In Your Life escrita por MonicaCFCosta


Capítulo 10
Capítulo 10




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/231573/chapter/10

Debbie assentiu e saiu do estúdio em direção ao seu escritório.

            O dia tinha sido cansativo o suficiente e Debbie apenas queria chegar a casa e descansar.

            Pegou a sua pasta e a sua bolsa e caminhou para fora do escritório. Quando o elevador abriu Debbie deparou-se com a cena mais constrangedora que tinha presenciado. Adam beijava sofregamente uma loira, modelo da revista.

            Debbie pigarreou chamando a atenção dos dois.

            Quando Adam se virou e viu que a sua chefinha o encarava seriamente, sorriu presunçoso e abraçou a loira pela cintura encostando-se á parede metálica do vagão.

            Deb entrou no vagão e carregou no botão para o estacionamento, ignorando o casal atrás de si.

            Adam ainda abraçava a loira, que nem o nome ele sabia e encarava as costas – curvas - da sua chefinha. Apercebendo-se disso a loira esmurrou o seu ombro e Adam sorriu-lhe fazendo-a revirar os olhos e suspirar.

            Assim que as portas do elevador se abriram Debbie saiu disparada até ao seu carro.

            Dois dias haviam passado e no sábado de manha Debbie acordou com o som do seu telemóvel que tocava em cima da mesa-de-cabeceira.

            Ainda deitada Debbie, pegou o telemóvel e atendeu, com intenções de poder voltar a dormir o mais rápido possível.

            -Sim?

            -Abre a porcaria da porta! – Resmungou uma voz extremamente conhecida. – Ou vais deixar-me aqui á espera amanha inteira?

            -O quê? – Perguntou confusa.

            -Abre a porra da porta!

            -Monique?

            -Não! O pai natal! – Disse irónica. – Levanta-me esse cu branco da cama e abre a porta… tipo, agora!

            -Já vai simpatia!

            Debbie levantou-se a muito custo da cama e desceu as escadas para abrir a porta.

            -Estava a ver que só amanhã! – Continuou a resmungar Monique. – De onde veio esta chuva toda?

            Debbie olhou através da janela do corredor do prédio e apontou para o céu escuro.

            -Acho que lá de cima. – Respondeu.

            -Muito engraçada!

            -O que estás a fazer em Nova Iorque e ainda por cima, em pleno sábado de madrugada?

            -Madrugada?! Claro! São 11:30 h acho que podemos dizer madrugada! – Monique revirou os olhos, pegou na mala que estava no chão a seus pés e entrou no apartamento da amiga. – Bem, enquanto eu vou usufruir da tua casa de banho vê se fazes alguma coisa para comermos. Até já!

            Debbie revirou os olhos e deitou-se no sofá e deixou-se ficar por ali, deitada, sem mexer um músculo. Fechou os olhos tentando dormir um pouco mais, mas Monique desceu as escadas no mesmo momento.

            -Ah que ótimo! Muito dormes! – Resmungou. – Vou pedir pizza está bem, loira?

            -Hum hum!

            -Também senti saudades tuas, sabias?!

            Debbie sorriu.

            -Eu também senti saudades tuas! Vieste sozinha?

            -Não. O Thomas veio comigo mas quis ficar lá fora á chuva! – Monique revirou os olhos novamente e pegou no telefone para encomendar o almoço para elas. – É claro que vim sozinha! Alguma vez eu precisei de alguém para viajar?

            -Está certo! Mas deixa-me lembrar-te do seguinte: “ Debbie por favor anda comigo! Eu não posso ir sozinha para a Irlanda! E eu sei que tu queres muito ir! Por favor Debbie!” – Monique sorriu com a tentativa de Debbie de a imitar.

            -Foi só uma vez!

            -Claro! Pede a piza de uma vez que eu estou a começar a ficar com fome.

            -Já estava a demorar!

            Debbie fingiu-se indignada e atirou uma almofada do sofá a Monique que se desviou a tempo de levar com ela na cara.

            As duas sorriram e Monique ligou para a pizzaria para pedir a pizza para as duas.

            -Então? – Pergunto Monique sentando-se ao lado de Debbie no sofá. – Tu e o francês?

            -O que tem?

            Monique olhou Deb seriamente. A loira sorriu e deitou a sua cabeça na almofada pousada no colo de Monique.

            -Fomos passear um dia destes e eu levei-o até ao Woolworth Building.

                Monique olhou Debbie de cenho franzido.

            -Como correu?

