Casuality Of Love escrita por Melanie


Capítulo 4
Epilogo


Notas iniciais do capítulo

Esse foi um capítulo especial. Foi necessário um pequeno empurrãozinho e a música perfeita. Agora sinto que a história teve o final que mereceu, que Quinn e Rachel tiveram o final que mereceram... ou quem sabe esse é só mais um começo?!
Escrevi esse capítulo ouvindo duas músicas, então sugiro que as escutem. Não mudará em nada do que está escrito aqui, mas tenho certeza de que deixará tudo mais prazeroso:
Kiss Me - Sixpense None The Richer
Sweater Weather - The Neighbourhood (cover por Max Schneider e Alyson Stoner)



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Paris – 4 anos depois

“Quinn, onde estamos indo?”

Rachel perguntou pela milésima vez nos últimos dez minutos. A risada rouca de Quinn foi a única resposta que recebeu – a pequena morena era tão impaciente nos dias de hoje quanto era quando mais jovem. Mas a loira já estava acostumada com esse traço da personalidade da namorada – não era nenhum incomodo aguentar as tempestades da pequena diva.

“É sério, Quinn.” Rachel gemeu contrariada. “Onde você quer me levar? E porque eu tenho que usar essa venda?”

“É uma surpresa, Rach.” A loira murmurou sorrindo. “Só mais uns instantes e nós vamos chegar.”

“Tudo bem.”

As duas caminharam mais alguns passos e então Rachel sentiu o clima mudar. O vento frio daquela primavera parou de correr por sua pela e foi substituído pelo calor reconfortante de algum ambiente fechado e o cheiro de algo extremamente bom começou a infiltrar em seu olfato.

Rachel já sabia que estavam entrando no restaurante que Quinn trabalhava só em sentir o aroma inconfundível dos pratos que a loira preparava, misturado com o cheiro de vinho e madeira que o ambiente desprendia.

Queria desesperadamente tirar a venda dos olhos e ver a surpresa que havia sido preparada pela loira. Mas aguardaria. Controlaria a vontade de acabar com o mistério, pois sabia que a namorada havia se empenhando no que quer que a surpresa fosse.

“Pronto, baby.” A loira parou atrás da morena e delicadamente colocou as mãos sobre a venda. “Pode olhar agora.”

Rachel levou alguns instantes para se acostumar com a repentina claridade e então seus olhos começaram a correr pelo ambiente. Elas estavam na nova ala ainda não inaugurada do restaurante. Uma mesa fora posta em um dos pontos e era iluminada por um único candelabro que continha três velas.

Servindo como plano de fundo estava um enorme quadro com uma fotografia das duas, que Quinn havia tirado no último inverno. Era uma de suas imagens favoritas – tanto pela simplicidade quanto pelo significado. Rachel nunca fora uma apreciadora de fotos em preto e branco. Sempre achara o colorido muito mais significativo, relacionável, mais carregado de sentimentos. Mas aquele preto e branco era diferente. Assim como todas as imagens que a loira tirava dessa forma – elas transmitiam emoções pelos ângulos de captura, elas contavam histórias sem a necessidade de tê-las sendo realmente contadas.

Só gostaria de saber o porquê dessa fotografia em específico estar naquele lugar. Quinn nunca fazia nada sem pensar e Rachel sabia que tudo aquilo tinha um significado oculto.

“Você gostou?” A voz da loira soou baixa e levemente insegura.

Rachel levantou os olhos divertida. “Se eu gostei? Eu amei, baby.”

Foi o suficiente para um sorriso pequeno e satisfeito aparecer no rosto bonito de Quinn. A loira então tomou a mão da namorada na sua e a levou até a mesa posta.

“Tão educada.” Rachel comentou sorrindo e ganhou um revirar dos olhos claros.

“Você é muito besta.” Quinn rebateu – o sorriso ainda persistente no rosto enquanto afastava a cadeira para que a morena sentasse. “Agora fica quietinha aqui enquanto eu busco nosso jantar.”

“E o que nós vamos ter?”

“É uma surpresa.” Rachel ganhou uma piscadela da namorada.

