ele queria mais da garota, queria maturidade. Queria que ela voltasse a ter a mesma força de antes, a mesma que a fez desistir de se casar com Stefan e usá-la para gritar ao mundo o quanto ela queria estar com ele. O quanto ela o amava.

Uma chuva forte começou a cair, como se já não bastasse as lágrimas, Elena agora tinhas as gotas de chuva atarapalhando sua visão. A morena chorava cada vez mais, a cena não saia de sua mente. Ela havia o perdido por pura infantilidade e ele havia a esquecido muito mais rápido do que ela julgava. Raiva e tristeza se confundiam em sua mente agora. O celular dela tocou, fazendo ela olhar pro banco ao lado onde ele estava jogado, ela encarou o nome na tela: "Stefan". Fechou os olhos em recusa, ela não ia atender. Um barulho de uma buzina invadiu sua mente, Elena olhou pra frente e apenas desviou o carro.

(Damon)

-Eu espero me adaptar mais rápido, ainda sinto o peso dos plantões. - Eu falei para ela.

-Você ficou muito tempo afastado desta vida Damon, aos poucos você se acostuma outra vez. - Andie falava enquanto encarava seu prato. Meu celular começou a tocar. Era Stefan.

-Stefan?!

-Damon, Elena está aí com você? - Ele me perguntou e eu me surpreendi. Deveria estar?

-Não, porque?

-Eu falei pra ela onde você estaria agora, ela estava te esperando aí. Eu liguei pra ela pra saber se ela havia te encontrado, mas ela não me atende. Pensei que estava com você.

Certo, aquilo me deixou inquieto.

-Não Stefan, ela não está comigo.

-Pra onde ela foi então?

Stefan estava aflito agora, ele me falava que falou com ela minutos antes dela chegar no local, e que la havia ficado de ligar avisando quando me encontrasse, mas não ligou. Ele ligou e ela não atendeu e agora caia direto na caixa de mensagem.

-Continua tentando Stefan, eu vou ficar ligando também, se você conseguir me liga.

Eu encarei Andie desligando a chamada, ela me olhava assustada.

-O que foi? - Me perguntou perturbada.

-Aconteceu alguma coisa com Elena. - Ela arregalou os olhos. Eu levantei, levei minha mão ao bolso, pegando da minha carteira um número de notas qualquer e jogando na mesa. Andie me seguiu e nós saímos do restaurante. Antes que eu chegasse no carro, meu bipe tocou. Era Alaric. E eu gelei com a mensagem:

"ACONTECEU UM ACIDENTE PRÓXIMO DE ONDE VOCÊ ESTÁ. A AMBULÂNCIA NÃO CHEGA ANTES DE VOCÊ SE VOCÊ CORRER.  UMA MOÇA CAPOTOU O CARRO."

Só me veio a imagem de Elena na mente, eu levei as mãos a cabeça, e entrei no carro alucinado, Andie me seguiu.

Ao chegar no local, haviam muitos curiosos, eu abria espaço entre as pessoas, eu já avistava o carro, eu tremi em desespero ao reconhecer, era o de Elena, meu coração pareceu vacilar por um instante. "Meus Deus, não me castigue assim."

Eu cheguei perto do veículo. Minhas pernas vacilavam. Eu vi o corpo de Elena ainda preso ao carro pelo cinto de segurança, seus olhos estavam fechados e havia uma ferida em sua testa. Andie se aproximou de mim.

-Ai meu Deus! - Ela falou levando a mão aos lábios. - Elena!

Eu desesperadamente me enfiei no carro, puxei o cinto de segurança tirando ela de lá, os policiais ao redor tentaram me impedir, mas eu mostrei minhas credenciais e eles logo recuaram. Eu a peguei em meus braços, totalmente padecida. Eu tremia, minha garganta queimava, as lágrimas invadiram meu rosto com uma força incontrolável. Eu a deitei no chão tentando movê-la o mínimo possível agora. Era o melhor.

-Minha linda, por favor... Por favor. - Eu ainda não tinha tido a coragem de checar seus sinais vitais, eu fui fazendo isso aos poucos. Primeiro encarei se peito, para notar movimento, sem sucesso. Depois toquei seu pulso e notei batimentos quase inesistentes. Estava desesperado, ela estava viva, mas muito fraca. Sua respiração quase não existia mais. Andie veio em minha direção com um quite de primeiros socorros que eu levava no carro, na verdade era quase uma ambulância no meu capô. Ela rapidamente colocou o oxigênio em Elena e imobilizou o escoço dela, eu estava paralisado emquanto ainda segurava a mão dela.

-Por favor minha linda... Por favor. - Eu não parava de repetir. Ela tinha que resistir até o resgate chegar. Ela ia resistir.