In Your Life escrita por MonicaCFCosta


Capítulo 16
Capítulo 16




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Dois dias haviam passado desde que fizera as pazes com o meu pai. Tudo estava normal. Bem, quase tudo…

Depois do telefonema de Matthieu e a forma nada-simpática com que desliguei o telemóvel, não falamos mais. Receava que ele tivesse ficado ressentido pela minha maneira esquisita de agir.

            Naquele sábado, Monique chegaria de Itália e pelo que me havia informado ao telemóvel iria trazer consigo uma amiga italiana que conheceu lá.

            Às duas horas da tarde, Monique avisou que em breve estaria no meu apartamento. Apenas confirmei que estaria lá á sua espera e voltei para a minha cama retornando ao filme que estava a assistir.

            ~*~

            Não me lembro de ter adormecido naquela tarde de sol, porém apenas acordei quando a campainha do meu apartamento começou a tocar. Rapidamente me levantei e vesti umas calças de fato treino que estavam perdidas pelo chão do quarto.

            Olhando em volta do quarto apercebi-me que precisava do quanto aquele espaço precisava de uma limpeza.

            Penteei os meus longos fios loiros com os dedos e foi abrir a porta a uma Monique que já bofava de tanto esperar.

            -Olá! – Disse quando abri a porta.

            -Aleluia! – Cumprimentou, da sua maneira. – É bom saber que não estavas a dormir!

            -Senti falta da tua ironia!

            -Obrigada.

            -E novidades? – Perguntei, curiosa.

            Monique olhou-me de cima abaixo desaprovando completamente a minha roupa e sorriu.

            -Está tudo na mesma.

            -Como é que está o Thomas?

            Monique parecia procurar alguma coisa na sua bolsa. Caminhei até á cozinha oferecendo-lhe um café que ela prontamente aceitou.

            Minutos depois estávamos sentadas no sofá a beber café e a pôr a conversa em dia. 

            -Mas não respondeste. O Thomas como está? Já sente a tua falta? – Perguntei e sorri.

            Monique levou mais uma vez a chávena aos lábios e provou o café preto.

            -Então? – Estranhei o seu silêncio. – Está tudo bem Monique?

            Ela olhou para mim e sorriu. Encolheu os ombros e sentou-se de forma mais confortável no sofá.

            -Andamos um bocado afastados ultimamente. Mas nada que não se resolva. E tu e o francês?

            Notei a sua vontade em querer mudar de assunto e consenti em silêncio, dando-lhe o tempo que ela precisava.

            -Tu e essa mania irritante de lhe chamar francês! – Comentei. – Também andamos um pouco afastados. – Analisei.

            -O que é que fizeste? – Perguntou normal.

            -Porque é que a culpa tem de ser minha? Tu nem sabes o que se passou! Detesto-te por me conheceres tão bem!

            -Eu também te amo!

            -Lá está! Essa maldita palavra! – Confessei. - Dois meses! E ele di-lo como se nada fosse!

            Monique sorriu. Aquele sorriso irritante de quem sabe o que se passa comigo mesmo que eu não tenha dito nada.

            -Para certas pessoas, é mais fácil admitir.

            -Não devia ser assim! Para tudo há um tempo! Porquê apressar as coisas.

            -Bem coisinha teimosa, nem toda a gente é insegura como tu! - Revirei os olhos. - Certas pessoas já sabem aquilo que querem, aquilo de que gostam, aquilo que sentem…Cada um tem o seu tempo. Não podes apressar nada ou atrasar só porque é melhor para ti. – Explicou.

            -E se eu não for capaz de dizer o mesmo?

            -O que importa muitas vezes não é aquilo que se diz, mas sim quilo que se faz. Palavras são apenas palavras, mas as atitudes confirmam ou neguem essas palavras.

            Monique terminou o seu café e pousou a chávena na mesa de centro da sala. Eu fiz o mesmo porém não consegui terminar o meu café pois já tinha esfriado.

            -Senti saudades tuas! Estes meses estão a ser cansativos.

            -A quem o dizes! – Comentou. – Por vezes sinto que em vez de avançar estou a voltar atrás na vida. Estou pressa em momentos e não consigo sair deles. É tudo tão…

            -Desgastante?! – Monique assentiu. – Também sinto isso.

            Encostamos as duas as costas no sofá e esticamos as pernas até ficarmos com os pés em cima da mesa de centro. Tal e qual como fazíamos quando erámos mais novas.

            -Acho que o Thomas me anda a trair. – Confessou.

            Eu gargalhei. Sabia que era um receio dela. Mas era um disparate! Thomas amava-a demasiado para pensar em traí-la! Nunca me passaria uma coisa dessas pela cabeça! Eles eram o casal épico!

            -Debbie! – Ralhou. - Estou a falar muito a sério!

            -Pensei que fosse uma anedota! Das grandes! – Admiti. – O Thomas é doido por ti! Ele nunca iria fazer tal coisa! Bebes-te?!

            -Já acabaste? – Perguntou. – Para ficares a saber, e não porque te interessa, ele tem uma nova secretária. Ruiva, olhos verdes e acredita, parece uma supermodelo. Pernas longas e bem torneadas – quem me dera ser dona de umas pernas daquelas-, o cabelo enorme…

            -Deve cagar nele todos os dias! – Brinquei.

            -Debbie! – Disse sorrindo. – Tu és mesmo tola!

            Começamos a rir feitas doidas, não como se tivéssemos motivos para nos rir-mos tanto.

            -Mas é só por isso que achas que ele te anda a trair? Sabes que isso não significa nada?! – Disse-lhe. - Ela até podia ser a Megan Fox em pessoa, ele pode não lhe ligar nenhuma!

            -A semana passada passei lá no escritório dele e os homens estavam todos parados em frente á sala de reuniões a olhar para ela.

            -E?

            -E o Thomas estava nesse grupinho!

            Monique cerrou o maxilar com tal força que eu quase senti a dor dela.

            -Hei! Sabes como são os homens. Ainda mais os que trabalham em escritórios e que só vêem calças, quando aparece um rabo numa saia a testosterona arrebata as escalas!

            Monique deu um sorriso fraquinho e eu abracei-a pelos ombros.

            -Precisamos de uma noite de raparigas!

            -Preciso é de ver “Um amor para Recordar”! – Comentou.

            -Nem pensar! Hoje vamos sair e só voltamos quando estivermos bêbadas! Que tal?

            Monique olhou para mim com os grandes olhos castanhos.

            -Acho mais que bem! Ainda melhor era eu poder beber o bar todo e tu trazias-me para casa!

            -Ahahaha! Quase teve piada! – Ironizei.

            -Eu sou muito engraçada! – Ela levantou-se. – Agora vou dormir um bocado tudo bem?!

            Assenti.

            Monique deu-me um beijo na bochecha e agradeceu-me começando logo de seguida a dirigir-se para os quartos.

            -Monique? – Ela olhou para trás. – Não ias trazer uma amiga tua?

            -Ah sim! Eu trouxe. A Jade. Ela ficou num hotel.

            -Porquê?

            Ela encolheu os ombros.

            -Disse que não queria incomodar!

            Revirei os olhos e Monique sorriu.


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