Harry
“Só nós, Haz” repeti em minha mente várias vezes. Era isso, era só eu e ele naquele momento. Quem sabe quanto aquilo iria durar... Abracei Louis bem forte.
-Eu te amo Haz. - ele riu- Meg nunca vai mudar isso. – ele sorriu e voltou para o carro. Entramos em silencio e ele se manteve por todo o percurso. Louis não falava nada, o que não era normal, ele sempre falou muito.

Louis.
-Você realmente a ama Lou? – Harry quebrou o silêncio. Olhei para ele sério então ele fechou os olhos e abaixou a cabeça. Bufou e depois respirou fundo. –Responda Louis. Sim ou não?-Insistiu.
-Do que te importa? Digo... Eu não sei ainda... –ele não moveu a cabeça, continuava olhando para o chão, então voltei os olhos para as ruas.
-Acho que você só está encantado... – Ele falava muito baixo, quase sussurrava. Parei o carro uma quadra antes do Starbucks – Eu não acho que a ame! – ele continuou calmo e tinha a voz rouca, acentuada.
-Podemos decidir isso depois? No momento estou mais preocupado com a turnê e com coisas mais importantes. Quanto tempo para agente ir para a turnê mesmo? – tentei contornar o assunto.
-Doze dias! – Harry respondeu mais alegre. Saímos do carro e podíamos ver o céu coberto de nuvens. Entramos na loja e pegamos um Cappuccino para cada um de nós. E ficamos alguns momentos dentro da loja, sentados em cadeiras. Não falamos muito, não como de normal.  Pegamos dois cafés para levar para casa e saímos da loja. Estava chovendo e escuro. Eram apenas três da tarde, mas parecia que era quase seis. Harry não se moveu. Olhou para mim e deu risada. –Ops... E agora? –ele riu de novo. Olhei para ele.
-O ultimo a chegar vai tomar café frio. – gritei e sai correndo para o carro. Harry correu logo atrás. Cheguei ao carro e abri a porta. Coloquei os cafés no porta-copos e quando fui me sentar Harry estava sentando também, todo molhado. Eu ri.
-Eu ganhei pelo menos – Ele passava a mão nos cachos tirando o excesso da água. Ele arrancou a blusa molhada e pegou um moletom que estava no banco de trás, e vestiu-o.
-Você ganhou? – Falei ironicamente. – Vá sonhando cacheado, quero dizer, no momento encharcado. –Ele riu enquanto tremia e tirava os sapatos.
-Vamos embora. Estou congelando! E com fome. – Ele apertava os braços contra si.

Harry
-Acho que você tem passado muito tempo com Niall. – ele riu. – E eu também! –ele olhou para própria barriga, rindo. – Vamos!
-E liga o aquecedor! Até minhas meias estão molhadas! – Mostrei-lhe os pés. Ele riu e colocou a mão sobre minha perna riu e ligou o carro. Percebi que ele estava um pouco perdido e andando devagar. Então decido dormir um pouco, com essa chuva íamos demorar a chegar. 
Revirava-me no banco do carro. Louis colocou a mão sobre minha perna novamente, mas dessa vez a manteve lá. Retirava apenas para fazer curvas e logo em seguida a retornava. Às vezes passava a mão no meu cabelo e soltava leves risadas. Então o carro parou totalmente. Acabei me perdendo e pensamentos e fiquei com muita preguiça de abrir os olhos e ver se havíamos chegado em casa.

Louis
Harry ficou acordado por grande parte do percurso. Ele parecia tentar, inutilmente, dormir. Cada vez que eu tocava seus cachos ele sorria e cada vez que eu ria ele fechava o olho mais forte e suas sobrancelhas se erguiam.
Ele acabou dormindo um pouco antes de chegarmos, talvez dez minutos antes. Tentei fazer-lhe cocegas logo atrás da orelha, mas ele não se moveu.  Gargalhei mas ele ficou imóvel. Deixei-o dormir.
Ao chegar em casa a chuva havia diminuído muito e estava muito frio. Harry estava mais molhado do que eu, então peguei minha jaqueta e coloquei sobre o casaco. Harry não se movia. Depois de muito esforço havia conseguido colocar-lhe a jaqueta então vesti o gorro sobre sua cabeça.
Cutuquei-o várias vezes, mas ele não acordou.  Sacudi e chamei pelo seu nome, mas ele continuava dormindo como uma pedra. Decidi leva-lo pra dentro, então o peguei pelos braços e tentei coloca-lo sobre minhas costas. Acabei conseguindo depois de alguns momentos. A chuva caia sobre seu casaco e levei-o para dentro. Coloquei-o deitado no sofá e voltei para o carro para pegar as coisas e o café.
Iria ser muito esforço leva-lo para cima, então o deixei no sofá mesmo. Subi e peguei algumas de suas cobertas e joguei sobre ele. Peguei uma toalha e esfreguei no seu cabelo. Apaguei as luzes e fui para a cozinha deixei os cafés dentro no micro-ondas para quando ele acordasse. Ele dormiu por horas.
Quando finalmente fui para sala ele começou a se mover. Ele havia acordado, mas não se levantou.
-Louis? –ele forçava a vista, acho que ainda estava dormindo. – Chegamos tem quanto tempo? –Ele lutava para manter os olhos, que se fechavam sozinhos, abertos.
-Não sei. Talvez três ou quatro horas. Algo assim. –Ele arregalou os olhos.
-Tudo isso? Não me lembro de ter descido do carro. – ele tinha a mão sobre a cabeça.
-Pois não desceu, você estava dormindo então eu te trouxe para cá. – sorri.
-Estou com fome. – ele se acomodou no sofá e fechou os olhos.
-Tem macarrão no forno e carne. O café está no micro-ondas. É só esquentar o que você quer comer. – ele gemeu. – Se precisar de mim estarei no meu quarto... – ele gemeu mais alto e se levantou, cambaleando. – Folgado!

