Rosas escrita por Larissa M


Capítulo 14
Capítulo 13 - A Trilha


Notas iniciais do capítulo

Hey people, I've returned!
Decidi mudar uma coisa: o nome da Lucy. Na realidade vai continuar Lucy mesmo, só que considerem isso um apelido para Lucia. Pq sabem, a historia se passa no Brasil, e eu nunca encontrei uma Lucy aqui.



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A cachoeira de Valliria corria intensamente, com a água jorrando aos borbotões, traçando seu caminho por entre as pedras pontiagudas para finalmente desembocar na contrariedade calma de um rio. A vegetação era basta por ali, mas não o bastante para impedir que as pessoas avistassem a beleza natural que era a cachoeira. Era chamada de cachoeira de Valliria, embora tecnicamente pertencesse a outra cidade das vizinhanças.

No topo da cachoeira, na estradinha que seguia paralela ao curso do rio, estavam Susanna e Lucy. Era outra manhã de domingo, e as primas repetiam a mesma caminhada de semanas atrás, ato o qual já estava se tornando um hábito. Era a hora em que podiam conversar sobre o que quisessem, confessar qualquer coisa uma a outra. Como se houvesse uma hora marcada para colocar a outra a par de tudo que estava acontecendo, e ao mesmo tempo aproveitar uma companhia amiga.

- Eu ainda não consigo acreditar... Minha vida virou de ponta a cabeça nas últimas semanas! – exclamou Lucy.

- A minha também não segue muito nos eixos, mas, depois que meu pai faleceu, eu nem sei mais o que seria estar nos eixos. – Susanna retrucou.

Lucy parou e se apoiou no murinho de pedra que a separava da queda nas águas gélidas da cachoeira. Para evitar acidentes, os moradores de Valliria haviam providenciado a segurança devida. Suspirando, ela admirou a paisagem por alguns segundos antes de responder:

- Parece que tudo começou quando o tio faleceu... – ela falou, referindo-se a Reymond.

Susanna meneou a cabeça, e acrescentou:

- Desde então, não me lembro de um mês sequer que eu pude considerar como “normal”... Muito mudou. Inevitavelmente, você acabou de envolvendo...

Buscando a mão da prima, Lucy respondeu:

- Eu não me importo de estar envolvida em seus problemas, Suze. Se for seu, é meu também.

Susanna retribuiu o aperto com força, e imitou a posição da prima no murinho antes da queda para a cachoeira.

- Obrigada. – ela respondeu. – Mas, falando em problemas... Como vai Henry?

- Como vai? Ele vai bem, Susanna...

- Você sabe que não é disto que estou falando.

Lucy suspirou. Sabia que a prima a conhecia bem demais para ser enganada.

- Nos encontramos de novo noite passada. – Lucy sorria, mas Susanna sabia que ela estava se martirizando por violar as regras impostas por Isobel. Embora, na opinião de Suze, e também da própria Lucy, a mãe dela houvesse sido injusta, ela não podia deixar de se sentir culpada. Afinal, nunca desobedecera a uma ordem tão diretamente. Henry pensava parecido, mas não conseguia evitar se encontrar com sua querida Lucy.

- Vocês são lindos juntos, estou sendo sincera. O que me espanta é que você nunca me disse nada! – Susanna ainda ficava ressentida ao relembrar que a prima mantivera segredo seus sentimentos por Henry até o momento em que ela soube que ele lhe correspondia.

- Oh, Suze, me desculpe! – Lucy falou sinceramente. – Mas eu nem sabia se ele iria retribuir ou não... Pensei que você fosse me achar boba...

Susanna riu da prima. Deixou o assunto pra lá, pois de fato não havia porque ela ficar chateada com aquilo.

- Mas você sabe que tem que fazer alguma coisa em relação à Isobel.

- Não me faça sentir-me mais culpada do que já sinto, Suze... – ela pediu. – Eu já me sinto tão confusa, mas ao mesmo tempo sei que estar com Henry é o certo a fazer...

- E é o certo, Lucy. – reafirmou Susanna. – Não duvide disto. – ela concordou com sua prima, esperando confortá-la.

