Rainha Dos Mares escrita por Serendipity


Capítulo 8
8. Talvez eu não vá morrer afogada




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Depois seus lábios tocaram os meus, carinhosos, mas também possessivos e ele trancou a porta, trancando o mundo á fora.

Capitulo 8 – Talvez eu não vá morrer afogada

Já estava amanhecendo quando Poseidon voltou a me guiar pelos corredores do Olimpo. E apesar de já ter passado horas do inicio do casamento, eu sabia que grande parte dos convidados ainda festejava por nós.

–Não peguei minhas coisas – falei, de repente.

–Sua equipe vai leva-la para você – respondeu o deus.

–Minha equipe? – perguntei confusa

–Eles virão para o palácio também, é claro.

Nesse meio tempo, já havíamos chegado ao elevador principal. Enquanto o elevador descia, Poseidon passou seu braço ao redor de meus ombros e sorriu pra mim. Notei que o elevador demorou mais que o normal, e quando a porta voltou a se abrir, eu sabia que não estávamos mais em New York.

Para começar, um grande corredor de pedras se estendia a minha frente. Suas janelas eram grandes e sem vidros, e isso deixava totalmente à mostra a cidade abaixo de nós (e d’ agua). Da torre em que estávamos toda a cidade parecia ser feita de pedra, mas ainda sim, era lindo de se olhar.

Eu nem havia percebido que estava debruçada sobre uma das janelas até Poseidon tocar meu ombro. Olhei para ele por alguns poucos segundos, até perceber que eu realmente estava debaixo d’agua. E eu me sentia completamente normal, como se ainda estivesse na superfície. A melhor parte, é que minhas roupas estavam secas e eu ainda não havia me afogado.

–Gosta do que vê? – pergunta o deus.

–É lindo – eu falo, sentindo-me como uma donzela intocada em seu castelo durante a era medieval. Bem, talvez intocada não sege a palavra certa.

–Eu realmente espero que tenha gostado, por que a partir de agora, tudo isso lhe pertence – diz – Ainda estamos em reforma, é claro, por causa da guerra. Mas garanto que ficara maravilhoso quando estiver tudo pronto. Agora, com todos os seus desejos atendidos.

–Podemos ir à cidade? – pergunto, começando a ficar animada.

–Mais tarde, talvez – responde, brincando com uma mecha do meu cabelo – Agora tenho que lhe apresentar ao resto da família.

Apenas concordei com a cabeça, enquanto deixava o deus me guiar pelos corredores. Passei por janelas e portas que davam para ver ainda mais a cidade, descemos e voltamos a subir escadas e dei um enorme grito quando um tubarão passou normalmente ao meu lado. Por fim, entramos em uma sala grande e com cerca de 10 pessoas dentro. Poseidon me apresentou a todos os seus parentes marítimos. Filhos, primos e conjugues... A maioria deles me tratou maravilhosamente bem, apenas Tritão, filho de Poseidon com Anfitrite, que me tratou com certa hostilidade.

A que mais gostei foi de Cattleya *, uma das filhas de Poseidon com uma musa, e que havia se casado com um mortal chamado Thomas. Ela era divertida, meiga e quando fui me arrumar (agora sem Cinna, já que ele ainda não havia chegado) para a cerimonia de apresentação, Cattleya foi comigo para me ajudar.

A ruiva me levou a uma grande sala cheia de espelhos e com varias roupas femininas. Cattleya me disse que as roupas eram todas novas, é claro, afinal, eu não poderia usar as roupas antigas de Anfitrite. Então, me ajudou a colocar o vestido que Cinna havia escolhido para mim.

–Peço que não se importe com o que Tritão lhe disser – falou ela, de repente – Mas avise ao meu pai, caso ele lhe desrespeite.

–Seu irmão parecia com raiva

–Ah, ele estava e ainda esta, com toda certeza – disse sorrindo – Deve praticamente se mordendo de raiva, agora que ele não é mais o herdeiro de Poseidon.

–Não entendo...

–Veja bem: antes de Poseidon e Anfitrite se separarem, Tritão era o herdeiro legitimo do pai, esmo que esse viesse a ter outros filhos com a esposa. Com o exilio da mãe e o novo casamento do pai, ele se tornou ilegítimo e deixou de ser o herdeiro. Isso também significa que seu primeiro filhos cm Poseidon será o novo herdeiro de direito.

–Mas é totalmente sem sentido – não consigo deixar de falar – Não é como se Poseidon fosse morrer e um de seus filhos fosse herdar o trono.

–Ainda sim – disse Cattleya – É costume, Annabel, que o rei tenha um herdeiro. Como a rainha da Inglaterra. Ainda não tem poder nenhum, mas ainda esta lá. Ninguém ira realmente herdar um trono, mas um príncipe herdeiro é com certeza melhor tratada do que um filho ilegítimo. Temos esse costume, entende, de trata-los como rei e rainha.

Cattleya sorriu pra mim quando ouvimos duas batidas na porta. Em seguida, Poseidon entrou segurando uma pequena caixa quadrada de veludo.

–Se importa se eu ficar alguns minutos a sós com minha esposa, Cat? – perguntou ele.

–É claro que não, meu pai – disse, e depois de dar um beijo no rosto do deus, sai do cômodo.

Poseidon andou lentamente ate mim e me entregou a caixa. Eu a abri, e fiquei olhando alguns segundos para o colar, antes de olhar para ele e sorrir.

–Espero que tenha gostado – disse, colocando-se atrás de mim para prender o colar no meu pescoço.

–É maravilhoso – eu falo, olhando para meu reflexo junto ao de Poseidon.

Eu estava nervosa, tinha que admitir, por que estava prestes a fazer algo que nunca havia sonhado em fazer. Com a minha sorte, eu com toda certeza, faria algo de muito errado. Talvez começasse a gaguejar na frente de todos, ou tropeçaria no próprio vestido... Mas eu sabia que Poseidon estaria ao meu lado para me apoiar. Afinal, eu era sua rainha.


*Cattleya (em português: Catléia) são flores do gênero orquídea. Muito bonitas, alias ..


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Notas finais do capítulo

O capitulo não tem nada de emocionante, mas decidi escreve-lo para que entendessem melhor como Poseidon e seus filhos são tratados, e porque o ódio de Tritão por Annabel (isso vai ser importante para o resto da historia).
Queria agradecer a todos os comentários. Apesar de eu não responde-los, eu os leio e adoro saber que estão gostando da historia...
Beiijos ;*