Harry
Esquentei o macarrão e peguei uma lata de coca cola. Comi quase tudo e subi para tomar um banho. Ao sair do banheiro olhei o relógio, era quase onze e eu estava sem muito sono. Avisei Louis que ia me deitar e ele disse que ia fazer o mesmo.
Cada hora que passava eu pensava mais em Louis. Isso não pode acontecer! Eu não posso amar Louis do jeito que amo. E Ele não me ama do jeito que eu o faço. Gostaria de nunca ter-lhe apresentado Meg.  Eu a amei também, mas assim como Eleanor deixou Louis, ela me deixou sem motivos, sem adeus.
Estou cometendo um grande erro... Não, minha cabeça que é um grande erro. Eu não quero ver Meg chamar Louis de “Meu Boo” de novo. Não entendo, Louis só deixa que eu o chame assim, ou só deixava. Não quero que ele seja da Meg. Quero que ele seja “Meu Boo Bear”.
“Não seja besta Harry!” falei para  mim mesmo. “Lembre-se! Garotas, garotas, você deve gostar de garotas! Você gosta de garotas!
-Tudo bem com você Haz? – Me assustei com Louis na porta do meu quarto. – Estou escutando você murmurar coisas para si mesmo a horas. – Ele coçava os olhos.
-Sim Louis, estou bem. Desculpe te acordar. Vá dormir. – me virei para a parede.
-Não Haz, eu não consigo dormir. Estou pensando no que falamos hoje e... Sei lá! – ele se sentou na minha cama. Eu me virei para ele rapidamente.
-Eu estou com medo Harry....Medo de errar e me magoar.. de novo!  Lembre como foi quando Eleanor me deixou? – Uma lagrima escorreu pelo seu rosto. Eu sentei rapidamente e abracei Louis. – Eu não quero passar por tudo aquilo de novo Harry! Não quero! Não quero ver alguém andando pelas ruas com quem eu amo... Não quero ficar sozinho como Eleanor me deixou! Não quero Harry! Não de novo.- Ele tinha a cabeça no meu peito, ele tremia desesperado. Acho que disse algo que não deveria hoje. Não via Louis assim a muito tempo, eu estava assustado, talvez mais do que ele.
-Louis... Você nunca esteve nem vai ficar sozinho, jamais! Eu sempre estive aqui! – parei de falar. – Eu e os rapazes. – me corrigi discretamente. – Ninguém é igual a ninguém, não estou dizendo que Eleanor é má e Meg é uma santa. Eu conhecia Eleanor, ela era maravilhosa, ela te amava eu sei disso. Não entendo o que deu nela. Sempre apostei com Jay que vocês se casariam. –ele riu. – Não se preocupe Boo! Se você não tentar, nunca vai saber como seria realmente.
-Será que nós vamos dar certo?- Ele ainda matinha o rosto pressionado conta mim. Ele me abraçava forte.
-A resposta sempre vai ser “não” se você não tentar.
-Tem agua de chuva na sua cabeça? Você falou isso mesmo? –eu ri. – É você mesmo Haz? – Até mesmo nesse estado ele fazia piadas?
-Claro né Louis! – Ele se levantou e foi até o seu quarto. Quando voltou tinha em mãos um travesseiro.
-Haz, se importa se eu dormir aqui com você hoje?
-Claro que não Louis. – Ele sorriu. Mas tinha os olhos vermelhos e o rosto molhado de lágrimas. Ele estava realmente com medo. – Só não chore mais. Está tudo bem, nada mudou! – Ele se sentou do meu lado e me abraçou. Quando me soltou riu. – O que houve?
-Faz tempo que eu não faço isso... – ele ria pra si mesmo, com um sorriso torto.
-O que Lou? – ele se deitou.
-Dormir aqui com você Haz...
- Isso é bom! Odeio quando você vem dormir comigo, me machuca. –Ele se sentou espantado.
-Mesmo? – Ele ficou com uma expressão triste nos olhos.
-Claro! Você só vem dormir comigo quando está triste ou precisa ouvir...
-Eu te amo. – ele me interrompeu.
-É exatamente.  – ele ficou sério. – Mas é um prazer tê-lo em meus aposentos, senhor Tommo! – Ele gargalhou alto e me abraçou de novo.
Nós falamos um pouco sobre a turnê e eu tentei cooperar no assunto para ele se acalmar e ir dormir. Até que ficamos em silencio. Ele se deitou novamente
-Boa noite Haz! - Ele disse calmo e sorrindo.
- Boa noite Boo! – Eu falei me virando para a parede.
“Meu Boo...” murmurei bem baixinho para ele não ouvir.

Louis
Harry sorria... “Meu Haz”. Pensei e me virei, sorrindo também.