Sides Of New York escrita por Fanfictioner


Capítulo 5
Explicações




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No dia seguinte, Adam ficou me ligando o tempo todo. De tarde, resolvi atender.

- Fala...

- Emma, a gente pode se encontrar?

- Não Adam. A gente não pode.

- o que? Por quê?

- Adam, acabou. – falei com firmeza.

- Pera, acabou o que? Emma, do que você ta falando? – Adam parecia tenso.

- Nosso namoro.

- o que? Você ta terminando comigo? – sua voz falhou.

- Aham. – disse tentando parecer calma.

- Emma, para com isso. Para de graça. Você não pode fazer isso. Por favor.

- Não Adam. Acabou. – desliguei o telefone.

Eu ainda sentia alguma coisa por ele, mas ele estava diferente. Andava muito nervoso ultimamente, sei lá. Sabia que terminar era a coisa certa, mas era estranho. Estava com ele a mais de 2 anos. Estava mal por isso.

Liguei pra Jenny e contei pra ela sobre tudo. Ela veio ficar comigo em casa.

Duas semanas depois, ela me ligou e me chamou pra fazer compras de tarde. Eu fui.

Quando cheguei em casa, minha mãe e meu pai estavam na sala. Meu pai chegara hoje da viajem que durara 2 meses.

- Oi mãe. Pai. – Eles não falaram nada. Continuaram olhando pra mim.

Quando olhei na mesa de centro, vi um jornal. “Emma Archibald, Adam Dawson e amigos envolvidos em brigas de rua.”

- Outra vez Emma? Outro escândalo na mídia?

- Mãe, eu não tive culpa ok?

- Claro que teve. Meu Deus! Você está prejudicando a mim e a seu pai com esses vexames Emma! Estamos sendo alvo de critica por suas atitudes! – Minha mãe falou.

- Todos andam dizendo que eu, o melhor advogado do estado de Nova York, não consigo controlar minha própria filha. Você está prejudicando meus negócios. – meu pai gritou comigo.

- Quer saber? Eu estou cansada disso! Vocês só me criticam. Quando eu faço alguma coisa certa, vocês nem notam. Quando eu faço alguma coisa que “prejudica a grande carreira de vocês”, ai vocês percebem que eu existo. Foi sempre assim. – comecei a chorar. – Querem saber de uma coisa? O mundo não gira em torno de vocês! – Peguei as chaves do meu carro e sai.

Dirigi até a boate mais próxima. Me sentei no balcão e pedi um Martini, depois outro, e mais um, mais um, mais um...

Fiquei ali bebendo pra afastar os pensamentos da minha mente.

- Emma? – Alguém tocou meu ombro. Me virei e vi Justin.

- Ah, oi Justin! Tudo bem, Garoto do Brooklyn?

- Tudo. Emma, você ta bem?

- To ótima! – peguei a taça de Martini e a bebi em um gole.

- Eu acho que não.

- Por que você acha isso? Por que meu namorado me chamou de vadia e deixou meu braço vermelho? Por que meus pais me odeiam? Hm? – Peguei mais uma taça de Martini.

- Emma, já chega de Martini por hoje né? – Justin tirou o copo da minha mão.

Fiquei quieta tentando conter o choro.

- Como sabia que eu estava aqui? – minha voz falhou.

- Vi seu carro ali fora.

Tentei conter ainda mais o choro, mas uma lagrima escapou.

- Me leva embora? – disse como se aquela lagrima não estivesse ali.

- Claro.

Me levantei, mas como salto e bebida não são uma combinação boa, quase cai. Justin me segurou.

- Melhor eu ajudar você. – Ele me pegou no colo, me levou até meu carro e me colocou sentada no banco do passageiro. Pegou minhas chaves na bolsa e dirigiu até minha casa. Adormeci no caminho.

Ele estacionou em frente a minha casa. Abriu a porta do carro, me pegou no colo e me levou até meu quarto, entrando pelos fundos. Ele subiu as escadas comigo em seus braços, chegou em meu quarto, me colocou na cama, tirou meu sapato e me cobriu. Justin se abaixou me deu um beijo na testa e se levantou outra vez.

