A noite passou rápida, assim como ela a semana, em um piscar de olhos era sexta-feira, e eu já estava fazendo o jantar pra mamãe junto com Beck. Tudo tinha sido calmo esses dias, e estava até mais fácil não lembrar dos pesadelos que começavam quando eu abria os olhos. A convivência com ele no colégio ficou mais fácil, ele passou a sentar com Hanna, uma garota meia nerd, e eu não sei o que ele queria com ela, ou melhor até sabia. Acabar com mais um coração, enquanto isso... O meu ia se recuperando dos frangalhos. Mas, hoje eu colocaria um sorriso no rosto e receberia a mamãe com muito carinho.

–Rose, você já sabe o que vai fazer quando terminar o ano?-Perguntou Beck enquanto cortávamos a carne.
–Passar uns tempos na Flórida com meu pai e você?

–Eu não sei, a minha mãe quer que eu comece logo a faculdade mas, eu queria aproveitar um pouco a vida sem responsabilidade com faculdade, trabalhos e professores.- Suspirou.

–Vem morar na Flórida comigo. Simples, assim eu não ficaria sozinha lá.

–Sério? Você acha que minha mãe ia deixar?-Perguntou mais animada.

–Bem, eu acho que se eu falar com a mamãe ela conversa com a tia e ela deixa. Afinal agente vai só experimentar, se não gostar voltamos para cá.

–E você quer mesmo ir pra Flórida?

–Quero sim, por que?

–Talvez tivesse só querendo fugir de algo que te prende.

Perdi meu controle e estourei, soltei a faca em cima da pia, e me virei

–Droga, Beck. Por que você tem que saber de tudo?! Sim, eu não quero ficar aqui olhando pra cara dele todos os dias, ver ele pra cima e pra baixo com todas as garotas que passam. Eu não quero mais me torturar.- Beck veio para o lado e me abraçou.

–Sabe que não precisa fugir, se quiser... Podemos mudar pra um lugar mais perto.

–Não! Iremos pra Flórida, tudo novo. Gente nova, precisamos de coisas novas.

– Então daqui a 2 meses seremos garotas da Flórida.

–Isso! – Terminamos o jantar e eu fui tomar banho, depois ela. Coloquei um vestido de flores e uma sapatilha, amarrei o cabelo alto e desci para a sala.

Ela colocou uma roupa simples, saia alta e uma blusa sem estampa. Sapatilha preta.

Ficamos no sofá uns 30 minutos esperando escutar os carros estacionando na frente da casa, meia hora depois do previsto, a companhia tocou.

Me levantei de um salto e abri a porta. A tia Clarie estava na porta com as malas e a mamãe estava travando o carro.

–Mamãe – Gritei e corri pros seus braços.

–Minha Rose – Ela me abraçou forte, me levantando um pouco no chão. Enfiei meu rosto dentro do seu cabelo, e ficamos uns segundos abraçadas. Senti algumas lágrimas caírem e ela levantou meu rosto.

–Oh, meu bebê eu estou aqui não chora.

–Eu senti sua falta – Choraminguei enxugando o rosto com as costas da mão, ela me abraçou e entramos na casa.

–Cadê meu abraço Rebecka? – Beck correu do sofá e deu um grande abraço na mamãe.

–Como se saíram meninas?

–A Beck me ajudou muito. Só fiquei 2 dias sozinha praticamente.

– Quebraram muita coisa?

–Não, eu pensei que ia explodir sua cozinha hoje mas, ela ainda está ali – Beck apontou pra cozinha, rindo.

–Adivinharam que eu vinha morta de fome, então vamos lá. – Fomos pra cozinha e todas jantamos. A mamãe terminou e subiu pro quarto com a tia Clarie, eu lavei os pratos com a Beck e fui pro meu quarto também.

– Elas vão dormir?

–Eu acho que sim, devem está conversando sobre a viajem.

–E a gente? O que faz?

