Debbie leu o ultimo e-mail de Matthieu e depois desligou o seu computador. Saiu da revista em direção á topografia, para uns últimos detalhes para a capa daquele mês.

            Depois de passar na tipografia, Debbie dirigiu-se para o endereço que Matthieu lhe mandou numa mensagem.

            Quase fora de Manhattan, num pequeno restaurante, Matthieu, sorriu, ao ver Debbie entrar sempre com a sua posse de confiança e orgulho. Levantou-se para que Debbie o pudesse ver.

            Ela sorriu e caminhou até ele. Quando já se encontravam frente a frente, Matthieu segurou com firmeza a cintura de Debbie puxando-a para ele e beijou-a delicadamente nos lábios.

            Quando, com muita relutância, as suas bocas se separaram, Debbie sorriu para Matthieu que a ajudou a sentar na cadeira.

            -Então, qual é a razão desse bom humor? – Perguntou Debbie.

            -Estava com saudades. – Respondeu, encolhendo os ombros e sorrindo.

            -Eu também. – Comentou. – Mas eu pensei que irias mostrar-me que sabias cozinhar, e não levar-me num restaurante.

            -Eu preferi que tu provasses os meus dotes culinários no jantar. Por agora, vamos almoçar algo leve.

            -Estou curiosa para ver esses dotes. – Debbie tirou o seu blazer e pendurou nas costas da cadeira.

            Já no fim da tarde, Debbie recebeu uma mensagem de Monique, que confirmava que o seu voo tinha corrido bem, e que ela já estava em casa.

            Ao sair da revista encontrou Adam que lhe mandou um sorriso irónico e ainda lhe piscou o olho. Ignorando-o Debbie dirigiu-se para o hotel de Matthieu. 

            Quando a porta da suíte fui aberta, Debbie, encontrou uma senhora que ela desconhecia. Aparentava ter os seus cinquenta anos, mas o sorriso não sai dos lábios e contagiava Matthieu, que abraçando-a pelos ombros ria com ela.

            -Boa noite. – Cumprimentou Debbie.

            -Debbie! – Sorriu Matthieu.

            Afastou-se da senhora que acompanhava outrora, e aproximou-se devagar de Debbie, para depois unir os seus lábios aos dela.

            -Boa noite… - Sussurrou. – Debbie, esta é Lizzy, Lizzy esta é a Debbie. – Apresentou-as.

            Lizzy sorriu. Debbie percebeu que ela já sabia quem ela era. Já Debbie, não fazia ideia de quem seria Lizzy.

            -Muito prazer em conhece-la menina. – Disse Lizzy simpática, sorrindo de lado para Matthieu. – Creio, pela sua expressão, que o menino Matthieu não lhe disse quem eu era. – Lizzy olhou Matthieu e fingiu um olhar zangado e reprovador. – Muito obrigado menino.

            -Ah Lizzy! Apenas não a mencionei porque…Eu tinha medo que ela a roubasse de mim!

            Lizzy gargalhou com vontade e depois beijou a face de Matthieu.

            -Eu tenho de ir menino. Até segunda!

            -Tudo bem Lizzy. Até segunda e obrigado por ter…arrumado a suíte para mim.

            Lizzy piscou-lhe o olho sorrindo ironicamente e bateu-lhe no ombro ao de leve.

            Matthieu sorriu-lhe também e os dois viram Lizzy afastar-se até aos elevadores.

            Entraram, momentos depois, na suíte e Debbie sorria.

            -O que foi ma vie?

            -Ela cozinhou, não foi? – Matthieu corou e sorriu. – Tudo bem. Já estava á espera!

            Matthieu arregalou os olhos incrédulos.

            -O que queres dizer com isso?

            -Tu sabes! – Brincou. – Homens e cozinha…por vezes não convêm fazer tal fusão!

            Matthieu estreitou os olhos de modo desafiante.

            -Um dia, eu irei cozinhar para ti!

            -Hum hum! – Assentiu Debbie sem confiança. – Podemos jantar então? – Debbie sorriu e tirou o seu sobretudo preto deixando-o sobre o sofá.

            -Claro! Anda por aqui… - Matthieu estendeu-lhe a mão e Debbie não resistiu em oferecer-lhe a sua, sentindo uma corrente elétrica queimar o seu corpo todo, de uma forma boa, que a fazia ansiar mais, além de um suave toque de mão.

            -…Mas o melhor de tudo foi eu ficar ali especado sem saber o que fazer! – Contava Matthieu.

