Logo que chegaram Tsuna foi direto para o quarto, pois queria tirar toda a história a limpo.

- Não sabemos quem foi que a atacou, mas achamos que deve ter sido alguma família que está descontente com a Vongola.

- Mas por que logo a Chrome? – perguntava Tsuna exasperado.

Estavam apenas Reborn e Tsuna dentro do quarto, mas para o último era como se este estivesse cheio, não entedia a causa do ataque a sua guardiã e se culpava por ter sido por sua causa que isto tivesse acontecido.

- Chrome agora é um alvo fácil, – disse Reborn - toda a máfia já sabe que ela foi abandonada por Mukuro, então seria lógico acabar com logo com os mais fracos.

- Então o que faremos?

- Por hora nada. Ela ficará aqui enquanto tentamos descobrir que está causando isso.

- Esse ataque aconteceu quando?

- Ontem – respondeu o bebê normalmente.

- Então como ela já esta matriculada na escola!? – perguntou sem entender como a transferência foi tão rápida.

- Nunca duvide da Máfia, Tsuna imbecil – falou Reborn chutando Tsuna para o outro lado do quarto.

Mesmo tendo aceitado ser o Décimo Chefe da Vongola, Tsuna ainda ficava impressionado com o que a Máfia podia fazer. Mas deixando isso de lado, ele precisava fazer aquela pergunta que o estava atormentando desde que soube do ataque.

- Eles a machucaram?

- Ela não estava em casa na hora do ataque, e eu consegui encontrá-la antes que ela chegasse.

Tsuna se sentia mais aliviado assim, sabia que a culpa era sua e por causa disso faria de tudo para pegar os culpados. Chrome já tinha sofrido demais e não queria ser a causa de mais sofrimento.

- Onde ela ficou ontem? – essa pergunta também estava atormentando a sua mente. Será que ela tinha ficado desabrigada? Não se perdoaria por isso.

- Ficou em um hotel. Estava muito tarde para trazê-la para cá.

Com essa resposta Tsuna pode, enfim, suspirar sossegado.

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Enquanto Tsuna ficou conversando com Reborn, o restante da família tinha chegado para comemorar a mudança de Chrome. Kyoko e Haru eram as que estavam mais felizes. Depois da viagem ao futuro tinha ficado muito amigas, e com Chrome agora por perto poderiam sair para fazer coisas de garotas.

- Garota abacaxi venha brincar com o Lambo!!! – gritava o pequeno, pensando que agora teria um escravo para si.

- Deixa disso IDIOTA!! – gritou Gokudera chutando o bovino.

- HAHI!! Deixa de ser bruto Gokudera idiota. Lambo só que brincar. – falou Haru segurando Lambo, enquanto este dava a língua para o albino.

- Venha aqui que eu mostro como se brinca. – falou maldosamente o guardião segurando varias dinamites.

- HAHA... Você ta se divertindo muito, né Gokudera? – falou Yamamoto passando o braço pelos ombros do albino.

Gokudera não sabia o porquê estava ficando vermelho, nem o que estava causando aquele calor no lugar que estavam os braços do moreno, mas precisava se afastar antes que alguém percebesse.

- ME SOLTA IDIOTA DO BASEBALL. – gritou – QUERO ACABAR COM ELE.

- Gokudera? – falou Tsuna chegando à sala.

- Juundaime – falou o albino surpreso.

- O que esta acontecendo?

- O idiota do Gokudera que machucar o pobre do Lambo. – falou Haru.

- Calada MULHER IDIOTA, o chefe estava falando comigo.

- Quem é idiota, IDIOTA?- disse Haru.

Tsuna estava feliz por ver todos os seus amigos juntos. Por mais que tivessem as suas diferenças sempre estariam juntos, e Tsuna lutaria por isso.

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Chrome sentia falta dessa alegria que sentia quando estavam todos juntos, era como se fizesse parte da família. Depois que Mukuro-sama a tinha deixado não conseguia mais sair da solidão que se mantinha, não entendia o que tinha de errado em si para ser abandonada por todos que a rodeavam.

Tinha medo de acabar sendo descartada novamente, mas quando estavam todos juntos se sentia muito feliz. Sem perceber as lágrimas já molhavam o rosto.

