Rosas escrita por Larissa M


Capítulo 5
Capítulo 4 - Debaixo da Cerejeira


Notas iniciais do capítulo

YAY postei até antes, viu só? nisso q dá ficar inspirada (e de férias xD) Nossa, eu adorei escrever a parte final desse capitulo. Boa leitura!



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Susanna rodou o diário em suas mãos, fascinada com a sua composição. Ela acariciava o veludo de leve, sentindo o tecido antigamente macio, mas gasto pelo uso. Seu pai nunca deixava de registrar um dia em qualquer diário. Porém, ela nunca pusera a mão em nenhum desses caderninhos. A curiosidade só viera a aflorar tempos depois que seu pai já morrera, mas ela não conseguiria achá-los. Soubera depois que estavam com Isobel.

Susanna reabriu o caderno, folheando as páginas. Ao rever a caligrafia do pai, ao ler certas palavras, soltas do contexto, mas que tinham significado mesmo assim, Suze não pode contar as lágrimas, que ela sabia que viriam cedo ou tarde. Elas escorreram silenciosas pelo seu rosto, deixando rastros úmidos por suas bochechas, manchando um belo rosto com sinais de tristeza.

Eddie não soube o que fazer. Nunca fora seu forte tratar com as emoções de outras pessoas, especialmente quando se tratava de uma moça de dezoito anos. Tudo o que pôde fazer fora observar em silêncio, com um olhar de pesar no rosto. Susanna não se importava; sabia da inabilidade de Eddie ao mexer com esse tipo de coisa. Do contrário, sua concentração estava toda no caderno.

Susanna sentou-se na beirada da cama de May e Eddie, enxugando as lágrimas para que não manchassem o papel abaixo de si. Ela levantou o olhar para Eddie, como um silencioso pedido de obrigado. Se levantando num impulso, Susanna abraçou o homem mais velho, e logo depois se retirou do quarto. Eddie sabia que ela precisava de tempo para si mesma, e entendeu o gesto.

Descendo as escadas, ela cobriu rapidamente o espaço até a cozinha, achando May ainda lá dentro. A moça olhou para ela num outro pedido de desculpas, e logo seguiu porta afora. Mais tarde viria conversar com o casal Ferguson, decerto.

Susanna saiu da cozinha para o ambiente cada vez mais cheio da loja de doces. Ouvia-se reclamações alheias do quanto estavam demorando para atendê-los, mas Suze nem os ouviu. Não se importava com a clientela agora, nem se estava saindo da cozinha para fora.

Não havia dúvidas quanto ao lugar para seguir. Parecia óbvio o único lugar que seria calmo, relaxante e nostálgico o suficiente para ela poder passar pelo certo sofrimento que teria ao ler as palavras escritas por seu pai. Sem hesitar, ela atravessou a rua de pedras acinzentadas, chegando à borda do Parque. A partir dali, o percurso se seguiu quase automaticamente: seus pés a levaram por sobre a ponte, e depois para um dos cantos mais remotos dali. Era um grande Parque, e o banco onde ela se sentou era à sombra de uma cerejeira, na linha de um caminho pavimentado, e cercado por rosas brancas.

Susanna tomou um lugar no banco vazio, endireitando a postura no seu espaldar reto. Olhou o Parque ao seu redor, e viu como cresciam as mais belas cerejas ali. Com um longo suspiro, pegou o caderno repousado em seu colo, abriu na primeira página, e se pôs a lê-lo.

Christopher já estava cansado de tanto ouvir sussurros e murmúrios ao seu redor, fosse enquanto estivesse passeando despreocupadamente pela rua ou em qualquer lugar que ele visitasse. Todos na cidade pareciam trazer a mesma opinião a respeito dele, e igualmente todos pareciam saber quem ele era, talvez por estar acompanhado de George, e suas razões por estar ali. Ao contrário de Christopher, George recebia apenas cumprimentos gentis, às vezes acompanhados de um: “tudo bem, Sr. Giusini?”, mas nunca nada no sentido depreciativo.

