– Tem certeza, Lucy? - Perguntou Loise, colocando a caneca de chocolate quente em cima da mesinha de centro da sala do meu apartamento - Quer dizer, tudo isso pode ser coisa da sua cabeça. Você pode está passando por uma fase ruim...

– Não! - eu disse - Eu não estou passando por fase ruim nenhuma! Eu sei o que eu vi. Eu não estou louca Loise. - me levantei, indignada do sofá - Eu estou sendo assombrada por fantasmas e pesadelos da minha mãe e irmãos. Eu acabei de te contar tudo isso e você não acredita em mim! - agora eu estava irritada.

Eu havia contado a Loise tudo, desde os pesadelos até as aparições fantasmagoricas de minha adorável mãe Margareth. Eu realmente esperava que Loise acreditasse em mim.

Afinal, ela é a minha melhor (e única) amiga. Nós nos conhecemos desde o colegial, ela é a única com quem eu realmente posso contar meus segredos. Mas, quanto mais eu falava sobre o que anda me atormentando, mais ela me encarava como se tudo não passase de alguma alucinação minha. Como se eu fosse uma louca contando história de terror, não os meus pesadelos.

– Eu não disse que não acredito em você, Lucy. - Ela disse, me encarando com receio - Eu só acho que você está sendo muito precipitada comprando passagens de avião e fazendo as malas para ir a uma cidade onde você teve, hã, como eu posso dizer?...''Esperiências traumaticas''. - Ela fez aspas com os dedos, enfatizando a última parte.

– Acontece que eu não me lembro do que aconteceu, Loise. Eu preciso voltar. Preciso ter minhas lembranças de volta para seguir em frente. Esses pesadelos estão acabando comigo. É como se eu estivesse prestes a saber o que vai acontecer e,...nada. Tudo simplismente para, e eu acordo. Eu tenho mesmo que voltar. E quero que...você venha comigo. - disse logo.

Loise me encara incrédula.

- O quê?! - ela quase grita - Você só pode está louca se acha que eu vou deixar Nova York e ir para uma cidadezinha... - Ela começou a falar sem parar enquanto eu andava de um lado para o outro impaciente, esperando ela acabar de dizer os mil e cem motivos para não deixar Nova York.

–....então, eu sinto muito, mas, Lucy minha amiga, eu não posso te ajudar...- Ela se levanta com a intenção de ir embora.

– Por favor! - agarrei seus ombros -  Loise, você sabe o quanto isso é importante para mim!  Por favor, por favor...- Implorei já me ajoelhando.

 Loise me olha assustada. Talvez ela realmente estivesse convencida de que eu estou louca. Não me importei no momento. Eu tinha que convencê-la.

– Por favor! Por favor! Por fav...- continuei segunrando seus ombros.

Ela parecia assustada e incomodada.

– Tudo bem eu vou com você! - Ela diz vencida.

– Ah, eu te adoro Loise! -  me joguei em seus braços e sorri vitoriosa.

Eu sabia que Loise não iria me decepcionar.

– Tudo bem, já chega!.... - Ela disse, se desvencilhando de meu abraço.

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Depois disso, Loise foi para casa dela arrumar as malas e eu fui tomar um banho para tentar relachar. Entrei no banheiro, liguei a torneira da banheira, coloquei alguns sais e comecei a me despir.

Fui entrando lentamente na banheira sentindo o calor da água.

Fechei meus olhos tentando limpar minha mente de todas as lembranças dos últimos dias assombrados que tive.

Eu não sei, mas de algum modo, não consegui relaxar completamente.

É como se sempre tivesse alguém me observando.

Essa sensação anda me perseguindo assim como os pesadelos e aparições indesejadas. Ignorando completamente esse pensamento me afundei por inteira na banheira.

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Isso não pode está acontecendo.

De repente eu já não estou mais na banheira.

Abro meus olhos e vejo o rosto dela me encarando.

- Bom dia, querida - Ela diz, sorrindo.......

....E mais uma vez estou em um pesadelo.....