- Chrome es...está tudo bem? – perguntou Kyoko.

- Desc-culpe. – balbuciou a garota antes de sair correndo.

Ninguém entendia o que estava acontecendo. Num momento estavam todos se divertindo e depois ela saia chorando.

- Vá atrás dela Tsuna inútil – mandou Reborn batendo no garoto.

O décimo sentia que algo perturbava a garota, só não entendia o que era. Ela não estava feliz por morar com eles? Acabou sendo retirado de seus pensamentos por um choro baixo que vinha da varanda. Olhando mais atentamente percebeu a forma da guardiã encolhida numa cadeira.

- O que está acontecendo Chrome. – perguntou vacilante – Você não está feliz por morar aqui?

A garota olhou para ele assustada. Não era por causa disso que estava chorando, mas não sabia como falar.

- N..não é isso – falou.

- Então o que é? – perguntou olhando no olho da garota.

Ele sentia que ela falava a verdade quando disse que não era por causa disso, e sua intuição dizia que era algo que ela escondia a muito tempo.

- Você sabe que pode me dizer, não sabe? Eu vou estar aqui para ajudar no que for preciso. – Falou Tsuna abraçando a garota.

Chrome sabia que sempre poderia falar o que a afligia a Tsuna, pois ele era o céu que ajudava a todos, mas tinha medo que o que ela escondia acabasse se tornando verdade.

- Eu tenho me..medo de ser a-a-abandonada novamente. – resolveu falar, se fosse para acontecer era melhor que soubesse logo. – Eu fui abandonada por todos, mas.. não entendo o por que. O que tem de tão errado comigo para que eu seja descartada por todos?

Tsuna entendia o medo dela, só não tinha percebido como era profundo. Olhando para ela via como isso a afetava. Estava tremendo e parecia tão frágil que tinha medo que quebrasse.

- Você não tem nada errado Chrome, – falou segurando seu rosto – só que os outros não souberam dar o devido valor a você. Posso não gostar de Mukuro, mas sei que ele fez isso para te proteger.

- M-mas por que e..ele não me disse nada?

- Eu não sei o porquê dele não ter te dito, mas você tem aprender a superar as dificuldades. E eu quero que saiba que toda a família sempre vai esta com você. Nós nunca iremos te abandonar independentemente das dificuldades. – falou abraçando a garota o mais forte que podia para que assim ela sentisse que ele estava do lado dela.

Tsuna sabia que poderia dizer qualquer coisa, mas as dúvidas sempre estariam no coração da garota. Entretanto, ele faria tudo o possível para aliviar as dores que elas causariam. E ele esperava que essas dúvidas um dia acabassem.

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Chrome parecia está tendo um ótimo sonho e não queria acordar, mas a luz que entrava pela janela atrapalhava o sono da garota.

Estava deitada em algum lugar muito macio só que não se lembrava de ter saído da varanda. Percebendo isso, levantou rapidamente da cama e acabou caindo no chão olhando assustada para os lados. Olhando bem se lembrou que esteve naquele quarto quando chegou à casa do décimo.

 Pensando que estava atrasada para a aula, e não querendo ter mais um encontro estranho com Hibari, se levantou rapidamente do chão pretendendo ir se arrumar. Como se por coincidência na mesma hora que abriu a porta encontrou Tsuna do lado de fora.

Ao vê-lo todos os acontecimentos da noite passada voltaram como um furacão, por causa disso a garota não sabia para onde olhar de tão envergonhada que estava.

- Chrome, eu já estava indo te acordar – falou o garoto acordando-a dos seus pensamentos.

- Eu pensei que estivesse atrasada.

- Haha, você deve ter pensado isso porque a casa está silenciosa – falou Tsuna colocando a mão na cabeça.

Prestando atenção ao que o décimo disse, desde que acordou não tinha escutado barulho nenhum o que era estranho para uma casa cheia de pessoas de temperamentos tão diferentes.

- Você deve estar receosa sobre ontem, não é? – perguntou o garoto mudando totalmente de assunto. – Eu não vou falar nada do que você disse para ninguém. Será um segredo nosso.

