Casuality Of Love escrita por Melanie


Capítulo 3
Capítulo 3




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Paris – França

9 meses depois

Era uma manhã fria na cidade das luzes. Os raios de sol adentravam de forma tímida pelos vitrais da imensa janela do meu quarto e tocavam gentilmente meu rosto. Eu gemi quando a claridade começou a incomodar e soltei um suspiro cansado quando finalmente abri meus olhos.

Lancei um olhar para o relógio que estava na mesa ao lado da cama e gemi novamente quando vi que eram apenas sete horas da manhã. Isso vinha acontecendo mundo nos últimos meses. Não consigo nem lembrar qual foi a última vez que dormi uma noite completa sem acordar nas primeiras horas da manhã. Eu estava mental e fisicamente esgotada, mas meu cérebro nunca desligava o suficiente para que eu pudesse ter uma noite relaxada.

Realmente não sei o que eu tinha na cabeça quando aceitei vir para a França estudar gastronomia. A cidade era linda e tudo mais, mas a saudade de casa era maior. Só que eu não me arrependia. Por mais que doesse ficar longe de todos que eu amava, essa oportunidade era única e tinha sido destinada a mim.

Agradeci mentalmente ao perceber que era sábado e não teria aula. Poderia aproveitar o dia e tirar algumas fotos da cidade, e quem sabe matar a saudade que comprimia meu peito de algumas pessoas que eu amava e estavam separadas de mim pelo Atlântico.

Coloquei uma roupa pesada para suportar o frio que fazia nas primeiras semanas de Fevereiro. Nada comparado ao que estava nos meses anteriores, mas ainda assim era uma temperatura baixa o bastante. Antes de sair peguei minha câmera e conferi se tudo estava fechado. Optei por descer os andares pela escada, e em poucos minutos já estava em contato com o ar frio daquela manhã.

“Bom dia senhorita Fabray.” O porteiro do prédio me cumprimentou com um sorriso e eu não pude evitar em sorri de volta. Ele era um senhor de cabelos brancos ralos, estatura mediana e extremamente gentil. “Vai aproveitar o dia para fotos?”

“Vou sim. Apesar do frio, o dia está lindo.”

“Tenha um bom passeio.”

Sorri mais uma vez em sua direção e comecei a caminhar até o Champ the Mars, lar da Torre Eiffel. Morava relativamente perto da área, e gostava de ir até lá tirar algumas fotos. Era um hobbie que eu custava a largar e que garantia a minha sanidade mental. Lembrava os tempos em que eu tirava fotografias dos momentos com os garotos do Glee Club. Passei boa parte da manha fotografando as pessoas parisienses e os turistas que visitavam essa maravilhosa cidade. Almocei em um pequeno restaurante nas proximidades e só então resolvi voltar para o apartamento.

Estava realmente cansada da caminhada, então subi os andares pelo elevador. Ao lado da parede da porta do meu apartamento uma pessoa ressonava. Aproximei-me lentamente e quando estava a poucos passos de distância reconheci o corpo pequeno. Meu corpo inteiro paralisou, e a passos vacilantes consegui chegar a ela. Rachel dormia de forma pacifica, com a cabeça levemente pendida em cima dos joelhos e os cabelos castanhos espalhados em sua volta. Meus olhos se prenderam em sua figura pequena.

“Rach. Baixinha.” Cutuquei levemente seu braço, mas ela nem se mexeu. “Rachel acorda.”

“Quinn?” Meu nome escorreu pelos seus lábios. E Deus, como eu sentia falta de ouvi-la chamar meu nome. O modo como soava na voz dela. Uma caricia, um sussurro.

“Sou eu. O que você faz aqui?” Ela ainda esfregava levemente os olhos, e só então percebi que tremia de forma leve. Pudera, não usava nenhum casaco e o leve frio que fazia congelava as pessoas mais despreparadas. “Venha, entra comigo. Você está congelando.”