- Só queria achar um jeito em que a minha mãe feliz e eu junto de Henry coincidam sem conflitos numa só realidade.

Susanna não pôde deixar de admirar a prima. Isobel a havia proibido de se encontrar com quem ela mais amava, e ainda assim Lucy queria vê-la feliz. Queria agradar sua mãe, mesmo que para isso tivesse que esquecer tudo o que afligia a ela mesma.

As duas pararam de falar por certo tempo, observando a paisagem da cachoeira. As águas corriam com tal barulho que era necessário falar um tanto mais alto que o normal. No entanto, elas não estavam ligando: não havia ninguém por perto, e o barulho encobriria a conversa de qualquer um.

Ao longe, um rouxinol gorjeava, escondido na folhagem das árvores. Deveria estar perto do par de amigas, pois era facilmente ouvido e identificado, a despeito da correnteza da cachoeira. Susanna não saberia dizer ao certo, mas parecia que outro passarinho respondia ao chamado de sua espécie, e ali ficavam um dois: um canta, ou canta em resposta. Os piadinhos múltiplos e ligeiros poderiam ser comparados a duas moças cochichando, e segredando uma à outra as fofocas do dia. “Como esses passarinhos combinariam com os seres humanos...” pensou Susanna.

Por sorte, absolutamente ninguém de Valliria sabia ainda dos encontros escondidos entre Henry e Lucy, mas a maioria já estava ciente da proibição de Isobel. Se os dois dessem um deslize sequer...

- A notícia pode chegar aos ouvidos de Isobel a qualquer momento. – Lucy completou seu pensamento. – Por isso tenho que fazer algo...

- Você está ficando louco?! É Lucy, Henry... Lucy! – William fez questão de frisar o nome da amiga, para ver se dessa vez seu irmão mais novo conseguia perceber o que ele estava tentando dizer.

Do contrário, Henry permanecia sério e calado. Espertamente, William esperara o pai dos dois sair da marcenaria, para poder conversar com mais liberdade com seu irmão. Agora que tinha a chance, seu irmão se mostrava impassível diante das acusações dele.

Recebendo mais uma vez nada mais do que o silêncio de Henry, William repetiu:

- A mãe de Lucy foi clara o bastante quando proibiu você dois...

- William, não é tão simples assim. – Henry retrucou. Não levantara a cabeça para falar com o irmão, mas cessara a movimentação manual dos instrumentos que usava para trabalhar. – Eu não posso simplesmente desistir dela.

William parou para pensar, tentava enxergar o ponto de vista que o irmão expunha. Era certo que agora as visitas de Susanna e Lucy a marcenaria teriam que parar de vez, e qualquer encontro que Lucy e Henry tentassem num lugar à vista de todos em Valliria, seria igualmente ruim.

- Você não estará desistindo dela! – William respondeu, gesticulando, a espera de que o irmão olhasse para ele. – Mas sejam espertos.

- Nós estamos...

- Não estão. – William cortou-o, fazendo com que Henry por fim olhasse para cima. – Não se evitem quando se encontrarem na rua, isso só vai piorar a situação.

- Então o que você sugere que eu faça? Beija-a no meio da rua do centro de Valliria?

- De modo algum, mas finja agir como amigo. Finja que o que quer que existisse entre vocês está acabado. Aí sim você pode fazer isso bem no meio de Valliria, sob o olhar de todo mundo. Tenha um encontro “casual e por acaso” com Lucy.

Henry refletiu sob o ponto de vista de William. Não demorou em notar que aquilo era a solução mais lógica que ele e Lucy tinham, nas atuais circunstâncias. O mais jovem La Fontaine não estava satisfeito com toda aquela situação, muito pelo contrário. Tornaria a falar com Isobel o mais cedo possível, e colocaria um feliz ponto final nessa história. No entanto, ele ainda guardava receio do que aconteceria se ela dissesse “não” mais uma vez...

Tentando manter-se nos pensamentos positivos, Henry agradeceu a ideia do irmão, e garantiu-lhe que não faria nenhuma imprudência.