            -Como sempre corre, eu acho. – Debbie sorriu fracamente para a amiga e encolheu os ombros, como se fosse um assunto banal.

            -Suponho que lhe tenhas contado a história da tua mãe…

            -Sim, eu contei.

            -Como é que ele reagiu?

            -Acho que bem! Ele tentou apoiar-me e foi um querido em todos os momentos. – Deb sentou-se no sofá e apoiou o cotovelo no encosto do sofá, encarou Monique. - Na verdade foi a primeira vez que contei a história a alguém e me senti em paz comigo mesma. Como se realmente desabafar, me fizesse bem.

            -Fico feliz e mais sossegada que tenha corrido tudo bem. – Disse Monique. – E o teu pai? Já falas-te com ele?

            -Não. – Respondeu firmemente. – E não tenciono fazê-lo tão cedo.

            -Como assim Deb?! Ele é teu pai, e sabes que não podes ignorá-lo para sempre, certo? – Monique olhou nos olhos verdes de Debbie. – E acho que nem é tão mau assim, ele ter alguém que o faço sentir feliz e vivo de novo. Ele já está á muito tempo sozinho. Ele precisa de alguém. E tu sabes disso, mas és teimosa e orgulhosa demais!

            Debbie sorriu. Abraçou os joelhos com os braços e pousou o queixo nos mesmos.

            -Acho que tenho medo!

            -De quê? – Debbie encolheu os ombros e olhou Monique. – Não sejas assim, loira! Ele não a vai esquecer.

            -Como tens tanta certeza disso?

            -Porque Camile deu-lhe algo, que ele nunca vai poder ter novamente.

            Debbie piscou os olhos confusa. Monique sorriu carinhosamente.

            -Tu! Camile deu-lhe algo que o faz lembrar-se dela sempre que olha para ti. Tu és muito parecida com ela! Não só fisicamente, mas psicologicamente também.

            Debbie sorriu. Os seus olhos enchiam-se de água ao ouvir as palavras sinceras da amiga. E naquele momento ela sentiu os seus medos ultrapassados. O seu pai não iria esquecer a sua mãe, afinal ela, era a memória viva de Camile.

            -Eu tenho de lhe pedir desculpa! – Comentou Debbie.

            -Tens mesmo!

            As duas gargalharam e Debbie coçou os olhos tentando não deixar as lágrimas caírem sem a sua permissão.

            -Obrigada.

            -Ah, de nada.

            As duas abraçaram-se mas logo Monique afastou-se rapidamente, como se se tivesse lembrado de algo importante.

            -O que foi?

            -A Sophie!

            -O que têm?

            -Ela vêm aqui, amanha com o… O moço dela que tem um nome esquisito!

            -Yanid! Chama-lhe Yanid!

            -Yanid! – Repetiu Monique. - Certo, isso!

            Debbie abanou negativamente a cabeça sorrindo e Monique sorriu.

            -Ah o que foi? Ele tem um nome difícil de pronunciar! – Resmungou. -Imagina se a Sophie nos dá um sobrinho com um nome assim! – Comentou Monique com um semblante pensativo e assustado.

            Debbie gargalhou.

            -Ainda bem que nós estamos aqui para não a deixar fazer tal coisa!

            -Mesmo! – Concordou. – E já agora, obrigado por convidares alguém para a minha casa sem me dizer nada.

            -Eu também te adoro! – Monique comentou. Mandou um beijo estalado no ar para Debbie que sorriu.

            Debbie, Monique e o casal Sophie e Yanid, acabam de almoçar, entre gargalhadas e copos de Barolo, que Monique tinha trazido de Itália.

            Todos já se sentiam alegres demais. Yanid contava anedotas que apesar de não serem engraçadas, fazia as raparigas gargalharem como se não houvesse amanha.

            A campainha tocou e cambaleando, Debbie levantou-se com dificuldade do sofá e foi abrir a porta.

            -Dick! – Gritou, para depois tapar a boca quando se apercebeu do grito. – Entra, entra!

            -Dickinho! – Gritaram Sophie e Monique ao mesmo tempo. As duas gargalharam e abraçaram-se.

            - Então… estão a dar uma festinha e não chamaram por mim!

            -Ah! Meu amorzinho! – Disse Monique com uma voz arrastada. – Também senti saudades tuas!

            Dick sorriu com a figura lastimável de Monique e arrastou-a para o sofá. Sentou-se e obrigou Monique a sentar-se no seu colo. Foi abraçado pelo pescoço pelos braços dela e sorriu.