Passei meus braços pela sua cintura e a costumeira corrente elétrica passou pelo meu corpo. Todo lugar onde nos encostávamos queimava, enviando um arrepio gostoso pela minha espinha. Com um pouco de dificuldade consegui destravar a porta e levei Rachel até o sofá. Seu perfume suave já me embriagava e eu tinha que me controlar muito para não beijar seus lábios cheios.

“Q?”

“O que foi Rach?” Perguntei de forma suave, sentando na extremidade mais afastada no sofá.

“Você me perdoa?” Sua voz saia frágil, e eu tive um pouco de dificuldade em entender. “Eu fui uma estúpida. Não deveria nunca ter terminado com você. Sei que demorei, mas juro que tentei viver esses meses longe de você, mas foi mais forte do que eu. Eu não consigo mais.”

“Rach?”

“Me deixa terminar.” Ela soltou um suspiro longo e se aproximou mais de mim, tocando levemente nossas mãos. “Eu sei que a ideia de terminar tudo foi minha, mas eu achava que seria o melhor para nós duas. Só que acabou não sendo, pelo menos para mim. Dói cada maldito dia que eu não tenho você comigo, que não posso te chamar de minha, que não posso sentir o seu calor e o seu carinho. Meu coração se rasga toda vez que penso em nós duas. Você pode me dar uma chance? Eu entendo se não quiser, mas pensa com carinho?”

Mordi o lábio inferior quando senti as lágrimas querendo cair de meus olhos. Rachel já tinha lágrimas se perdendo nos seus, mas os mantinha trancados nos meus. Eu podia ver a dor, a saudade, a ternura, o amor.

“E-eu. Você não sabe quantas vezes eu sonhei com isso.” Consegui dizer por fim, já deixando as lágrimas teimosas escorrerem pela minha face. “Aceitei a sua ideia mesmo que me matasse. Só que aceitar não fez o amor que eu sinto aqui dentro morrer. Eu ficava me torturando todas as noites, querendo te ligar e implorar para voltarmos. E agora você está aqui, fazendo a coisa que eu mais queria fazer na vida.”

Um sorriso fraco se abriu nos lábios cheios de Rachel e quando meus braços se abriram, seu corpo pequeno se acoplou perfeitamente ao meu. O calor logo me envolveu da mesma forma que o cheiro de morango dos cabelos escuros e o cheiro dela – que eu nunca tinha esquecido.

“Eu amo você Rachel Barbra Berry.” Sorriu contra seus cabelos e depositei um beijo leve em sua testa. “Com todo o meu ser e meu coração.”

“Eu amo você Quinn. Tanto que chega a doer.”

E assim nossos lábios finalmente se encontraram. Longos nove meses sem sentir o gosto e o modo como eles se uniam aos meus, em uma batalha gostosa. Meus braços prendiam firmemente sua cintura fina e os seus enlaçavam meu pescoço enquanto uma das mãos morenas se infiltrava pelos meus cabelos loiros, puxando meu rosto mais ainda em sua direção.

Em tropeços conseguimos chegar à imensa cama de casal do quarto, e eu mal registrei quando meu corpo colidiu com o colchão e o corpo pequeno e quente se colocou em cima de mim. Só separamos os lábios quando o ar começou a ser necessário. Abri os olhos e encontrei Rachel me encarando com adoração nos olhos bonitos e gentilmente tirei uma mexa de cabelo que tinha caído.

“Você é linda e minha. Nem consigo acreditar nisso.” O sorriso em seu rosto se tornou mais pronunciado. “Como eu pude ter tanta sorte?”

“Eu que tenho sorte Q.”

“Somos duas sortudas então.”

Passamos o resto do dia nos amando, e só quando o sol começou a sumir nos rendemos ao sono. Só que dessa vez eu a teria ao meu lado, e mesmo sabendo que Rachel tinha que voltar para Nova York, o simples fato de poder chamá-la de minha já fazia um sorriso se abrir de forma involuntária em meus lábios durante o sono.


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