- George, me diga quando foi que essa cidade passou a te adorar. – perguntou Christopher, quando os dois jovens se sentavam no banco traseiro do carro mais uma vez. Estiveram na cidade a procura de remédios para a mãe de ambos, e George insistira para que Christopher fosse. Até o momento, o irmão mais velho não descobrira as intenções do mais novo ao fazer o convite. Não fora algo ao acaso, e muito menos um irmão querendo a companhia de outro. George se dava muito bem sozinho, Christopher sabia disso. O que não sabia é que o irmão lhe fizera o convite justamente para mostrar o que estava irritando Christopher naquele momento.

- Eu não sei. – ele falou. – Talvez eu tenha ganhado essa reputação pelo simples fato de estar presente. – as últimas duas palavras foram pronunciadas com ênfase, e seu sentido captado pelo interlocutor.

- Então foi por isso o seu gentil convite para eu te acompanhar? – Christopher disse – Para eu ver a sua reputação?

- Na verdade, minha intenção fora dar um enfoque a sua reputação. Queria lhe fazer um favor, Christopher. Você pode não ligar a mínima para esse fato, mas saiba que não afeta apenas a você. O que roda pela cidade a seu respeito diz respeito também a sua família. Você sabe o quanto cidades pequenas podem ser cheias de maledicência... Mamãe não gosta de saber disso, e tapa os ouvidos propositalmente quando chego para lhe contar tais coisas.

- Eu estou tentando melhorar, George. – Christopher falou, num tom cansado.

- Flertando com moças que nem sequer conhece? – George retrucou ácido. Não passara despercebido o fato de Christopher estar conversando com Susanna, mais cedo, no Parque das Rosas.

- Não faça tão má visão de minha pessoa, irmão. Não estava flertando; não cheguei nem perto disso. Posso, sim, no passado ter tido muitas garotas, mas aquela era uma amiga. Não se referia tão vulgarmente ao que tenho com ela. Não chega a ser alguém tão chegada a mim, mas gosto dela de um modo intrigante, George.

George riu da resposta de Christopher.

- Isso sim foi uma novidade. Quem sabe, irmão, quem sabe, algum dia você toma jeito... Algum dia suas relações com moças passem de algo de uma noite e se transformem em algo respeitável.

O carro, desacelerando, indicou que chegara ao seu destino. A mansão Giusini possuía uma entrada especial para carros, na lateral do local, onde portões de ferro se erguiam, abrindo apenas para conhecidos ou os proprietários. Dentro, seguia-se um caminho pavimentado até onde ficava o veículo, não muito afastado da mansão propriamente dita.

Ao chegar na casa, os irmãos se separaram; George foi diretamente levar o remédio para sua mãe, já Christopher seguira escadaria acima, para seu quarto.

O moço retirou seu casaco e pendurou no encosto da cama de casal, destinada apenas para ele. Seu quarto era espaçoso e amplo, com poucos móveis ali. Havia apenas sua cama, uma escrivaninha de tampo vazio, com apenas o essencial bem organizado em cima, um pequeno armário e, o mais usado por Christopher: seu cavalete, armado num canto do quarto e seus pincéis e tintas, dispostos numa mesma maleta ao lado. Esses últimos ficavam a uma curta distância de uma varanda para frente da mansão, com uma bela vista dos arredores dali.

Christopher aspirava ser pintor. O verdadeiro motivo pelo qual primeiro fizera a viagem da cidade do interior à capital do estado fora para cursar a faculdade. Embora o filho quisesse mesmo cursar a faculdade de Artes, seu pai o impediu, mandando-o cursar Administração, e cuidar de uma empresa fundada na capital do estado. Artes nunca foram muito incentivadas na casa dos Giusini, e Marcello era do tipo que acreditava que para ganhar dinheiro deveria ter um conhecimento sólido e certo, ganhando capital devido a isso. As artes eram algo incerto, que dependiam de opinião, inspiração, sabe-se lá mais o que, na concepção de Marcello. O filho nunca cessara a prática de sua arte favorita, a pintura, e viera a gastar certo dinheiro nisso. Um ímpeto de rebeldia lhe aflorara no coração quando as ordens claras de seu pai chegaram aos seus ouvidos, e por conta disso o jovem não deixara de lado seu verdadeiro sonho. Era segredo para todos os seus conhecidos, exceto os amigos da cidade grande, que Christopher se matriculara num curso de artes, de um jeito um tanto egoísta, e desde então não largara o pincel um dia sequer. O falecimento de seu pai veio um ano depois de Christopher entrar na faculdade, mas este continuara cumprindo suas ordens: o curso terminaria em breve.