Chrome sabia que o chefe nunca diria nada para ninguém, mas a partir do momento que ele falou foi como se estivesse dando a sua palavra e isso a acalmava. Olhando para ele a garota percebia as mudanças que o tempo tinha causado naquele garoto medroso, que ainda era medroso, mas que nunca mudaria a maneira gentil que tratava seus amigos e que faria de tudo por eles.

- Obrigada Boss – falou a garota sorrindo.

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Yamamoto sabia que Gokudera iria esperar Tsuna para poderem ir para a aula, e por isso acordará um pouco mais cedo para poder falar a sois com o albino.

Quando Edogawa-chan o chamou ontem nunca tinha imaginado que seria para confessar os seus sentimentos para o garoto. Por mais que já tivesse sido um dos caras que ficavam suspirando por elas antes depois da chegada do outro guardião os seus sentimentos mudaram de uma forma completamente diferente.

Queria sempre estar perto dele, que ele conversasse consigo mesmo se fosse só pela irritação. Gokudera tinha se transformado em seu mundo de um momento para o outro.

Não era tão idiota a ponto de não saber o que estava sentindo, mas tinha medo de confessar e o albino não aceitar o que sentia, e o pior seria se Gokudera não falasse mais com ele. Se o guardião se afastasse dele não sabia o que faria. Precisava se explicar, dizer que o beijo que ocorreu não foi intencional, que não queria que tivesse acontecido.

Foi tirado dos seus devaneios ao ver o cabelo do garoto que estava ocupando seus pensamentos.

- Olá Gokudera – disse feliz.

- O que você quer idiota?

Gokudera estava irritado. Não tinha dormido direito pensando no que tinha visto no terraço. Não entendia o porquê de sentir uma raiva tão grande ao pensar no ocorrido. Yamamoto poderia ir para o inferno que ele não estava ligando nenhum pouco.

- Por que não vai atrás da sua namorada! – disse irritadamente.

- Que namorada? – perguntou Yamamoto que já entendia sobre o que ele tava falando, mas não compreendia a irritação do garoto. Ele estava com ciúmes?

- Não se faça de idiota, idiota. Você sabe do que estou falando.

- Não sei por que eu não tenho namorada. – respondeu sem esconder um sorriso.

- COMO NÃO – gritou. – Eu vi você com a Edogawa.

- Sabia que é feio ficar seguindo os outros Gokudera – falou rindo da cara que o outro estava fazendo.

- E-eu... nã-o estava seguindo ninguém! – falou atrapalhado. – Só fui atrás de você porque o Juundaime mandou.

Gokudera estava envergonhado, mas não sabia se era por causa do que Yamamoto disse ou se foi por causa da raiva que estava sentindo por causa das risadas do mesmo. No entanto, ao saber que ele não estava com a garota um sentimento estranho se espalhava pelo seu corpo o acalmando.

- Cala boca imbecil que o Juundaime esta vindo. – falou encerrando a conversa.

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- Então basicamente... – Hibari correu os olhos pela sala que estava inundada pela penumbra antes de voltar a fitar a janela. – a família que está atacando a Vongola é só mais alguns herbívoros detestáveis que não estão satisfeitos com a sua insignificância?

- Basicamente é isso.

- É só acabar com eles.

O garoto estava irritado com o que via. Tsuna e seus amigos estavam desrespeitando as ordens da sua amada escola ao formar uma pequena multidão no pátio. Queria descer e morder cada um até a morte, mas não poderia deixar a sua sala enquanto Reborn estivesse lá.

- Não sabemos quem são nem quais são os seus verdadeiros planos. Teremos que esperar eles agirem novamente e torcer para que haja alguma pista.

Com isso a irritação do garoto aumentou ainda mais, estava simplesmente perdendo seu tempo.

- Você estava querendo só falar isso comigo?

- Eu quero que você investigue uns lugares para mim. Temos algumas pistas de quem possa ser, mas não sabemos se são verídicas.

- E se não forem o que eu tenho que fazer? – perguntou Hibari mesmo sabendo o que aconteceria.

- Você pode morder até a morte qualquer um que ficar no seu caminho. – respondeu o bebê antes de sumir da sala.

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