- Justin, fica aqui comigo. – disse sonolenta e com os olhos fechados. – Por favor.

Não me lembro se ele disse alguma coisa, só me lembro de que ele se deitou ao meu lado, eu me deitei em seus braços, ele me abraçou e eu cai no sono de vez.

Acordei 9h30 da manhã naquele dia. Bem cedo pra alguém com ressaca. Olhei para o lado da minha cama e vi que estava vazio. Justin havia ido embora. Aquilo me deixou um pouco brava.

Um dia se passou. Dois. Três. Queria ligar pra Justin e saber por que ele tinha ido embora antes de eu acordar aquele dia, mas não tinha o número dele. Decidi esperar e ver se ele aparecia. Uma semana se passou e nada dele.

Estava no refeitório da escola, pensando no possível motivo dos sumiços de Justin quando Jenny bateu na mesa.

- Hey! Emma? Você ta me escutando? – ela parecia irritada.

- Oi? Ah, aham. – disse.

- Ah, jura? Então o que foi que eu disse? – ela cruzou os braços.

- Você... – balancei a cabeça. – Jen, eu tenho que ir a um lugar. – me levantei da mesa, peguei minha bolsa e segui em direção à saída.

- Que? Emma? O que você tem? – Sua voz ficou cada vez mais baixa a medida em que eu me afastava dela.

Entrei em meu carro, dei partida e segui para o Brooklyn. Não sabia onde Justin morava, mais ia acha-lo.

Estacionei perto da quadra onde havíamos ido na esperança de encontrar Ryan e perguntar à ele onde Justin estava, mas o que encontrei lá foi ainda melhor. Ele em pessoa, jogando basquete com os amigos. Entrei na quadra.

- Justin? – chamei. Ele se virou surpreso.

- Emma? Ta fazendo o que aqui? – ele segurava a bola e me olhava bem confuso.

- A gente pode conversar?

Justin jogou a bola para Ryan. Seus amigos pararam de me encarar e voltaram a jogar. Justin e eu saímos da quadra.

- O que foi? – ele perguntou.

- O que foi que eu te fiz?

- Hã? Nada. – ele me olhou confuso outra vez.

- Então me diz: Qual. É. O. Seu. Problema?

- Emma, não to entendendo.

- Por que você ta me evitando?

- Eu não... Eu não to te evitando. – Ele gaguejou.

- Ah não? Porque parece que sim. Fala sério. Você aparece do nada, cria uma amizade comigo, ai você briga com meu namorado e some por um mês. Depois você bate no meu namorado pra me defender e some por duas semanas. Ai você me encontra bêbada, me leva pra casa, dorme lá comigo e depois some por mais sete dias... Me fala Justin, o que ta rolando? – disse brava.

Ele abaixou a cabeça e passou a mão pelos cabelos.

- Emma, eu acho que... A gente não devia mais se ver.

Fiquei em silencio, chocada demais pra responder. Me recuperei segundos depois.

- Que? – disse entre risos.

Ele ficou quieto com os olhos baixos.

- Você não quer mais me ver? É isso?

- Emma, não é que eu não queira...

- Quer saber? Você é louco! Faz eu me apegar a você e depois quer sumir assim? Eu... – Desisti de falar. Ergui minhas mãos. – Você é um idiota. – me virei.

- Emma. – Justin tentou segurar minha mão, mas eu puxei meu braço.

- Não! Você não disse que não queria mais me ver? Então pronto! – disse de costas pra ele, andando pra longe. – Conseguiu o que queria. A gente nunca mais vai se ver. Ta feliz? Seu babaca... – Justin puxou meu braço, me virou e me beijou.

Minha primeira reação foi dar um soco em seu peito, mas a sensação de ter os lábios dele nos meus foi tão alucinante que não tive forças pra bater forte. Ele me segurava pelos cotovelos e me beijava devagar, intensamente. Não consegui fazer outra coisa a não ser retribuir o beijo.

Ficamos ali por alguns minutos e só paramos porque precisávamos respirar.

Justin tinha uma mão em minha nuca. Nossas testas estavam coladas.

- Se o seu objetivo é me deixar confusa, está conseguindo.

- Eu queria me afastar de você, mas eu não conseguiria.


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