“Eu não gosto de surpresas!” Ela ainda resmungou antes de perder a loira de vista e pode escutar sua risada rouca ecoando pelo cômodo silencioso.

Seus olhos voltaram para a imagem que tanto lhe chamou a atenção quando entrara no cômodo. Algo nela a chamava a atenção, mesmo que a primeira vista não tivesse nada de mais.

Não demorou muito para que Quinn voltasse trazendo os pratos e o vinho branco que havia escolhido a dedo horas antes. Jantaram em um clima animado e cheio de brincadeiras – Rachel contara o que fez nas horas que Quinn estava no restaurante e a loira atualizava a namorada sobre as novidades que recebera dias antes e ainda não tivera a oportunidade de falar.

“Então você vai mesmo voltar de forma definitiva para os Estados Unidos?”

“Vou sim. Jean Luc quer abrir a filial em Nova York logo e disse que me quer a frente da equipe.” Um pequeno e sincero sorriso adornava os lábios finos. “E como você mora na cidade, eu não pensei duas vezes em aceitar a oferta.”

“Está pensando em morar no meu loft?” Rachel arqueou a sobrancelha, na melhor imitação de Quinn que os anos juntas lhe ensinou.

“Esse é o plano.”

“É um bom plano.” O sorriso de Rachel combinava com o da namorada. “Um ótimo plano.”

Tudo que Rachel mais queria era poder estar em todos os momentos com a namorada. Aqueles anos que passaram em continentes separados serviram para mostrá-las o tamanho e a força do amor que sentiam. E tudo que a morena ansiava era passar os próximos anos acordando ao lado da loira. Dormir com a visão do rosto relaxado e acordar encarando os lindos olhos claros da namorada.

“Baby?” A pergunta de Quinn a distraiu dos pensamentos e Rachel levantou os olhos para encontrar a loira a encarando de forma risonha. “Eu tenho mais uma surpresa para você.”

“Mais uma?” Os olhos castanhos arregalaram em surpresa. “E o que seria?”

Ao invés de responder, Quinn afastou-se das mesas e foi em direção ao que Rachel pensara serem os móveis cobertos pelas mantas brancas – na verdade eram quatro novas fotografias das duas, escolhidas a dedo pela loira.

“Rach, venha aqui.” Quinn fez um gesto com a cabeça para que a morena se aproximasse.

Ela o fez de forma reticente. A confusão desenhava todos os seus traços e era visivelmente perceptível em seus olhos escuros. A pequena distância entre elas nunca pareceu tão longa. O coração de Rachel já batia descompassado no peito mesmo sem saber o motivo.

Quando finalmente parou ao lado de Quinn, a loira sorriu largamente e a estendeu uma lâmpada de Luz Negra.

“Okay, agora eu quero que você passe essa lâmpada sobre cada uma dessas quatro fotos aqui.” E apontou para os quadros agora descobertos. “Eu vou apagar algumas das luzes e quero que você leia as coisas que estão escritas ali, tudo bem?”

“Isso tudo tem alguma explicação?”

O sorriso de Quinn ficou maior ainda. “Tem sim. No quadro final.” E apontou para a imagem das duas que estava próxima a mesa. “Espere meu sinal pra começar.”

Rachel acenou com a cabeça e esperou as luzes serem desligadas. A iluminação ficou ínfima, mas ela ainda podia vislumbrar as fotografias com clareza. Quando Quinn deu o sinal, começou a passar a luz lentamente pela primeira imagem – uma fotografia das duas tirada na primeira visita a Torre Eiffel, no dia seguinte a reconciliação. Não percebeu nada de diferente até a base da imagem. Lá, escrita na letra elegante da loira, uma pequena frase se destacou.

‘Não há ninguém aqui, a não ser você e eu... e aquela velha lâmpada de poste quebrada.’

A fotografia seguinte era uma tirada quando foram conhecer a Itália. Quinn sorria enquanto beijava a bochecha de Rachel, que olhava aborrecida para o sorvete que a loira colocara em seu nariz. Mais uma frase se destacou no final da imagem.

‘Obrigado por me amar. Por ser meus olhos quando não podia enxergar. Por abrir meus lábios quando não pude respirar... obrigado por me amar.’

