Harry
Meus olhos se abriram bem rápido eu estava um pouco enjoado. Louis tinha seu braço e sua cabeça sobre meu peito, ele não se moveu quando eu acordei. Sorri e olhei para a janela, o céu ainda estava escuro então olhei para o relógio eram apenas seis e meia da manha. Voltei a olhar para o teto, ainda estava com os olhos meio fechados, mas sem sono. Havia dormido muito ontem.
Não levantei para não acordar Louis. Eu podia ouvi-lo respirando mais alto quando eu tentava me acomodar. Ele murmurou algumas palavras e gemeu. Eu peguei no braço dele e tirei de cima de mim. Ele tirou a cabeça do meu peito e se virou. Levantei-me bem rápido e joguei uma coberta sobre Louis. Desci e preparei um café para mim e para ele. Peguei um casaco e coloquei sobre a blusa do pijama. Peguei as chaves de casa e antes de sair deixei um bilhete, para caso Louis acordasse.
Fui comprar alguns pães e algo para comermos no almoço. Quando andava para a volta senti uma mão nas minhas costas.
–Oi Harry! – Era Eleanor, ela estava acompanhada de um garoto bem mais alto que ela, com cabelos morenos e olhos verdes. – Quanto tempo eu não te vejo! – ela não havia mudado, ela continuava doce e carinhosa.
–Olá Eleanor. –Eu sentia raiva de mais para me comover com nosso reencontro. Lembrava-me de tudo que Louis passou por causa dela. Tinha vontade de perguntar tudo. Queria explicações, mas isso não melhoraria nada. – Sim, bastante tempo. - Ela pegou no braço do rapaz e olhou para ele, então ele se virou e se afastou de nós.
–Sei que não tenho direito de perguntar, mas... Como está Louis? – Ela falava baixo tentando se mostrar indiferente.
–Louis está muito bem! Por que quer saber? –Eu não mantinha a calma. – Eleanor, eu não estou te entendendo! Você deixa Louis sem motivo e depois vem perguntar como ele está? –Ela abaixou a cabeça.
–Harry, eu...
–Eu não quero saber Eleanor, não nos importa mais. –Não a deixei terminar. - Eu sempre acreditei que você o amava! Mas não importa, outra pessoa vai fazê-lo no seu lugar.
–E eu amei! – Ela protestou.
–Então por que o deixou de tal forma?
–Estávamos juntos há muito tempo Harry! Isso nos fez distantes, uma paixão queimada! Não tínhamos o mesmo brilho ao olhar um nos olhos dos outro. Parecia que não nos amávamos mais.
–Está errada Eleanor, Louis te amava! Ele tinha planos para você. Planos de vocês dois juntos, pra sempre! Tudo bem, eu entendo o seu ponto e você pode estar certa, vocês eram perfeitos juntos, vocês sempre foram iguais e isso... Uma hora cansa. –Ela balançou a cabeça assentindo. – Mas podia ter deixado claro. Não imagina como Louis sofreu.
–Eu também sofri Harry, levei um tempo para me acostumar sem ele ao meu lado. Harry, não fique bravo comigo. – Ela sorriu.
–Eu não estou bravo, só fiquei chateado. –olhei para o meu celular. - Eu vou embora, adeus Eleanor!
–Sim, tchau Harry. – ela acenou. Eu me virei de costas e ela não se moveu. Eu dei meia volta e voltei a olhar nos seus olhos.
–Chateado, pois eu tive que ver meu melhor amigo derramar lagrimas que eu não conseguia enxugar. Nada para fazê-lo sorrir de novo. Isso me matava Eleanor, pouco a pouco. – Ela ficou calada e eu fui embora.
Estava voltando para casa me sentindo um pouco mal, não por ter falado com Eleanor. Era um mal estar, me sentei em um bloco de concreto em frente a uma loja e respirei fundo. Estava tonto. Algumas fãs vieram em minha direção quando me viram, mas eu não conseguia vê-las direito. Então quando elas começaram a falar comigo e tudo ficou preto.

Louis
Acordei com meu telefone tocando. Olhei para o lado e Harry não estava deitado, já havia acordado. Atendi o celular e calcei minhas pantufas.
–Alô?
–Senhor Louis? – a voz do outro lado estava calma.
–Sim, quem fala? –eu levantei e andei pelo corredor.
–Meu nome é Marina, enfermeira do hospital e...
–Hospital? – eu interrompi
–Sim! Harry desmaiou no meio da rua e umas garotas ligaram para a ambulância e disseram que poderíamos contata-lo para avisar. Nós ainda não sabemos o que aconteceu com ele, pois ele ainda não acordou. Se o senhor puder vir... –ela falava pausadamente.
–Estou indo! –interrompi novamente gritando. Desliguei o telefone e me vesti.
Quando desci vi a mesa arrumada com café e um bilhete. “Bom dia Boo! Vou comprar algumas coisas para almoçarmos. Volto logo! Harry”. Olhei e peguei o bilhete, coloquei-o no meu bolso e peguei as chaves do carro. Dirigia rápido e nervoso. Cheguei ao hospital em menos de dez minutos.
–Por favor, quarto de Harry Styles. – a mulher olhou alguns papeis e depois virou-se para mim.
–Por favor me acompanhe senhor. – ela me guiou por um corredor comprido e abriu uma porta. – O médico responsável por ele já vai chegar.
–Obrigado. – entrei no quarto e me sentei ao pé de Harry.
Ele estava branco e imóvel, seus cachos caiam sobre seus olhos e sua boca estava seca e bem vermelha. Coloquei a mão sobre sua testa e tirei o cabelo do seu rosto. Ele não se moveu. Deitei ao lado de Harry e fiquei olhando para o teto, que tinha alguns restos de adesivos em formato de estrelas. Talvez tenha sido um quarto para crianças antes. Ouvi baterem na porta e eu automaticamente me sentei tomando a mão de Harry.
– Senhor Tomlinson não é? – Uma médica entrou. – Falei com o senhor no telefone.
– Sim. Chame-me de Louis. – ela olhou para Harry.
– Tudo bem. Bom, quando Harry chegou aqui ele estava com a pressão extremamente baixa e desmaiou. Vamos esperar ele acordar e fazer alguns exames gerais. – ela sorriu para mim.
– Tudo bem! – ela fechou a porta e eu voltei a deitar ao lado de Harry. Fiquei lá por horas.

Harry
Meus olhos doíam, mas eu abri-os assim mesmo. Estava com dor de cabeça. Acordei com Louis ao meu lado novamente, só que desta vez estávamos em algum lugar... Hospital? Eu me movi para olhar e Louis abriu os olhos.
–Haaaz! – ele gritou. Isso me fez gemer de dor. – Que houve?
–Dor de cabeça Louis. Sem problemas – sorri falsamente. – O que aconteceu? O que estamos fazendo aqui?
–Você passou mal e umas fãs te trouxeram aqui. Falando nisso, obrigada pelo café. – ele riu – Mas não tive tempo de toma-lo, pois tive que vir socorrer meu melhor amigo. – Eu sorri. Ele me deu um leve tapa. – Quando se sentir mal não saia de casa seu idiota!
– Louis... -O abracei bem forte por um longo tempo. Apenas não queria solta-lo e ele no lugar de querer se livrar do abraço me apertava mais ainda, mas tomava cuidado para não me machucar. Ele apoiou a cabeça abaixo do meu queixo e riu. – Que foi? – ele não respondeu só me abraçou mais forte. Então ouvimos alguem bater na porta.