- Mas não me leve a mal, Henry. – William falou depois de ambos terem retornado ao trabalho. – Eu gosto de você e Lucy como um casal.

Christopher tirou o casaco do corpo, e atirou-o não muito longe de onde estava. A caminhada que ele acabara de realizar fora longa, cansativa, mas deveras compensadora. Arfando pelo esforço intenso da última meia hora, Christopher buscou por um lugar confortável na ponta de uma pedra, e pôs-se a admirar a paisagem.

A alvorada ainda nem estava completa, o que contribuía para deixar a vista ainda mais deleitosa aos olhos. O jovem Giusini recostou-se, satisfeito, e esperou pelo surgimento do sol longínquo no horizonte. As cores da alvorada iam espalhando-se pelo céu, abrindo caminho entre as nuvens, e timidamente formando a composição de luz que iria ser vista mais tarde na manhã. Quem sabe quantas cores escondiam-se ali, entre as nuvens branquinhas e o sol resplandecente logo atrás? Eram tantos os tons variados que passavam pelo céu que Christopher conseguiria formar uma palheta de pintor inteira se pudesse capturar cada nuance num tiquinho de tinta.

Sorrindo, o jovem levantou-se e passou a olhar ao seu redor mais atentamente. Estava nos arredores da sua própria mansão, nas colinas que ficavam logo atrás do jardim dos fundos. Boa parte das casas de Valliria, ao menos as mais ricas, se concentrava na parte mais montanhosa da cidade, na base ou no topo de colinas. No caso da mansão Giusini, no topo. A rua que levava para ela também dava acesso a outras casas, mas todas ficavam tão afastadas entre si que mal podiam-se vê-las da porta da mansão.

Para chegar até aquela bela visão, Christopher achara uma antiga trilha escondida para o lado da mansão, onde o muro de pedra era substituído por uma cerca viva muito gasta, e que se dividia para dar espaço a um portãozinho e uma cerca pintados de branco. Ficava distante da casa em si, por isso aquele lado não era muito visitado, nem sequer recebia os cuidados necessários. Claro que, com a vinda de Susanna, era só uma questão de tempo para que a cerca viva tornasse a ser bela.

Enquanto isso não acontecia, Christopher relembrou o mesmo caminho que costumava fazer quando criança, e achou a velha trilha das colinas. O resultado fora a chance de assistir a alvorada, e de enxergar boa parte de cidadezinha.

De onde estava Christopher podia ver um trecho do rio de Valliria, muito ao longe. Antes da correnteza de água, a cidade aos poucos ia acordando, e a movimentação nas ruas se fazendo visível.

Christopher conseguira a inspiração a qual estava atrás. Ficou lá em cima, sentado nas pedras, por horas, antes de finalmente descer.

Da cozinha da mansão, Susanna tirava um tempo de folga, conversando com Ilina. Tornara-se hábito da jardineira passar um tempo conversando com a empregada, sempre que ia buscar água ou algo para comer, ou mesmo apenas descansar do trabalho compulsivo.

- Sinceramente, eu sou a favor de você abrir uma floricultura. – Ilina falou, de brincadeira, ao observar Susanna encher um vasinho com água que colocar uma rosa vermelha dentro.

Levando Ilina a sério, ela respondeu:

- Não acho que eu teria dinheiro o suficiente para alugar um local apropriado, Ilina... E acho uma pena cortar as flores fora de suas respectivas raízes.

Ilina olhou bem para a rosa na mão da jovem, recém cortada dos caules da roseira do jardim.

- Então o que é que esta está fazendo aí?

- Vou levar para Jane, não me julgue, George falou que ela gosta...

- Oh, compreendo. – Ilina respondeu.

Susanna fechou a torneira, colocou a rosa no vasinho e foi a caminho do segundo. Na maioria das vezes Jane estava adormecida, pois ainda não era tarde na manhã. Susanna não sabia se queria encontrá-la acordada, ou se preferia desse modo. Fora avisada por George que Jane pensava sempre que era Christopher, e que ele não a havia corrigido: informara Susanna que sua mãe não era fã de mudanças, e isso incluía uma nova jardineira na casa.

