Kori fechou a porta do quarto e deixou o corpo escorregar por ela. Lembrou-se da forma de como Naruto a olhou. Sentiu o rosto corar e não conseguia sustentar o olhar. As esmeraldas fugiam das Safiras.

Ela não estava esperando.

De quatro, engatinhou até o armário. Levou as mãos á tranca e  aos poucos foi se levantando. Pegou uma regata branca e um short azul claro.

Lembrou-se dele outra vez.

Balançou a cabeça negativamente e, com o olhar pelo quarto procurou a escova de cabelo. O cabelo rosado pingando água pelas pontas e as mechas negras caindo atrapalhando a visão. Ouviu uma batida no quarto e pelos passos macios logo descobriu quem era.

- Kori preciso ir – disse indo até ela – Cuidado.

- Ah, claro – disse o abraçando pela cintura –  Espero que tenha um bom dia e que consiga dar um pouco de paz de espírito a seus pacientes.

- Hoje eu irei demorar Kori – disse Sasuke.

- A senhorita Hyuuga hoje, pai? – perguntou Kori curiosa – Se for, entendo o porquê de demorar. A vida dela é tão... Conturbada...

Limitou-se a dizer “sim”, mesmo que baixo. Sasuke depositou um beijo na testa da filha antes de sair. Se Naruto tentasse algo ele com certeza seria um homem morto.

Ela era a única lembrança de sua primeira esposa.

A amou como ninguém. Fora a primeira. Primeira namorada, confidente. Depois de tanto fazer descaso dando pouca importância ao apreso daquela que apesar de tudo sempre esteve ao lado dela, arrependeu-se. Quantas vezes ela poderia apenas desistir de tudo, jogar a aliança no chão e entregue ao choro sair para nunca mais tentar. Surpreendeu quando ela fez o contrário. Era sua flor. Apesar de tudo ela via um futuro para eles e acreditava nele.

Kori era o futuro.

Assim que chegou ao consultório, sentou-se na cadeira e em cima da mesa deixou as chaves e a carteira. Era a mesma consulta. Ele ouviria a mesma coisa, outra e outra vez. Apesar de quer passar o dia com sua filha, ele não poderia. Estavam em plena sexta-feira. No sábado, talvez.  Quando ouviu um a batida de leve na porta, pediu à pessoa que entrasse. Um belo par de orbes perolados e um corpo escultural pararam a sua frente.

- Bom dia, Senhorita Hyuuga – disse Sasuke se levantando.

Era uma bela mulher.

Geralmente era sempre muito calma. Chorava baixo e ele lhe dava alento. Afinal, era seu psicólogo. O cabelo negro-azulado estava preso em um coque. O pescoço de pele tez era adornado por um colar. Poderia até dizer que era um anjo.

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Saiu do quarto lembrando-se do último pedido do pai. “ Cuidado”. Naruto estava no sofá deitado de barriga para cima. Quando a viu, pediu que se sentasse ali ao seu lado. Nunca se lembrara de vê-lo tão.... Diferente.

- Kori-chan! – disse Naruto alegremente – Venha cá! Como você mudou pequena!

Ela não era mais uma criança.

- Oras! Até parece que continuo a mesma menininha! – disse indo até o sofá – Não é mesmo, tio?

As últimas palavras soaram maliciosas. E ela gostou disso.

- Eu sei que você não é mais nenhuma menina, Kori – disse passando a mão no rosto da menor – Está se tornando uma graciosa mulher.

- Tio, não seja tão galanteador, sim?! – disse colocando as mãos no peitoral dele.

O que ela estava fazendo? Algo nele lhe atraía. Disso ela estava tendo certeza. Seu corpo dizia isso. Pernas que nem vara verde, rubor no rosto. Naruto então foi jogando o corpo para frente. Kori consequentemente foi se afastando, porém, ele segurou seu pulso.

Ela não queria fugir.

A boca convidativa apenas se aproximava. Qual seria o gosto? Ela seria capaz de se entregar os lábios do “Tio” nem que fosse por alguns minutos e nada mais?

- Naruto, isto é... – começou Kori. As testa estavam juntas.

- Shii – começou Naruto – Ninguém precisa saber, não é?

Aquela sentença estava lhe fazendo sentido e de certa forma, era correta. Ninguém além deles precisava saber. Levantou-se do sofá e, aos poucos Naruto foi se apossando do corpo cheio de curvas. Abraçava-a por trás e beijava o pescoço desnudo. O cabelo rosado jogado para o lado. O cheiro de pêssego marcando sua roupa e seu olfato. Kori soltava suspiros baixos. Aquilo não era certo, mas, estava sendo prazeroso...

Virou-se de frente para ele e, passando as mãos para a nuca dele, tomou-lhe os lábios sedentos de puro desejo. Ele correspondia explorando cada pedaço daquele corpo de “Mulher”. Sasuke com certeza o mataria. Mas, ele não estava lá então, para que se preocupar, pelo menos por enquanto?

Os pulmões pediam por ar. As línguas desbravavam cada espaço que era “novidade”. Dançavam e se entrelaçavam em perfeita sincronia. A perna enroscava na dele, subindo e descendo. Deitou a cabeça no peito do outro que lhe fazia carinhos.

- O que será que meu pai irá fazer se descobrir que você está aliciando uma menor? – perguntou divertida.

O silencio pairou entre eles. Ele não poderia achar que estava mesmo falando sério não é?

Ela não falaria nada.

- Naruto, isso ficara aqui – disse entre risadas – Não precisa se preocupar...

- Quem sabe poderíamos repetir – disse separando-se dela. Era mesmo um moleque!

- È, quem sabe, Naruto-kun....