A terceira imagem era uma dos tempos de colégio. As duas beijavam carinhosamente a bochecha de um pequeno garotinho de um orfanato que haviam visitado com o Clube Glee. Em baixo estavam os dizeres:

‘Eu nunca soube que tinha um sonho, até que esse sonho era você. Quando olho dentro de seus olhos, o céu é um diferente azul.’

Algumas lágrimas já caiam de seus olhos e era difícil enxergar a última imagem escolhida por Quinn. Reconhecera as frases logo no início e podia lembrar com clareza de quando a namorada havia dedicado a canção a ela no último dia como membros do Glee. Aquela era uma simples imagem de um coração desenhado na areia com as iniciais dos seus nomes. O mar se aproximava e Rachel sabia que Quinn escolhera aquele momento de propósito para a captura.

‘Se eu estivesse me afogando você separaria o mar e arriscaria sua própria vida para me resgatar... Obrigada por me amar.’

A respiração começou a sair mais rápida. Aquilo tudo era lindo, perfeito e tão completamente Quinn. Encontrou a loira a encarando quando virou em direção a fotografia principal. Ela mordia os lábios e fez sinal para que Rachel se aproximasse.

Não falou nada enquanto apontava para a última fotografia e se afastava para abrir espaço para Rachel.

A lâmpada que trazia em mãos já tremia e ela tinha medo de a derrubar no chão. Precisou usar as duas mãos até finalmente conseguir direcionar a luz para a fotografia. Três palavras se destacaram exatamente no centro da imagem e Rachel sentiu os joelho fraquejarem.

‘Você casa comigo?’

Então a voz de Quinn começou a ecoar no silêncio daquela sala.

“Algumas pessoas passam a vida inteira procurando um amor que não só as preencha como também as transborde.” Rachel virou para a namorada e a encontrou ajoelhada quase a sua frente, segurando firmemente uma caixinha em mãos e a encarando com os olhos sérios. “Eu encontrei esse amor muito jovem, numa idade onde todos pensam que essas coisas não são tão sérias. Mas pra mim sempre foi. Você sempre foi a constante a qual me agarrei para continuar sã. Mesmo quando precisei dar um passo para o lado e esperei que a vida cruzasse nossos caminhos novamente.” Sua voz já tremia e Quinn pigarreou para tentar clareá-la. “Esses anos juntas só me trouxeram uma grande certeza. Você, Rachel Barbra Berry, é o grande amor da minha vida. Você é quem eu amei todas as vezes que passei por esse planeta e vai continuar sendo por todas as vezes que eu continuar passando. Por isso estou aqui hoje, de joelhos, com esse anel que mesmo sendo o mais bonito da loja jamais se comparará a sua beleza, abrindo meu coração e pedindo para que me dê a honra de poder chamá-la de esposa. Você casa comigo?”

Rachel a olhava paralisada. Nunca pensara num pedido tão único quanto aquele. Nunca imaginara que Quinn faria algo assim como proposta de casamento. Mas aquilo era tão ela.

Não podia mais manter o sorriso de abrir em seu rosto e não o fez. Deixou que o mais sincero aparecesse e atirou-se nos braços surpresos de Quinn.

“É claro que eu aceito, meu amor.” Respondeu distribuindo beijos por todo o rosto corado da agora noiva. Noiva. Poderia se acostumar rapidamente com aquilo. “É claro que eu aceito.”

Finalmente os lábios se encontram em um calmo beijo. Palavras não eram mais necessárias. Gestos também não. Seus corpos não precisavam mais de falas quando suas almas já conheciam a melodia.

Elas duas eram a prova concreta que o amor pode resistir até as mais bravas tempestades e continuar tão vivo quando nos primórdios de sua existência.

Para todo sempre.


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Notas finais do capítulo

As partes em negrito são da indicação musical do capítulo. Não conseguiria escrever isso tudo se não fossem as letras de 'Thank you for Loving Me' do Bon Jovi me guiado. Então agradeço mais uma vez a pessoa que me fez incluí-la. Não teria epílogo sem você.
Obrigada por terem persistido até aqui.



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