Observando a paisagem a sua frente, Christopher se permitiu um sorriso, mesmo que ainda não estivesse feliz. Frequentemente usava a pintura para esquecer de seus problemas.

No entanto, o que George lhe mostrara no passeio era uma verdade: em Valliria, a pequena cidade onde moravam, a reputação de Christopher era o oposto da de George. Os Giusini já não eram bem vistos, mas, devido a frieza e distância com que Christopher por vezes tratava os vizinhos ou qualquer conhecido dali, caíra no conhecimento do povo que era orgulhoso como a mãe. Não que tal afirmação fosse uma mentira, pois decerto Christopher já não fora um dos mais gentis com certas famílias dali. Os Melbourne, por exemplo, também eram ricos comerciantes da cidade, e não possuíam um histórico limpo com os Giusini. Jane e George se abstraiam dessa relação, mas Marcello levara Christopher consigo por todos os seus negócios, incluindo os que travara com os Melbourne. Portanto os rumores a respeito da dureza e seriedade do pai acabaram se tornando também a respeito do filho. Por certo, Marcello tinha um lado humilde que Christopher não herdara.

Uma das filhas de Vagner Melbourne, Veronica, a mais nova, e também a mais fofoqueira e com fortes ligações sociais, tivera um interesse momentâneo em Christopher, porém o jovem não partilhava em qualquer modo de seu sentimento, e, já de cara notando as intenções da garota, recusara-lhe a presença ou quaisquer relações, sendo tomado por alguém frio.

Em outro caso envolvendo os Melbourne, Christopher aconselhara ao pai a não fechar um negócio, deixando-os insatisfeitos. Mais uma vez, tanto pai quanto filha Melbourne incentivaram os rumores a respeito dos Giusini. Christopher nunca ligara para a opinião pública; só lhe importava a opinião de quem ele porventura nutrisse um sentimento de apreço, indivíduos que eram fadados a um pequeno e seleto círculo, pois além de tudo Christopher tinha um ótimo senso crítico e sabia avaliar a personalidade de alguém apenas convivendo por algum tempo com a pessoa. O conjunto de todas essas características o fazia ser mal compreendido pela maioria, que não sabia discernir as verdades a respeito dele e o que ele apenas aparentava ser. Estes indivíduos reclusos nunca eram bem compreendidos nem bem vistos pelo povo. Necessitava-se de uma carisma e visível sinceridade muito grande, além de ser alguém com as intenções facilmente lidas, para ser agradável ao povo.

Porém, não bastava ser bem conhecido por aqueles de quem se relaciona mais intimamente, se ali houvesse segredos entremeados entre os dois indivíduos. Aquele era o caso de George e Christopher. Os “assuntos da capital” de Christopher não passavam, aos olhos de George, de desculpas para festejar e se alegrar com as vicissitudes terrenas, ao passo que, para Christopher, havia nos “assuntos da capital” seus segredos e paixões dedicadas a Arte, ainda não prontos para serem partilhados com os outros de Valliria.

Outro fato que fora mais cedo mencionado por George era a falta da presença de Christopher em sua cidade natal. Ao passo que George fora aberto e caridoso com os mais pobres quando tomara a posse da mansão e a frente nos negócios, Christopher não estava presente um minuto sequer. George escolhera a faculdade a poucos quilômetros dali, enquanto Christopher ficava na capital, sem visitar a família em longos anos. Embora Christopher estivesse cursando Administração, e se desse bem com a matéria, não assumira o manejo do capital da fábrica; pelo contrário, apenas a representava na capital, e vazia principalmente a administração física. O resto ficava nas mãos de George, que entendia muito mais de economia do que o irmão. O mais velho era melhor para travar os negócios frente a frente, por conta de sua personalidade; George já era mais maleável quando se tratava de negócios. Nunca fora a capital para resolver qualquer assunto desses.

