Quando abri os olhos eu estava dentro de um carro Audi A4 deitada no banco traseiro envolta de cobertores, me dei conta que estava com o cabelo e as roupas molhadas eu tremia e sentia o frio rasgando minha pele.

-Tudo bem com você? Responde-me Nina, por favor! Vi Dhovanni no banco do motorista dirigindo atento a mim e a estrada, foi só então que tudo voltou à tona lembrei-me de tudo que aconteceu.

-Dirija mais de vagar, por favor. Falei, tremendo com os lábios continuei – Meu carro, ficou lá, para onde está me levando?

- Peguei o celular no porta-luvas do teu carro, ai busquei alguém nos contatos e liguei para Scott e ele veio com um amigo buscar teu carro para levar para sua casa e me encarreguei de te levar pra lá. Apesar do frio tremendo consegui corar ele ficou com ciúmes de outros dois garotos me levar para casa? Ah não só minha imaginação

- Tenho que te proteger, você é parte de mim agora. Ele abaixou a cabeça depois voltou a atenção a estrada.

- Como assim? Questionei

- Antes de teu pai morrer Nina eu jurei a ele que iria te proteger, eu o tentei salvar não cheguei a tempo. Dhovanni Lamentou – Naquela noite um homem disse a seu pai que você seria perseguida por ele agora devo te proteger e está ficando cada vez mais difícil apenas cuidar de você de longe.

Minha cabeça gerou uma serie de imagens de meu pai, misturando com tudo que Dhovanni disse-me proteger de uma pessoa? Meu pai morreu de infarto como ele podia estar lá na hora para impedir, impedir um infarto? E ainda mais cuidar de mim a distancia, ele anda me seguindo?

- Scott por que não deixou Scott me levar para casa? Ah entendi você agora é minha babá, o que eu estava pensando quando decidi vir para cá e o que tudo isso significa? Meu pai morreu de infarto... De infarto. Quando me dei conta lágrimas escorriam pelo meu rosto.

- Não foi um infarto Nina. Ele disse com firmeza. – Por favor, não chore você terá as respostas em breve e aos poucos agora me deixe cuidar de você.

Depois de alguns minutos em silencio pensando em tudo que Dhovanni me disse ouvi a musica de chamada no meu celular que estava no painel do carro.

- Scott.

-Como sabe?

Ele me passou sem dizer nada

-Alô quem fala.

- Scott Nina’s está tudo bem? O seu amiguinho ai disse que você caiu no lago e quase teve uma hipotermia.

- Ah... É sim... Tudo bem sim. Falei confusa e gaguejando

-Me diz por que uma hora dessas, você foi se encontrar com um cretino.

- Scott, por favor, creio que amanhã não vou para o colégio então podemos conversar se você me fizer uma visita tudo bem assim?

-Até amanhã, se ele tentar alguma coisa liga para policia e em seguida para mim. Scott disse com sotaque de preocupado.

- Ok, Tchau. Falei tentando sorrir.

-Já chegamos Nina, te levo até a porta explique a sua mãe o mesmo que expliquei a Scott. Eu sentei colocando as mãos no rosto apoiando meus cotovelos no joelho

Dhovanni abriu sua porta e veio sentar perto de mim.

- Aquilo foi um truque de ilusão, não era um vulto ou algo do tipo ele te jogou na água e te machucou com as próprias mãos, fez seus olhos enxergar apenas o vulto ele não queria ser visto por você, ele é de uma sociedade de visionários, uma raça ordinária que faz seus olhos verem qualquer ilusão, você pode estar andando em uma calçada, mas pode estar indo em direção ao um precipício. 

Dhovanni fez um gesto de indignação

- Não diga mais nada. Levantei-me e sai do carro batendo a porta com força eu já sentia as lágrimas correndo meu rosto novamente, Dhovanni veio ao meu lado enquanto eu caminhava em direção a porta da minha casa.

- Eu preciso treinar tua mente enquanto te protejo, não vai ser uma tarefa fácil estou vendo.

- O que? ...minha mente? Parei olhando para ele

-Sim, bom acho que já devo te contar, bom teu pai era um...

- Nina está tudo bem? Tatiana veio em minha direção – Scott me ligou avisando, ela continuou dando entreolhares entre eu e Dhovanni.

- Te vejo depois, prazer em conhecer Srta Tatiana. Ele se virou e logo depois já havia ido embora.

- Esse o tal menino que Scott disse? Hmm... Mas que gato em Nina’s.

Abaixei a cabeça dando um sorrisinho e acompanhei os passos de Tati. No andar de cima coloquei minha sobrinha em seu berço e a fiz dormir cantando canções de ninar logo depois fui tomar um banho bem longo e quente para tentar por um pouco as coisas no seu lugar em minha mente, no meu quarto vesti meu pijama de cetim roxo e mergulhei embaixo de minhas cobertas, o vento era forte lá fora, raios iluminavam o céu e os trovões quebravam o silencio da noite, tentei pensar mais um pouco em tudo que Dhovanni disse ,o que ele queria dizer com Visionários, sim são pessoas que iludem o que nosso olhos vêem mas o que era isso, e porque ele odiava essa raça como ele disse e outra ele me disse que estava difícil cuidar de mim só de longe o que isso significa ah não ele não terá nenhuma chance comigo nenhuma mesmo.

Aprofundada em pensamentos escutei minha janela ranger levantei em um pulo e vi Scott entrando.- Olá te assustei. Ele disse fechando a janela.