Mas eu sabia que Poseidon estaria ao meu lado para me apoiar. Afinal, eu era sua rainha.

Capitulo 9 – O ódio de um filho de Poseidon

Como havia acontecido antes, Poseidon voltou a me guiar pelo palácio. Dessa vez, dois guardas-tritões nos acompanhavam. Em poucos minutos, já estávamos na gente do castelo e eu olhei para trás, a fim de ver melhor o lugar onde eu passaria minha eternidade. Parecia uma daquelas catedrais góticas que eu havia estudado anos atrás, com torres, pilastras e abóbadas.

A minha frente, se estendia uma multidão de pessoas (por falta de palavra melhor). Eram tritões, sereias, tubarões, cavalos-marinhos... Enfim, todo o tipo de animal ou pessoa que havia abaixo do nível do mar.

A multidão aplaudiu quando entramos em seu campo de visão e Poseidon me apresentou como sua esposa e rainha, antes de começar a fazer um discurso. Admito que não ouvi nada do que ele disse, e me senti um pouco mal por isso, mas eu estava ocupada demais olhando para meus pés.

 Quando Poseidon olhou pra mim, sorrindo e sussurrou ‘sua vez’, eu literalmente gelei.

Isso não esta certo...

-Sei que não se preparou para isso, mas fale algumas palavras – disse ele – Isso vai animar o povo.

Assenti, nervosa e fiquei ao seu lado.

Pelos deuses, vou ter um colapso nervoso... Vou desmaiar... Deuses, vou morrer!

-Sua majestade real, Annabel, a rainha dos mares – disse o guarda ao meu lado para a multidão, que logo se calou.

-É uma grande honra estar com vocês hoje – comecei – Como sua rainha...

-Pois esse título não lhe pertence! – gritou alguém

Me virei para a entrada do palácio, onde um dos filhos de Poseidon, Tritão, vinha em minha direção, furioso.

-A verdadeira rainha é minha mãe – fritou – Você é apenas uma impostora que deu...

Antes que ele pudesse continuar, dois guardas se jogaram em cima dele, o agarrando com força e o levando para dentro novamente.

Poseidon deu um passo à frente e voltou a falar com o povo agitado. Depois me segurou pelo braço e praticamente me arrastou para dentro.

-Onde ele esta? – rugou com fúria, quando a porta atrás de mim voltou a se fechar, depois se voltou para um guarda que seguia atrás de nós – Wrath, leve a rainha para seus aposentos, enquanto ela espera por mim.

Eu nunca havia visto Poseidon com raiva, e agradeci mentalmente por eu não ser o motivo principal por ele estar assim.

-*-

Cerca de três horas depois, Poseidon finalmente entrou no quarto. Aparentava estar mais calmo e sorriu antes de me beijar.

-Sinto muito que tenha demorado tanto – disse – Mas eu precisava fazer Tritão entender que agora você é minha esposa.

-O que fez com ele? – perguntei, temerosa

Poseidon suspirou.

-Nada com o que você tenha que se preocupar, é claro – falou ele – Agora, espero que já esteja pronta para nossa lua-de-mel, porque pretendo aproveita-la ao máximo.

O deus voltou a sorrir e se curvou para depositar um leve beijo em meu pescoço. Então, se postou atrás de mim e tapou meus olhos com as mãos, voltando a beijar meu pescoço em seguida.

Quase que instantaneamente, senti as coisas ao meu redor mudarem. Senti como se eu me movesse rapidamente, apesar de continuar parada, sem mexer um único musculo. A temperatura da agua também mudou, se tornando mais fria e depois voltando a esquentar.

Quando voltei a abrir os olhos, notei que não estávamos mais no palácio, e provavelmente, estávamos muito longe da cidade também. Mesmo abaixo d’agua, eu sabia que estávamos em uma praia, porque a claridade ali era muito mais forte.

Poseidon pegou minha mão e fomos em direção à praia. Em pouco tempo a agua batia somente em meu busto, depois nas pernas e eu enfim, cheguei à praia. Afundei os pés descalços e admirei a casa que se erguia em minha frente.

-Espero que tenha gostado do lugar

-Vamos ficar aqui? – perguntei abismada.

 -Sim

-Esse lugar é... – lindo, maravilhoso, encantador, resumindo: um pedaço do paraíso – É perfeito!

Poseidon voltou a sorrir pra mim e me puxando para seus braços, selou nossos lábios.