Susanna abriu a porta devagar, e entrou no quarto. Como sempre, a senhora idosa dormia, aparentemente tranquila. Susanna posicionou o vasinho de cristal na cabeceira, e retirou o que antes estava lá, uma rosa murcha. Notando que as cortinas permaneciam abertas, se aproximou da janela a fim de fechá-las.

Jane ainda estava adormecida, e uma nesga de sol entrava pela janela, indo em direção a cama. Num rápido movimento de mãos, o feixe de luz sumiu. Susanna parou apenas por alguns segundos para olhar o jardim lá fora, a sua espera, antes que pensasse em fechar a outra parte da cortina. Porém, algo chamou sua atenção. Ela viu Christopher preenchendo o vazio que antes era o jardim, vindo de sabe-se lá aonde entre a cerca viva. A janela do quarto dava para a lateral da mansão, um local onde Susanna ainda não dera tanta atenção assim.

Curiosa, ela continuou a observá-lo atentamente. Segundos antes de entrar na casa, ele olhou para cima, como se soubesse que estava sob a vista de alguém. Seu olhar encontrou o se Susanna por uma fração de segundo, antes que ele entrasse na casa, e ela fechasse a cortina.

- Bom dia. – cumprimentou Henry. – Como vai? – acrescentou, achando que devesse manter o nível de polidez e distância mais alto o possível.

- Bom dia. Vou bem, obrigada. – Lucy respondeu, no mesmo tom educado e distante que ele utilizara.

Um encontro “casual e por acaso”, nas próprias palavras de William, acontecia sob a vista de todos em Valliria. Os dois escolheram um dos lugares mais visitados num dos horários mais lotados: a doceria Eddie’s ao meio dia.

Celina Houston e Eloise Farret se sentavam numa mesinha dupla ao canto da doceria. Do lado da janela, elas podiam ver tanto o que acontecia do lado de dentro quanto das outras mesas e quiosques que ficavam espalhados do lado de fora.

- May Ferguson não perdoa meu pobre estômago, sempre se superando quando o quesito é cozinha... – comentava Eloise, com o prato cheio de guloseimas, e uma xícara de café fresquinho a sua espera. Era uma das visitantes assíduas do local, e simpatizava muito com o casal Ferguson.

Por vezes, arrastava Celina consigo, como era o caso. Sra. Houston preferia se limitar a uma xícara de chá de cereja e uma finíssima fatia de pudim de leite. O pouco que consumia combinava com seu físico.

- Não duvido que seja ótima... – ela comentou, desinteressada. Quando avistou Lucy Hayes caminhando porta adentro da doceria, voltou toda sua atenção para ela.

Lucy viera sob o falso pretexto de encontrar-se com May e Eddie, quando na realidade estava esperando achar Henry ali, como combinado pelo casal. Os moradores de Valliria que estavam por ali seriam os espectadores do inocente encontro dos antigos namorados.

Celina havia visto, anteriormente, o jovem La Fontaine entrando na doceria e emparelhando-se ao balcão, distraidamente escolhendo doces. Quando Lucy entrou, não pôde deixar de chamar e atenção de Eloise, que tagarelava sem parar sobre um assunto qualquer.

- ...E você, como vai? – Lucy perguntou, dando continuidade a conversa dos dois.

- Bem, obrigado. – os dois se mantinham afastados, claramente nada mais do que uma amizade pós um namoro frustrado, cheia de ressentimentos e incertezas. Ao menos, era o que aparentava a vista de todos.

Salvando os dois de um possível silêncio constrangedor fingido, Eddie puxou assunto com Lucy, que logo se despediu de Henry.

- Até logo, a gente se vê por aí. – ela falou, dando um leve e forçado sorriso.

- Até logo. – ele falou, e se virou para o velho atendente - Eddie, vou querer o doce de brigadeiro, por favor. – ele pediu.

- É pra já.

Com o doce servido e embrulhado, Henry ergueu a mão em despedida para Lucy e saiu da doceria, ciente de que estava sob o olhar de cada par de olhos ali presente, em especial de Celina Houston.

