Speechless escrita por Paulinha Almeida


Capítulo 25
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

Capítulo postado para a Linda DadaWeasley, que me presenteou como uma recomendação maravilhosa. Obrigada, flor!
Só Ron e Hermione dessa vez, mas por um bom motivo.



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POV Rony

Hoje não estava sendo o que se pode chamar de um dia ótimo: tive problemas na empresa, meu estagiário havia faltado, fazia três dias que não via minha namorada e neste exato momento, faltando dez minutos para meu horário de sair e em plena sexta feira, fiquei sabendo que preciso entregar um relatório urgente que vai demorar pelo menos uma hora para ser feito.

Hoje saíamos todos as cinco da tarde, e quando eram quase seis horas, e eu ainda não havia terminado a bendita encomenda, meu celular tocou. Nem precisei olhar o identificador de chamadas (que nesse momento mostrava uma foto de Hermione sorrindo abertamente num dia que fomos à praia) para saber que era ela.

—Oi amor. - Atendi.

—Oi Ron, tudo bem? - Ela perguntou isso, mas eu sabia que o significado era “por que não chegou ainda?”.

—Sim Mi, só um dia difícil. Eu já estava arrumando minhas coisas para sair quando me pediram um relatório enorme, nem consegui sair da empresa ainda. Mas já estou terminando, antes das sete chego em casa.

Eu já sabia que sua reação seria muito amena depois da minha explicação sem cobrança.

—Ah ta, estou com saudade. - Falou com a voz manhosa que eu achava super sexy.

—Eu também, gostosa. - Respondi no mesmo tom. - Já tomou banho?

—Ainda não. - Pela voz com que me respondeu ela já sabia o que eu queria.

—Então me espera, eu posso te ajudar com isso.

Eu ouvi sua risada e praticamente a vi arrumar o cabelo enquanto fazia a típica cara de safada que me instigava completamente.

—Pedindo desse jeito nem tem como negar. - Eu ri também. - Vem logo, estou te esperando.

—Vou o mais rápido que puder. Beijo linda, te amo.

—Eu também. Beijo.

Desliguei o telefone com uma inspiração a mais para terminar logo aquela bosta e ir tomar meu banho que com certeza seria extremamente divertido hoje. Às quinze para as sete eu estava entrando no elevador para descer até a garagem da empresa, pegar meu carro e ir embora.

Nunca foi do meu feitio dirigir como louco, então cheguei ao meu apartamento exatamente às 19:07. Abri a porta de casa e por hábito levei a mão ao nó da gravata para afrouxá-lo, mas me lembrei que Hermione gostava muito de tirá-la pessoalmente então mudei de idéia.

Coloquei minha pasta de qualquer jeito sobre o sofá e fui até meu quarto, com certeza ela estaria ali. Hermione conhecia meu quarto fazia pelo menos uns três anos e dez meses, mas mesmo assim adorava mexer nas minhas coisas, ela era muito curiosa. Me aproximei lentamente da porta entreaberta e a vi, para minha surpresa, deitada em minha cama sem mexer em nada, apenas trocando os canais da televisão.

Não me anunciei de imediato, fiquei apreciando a visão de suas pernas totalmente à mostra por conta de um minúsculo short preto de malhar, que eu reconheci porque era da minha irmã, e seu corpo deitado despretensiosamente em cima dos meus edredons que ela não fez questão de afastar.

Normalmente ela não era tão distraída, mas hoje não havia notado minha presença. Não agüentei e ri a terceira vez que ela olhou no relógio só nos trinta segundos que eu a observei. A princípio ela se assustou um pouco, olhando para a porta com aqueles olhos castanhos e grandes arregalados, depois sua expressão suavizou e ela quis sorrir, ao invés disso limitou-se a me dizer:

—Está atrasado.

Abri mais a porta para que eu pudesse passar e caminhei até ela sorrindo. Ela estava levemente encostada no meu travesseiro e apoiada na cabeceira da cama, então me debrucei sobre suas pernas e a puxei pelo pé fazendo com que caísse deitada. Ela não sorriu, mas arqueou a sobrancelha de um jeito que sabia que eu gostava.

—Você vai entender, tenho certeza. - Respondi enquanto me arrastava para cima de seu corpo.

Assim que nossos rostos ficaram da mesma altura suas mãos foram para minha gravata e eu agradeci mentalmente por não tê-la tirado quando cheguei. Antes de me deitar em cima dela olhei seu corpo libidinosamente.

—Se Gina não quiser te dar esse short eu compro um igual para você. - Dito isso me deitei sobre ela sem deixar que ela sentisse todo meu peso, deixando que “me” sentisse, apenas.

—Gostou? - Perguntou enquanto suas mãos ainda trabalhavam em minha gravata e me olhando.

—Ele valoriza bastante toda a sua gostosura.

Ela riu como sempre fazia quando eu dizia palavras estranhas.

—Ainda assim, você está atrasado. - Repetiu já sem o tom de falsa desaprovação.

—Prometo te recompensar por isso.

