Meses antes

Chrome parou pela milésima para poder respirar. Não adiantava irritar-se, estava atrasada e, pronto. Não tinha conseguido dormir na noite passada pensando no que havia acontecido.

Ao pensar que alguém poderia a está vigiando, acelerou o passo para chegar logo a escola. Não podia ficar do lado de fora.

– Droga – murmurou ao ver o portão sendo fechado. – E-ESPERA!!!

Demorou um pouco para convencer o funcionário para que a deixasse entra, então só restava ir correndo para chegar à sala.

– O que você pensa que esta fazendo na minha escola? - perguntou o Presidente do Comitê Disciplinar com uma voz carregada de irritação.

De onde ele apareceu? Eram os pensamentos que rondavam a cabeça da garota. Não tinha sentindo nenhuma intenção assassina por perto, então como foi que ele apareceu?

Só de olhar para ele percebia que estava com raiva e queria descontá-la em alguém. E quem foi a pessoa azarada que apareceu na frente dele? Ela e sua maravilhosa sorte; pensava a garota com ironia.

– Não vai me responder herbívora? Então acho que devo mordê-la até a morte – ameaçou Hibari andando para perto da garota.

Chrome não sabia o que fazer e sentia que estava perdida no momento em que suas costas tocaram a parede. Não tinha para onde fugir e Hibari sabia disso. Seu primeiro dia na escola Nanimori tinha começado da pior forma possível.

– E-eu vou... estudar aqui. – murmurou a pobre garota.

Chrome sentiu como se seu coração parasse de bater no instante em que o Guardião da Nuvem colocou uma de suas tonfas ao lado de sua cabeça e sua mão do outro lado para impedir que fugisse. Não estava entendendo por que de um instante para outro seu coração parecia parar e sua respiração se tornar pesada. Estava ficando vermelha, mas não entendia o que estava causando essas sensações.

– Eu não estou me lixando se você vai estudar aqui ou não. – falou pontuando cada silaba. – Você estava correndo dentro do terreno da escola e merece um castigo por isso.

Hibari via o medo que estava causando na garota e estava se deliciando com isso. Era só mais uma herbívora idiota que merecia pagar por esta desrespeitando as regras da escola.

Hibari estava encarando-a firmemente e acabou não percebendo como estavam próximos. Chrome sentiu-se mais constrangida ao perceber o odor seco e penetrante da fragrância masculina que ele usava. Por um segundo, sentiu um enorme desejo de tocá-lo e notou que ele também parecia desejar o mesmo. No entanto, antes que pudesse fazer algo que se arrependeria depois, Hibari recuou um passo.

– É melhor você ir para a sala agora – falou o garoto perdido em seus pensamentos.

Se esperar mais nada e com medo que ele mudasse de ideia simplesmente saiu correndo para sala, não sem antes olhar mais uma vez para o garoto.

Não entendia o que tinha acontecido; de onde tinha vindo essas sensações, e nem a causa que estava fazendo seu coração está batendo tão rápido. Nunca tinha sentido essas sensações e, por isso, não compreendia o porquê do guardião da nuvem causar essas sensações em seu corpo, mas deixaria essas perguntas para depois.

Hibari estava tão confuso como Chrome, não entendia o que tinha acontecido. O porquê de seu coração parecer tão leve ao saber que tinha sido ele a provocar aquelas sensações nela.

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Tsuna sentia que algo estava acontecendo. Percebia pela forma diferente como Reborn estava se comportando, principalmente no momento em que ele o acordou sem as suas ameaças habituais.

Essa sensação de desconforto ficou maior no momento em que o professor saiu da sala para falar com alguém.

– Classe, essa será a nossa nova aluna, Chrome Dokuro. – falou o professor puxando a garota para dentro da sala.

O jovem chefe da Vongola não conseguia esconder a sua surpresa pelo aparecimento repentino da garota e ao olhar para os lados percebeu que não era o único a ter sido surpreendido, os seus guardiões estavam da mesma forma.

Desviando a atenção deles e a concentrando em Chrome, via como a garota estava desconfortável com a situação. Tendo chegado atrasada estava simplesmente chamando a atenção de todos os alunos do sexo masculino, que já começavam a saltar brincadeiras para a garota, e os olhares de inveja da parte feminina.