No balcão, Lucy continuava a conversar com Eddie quando ouviu seu nome:

- Lucia Hayes.

Virando-se para trás em completa surpresa, ela deu de cara com Celina. Absolutamente ninguém, fosse um completo desconhecido ou mesmo sua mãe quando lhe chamava a atenção, se referia a Lucy como Lucia. Todos sabiam, ao menos a maior parte, que este era o verdadeiro nome da prima de Susanna. Porém, todos a chamavam pelo apelido; tanto que já era como se Lucy fosse seu verdadeiro nome. Portanto, quando ouviu “Lucia” vindo de uma voz desconhecida, quase não se virou. Só depois de combinar nome com sobrenome foi que ela se reconheceu no chamado de Celina.

- Celina Houston? – ela perguntou incerta.

- Eu mesma. – a senhora respondeu. – Como vai, querida?

Susanna tentou, se empenhou, lutou consigo mesma, mas não conseguiu conter a curiosidade de saber de onde é que ela vira o jovem Christopher vir aquela manhã. Do meio das sebes, de um caminho gasto, mas com cercas... Onde poderia ser aquele lugar?

Resolveu primeiro perguntar a empregada:

- Ilina. – ela se virou, e Susanna continuou – Hoje cedo, eu vi o... Christopher lá na lateral da casa, vindo de um caminho entre a cerca viva...

- Está ponderando de onde é que ele estaria voltando? – Ilina perguntou, adivinhando as intenções de Susanna. – Bem, eu não estou com a família a tanto tempo assim, mas George já me contou que Christopher sempre costumava ir lá em cima quando menor...

- “Lá em cima”? – Susanna perguntou.

- Isso, num caminho que leve para o topo das colinas aqui perto... É até bonito lá em cima, foi o que soube, mas nunca fui.

- Obrigada, Ilina. – Susanna agradeceu a ela, já saindo da sala de estar, onde a empregada limpava, e rumando para o exterior da mansão.

Quando Ilina se virou para dizer “de nada”, Susanna já tinha ido embora. Deixou para trás uma empregada preocupada, imaginando onde é que a mais jovem estava indo.

Susanna olhou bem para o caminho de pedras brancas, ladeado pelas sebes de cerca viva, antes de tomar coragem para segui-lo. Já era quase por do sol, e a hora de Susanna encerrar seu trabalho ali estava se aproximando. Imaginando que ninguém iria ligar se ela subisse, Susanna deixou os canteiros de flores para trás, e começou a subir o caminho. Não havia sinal de ninguém pela casa quando ela a deixara, o que a fez se sentir menos culpada.

Afinal, o que de errado poderia acontecer?

O caminho era íngreme em certas partes, plano em outras; fazia curvas para a direita ou para a esquerda ou subia numa linha reta. Por vezes sua lateral era coberta de vegetação, chegando a cobrir a cerca branca em certas partes. Em outras, era tão limpo o chão que dava para enxergar tudo lá embaixo das colinas. Susanna adorou a subida. Foi ouvindo os passarinhos, admirando as flores, e, principalmente, ponderando quando ela chegaria, ou o que é que aguardaria ela lá em cima.

Não notou, porém, em quem a seguia de perto. Ele era discreto: não fazia barulho, deixava-se ficar para trás, e só se aproximava mais quando esta estava no finzinho de uma curva. Assim, não fora visto durante todo o percurso.

O por do sol era o contrário da alvorada, opostos em todos os sentidos. A única semelhança entra os dois eram que ambos pintavam o céu, e ambos maravilhavam tanto a Susanna, quanto a Christopher.

Quando ela chegou, foi até a ponta das pedras, até onde sua coragem a permitia. Achou apoio firme para os pés numa deles, e depois virou seu olhar para o sol.

Quando ele chegou, não fez um barulho sequer. Evitada as folhas secas, e pisava apenas na grama verde. A três metros dela, parou.

- Susanna.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Vão me matar? Reviews...?
só pra vcs saberem, a conversa com a Celina vai continuar, ok?