In Your Life escrita por MonicaCFCosta
~*~
Monique já era companhia de Debbie em Manhattan há duas semanas, duas semanas em que a mesma não falava com Thomas deixando-o na ignorância acerca do seu paradeiro e do que se sucedeu para que a rapariga de ascendência francesa fugisse sem nenhum aviso.
Contudo, Thomas não deixaria que ela lhe fugisse pelos dedos, não sem antes perceber o que se passava.
No início da terceira semana apanhou o primeiro voo para os Estados Unidos, rezando para que Monique estivesse com Debbie, e depois de mais de dez horas em um avião, finalmente havia chegado a Manhattan.
Estava cansado, porém ainda tinha esperanças de ver Monique assim que alcançasse o apartamento de Debbie.
A loira estava na sala á espera de Monique quando o interfone tocou, o porteiro avisou que Thomas pretendia subir, Debbie sem saber o que fazer assentiu e receosa pela amiga abriu a porta ao moreno de olhos verdes.
-Debbie.
-Thomas entra. – Debbie fechou a porta quando Thomas entrou procurando Monique com o seu olhar. – A Monique está a preparar-se.
-Vocês vão sair? – Debbie assentiu e sorriu-lhe francamente. – Onde vão?
-Até ao bar do Dick. – Debbie respondeu. – Podes vir se quiseres…
Thomas olhou Debbie com uma face imperativa.
-Eu queria pedir-te um favor…
Dez minutos depois, Monique desce as escadas concentrada na bainha da sua camisola que teimava em subir.
-Certo…! – Resmungou para si mesma.
Monique suspirou e levantou o rosto esperando encontrar Debbie na sala á sua espera, mas o que encontrou foram olhos verdes intensos e magoados.
Thomas olhou para ela tão intensamente que ela sentia-se culpada demais e sem coragem de o encarar de forma categórica.
Monique deixou o último degrau das escadas para trás e avançou temerosa para perto do sofá onde se encontrava Thomas.
-Acho que precisamos de falar. – Thomas começou. – Preciso de saber o que se passou.
Monique encolheu os ombros. Não queria falar com ele sobre o assunto e não se sentia preparada para o abordar, mas por aquilo que ela conhecia dele, ela sabia que ele poderia ficar a noite toda ali, á espera de respostas.
-Onde está Debbie?
Thomas revirou os olhos, sabendo que ela queria mudar de assunto.
-Ela está bem. – Garantiu. – O que aconteceu Monique? Porque é que vieste embora sem me avisar? Aconteceu alguma coisa?
Monique encolheu os ombros, tentando reprimir a raiva que sentia dele.
-Não aconteceu nada. – Ela sentou-se no sofá e repousou os braços nas pernas entrelaçando os dedos. O seu olhar sempre no chão, sem coragem de olhar para Thomas.
-Eu conheço-te. Estás a mentir-me e sabes que eu odeio que o faças.
Monique soltou uma risada irónica.
-Acho que não estas na posição de me pedir nada. – Os olhos de Thomas arregalaram. - Sendo que quem mentiu foste tu.
Incrédulo, Thomas levantou-se e aproximou-se de Monique que se levantou afastando-se dele.
O mesmo suspirou esfregando os olhos.
-Conta-me o que se passa. – Pediu. – Com essas atitudes infantis não vamos a lado nenhum. – Disse irritado.
Monique sentiu-se humilhada. Lágrimas tentaram escorrer dos seus olhos castanhos mas ela não deixou. Encarou o teto evitando chorar na frente dele.
-Acho que é melhor tu saíres. – Disse de forma precisa. – Eu tenho planos.
Thomas levantou-se com um sorriso sarcástico nos lábios.
-Planos? Quais? Beber a noite toda, num bar cheio de homens prontos para passar a mão na primeira vadia que apareça? – Thomas disse irritado apenas se apercebendo minutos depois das palavras que saíram da sua boca. – Monique…Desculpa.
Monique não disse nada e agora sim, as lágrimas corriam pela sua face branca. Ela apontou para a porta querendo que ele saísse.
Thomas estava irredutível e apenas se aproximou dela.
-Não me toques. – Ela aconselhou, colocando a mão esquerda no peito dele, afastando-o. – Não depois de me chamares vadia…
-Monique desculpa. – Implorou. – Sabes que não era o que eu queria dizer. – Thomas colocou a sua mão em cima da de Monique que tentou puxá-la de volta, em vão. – Tens de tentar compreender que não é fácil chegar em casa depois de um dia de trabalho e não saber onde está a minha noiva. Sabes o que me passou pela cabeça? O pior! Quando te liguei e tu não me atendeste entrei em paranóia. E eu sabia que não te podia perder sem lutar.
-Acho que é um pouco tarde…
Monique afastou-se de Thomas.
-Não, Monique. Fala comigo, deixa-me esclarecer o erro que eu possa ter cometido e que te afastou de mim da noite para o dia. Por favor.
A rapariga olhou-o nos olhos.
-Sabes que o me fez vir embora e não pretender voltar? – Thomas olhou-a nos olhos. – Eu entrei no teu escritório para te pedir para almoçares comigo, mas o que eu vi mexeu bastante comigo e fiquei tão humilhada pela situação que saí de la decidida a voltar para onde eu não deveria ter saído. – Thomas encarava-a confuso, o cenho franzido. – A tua nova secretária, tu e os teus amigos que não paravam de a encarar.