– Bem, eu não sei. Agente não aproveitou muito esses dias. A Alice me mandou uma mensagem falando de uma festa que ia ter na casa dela hoje.

–Rose...

–Elas nunca vão descobrir, sempre dormimos de porta fechada.

–Tá mas, se agente pegar o carro elas vão ver.

– Eu vou ligar pra Alice, ok? – peguei o celular e liguei. Da primeira vez chamou até cair e da segunda ela atendeu.

–Rose, cadê você?

– É isso que você vai saber agora. Pode vir me buscar?

–Claro que posso, daqui a 10 minutos eu to ai.

–20 que eu ainda tenho que me arrumar e não bate na porta.

– O que? Saindo escondida de casa?

– A mamãe chegou, e eu quero me divertir, eu to praticamente sozinha com a Beck

– Agilizem que eu já, já chego ai. – Ela desligou e eu pulei da cama na frente do guarda-roupa.

– Vamos rápido, ela disse que daqui a 20 minutos tá aqui.

– O que eu coloco?

– Bem, a ultima festa que eu fui lá as meninas estavam bem normais, eu vou com um short e essa blusa – Mostrei uma blusa preta e uma xadrez de vermelho. Entrei no banheiro e troquei de roupa rápido, quando sai Beck tinha colocado uma calça jeans com uma blusinha branca leve, uma sandália rasteira e o cabelo solto. Eu soltei o cabelo e coloquei a sapatilha que tinha usado mais cedo.

Espiei pela janela e um carro vinha de faróis ligados no fim da rua. Passei uma maquiagem rápida, com um pouco de preto, Becka fez o

mesmo e olhei de novo; Alice já estava lá embaixo sentada no capú do carro.

Encostei o baquinho do lado da janela pra dá apoio, subi nele e pulei o mais leve que pude no jardim, ajudei Rebecka, ela era meia complicada com coisas complicadas.

Corremos pro carro. Alice acelerou e eu me acomodei no banco da frente;

–Só não entendo o motivo das duas princesas estarem saindo escondido de casa. A Lize é muito liberal. – Alice se questionou me olhando.

–Sim, mas, sei lá eu queria algo menos fácil.

–Então quer dizer que você ta virando a garota das adrenalinas, é?

–Talvez, só quero arrumar um jeito de não pensar no que me faz mal.

–Mal chamado Emmett – Rebecka e Alice falaram juntas. Caramba era tão na cara?!

–Não adianta falar pra ela que não é assim que se foge dos problemas. Certos?

– Alice olhou Becka pelo retrovisor.

–Não mesmo, eu já cansei de falar isso. É quase nulo, ela sempre opta pela opção mais fácil e mais torturante.

–Na minha opinião você devia passar uns tempos longe daqui, vivendo com pessoas diferentes, outros hábitos, menos pressão.

–Ela ta querendo ir pra Flórida quando terminar.

Elas estavam falando como se eu não estivesse ali.

–Chega,ok? Eu ainda estou aqui, e pra provar que eu to decidida a aproveitar minha vida, hoje é dia de festa. Temos 17 anos e precisamos ficar bêbedas e dormir uma por cima da outra, ok?

–Já que você quer assim, vamos fazer assim. Garotos, bebidas e jogos.

–Menos sexo – respondemos as três juntas. Por incrível que parecesse, os melhores anos e momentos da minha vida tinham sido com a Alice e Rebecka.

Elas sempre foram como irmãs, e estávamos um pouco separada de Alice desde que os pais dela resolveram leva - lá pra morar na França. Agora ela estava de volta e ainda cumprindo nosso juramento de quando tínhamos 9 anos. Garotos, bebidas, jogos & nada de sexo.

Nossa virgindade só séria perdida com o cara certo. Realmente certo. Ou melhor eu já tinha perco a minha, com o cara que pra mim era certo. Alice, em Paris com um filho do sócio do seu pai. Que a seduziu bêbada, então estávamos procurando uma forma de não sermos mais irresponsáveis.