Seu pescoço sempre foi um ponto muito fraco, então eu me deliciei com o gemido que ela soltou quando eu o beijei sem nem um pingo de vergonha. Ficamos nos agarrando um pouco em minha cama e quando ela estava só de calcinha e sutiã e eu apenas de calça (E já com os botões e zíper abertos) me levantei e a puxei para o banheiro.

—Estou te devendo um banho.

A coloquei em minha frente e a abracei enquanto caminhamos juntos até meu banheiro, fechei a porta depois de passar por puro hábito, já que a suite do apartamento era minha. Mal havíamos entrado e meu corpo já prensava o dela na parede enquanto o que restava de nossas roupas era espalhado pelo chão. Enfim, eu adorava sexo no chuveiro e minha namorada fazia isso como ninguém.

Não sei quanto tempo nosso banho divertido durou e agora estávamos os dois na minha cama (Hermione sentada usando apenas uma calcinha branca e uma camiseta minha e eu de cueca boxer deitado entre suas pernas) conversando sobre tudo que lembrávamos, como sempre foi.

Eu estava contado meu dia e brincando com o elástico lateral da sua calcinha enquanto ela comia um pote de doce de leite e de vez em quando me dava uma colherada. Ela ainda estava com os cabelos molhados e de vez em quando ria de alguma coisa, ficando mais linda do que já era. Assim que eu terminei de contar como havia sido a reunião de quarta feira e ela pousou o pote já quase vazio no meu criado mudo e deitou de conchinha comigo, eu puxei meu edredom para cima de nós dois. Não estava frio, mas ela sempre dizia que era bom ficar quentinha comigo.

Há dias eu gostaria de abordar novamente um assunto delicado com ela, mas não sabia como e no fundo tinha medo de que isso de algum modo nos afastasse um pouco, quando na verdade minha intenção era ficar mais junto dela ainda. A primeira vez que abordei sutilmente o tema “casamento” ela me respondeu, também sutilmente, que ainda era muito nova para pensar nisso.

Levando em consideração que isso aconteceu há dois anos, pode ser que ela já tenha mudado de idéia. O problema, ou a solução na maioria das vezes, era que Hermione sempre foi racional demais, pensativa demais, lógica demais e isso podia atrapalhar as vezes.

Não tenho duvidas dos sentimentos dela por mim, e menos ainda dos meus por ela. Além de ter certeza que ela é a mulher da minha vida meus pais, na verdade minha família inteira, a adoram! Exceto tia Muriel, mas ela raramente gosta de alguém que não tenha cabelos ruivos e sardinhas no rosto. E devo acrescentar um parêntese especial ao falar de Gina, se eu não me casar com Hermione ela se casa.

Ela se aconchegou mais a mim e eu, quase sem pensar devido ao hábito, levei minhas mãos por debaixo da sua roupa em direção àquela barriguinha linda (eu nunca diria a ela, mas quando começamos a namorar era mais magrinha. O que não significa que ela fosse mais bonita, para mim está ainda mais gostosa). Respirei fundo e iniciei assunto.

—Amor. - Iniciei carinhosamente do modo que eu sei que ela gostava.

—Hnn. - Ela resmungou, tenho certeza que estava de olhos fechados.

—Eu queria te perguntar uma coisa, mas não quero que leve a mal. - Achei melhor ser cauteloso.

—Pode falar, bebe.

Eu já havia pedido a ela, com jeitinho claro, que não me chamasse assim na frente dos outros. Mas ela nem sempre se lembra disso.

—E também não quero que leve a mal minhas intenções. É só uma dúvida.

—Pergunte logo, Ronald. - Seu tom de voz mudou e eu entendi que era a hora de parar de fazer rodeios.

Respirei fundo e mandei na lata.

—Você ainda se considera nova demais para casar?

Deitar de conchinha para dizer isso foi planejado, assim ela não veria como eu fiquei vermelho. Ela não se enrijeceu, ou engasgou, ou riu, nem nenhuma dessas reações premeditadas, mas eu quase podia ver seu cérebro elaborando a resposta perfeita para me dar. Ela demorou um tempo pra me responder, mas não foi como se estivesse me ignorando.

—Acho que não amor.

Hermione nunca tinha dúvida quando não queria alguma coisa, então eu abri um sorriso enorme (e disfarçado) ao ouvir sua resposta.

—E você, o que acha? - Me perguntou e eu soube pelo tom de voz que ela estava vermelha também.

—Não sei, é uma coisa para se pensar muito. - Disfarcei.

Eu não pediria o amor da minha vida em casamento deitado na minha cama em uma sexta feira depois do trabalho e usando só uma cueca azul. Então antes que levantasse mais suspeitas ainda eu mudei de assunto drasticamente e a virei para mim segurando sua cintura. Quando ficamos um de frente para o outro seus olhos estavam brilhando.

—Está com fome, princesa? - Perguntei despreocupado.

Por dois segundos me deu dó da cara de decepção que ela fez e não conseguiu disfarçar a tempo, mas no fim ela gostaria da surpresa.

—Um pouco, e você? - Perguntou apoiando o queixo em meu peito e me olhando.