Christopher estava parado na ameia de sua varanda, com os braços apoiados ali, e o peso do corpo jogado sobre a estrutura de madeira. Ele observava as atividades do velho jardineiro dali de cima, enquanto refletia sobre o que acabara de vivenciar na rua. Teria de mudar sua reputação... O estranho, ele pensou, era que Susanna das Rosas não parecia reconhecê-lo e, se de fato o fizesse, não ligava para nada que dizia respeito ao seu nome em Valliria. Ela era uma intrigante moça...

Num ímpeto de súbita inspiração, Christopher apanhou um quadro vazio, pendurou-o por sobre o cavalete, e se pôs a pintar. Nunca pusera seus quadros à venda, mas gastava um belo dinheiro com esse tipo de arte. Seu sonho era que, algum dia, ele viesse a se tornar um pintor reconhecido. A solidão com que tinha que encarar esse sonho não o fazia reprimi-lo, e sim o fazia cobiçá-lo cada vez mais.

Debaixo da cerejeira, Susanna lia o diário de seu pai, absorta na narrativa, se deixando levar pelas letras bem formadas e pelas palavras... No entanto, ali não encontrou o que procurava. Encontrou certas menções a Isobel, um tanto mais carregadas de aversão do que o pai deixara transparecer, mas nada muito alarmante, nem sequer uma pista dos motivos que a tia poderia ter. O que Susanna encontrou era outro dos mistérios que viera lhe assombrando desde que tinha idade o suficiente para questionar. E era justamente esse mistério o qual seu pai mencionava nas páginas amareladas pelo tempo, e carregadas de algo ainda mais velho.

Visitei o Parque das Rosas mais uma vez, sempre acompanhado de Susanna, e passamos pela doceria na volta. Ela não sabia, mas aquele lugar significava um pouco mais para mim... Não deveria ficar remoendo o que o tempo me levou embora, mas eu nunca fui bom em esquecer. Tudo sempre esteve guardado a fundo em minha memória: cada sorriso, cada palavra, cada sentimento, cada momento... E cada rosa a mim trazida.

Susanna parou de ler ao ver a última frase. Releu com atenção, como se as palavras pudessem mudar. Suspeitava de quem sei pai estivesse falando, e tinha quase certeza que era Miriam Vouldt Hayes... Sua mãe.

Cada rosa, fosse ela vermelha, branca, rosa, dos mais belos tons diferenciados... Ela sempre me trazia uma, sempre me presenteara com uma doce flor, que se igualava a sua personalidade... Mas a vida é cruel. No fim, murchou como uma rosa nos fins de sua curta vida... Murchou injustamente, como algo efêmero, mas deveria se igualar a algo eterno como as estrelas, e manter-se conservada em sua beleza, em suas lindas palavras...

É por motivo dessa lágrima que me escorre o rosto que eu evito o máximo que posso falar do assunto em que mais me deleito recordar...

[n/a que romântico exagerado o Reymond...]

Susanna esperava chorar. Susanna esperava as mesmas lágrimas que seu acabara de descrever. Porém, elas não vieram.

Ela mal se lembrava de sua mãe. Ela não passava de uma lembrança difusa, de uma boa sensação reservada apenas para um curto período de cinco anos, que se dispersaram com o tempo. Os pequenos resquícios de sentimentos que restaram a respeito de sua mãe eram parte o que seu pai lhe contara, quando estava disposto o suficiente para isso, a outra parte era feita da curiosidade de que Susanna tinha a respeito da mãe, pois nunca viera a conhecê-la direito, embora quisesse, e muito. Era como uma imagem distante, respeitada por ser nomeada como sua figura de mãe, mas muito distante de ser conhecida por Susanna, e amada. A moça queria amar sua mãe, como decerto amara até seus cinco anos de vida e depois. Porém, a inocência era muito grande para entender ao certo o que ocorrera com sua mãe, e sua capacidade de recordar pouco desenvolvida.

O que vira fora fotos, cartas, rosas, histórias. Em especial as últimas, tanto contadas por seu pai, ao mesmo por May ou por Eddie. O casal Ferguson a conhecia também por suas visitas, e por suas rosas. Parecia algo hereditário, mas tanto mãe quanto filha cultivavam o hábito de presentear conhecidos com rosas. Susanna não o fizera por causa de sua mãe; mal sabia disto quando, em sua doçura de criança, começara a tirar rosas do jardim para levar para seu pai, Lucy, May, Eddie, ou qualquer outro conhecido. Achava-as maravilhosas como sempre achara, e também dizia que sua beleza combinava com cada um a quem as levava.

