Save Me escrita por Lena


Capítulo 4
I feel the words unspoken inside


Notas iniciais do capítulo

Me perdoem pela demora, galerinha! Mas o lance é que eu fiquei sem internet. Enfim, LEIAM as notas finais!



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Cameron havia mesmo juntado seus lábios e Gabbe não poderia descrever o que estava sentindo. O beijo de um demônio era perigoso, fatal e quente. Chegava a ser pecaminoso de tão surreal. Era até mesmo melhor do que sentir o vento sobre suas asas ― e ela chegou a pensar que seria até melhor do que ser redimida. Ou então, talvez, melhor que a sensação de vencer uma batalha contra o inimigo. Porque confraternizar com um deles era muito melhor. Desde que o tal inimigo seja Cameron Briel, é claro. As suas línguas se tocavam avidamente, suas bocas se encaixavam de uma forma descomunal e, de repente, ela não sentia mais medo. Suas mãos delicadas foram de encontro aos cabelos negros e muito molhados dele, os enlaçando em uma tentativa de trazê-lo para mais perto de si. Porque ainda não era suficiente. Aquele beijo parecia cada vez mais errado e insano, porém ambos não se importavam. Cada toque era como se entrassem em combustão.

As mãos do demônio apertavam sua cintura, puxando-a de encontro a si, a chuva forte caindo sobre os dois sem piedade, mas ainda não era forte o suficiente para fazê-los pararem com aquilo. Cam sentia que precisava de mais, portanto apertou o anjo um pouco mais forte, mas cuidando para que soasse delicado. Não combinava com ele, mas combinava com ela.

Com relutância, Gabrielle se separou dele quando percebeu que precisava de oxigênio em seus pulmões tanto quanto sabia que o que tinha acabado de fazer não tinha caminho de volta, com a mão deslizando dos cabelos para o peitoral dele, o empurrando levemente. Os dois anjos caídos estavam ofegantes, olhando um para os olhos do outro, com ânsia em saber cada detalhe de suas longas vidas, cada segredo obscuro que envolviam suas almas perdidas e, principalmente, tinham a ânsia de saber o que se passava em suas cabeças alimentadas por aquele desejo insano e mundano. Mesmo com tantas coisas passando por eles, nenhum dos dois encontrou resposta alguma.

Cam suspirou pelas narinas e encostou sua testa na dela. Alguns segundos se passaram e ambos pensaram que poderiam ter se passado anos que eles não notariam, afinal, quem se importava com o tempo em um momento tão crucial como aquele?

― Isso foi... ― Gabbe começou, procurando as palavras certas para descrever o que havia sentido. Mas não existiam as palavras que conseguissem transmitir isso. Portanto, preferiu dizer o que sua consciência gritava desesperadamente, ignorando o coração de todas as formas possíveis. ― Isso foi muito, muito errado! ― Ela o encarou nos olhos, e não tinha mais medo algum em fazê-lo.

A expressão no rosto de Cameron passou de séria, para divertida. Um meio sorriso se formou em seus lábios, sendo seguido por uma risada nasal abafada.

― Isso com certeza. ― ele concordou.

Uma risadinha nervosa escapou dos lábios de Gabbe, mas a garota teve de voltar com a expressão séria um minuto depois.

― O que vamos fazer? ― a pergunta saiu antes mesmo de que pudesse raciocinar que iria fazê-la.

― Bem, ― Cameron começou a falar, olhou para o céu, observando a noite que já havia sido baixada e as gotas de água que ainda caíam. Ele repuxou o lábio inferior em um dos lados. ― sair da chuva seria um bom começo.

Era extremamente estranho que aquilo estivesse realmente acontecendo.

Gabbe estava sentada ao lado de Cam, em um chão frio em uma parte escondida do prédio do reformatório. Sua cabeça estava apoiada no ombro dele, enquanto Cameron brincava com as mãos dela nas mãos dele.

― Eu adoro você. ― ele sussurrou no ouvido pela segunda vez. Um sorriso se formou no rosto dela, enquanto assimilava a situação. Ele inclinou-se para beijá-la novamente, puxando seu rosto para mais perto. Seus lábios se juntaram, os corações bateram mais forte e eles ficaram ofegantes logo depois. ― Se o conceito do paraíso não for esse atualmente, não sei se quero voltar para lá. ― Cam sussurrou, antes de pressionar os lábios dela aos seus... De novo.

― Beleza, diz aí: Aonde você esteve? ― Ariane falou, assim que Gabbe abriu a porta de seu quarto. O anjo, Gabrielle pulou de susto, o coração em disparada.

― Mas o que...? ― ela perguntou, colocando uma das mãos no peito. ― Ariane, nossa, você me assustou! ― repreendeu.

― Hum ― a outra murmurou, levantando-se da cama da amiga, aonde estava sentada com os braços cruzados. Provavelmente, a esperando ali por um período de tempo demasiadamente longo. ― Então, se assustou por quê? Está nervosa? ― Ela olhou para amiga com a testa franzida. Onde Ariane queria chegar com essas perguntas?

― Aonde você quer chegar, afinal? ― Gabbe estreitou os olhos e cruzou os braços ao mesmo tempo.

― Puxa, você está encharcada! ― Ariane se aproximou da amiga, observando as roupas com falsa admiração no rosto. ― E então, vai dizer aonde você esteve, Givens?

― O que deu em você? ― Gabbe alterou o timbre minimamente, o nervosismo presente em sua voz.

― Comigo? Nada. ― Ariane respondeu ― Embora você saiba, não é? Você sabe o que deu em você?

Gabbe começou a entender para que lado a conversa estava se voltando, e suspirou longamente antes de perguntar:

― Você estava me espionando?

― Eu estava voando, e para sua sorte estava sozinha. ― Ariane se defendeu ― E aliás, eu acho que você enlouqueceu.

― Escuta, eu realmente não queria que as coisas fossem assim. Não era o plano. ― Gabbe disse.

― Fala sério, Gabrielle! Beijar Cameron Briel? Para que universo paralelo eu vim e não notei? ― Ariane perguntou.

Gabbe se sentou na cama suspirando pesadamente. Definitivamente, não havia como explicar como tudo aquilo havia acontecido. Talvez fosse um universo paralelo mesmo. Quando percebeu, Ariane estava sentada ao lado dela com a expressão serena no rosto, embora visivelmente chateada.

― Está tudo bem. Me desculpe, eu não devia ter jogado tudo isso na sua cara. ― a amiga pediu.

― Eu teria a mesma reação, não a culpo. ― murmurou Gabbe.

― E então...? Você e o Cam? ― Ari perguntou, os lábios curvados sugerindo um sorriso.

Gabrielle virou-se para encará-la.

― Eu estou apaixonada. Na verdade, eu o amo e não tem como negar mais. ― Ela estava derrotada, como se desistindo de negar o que era um veredicto. E dizer aquilo em voz alta, era tão estranho, porém, ao mesmo tempo, tão verdadeiro que ela não se importou mais. Gabrielle Givens estava apaixonada por Cameron Briel. Um anjo, apaixonado por um demônio e ela não tinha mais medo de assumir o que sentia.


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Notas finais do capítulo

Hey gente, então, eu gostaria de dizer que estou MUITO feliz com os reviews e também com a primeira recomendação que fanfic teve. OBRIGAAAAAAADA PRETTY.
Então, o próximo capítulo já vai ser o último :/ Que é tipo... o Epílogo.
Espero que ainda estejam aí, e que não deixem de escrever a sua nobre opinião nessa caixinha aqui embaixo.
XOXO
Mylls