—Eu estou. O que quer comer hoje? - Acariciei sua bochecha.

—MC Donalds, pode ser? - Seus olhos brilharam igual criança.

—Mas não era você que brigava comigo porque isso não é saudável? - Arqueei uma sobrancelha exatamente como ela fazia.

—Você comia isso três vezes por semana, claro que assim não é saudável. Mas de vez em quando não tem problema. - Explicou como se eu tivesse cinco anos.

Eu ri e olhei no relógio ao lado da minha cama: 22h25min.

—Acho que essa hora não tem mais delivery, vamos ter que buscar. - Informei e ela fez uma careta de reprovação. - Ou então ligamos pra Gina e mandamos ela trazer, já que está de carro.

—Ótima idéia, porque sinceramente se a opção fosse sair daqui debaixo eu preferia a fome.

—Como você é preguiçosa, amor. - Ri e peguei o telefone.

No terceiro toque a Srta. Ginevra Weasley atendeu.

—Oi. - Pelo barulho ela não estacionou o carro antes de atender.

—Oi, está dirigindo?

—Sim, acabei de sair da faculdade.

—Faz um favor? Passa no MC e traz lanche pra mim e pra Mione?

—Beleza, me manda por mensagem o que vocês querem. - Pediu.

—Ta bom, valeu. - Agradeci.

—De nada. E não se esqueça de me pagar depois! - Cobrou já rindo.

—Vai esperando! Vou considerar presente. - Ri também. - Até daqui a pouco, cuidado na rua.

—Ta bom. Até, beijos. - Se despediu já desligando.

—Ela vai trazer? - Mione me perguntou enquanto eu entregava meu celular a ela.

—Vai, quer que mande o pedido por mensagem. Para mim pode pedir o de sempre. - Informei lhe dando um selinho e me levantando.

—Onde vai? - Quis saber.

—Colocar um short ou uma calça de moletom, daqui a pouco Gina chega. - Abri meu guarda roupa e me pus a procurar em meio à bagunça existente.

—Desde quando você tem vergonha dela? - Perguntou já digitando a mensagem.

—Não tenho. - Puxei minha calça do pijama debaixo de uma pilha de roupas que eu não havia guardado nas gavetas certas. - Mas você com certeza vai ficar desfilando por ai só de camiseta e calcinha e se por acaso você se abaixar para fazer qualquer coisa e eu me ver diante da visão privilegiada que esse movimento vai proporcionar será muito constrangedor para ela e para mim.

Ao final do meu discurso emocionante ela já estava rindo e eu a acompanhei.

—Bom saber, vou dar um jeito de me abaixar algumas vezes, assim quase sem querer. - Piscou para mim.

—Se quiser começar agora - Sugeri dando de ombros. - Só não reclame quando eu te agarrar em horas impróprias.

—É verdade, melhor não arriscar. Você tem uma propensão incrível a fazer isso. - Virou-se e colocou meu celular de volta onde estava.

—Qual é, Mi. Já te disse que aquela não era uma hora imprópria. - Me defendi já sabendo do que ela falaria.

—Estávamos na festa de fim de ano da empresa, Rony.

—Estávamos no banheiro da festa. - Argumentei.

—No meio de todo mundo. - Se defendeu.

—Era dentro do salão e a festa estava acontecendo no jardim. - Contradisse.

—Podia chegar alguém. - Seus argumentos estavam acabando.

—Eram cinco da manhã, quem ainda estava lá já estava bêbado e duvido que conseguissem encontrar um banheiro. - Terminei de colocar minha calça e me virei para ela com olhar desafiador.

—Era perigoso!

—Por isso seria gostoso. - Ela abriu a boca para dizer algo quando eu a cortei. - E não me venha dizer que não estava gostando, me lembro muito bem de te sentir toda excitada. - Ao dizer isso fui chegando perto dela e finalizei meus argumentos com um beijo em seu pescoço.

Ela riu antes de dizer.

—Tudo bem, Ronald. Dessa vez você ganhou. - Cedeu.

—Então na próxima festa posso terminar o que começamos? - Perguntei animado.

—Com certeza não! - Cortou minha empolgação.

—Chata!

—Tarado.

—Se quiser eu mudo. - Ameacei.

—Nem pense nisso. - Me roubou um beijo rápido.


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Notas finais do capítulo

Olá pessoas lindas!
Eu imagino como está sendo frustrante pra vocês esperar bastante para que os capítulos sejam postados, mas é que trabalho e época de provas é um período que não nos deixa muito tempo livre para outras coisas.
Agora vamos à história, espero que vocês tenham entendido o que quero mostrar com essa parte da história. Ron e Mione, os irmãos protetores e conselheiros não viverão com Harry e Gina para sempre, certo? E tirá-los de cena requer um contexto.
Vou tentar trazer o próximo capítulo no fim de semana, e nele sim haverá uma parte importante sobre nosso casal preferido (meu pelo menos!).
Fiquem totalmente à vontade para comentar, criticar, opinar e recomendar. Isso me faz muito bem e não dói em vocês =]
Beijinhos, e até o próximo!