Deixou o bilhete em cima do caderno. Colocou-o de lado e, tateou em busca da mochila.

Não poderia receber Naruto com a casa naquela desordem.

Viu que ainda tinha alguns minutos até que eles chegassem. Esboçou um sorriso. Conhecia o “tio” desde pequena. Lembrava-se dos belos orbes azuis turquesa e dos beijos que recebia na bochecha. Das vezes em que ia correndo de encontro a ele para então, ser pega e girada no ar.  Com a mochila no ombro e os cadernos na mão foi até o quarto. Deixou as coisas sobre a mesa onde estavam alguns de seus livros. Abriu as cortinas de cor clara e as janelas. A brisa da manhã brincava com o cabelo rosado. Algumas mechas negras destacavam-se.

Ao menos uma característica diferente.

À medida que andava jogava o babydoll pelo chão. O tecido deslizava pela clara, lentamente, como se quisesse marcar com seu toque cada parte, cada detalhe. Entrou no banheiro e ligou o chuveiro. Com a palma da mão brincou com a água até que se acostumasse com a temperatura. A esponja banhada em pura espuma. Distraiu-se com  algumas bolhas que estouravam a sua frente. Porém, chegou a ouvir o barulho da campainha. Desligou o chuveiro e aguçou a audição.

A campainha tocara outra vez.

Enrolou-se com a toalha e saiu do banheiro. O espelho estava encoberto pelo vapor. Pegou a chave que estava em cima da mesa. Colocou-a na porta e a maçaneta girou. Reconheceu de pronto às duas safiras que caíam agora sobre ela. Ainda tinha o mesmo sorriso de moleque sapeca estampado nos lábios rosados. Acalentou as mãos ao peito. Certo rubor tomou conta de seu rosto. Sentia o olhar firme como se percorresse o seu corpo. Talvez fosse apenas ma impressão que a mente fantasiosa poderia estar provocando. Delicadamente, desceu as mãos até a cintura, enquanto a outra segurava a toalha rente. Os olhares se encontram, mas, por pouco tempo. Ela não conseguia sustentá-lo. Então não fora uma mera impressão.

- Vou me trocar, não demoro.

Deu as cotas indo até o quarto. As safiras ainda permaneciam sobre a rosada até se focaram em um ponto qualquer. O moreno que estava ao lado mantinha a expressão séria. Ele havia percebido. Naruto, nunca foi do tipo discreto. A toalha moldava as curvas de sua “menina”.

- Naruto, se encostar um dedo na minha filha...

- Calma, seu Teme! – repreendeu Naruto – Apenas estava observando quanto a Kori-chan cresceu...

- Apenas sinta-se avisado, dobe – disse Sasuke pegando uma das malas que estavam no chão.