Thomas então percebeu qual era o problema, Sonya a nova diretora dos Recursos Humanos na empresa que dirigia.
-Ela não é secretária…
-Realmente não me interessa se ela é ou não secretária! – Disse irritada. – Tu não percebes? Não é isso que está em causa. – Monique sabia que o tom da sua voz havia aumentado. – O que está em causa é que tu olhaste para ela e eu conheço aquela tua maneira de olhar. – Monique fez uma pausa tentando recuperar o fôlego e acalmar o choro. - Era como tu me olhavas quando nos conhecemos. Tu olhavas para mim de forma tão intensa, como se pudesses ver tudo o que era…Quem eu era!
-Não Monique! – Thomas negou. – Tu estás certa e ao mesmo tempo absolutamente errada, amor. – Thomas aproximou-se dela e abraçou-a, sentindo-a protestar nos seus braços. – Eu nunca te deixei de olhar de uma forma tão intensa, pelo contrário. Eu admiro-te tanto que não sou capaz de olhar para ti como eu olho para qualquer outra mulher. Elas não me dizem nada. – Monique sentiu um beijo no seu pescoço. – Eu admiro quem tu és, admiro aquilo que eu sou contigo. E se há coisa que eu posso afirmar com toda a minha certeza é que nunca, nunca te magoaria e nunca me desafiaria a perder o que me faz ser um verdadeiro e honrado Homem.
-Então porque é que…O que ela tem que eu não tenho?
Thomas sorriu e beijou-a delicadamente nos lábios.
-Ela não tem o meu coração. Ela não me tem a mim. – Thomas direcionou um beijo na testa de Monique. – Eu amo-te pequena. Sempre amarei.
-Isso não é tudo. Amar não basta. – Confessou Monique.
Thomas assentiu.
-Eu sei que não. – Ele olhou-a nos olhos de forma precisa. – Por isso é que te queria perguntar uma coisa importante.
Monique olhou-o curiosa e confusa.
-O que achas de virmos morar para Manhattan de vez?
A mulher que estava rodeado por braços fortes não podia acreditar que ele seria capaz de abdicar do seu trabalho por ela, pela sua noiva.
-Não te preocupes. – Thomas voltou a beijar a sua testa delicadamente. – Eu falei com o meu pai, vamos mudar de firma, eu fico na de Nova Iorque e o meu tio vai para Itália.
- É uma coisa que tu queres fazer?
-O amor é um jogo onde tu abdicas e recebes. A minha vida é onde tu queres estar, portanto sim. Chega de discussões sobre onde vamos morar. Tu és feliz aqui e consequentemente, eu sou feliz também.
-Obrigada.
O casal beijou-se de forma urgente e avassaladora.
-Tive saudades! – Confessou Thomas.
-Ótimo…porque vais continuar a ter por me teres chamado vadia.
-Eu não te chamei vadia, amor!
Monique pegou a sua bolsa e arrastou Thomas para fora da porta.
-Seja como for, estás sem sexo de reconciliação por uns tempos. – Garantiu divertida, enquanto fechava a porta da casa da amiga.
Thomas sorriu divertido e seguiu-a.
Cerca de vinte minutos depois o casal atravessou a entrada do bar do amigo deles e encontraram uma Debbie sorridente ao lado de um homem de cabelos castanhos e olhos azuis.
Monique fazia uma certa ideia de quem era e aproximou-se rapidamente da mesa deles para se apresentar.
-Boa noite. – Cumprimentou. – Olá Matthieu é um prazer, finalmente, conhecer-te.
Debbie revirou os olhos pela ação da amiga.
-Monique, melhor amiga da tua namorada desnaturada, já agora Debbie obrigada por me apresentares. – Desdenhou Monique. – Este é Thomas, o meu noivo. E sim Debbie fizemos as pazes, mais uma vez obrigada por perguntares. – Sorriu ironicamente. – Então que bebemos?
Thomas e Matthieu foram encarregados das bebidas dos quatro e quando regressaram á mesa as amigas falavam do facto de irem ser vizinhas num futuro próximo.
-Vizinhas? – Perguntou Thomas, confuso.
-O Donald tinha uma suíte para vender e eu comprei-a. Acho que é um bom sítio para recomeçarmos…Certo?
-Parece-me bem. – Thomas inclinou-se e beijou-a delicadamente.
Debbie e Matthieu sorriram.
-Um dia seremos nós… - Segredou-lhe Matthieu.
-Como assim?
-Noivos e prontos para irmos viver juntos… Nós começaremos uma nova etapa. – Matthieu beijou-a na bochecha.
-Nós praticamente vivemos juntos Matthieu. – Admitiu. – Eu quase não saio do teu quarto no hotel.
Matthieu riu no seu ouvido arrepiando-a.
-Verdade. Mas eu não me queixo. – Matthieu levou o seu polegar ao queixo da loira e virou o rosto dela para si, beijou-a apaixonadamente. – Muito pelo contrário. Temo-nos divertido bastante os dois, sozinhos, na minha cama…
-Matthieu!
Ele gargalhou.
Monique chamou a atenção do casal, sorriu.
-E para quando é o meu afilhado? – Perguntou divertida, fazendo
Debbie engasgar-se com a sua bebida. – Calma loira, estava a brincar!
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!