            -Quantas garrafas de Barolo, vocês encharcaram? – Perguntou.

            Porém, a resposta não surgiu de ninguém, a não ser por Monique que encolheu os ombros e pousou a cabeça no ombro dele, fechando os olhos.

            Debbie e Sophie dançavam pela sala e Yanid estava sentado no sofá grande com as calças um pouco levantadas e encarava o interior das mesmas com uma cara confusa. Dick riu.

             Levantou-se e levou Monique para o andar superior. Deitou-a na cama de um dos quartos e cobriu o corpo dela com um cobertor que estava dobrado aos pés da cama.

            Quando desceu novamente, encontrou Debbie a olhar atentamente para o rótulo da garrafa e Sophie sentada no colo de Yanid que tentava encarar novamente o interior das suas calças de ganga.

            Dick sorriu com a toda aquela situação. Aproximou-se de Debbie e abraçou-a por trás.

            -Olá loirinha! Vamos subir?

            -Ah Dick! – Ela quase gritou. Virou-se de frente para ele e beijou-lhe o rosto. – Eu tenho namorado!

            Dick sorriu amargurado.

            -Sei disso, tontinha! Eu quis dizer subir, para eu te deitar na cama e descansares. Apenas isso! – Comentou Dick, frisando bem o “apenas”.

            -Ah! – Pronunciou Deb, esclarecida. – Levas-me ao colo? – Perguntou fazendo leves caricias na face de Dick.

            -Como quiseres. Vamos!

            Dick levou o seu braço á parte de trás dos joelhos de Deb e outro às costas, fazendo-a deitar-se nos seus braços, e carregou-a até aquele que ele sabia ser o quarto dela. Deitou-a na cama, e como fez a Monique, cobriu-a. Depois, sentou-se ao pé dela e afastou o cabelo loiro da face branca dele e beijou-lhe a testa.

            Encarou os olhos de Debbie que ainda o encaravam e sorriu-lhe, em resposta ela sorriu também e levantou o tronco para poder beijar-lhe o rosto.

            -Obrigada. – Disse com voz baixa.

            -De nada princesa.

            Dick sorriu e saiu do quarto e novamente regressou á sala.

            Sophie, desta vez estava sentada em frente ao grande plasma e assistia atentamente um filme que Dick reconheceu como o filme preferido de Debbie, “Bad Boys”, que ele viu com ela inúmeras vezes por ter sido obrigado. Sorriu e recolheu a sua atenção para Yanid que ainda espreitava as suas calças de ganga.

            -Hei, meu?! Pará com isso é muito nojento! – Comentou Dick.

            Yanid levantou a cabeça e encarou Dick, com uma cara confusa e assustada.

            -Eu foi assaltado! – Resmungou com uma voz esganiçada.

            -Eu percebo! Ás vezes também me parece pequeno demais…

            -Roubaram-me os boxers! – Ele resmungou, interrompendo Dick, com uma voz de menino a quem o doce foi tirado. – Eu não tenho boxers!

            -O quê?! – Dick bufou. – Levanta daí! Que coisa nojenta! Vou levar-te para lá para cima!

            -Porquê?

            -Para dormires.

            -Porquê?

            Dick encarou-o com um olhar ameaçador, mas depois lembrou-se que bêbados, não tem uma compreensão tão boa como os sóbrios.

            -Anda lá! – Aproximou-se dele.

            Antes de o ajudar a levantar-se, puxou pela camisola dele o braço para que ele tirasse a mão que ainda estava dentro das calças. Depois ajudou-a a subir para um dos outros quartos onde o deixou na cama completamente esparramado.

            Suspirou cansado e desceu para ajudar Sophie, que ria como uma perdida.

            Aproximou-se dela e aninhou-se para ficar do mesmo tamanho dela.

            -Boneca anda comigo, precisas de dormir.

            -Dick! – Resmungou, fazendo beicinho. – Deixa-me só ver o resto do filme.

            -Tudo bem! – Disse Dick sorrindo. – Anda para o sofá, pelo menos.

            Ela assentiu e Dick ajudou-a a levantar-se e carregou-a para o sofá. Cobriu-a e sentou-se perto dela, para acabar de ver o filme.

            Riu-se pela forma que a sua tarde tinha começado. Tomar conta bêbados! Não era nada daquilo que ele tinha em mente em como passar a sua tarde livre.        


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do momento "Bêbados" dos nossos personagens! xD
Comentem! :P
Bjs.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "In Your Life" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.