Susanna fechou o caderninho, agora não com lágrimas, mas com um sorriso no rosto. A frustração de não conhecer a mãe; o pesar pela morte do pai; os sentimentos conflitantes a respeito de Isobel; a estranha atração que sentia pelo misterioso Christopher; foram todos aplacados pelas repentinas e momentâneas memórias de seu curto, mas belo, passado. Susanna voltou o seu olhar para a cerejeira acima de si, e só então foi perceber como a tarde já ia avançada.

- Suze! Andei te procurando por todo o Parque... Deveria saber que você estava escondida por aqui.

Lucy, com o rosto afogueado pela apressada caminhada que realizara ao redor do Parque, surgira de repente na curva do caminho pavimentado, o alívio estampado em seu rosto por ter por fim encontrado Susanna. Ela viera procurando pela prima pelos passados quinze minutos, aflita por não achá-la. Viera até a passar pela doceria do casal Ferguson, no que eles lhe explicaram a situação de Susanna. O lugar obvio a se procurar foi o Parque das Rosas.

- Eu achando que a encontraria perto de suas queridas, ou mesmo próxima ao rio, e você vem se sentar debaixo de uma cerejeira! – disse-lhe Lucy, porém com a repreensão suavizada no tom de sua voz.

- Desculpe-me, Lucy, me distraí a leitura do diário de meu pai... – a voz de Susanna foi morrendo à medida que dizia aquelas palavras. Quebrado o encanto de reviver alguns dos momentos mais felizes de seu passado, a moça retornara a dura realidade que vivia agora, e, vendo a figura bondosa de sua prima, não se contivera ao demonstrar sua tristeza.

- Suze, May e Edward me contaram sobre o diário, sobre... – Lucy parou a meio caminho do banco, vendo a triste figura de sua prima desatar a chorar. – Susanna! – correndo os próximos metros para ampará-la, Lucy carinhosamente abraçou-a, sentando-se também ao banco, e aninhou-a como se tivesse nove anos, e não dezenove.

Nos braços da prima, Susanna se tranquilizou ciente de que Lucy era como se fosse seu porto seguro. Porém, sabia também que estaria ferindo os sentimentos de sua prima a cada lágrima derramada.

- Lucy, como eu queria ter conhecido minha mãe! – Susanna desabafou, cessando as lágrimas por alguns momentos.

- Suze, sua mãe era alguém doce como você, alguém boa, que amava Reymond tanto quanto a própria filha. – Lucy falou, segurando as mãos da prima – Guarde-a na memória desse modo... Eu sei que seria mil vezes melhor se a houvesse conhecido si mesma, mas esse tipo de coisa acontece e não podemos evitar... Tenho certeza que o amor de sua mãe perdura eternamente, ame-a com a inocência de seus cinco anos, que tenha certeza de que a memória dela perdurará por quanto tempo for amada.

Susanna se aquietou às palavras de Lucy.

- Vê as rosas nesse Parque? – Lucy sorriu diante ao esboço de sorriso que se formou no rosto da prima - É claro que sim, não é mesmo? Você ama estas flores assim como sua mãe amava. A ligação entre vocês duas nunca cessou, e nunca cessará porquanto seu amor se mantiver firme. Você não está sozinha, Susanna, nunca esteve. Você tem a mim, você tem a May, a Eddie, a William, a Mary Jane, até mesmo as serventes de nossa casa nutrem maior afinidade com você do que acha. Siga em frente, Suze.

Susanna olhou com algo muito além de admiração e amor para a prima. Seus olhos ainda estavam marejados, mas já não sentia as mesmas coisas que a afligiam momentos antes; as palavras de sua prima aplacaram o que parecia ser de vez as névoas de maus sentimentos que permeavam o coração de Susanna.

Num sorriso definitivo, Suze abraçou sua prima com força, querendo nunca mais sair desse caloroso aperto afetivo.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? É por essa e outras razões que a Lucy é minha personagem favorita. Ah, só pra constar, Mary Jane e William são conhecidos das duas, ok?