            Debbie gargalhava pela milésima vez naquela noite.

            Os dois estavam sentados no sofá, conversavam sobre banalidades variadas.

            -Tu és tão totó! – Comentou Debbie, acariciando o maxilar de Matthieu.

            -Ai é?! Deve ser por isso que não me largas! – Desafiou.

            -Até parece!

            Matthieu sorriu e puxou-a para si, unindo mais uma vez os lábios dos dois.

            -O que vais fazer amanha? – Perguntou.

            -Como assim? Vou trabalhar. – Respondeu Debbie, sem entender a pergunta. Ela ajeitou o corpo no sofá ficando sentada e colocando os pés em cima do colo de Matthieu que acariciou a sua coxa.

            -Podias passar o dia comigo…melhor, a semana toda comigo! – Comentou sorrindo.

            Debbie gargalhou.

            -Eu preciso de trabalhar. Tenho uma revista para sair no final do mês e faltam apenas duas semanas para tal.

            -Tu não tiras férias?

            -Claro que tiro! No verão! – Respondeu como se fosse óbvio. – Nem toda a gente tem a vida feita sabes querido?! – Brincou.

            -Então quer dizer que a menina pensa que eu tenho a vida feita? – Questionou sempre sorrindo.

            -Eu sei lá! – Encolheu os ombros. - Mas agora a sério, o que fazes durante o dia?

            -Deixa-me ver… Fico por aqui de manha, e de tarde ou vou passear e aproveitar o meu dia ou vou para o ginásio. Estou de férias, querida! – Disse encolhendo os ombros.

            -Vida difícil que o menino tem! – Brincou. – Não pensas fazer nada enquanto ficares por aqui? Quanto tempo vais ficar, mesmo?

            -Bem, quanto ao tempo que eu vou ficar, é o tempo que eu quiser, e quanto ao fazer alguma coisa, ainda não sei. Já foi convidado por algumas instituições de caridade para alguns eventos e assim…

            -Bem, tu é que sabes. Mas tanta preguiça vai-te habituar mal! – Sorriu.

            -Não vai não! – Beijou-lhe a face rosada, Debbie sorriu. – Mas eu tenho umas ideias muito…eu diria, educativas para passar o tempo.

            -É mesmo?! Não digas!

            -Digo, digo… - Matthieu sorriu.

            Ele levantou-se e aproximando-se de Debbie, acolheu o corpo dela nos seus braços e carregou-a ao colo para o seu quarto.

            -Podias dizer em que se baseia essa caracterização? Educativas? Não percebi! – Brincou.

            -Eu passo a explicar! – Matthieu entrou no quarto fechando a porta com o pé e Debbie gargalhou.

            Na manha seguinte, Debbie acordou com o barulho de água corrente. Espreguiçou-se e logo se apercebeu onde estava, um sorriso delineou os seus lábios.

            Levantou-se e vestiu a sua camisola que estava aos pés da cama.

            Aproximou-se da porta da casa de banho e percebeu que Matthieu tomava banho e ao mesmo tempo cantava uma música francesa. Ela percebeu que a voz dele era completamente afinada e sorriu.

            Entrou na casa de banho sem chamar a atenção dele e sentou-se na banca de mármore, arrepiando-se quando as pernas tocaram a banca fria.

            Ficou ali quieta, apenas ouvindo-o cantar a música e apercebeu-se que realmente gostava da voz dele…que realmente gostava dele. E para ela eram sentimentos e sensações completamente novas.

            A sua atenção voltou aquele comodo quando ela ouviu a água ser desligada. Matthieu puxou a toalha da parede de vidro da banheira e pela silhueta dele, Debbie apercebeu-se que ela a tinha colocado á cintura.

            Matthieu ainda cantarolava a música, mas quando abriu a divisória de vidro e se apercebeu que não estava sozinho, cessou a voz de imediato.

            -Bom dia amor! – Disse sorrindo. – Sabias que assim de manha, é uma tentação? – Perguntou, olhando para as pernas descobertas de Debbie, que balançavam no ar.

            Ela sorriu.

            -È bom mesmo! – Brincou. – Gostei de te ouvir cantar!

            Matthieu imediatamente ficou sério e olhou-se no espelho. Penteou o cabelo com os dedos e depois aproximou-se de Debbie, abraçando-a.

            -Nem toda a gente tem bons ouvidos! – Disse irónico.

            Debbie gargalhou.

            -Eu sei! É uma pena, não achas?! – Gozou.

            Matthieu sorriu e beijou-a.