E isso acabou sendo comprovado pela forma como ela passou quase correndo pela sala depois que o professor disse que poderia ir sentar.

Preferindo tirar suas dúvidas depois, tentou prestar atenção ao que o professor estava falando mesmo sabendo que falharia miseravelmente.

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Gokudera estava preso em seus próprios pensamentos, sendo que nem sabia como tinha chegado à sala. Não entendia o que estava acontecendo para estar com aquela sensação que apertava seu coração.

Tinha ido como o Juundaime pediu atrás do idiota do baseball que tinha sumido com uma garota sem dar qualquer satisfação. Ficou procurando por toda escola deixando o terraço por ultimo. Quando chegou percebeu que Yamamoto estava conversando com a presidente da sua sala Edogawa Hana, uma garota loira, de olhos castanhos e sorriso meigo que arrancava suspiros de grande parte da população masculina.

Do lugar que estava não conseguia escutar o que estavam falando, mas por alguma razão sentia seu coração apertado. O que está acontecendo? Estou com inveja do Yamamoto por estar com essa garota? Estava se perguntando o albino.

Seus pensamentos foram deixados de lado quando viu a garota beijando o idiota, esse não fazia nada para impedi-la. Não entendia suas reações. Queria tirar a garota de perto do Yamamoto, dizer para que ela nunca mais chegasse perto dele, mas não entendia a causa disso.

Não, eu não gosto da garota. Então, esse sentimento é por causa do idiota?, pensava.

– Impossível. Eu ODEIO aquele cara. - respondeu aos seus pensamentos sem perceber.

A raiva começou a tomar conta de si, não entendia o que estava sentindo e aquela cena só piorava as coisas. Para não fazer nada impensado resolveu voltar para sala. Sendo que estava tão preso em seus pensamentos que não percebeu que tinha sido notado pelo moreno.

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Chrome sabia que a sua chegada não tinha sido dita a Tsuna, da mesma forma que sentia que ele iria querer uma explicação, por isso, torcia para que as aulas passassem bem divagar.

Como se o tempo estivesse do seu lado, quando uma aula acabava na mesma hora já entrava o outro professor impedindo que Tsuna e os outros guardiões chegassem perto dela. Mas como tudo acaba, com a sua sorte não foi diferente.

Ao ver-los se aproximando tentava se encolher na cadeira de tal forma que quem sabe não acabava desaparecendo. Conseguia sentir o olhar de irritação de Gokudera sobre si, o que só piorava a sua situação.

– O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI- gritava o albino. Não estava com raiva dela, só que queria alguém para descontar a sua raiva pela cena do terraço que ainda não tinha deixado a sua mente.

– Ca... Calma Gokudera. – Tsuna tentava acalmá-lo.

– Haha... Bem- vinda Chrome – disse Yamamoto – espero que esteja gostando daqui.

– Desculpe não tê-lo avisado Boss... – sussurrava a garota com medo das reações do Guardião da Tempestade.

– Não tem problema – exclamava exasperado, tendo percebido a forma como a garota estava.

Chrome parecia muito mal, como se a qualquer momento fosse quebrar. Tsuna entendia a dor que ela estava sentido por Mukuro tê-la deixando, e por causa disso não conseguia perdoar-lo.

– Chrome irá morar com você dame-Tsuna. – falou Reborn surgindo do nada.

– O que!?... – perguntou alarmado. - Como assim morar comigo?

– É isso mesmo. Já falei para Mama, então seja gentil com ela. – falou o bebê chutando o aprendiz.

– Mas... por quê? – perguntou Tsuna sem entender.

– A casa de Chrome foi atacada, e como sua guardiã você não deve deixá-la desprotegida. – respondeu encerrando o assunto.

Concentrando o seu olhar na garota via como ela parecia constrangida, percebendo agora o porquê dela ficar aliviada toda vez que tentavam falar com ela, mas não conseguiam.

– Não quero incomodar Boss. Posso me virar sozinha.

– Não será incomodo nenhum Chrome, e eu sei que a Mama vai ficar muito feliz com isso. – falou Tsuna, ainda percebendo o desconforto que ela sentia.

O décimo sentia que não tinha sido apenas um ataque que tenha ocasionado aquela mudança, no entanto deixaria essas dúvidas para perguntar depois a Reborn. Por hora faria de tudo para que ela se sentisse bem.

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