-Mas diga lá de uma vez! Qual é esse seu grande segredo?

            -Filha eu acho que ainda não estas pronta para uma…surpresa desse tamanho. Acho melhor aguardar um pouco até o momento certo!

            -Você assusta a sua filha, a falar dessa maneira! – Debbie sorriu para o seu pai, notando o nervosismo do mesmo. – Já agora, onde está aquele whisky que faz milagres?

            -Debbie! – Ralhou o seu pai, fazendo-a encolher os ombros.

            -Por favor pai! Não é como se eu fosse uma virgenzinha de 18 anos!

            -Debbie!

            Os dois completaram-se numa gargalhada.

            ~*~

            -Desculpa Tricha! Isto assim não vai dar!

            -Debbie, olha que na minha opinião seria muito beneficiador para a revista aceitar tal proposta!

            -Seria impensável Tricha! Se quiseres um dia apreender alguma coisa acerca de negócios, vem falar comigo! Todos aqui presentes, sabem que isto afundaria a nova publicação! Ganharmos menos que os fotógrafos dessa agência? Impossível! – Debbie percorreu o olhar por todos os sócios da revista. -A reunião acabou!

            Debbie levantou-se e levando consigo as suas anotações dirigiu-se para o escritório do pai.

            -Isso seria incrível, acho que deveríamos apostar nisso para a revista…

            O seu pai falava ao telefone de maneira que, para não interromper, Debbie entrou fechando a porta e sentou-se no sofá de couro preto, do escritório.

            -Tudo bem! Marque e depois falamos melhor. Até um dia!

            O seu pai colocou o telefone no gancho e olhou sério para ela.

            -Sabe que um dia a Tricha despede-se por sua causa, têm noção disso, eu espero?!

            -Fazia-me um favor!

            -Debbie! Acho que precisas de férias…

            -Não venha com isso pai! Eu só preciso de gente competente a trabalhar comigo! – Disse irritada.

            -Á quanto tempo a menina não recebe uma massagem?

            -Pai, eu estou a falar de coisas sérias! Não são as massagens que enchem os bolsos do pessoal que aqui trabalhar. Muito pelo contrário!

            - Já sei! A menina precisa de sex…

            -Pai! Nem acabe essa frase!

            Nicholas, o seu pai, levantou as mãos rendendo-se ao mau humor da sua filha.

            ~*~

            -Doí-me tanto a cabeça! – Resmungou Monique, entrando em casa de Debbie, deixando os saltos na sala espalhados.

            -A mim doí-me os ouvidos!

            Monique sentou-se no sofá rindo-se das lembranças daquela noite. Debbie foi á cozinha buscar dois comprimidos e dois copos de água, para ela e para a sua amiga.

            -De que tanto te ris?

            -Estou a tentar perceber como é que não ficamos bêbadas esta noite? Aquilo estava cheio de gente!

            -Sim, é verdade! Tinha mais gente que o costume! E ao contrário de ti, eu não bebo muito álcool!

            -Ah! – Monique imitou um riso irónico. – Muita piada! Vou dormir, amanha, tenho um avião para apanhar! E Thomas já me ligou umas vinte vezes! Vou ficar um mês sem sexo! – Disse ela gargalhando, enquanto olhava o visor do seu telemóvel. Monique levantou-se e dirigiu-se para um dos quartos de hóspedes da casa de Debbie, que ria enquanto via a amiga tentar se equilibrar para subir as escadas.

            ~*~

            A luz bateu na face branca de Monique que rapidamente rolou na cama tentando evitar o sol, no seu rosto.

            -Merda! – Resmungou, sabia que era impossível dormir mais.

            Sentou-se na cama espreguiçando-se            e sentindo a ressaca a aumentar.

            -Porcaria!

            Levantou-se tentando não tropeçar nos lençóis da cama e saiu do quarto em direção á cozinha. Bebeu um copo de sumo e foi para a sala onde se deitou mais um pouco no sofá.

            Quando estava prestes a cair no décimo sono, o barulho estridente de um telemóvel ecoou no silêncio da sala.

            -Argh! Vá lá! Hoje é sábado! – Ela resmungou, pondo-se de pé e procurando o telemóvel da amiga. – Raios te partam Debbie! Que porcaria de organização!

            Levantando uma almofada do sofá, encontra o iphone branco da amiga e atende a chamada, de número desconhecido!

            -Sim? Quem fala? – Pergunta atirando-se novamente para o sofá!

            -Um amigo! Não reconheces a voz maravilhosa? – Um riso melodioso surgiu do homem que telefonava para Debbie.

            Monique conseguiu ouvir um sotaque francês no tal homem. Estava curiosa.

            -Desculpe! Eu não sou a dona do telemóvel! Sou a melhor amiga da cuja filha da…Enfim! Então…Paris? – Perguntou.

            -Desculpe ter incomodado! Sim conhecia em Paris! Mas nem o nome dela, eu sei! – Resmungou.

            -E tem o número? – Perguntou Monique espantada. Pensava se a amiga tinha tido uma doida noite de sexo com um desconhecido.

            É desta que eu mato, essa Loira! – Pensou Monique.

            -Digamos que não o tenho graças á sua amiga! Eu meio que…sei lá… o roubei, quando ela estava a receber o curativo!

            -Ah bom! Isso explica! – Monique, no entanto ficou preocupada. – Ès algum assassino? Violador? Estripador? Coisa do género?

            -O quê? Não. Não! Meu Deus! Não, sou apenas… um homem comum!

            -Desculpa lá! É que eu não o conheço! E estou de ressaca…

            -Já percebi! – Ele riu novamente. – Eu ligo mais tarde, então! Obrigada na mesma!

            -Tudo bem!

            Monique desligou o telemóvel e correu para o quarto da amiga.

            -Sua vaca! – Ela gritou no ouvido de Debbie, sentindo a sua dor de cabeça aumentar, mas não se importou com isso no momento.

            -O quê? – Perguntou Debbie, acordando assustada. – O que foi? O que aconteceu? – Perguntou alarmada.

            -“O que aconteceu?”? “O que…”? Ligou alguém para ti, importante referir homem e homem francês… Queres explicar?